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6 de dez. de 2008

DESLIZAMENTOS / ESCORREGAMENTOS: CONCEITOS

[Eis os conceitos, transcritos do GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS - 3a. edição, 5a. Impressão - em CD/PDF]:

DESLIZAMENTOS / ESCORREGAMENTOS
Em geologia, deslizamentos e escorregamentos são tidos como movimentos de massa, que são deslocamentos de solo, rochas, detritos diversos (incluindo materiais orgânicos) e cobertura vegetal geralmente existente em encosta com declive suficiente para permitir desmoronamento sob ação da gravidade. O conjunto “materiais inconsolidados (areia, silte, argila), ou seja, soltos e não-cimentados (nem compactados), existente em encosta, adicionados de quantidade de água tal que permita que a força da gravidade supere o atrito entre os componentes do solo”, proporciona as condições que conduzem a um deslizamento (ou escorregamento). Alguns autores usam o termo deslizamento para designar movimentos de massa lentos.
Vários fatores contribuem para desencadear esse movimento de massa numa encosta, quais sejam: a) existência de material inconsolidado; b) declive; c) vegetação que, por razão natural (sistema radicular pouco profundo) ou por ação antrópica (por desmatamento ou queima) não condicione estabilidade à massa de terra; d) possível existência de substrato (subjacente) impermeável que sob ação da água nas camadas sobrepostas faça-o atuar como “lubrificante” e conseqüentemente facilite o deslizamento; e) água retida em quantidade tal que permita que a força da gravidade supere a força de atrito atuante nos componentes da encosta; f) eventualmente, tremor de terra.
São inúmeros os registros de deslizamentos que ocorrem anualmente em várias partes do mundo, causando muitas mortes de pessoas e grandes prejuízos materiais. Em 1999, nas montanhas Ávila, na Venezuela, um gigantesco deslizamento de lama, rochas e árvores, causou a morte de 30 mil pessoas e destruição de mais de 20 mil casas. No Brasil, as chuvas de 500 mm que caíram no Vale do Itajaí em Santa Catarina, entre 21 e 23 de novembro/2008 causaram deslizamentos que mataram mais de 120 pessoas, desabrigaram e desalojaram 78 mil pessoas, com vultosos prejuízos materiais (40% da população vivem em encostas; portanto, ricos e pobres foram atingidos). Alguns países mantêm programa de prevenção de deslizamentos, com ações contínuas. Nos Estados Unidos há o “LHP ─ Landslide Hazard Program” (Programa de Riscos de Deslizamentos). Naquele país calculam-se os prejuízos anuais com deslizamentos entre U$1 e U$2 bilhões e mais de 25 mortes. Muitas cidades brasileiras enfrentam problema similar, que requer contínuo acompanhamento por estudos de Geologia, Engenharia Geotécnica, com confecção de cartas de riscos, tais como as cidades de: Rio de Janeiro, Petrópolis, Nova Friburgo, Belo Horizonte, Ouro Preto, São Paulo, Salvador, Recife, Campos do Jordão, Santos, Caraguatatuba, Guarujá e outras.
Em termos ecológicos os deslizamentos, escorregamentos, desmoronamentos, são considerados desastres ecológicos. Em geral, são computados os prejuízos materiais e as perdas de vida humana. Mas desastres ecológicos como esses implicam em prejuízos à vida ambiental como um todo, com resultados (negativos) geralmente imprevisíveis. No estado de Santa Catarina certamente, faz-se necessária atenção especial à legislação ambiental vigente, mormente as que se referem a licenças ambientais e criação de áreas de preservação.


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