Newscientist, 08/abril/2009
Chegou a época novamente, dos ovos de chocolate e as vendas desse símbolo, pagão e cristão do renascimento, estão mais fortes do que nunca. Mas a “caçada” por ovos de páscoa pode realmente acontecer no próximo ano, porque os cacaueiros estarão em maus lençóis.
O vírus do cancro caulinar (em inglês “cocoa swollen shoot vírus – CSSV”) poderá matar as árvores e ameaçar derrubar a produção da primavera deste ano, em um terço, num dos maiores produtores mundiais de cacau: a Costa do Marfim (oeste da África, região responsável por 70% da produção mundial). Enquanto isso, o fungo “vassoura de bruxa” (Crinipellis perniciosa) faz o mesmo no Brasil. Pesquisadores do “CRIG – Cocoa Research Institute of Ghana” ao tempo em que se apressam em seqüenciar o genoma do cacaueiro para encontrar genes que possam resistir ao “CSSV”, encontraram variedades com resistência parcial ao vírus. Ray Schnell e colegas, de laboratório do “US Department of Agriculture” em Miami, Florida, tentam apressar o processo mapeando o gene (e afirmam que isso seria bem mais fácil se o genoma do cacaueiro já tivesse sido mapeado). E assim, se tentará obter por cruzamento, linhagens de cacaueiros que possam resistir ao vírus. Enquanto isso, só resta aos fazendeiros da região (desprovidos de recursos), queimar os cacaueiros contaminados e expandir o cultivo para novas áreas.
É praticamente impossível evitar que os cacaueiros se contaminem porque o vírus, endêmico, provém de árvores nativas (algumas delas importantes para sombrear os cacaueiros), de onde surgem e se disseminam através de um vetor, um inseto, a cochonilha (Maconellicoccus sp) [conhecido.em inglês como “mealy bug”, literalmente, bicho farináceo].
Segundo o pesquisador inglês Paul Hadley, da Universidade de Reading, um fator que promove a disseminação dessa praga é o fato de que o cacaueiro (originário da úmida Amazônia) vem sendo cultivado em extensos plantios (monocultura) em regiões secas da África, onde as árvores sob estresse hídrico são menos aptas a resistir à praga. A carência de recursos para uso de fertilizantes agrava a situação.
Embora novos estoques genéticos de cacaueiros da América do Sul estejam sendo selecionados para a África, medidas de precaução, como uma quarentena de dois anos e mais hum ano experimental, retardarão em três anos para que se inicie a contornar tal problema. Se obtido resultado positivo desse procedimento, será produzido um “kit” que poderá ser usado pelos fazendeiros africanos para selecionar plantas resistentes ao “CSSV”. Já se usa no centro de pesquisas de Gana (no “CRIG”), um “kit” semelhante para combater o fungo da podridão parda (Phytophthora sp).
Chegou a época novamente, dos ovos de chocolate e as vendas desse símbolo, pagão e cristão do renascimento, estão mais fortes do que nunca. Mas a “caçada” por ovos de páscoa pode realmente acontecer no próximo ano, porque os cacaueiros estarão em maus lençóis.
O vírus do cancro caulinar (em inglês “cocoa swollen shoot vírus – CSSV”) poderá matar as árvores e ameaçar derrubar a produção da primavera deste ano, em um terço, num dos maiores produtores mundiais de cacau: a Costa do Marfim (oeste da África, região responsável por 70% da produção mundial). Enquanto isso, o fungo “vassoura de bruxa” (Crinipellis perniciosa) faz o mesmo no Brasil. Pesquisadores do “CRIG – Cocoa Research Institute of Ghana” ao tempo em que se apressam em seqüenciar o genoma do cacaueiro para encontrar genes que possam resistir ao “CSSV”, encontraram variedades com resistência parcial ao vírus. Ray Schnell e colegas, de laboratório do “US Department of Agriculture” em Miami, Florida, tentam apressar o processo mapeando o gene (e afirmam que isso seria bem mais fácil se o genoma do cacaueiro já tivesse sido mapeado). E assim, se tentará obter por cruzamento, linhagens de cacaueiros que possam resistir ao vírus. Enquanto isso, só resta aos fazendeiros da região (desprovidos de recursos), queimar os cacaueiros contaminados e expandir o cultivo para novas áreas.
É praticamente impossível evitar que os cacaueiros se contaminem porque o vírus, endêmico, provém de árvores nativas (algumas delas importantes para sombrear os cacaueiros), de onde surgem e se disseminam através de um vetor, um inseto, a cochonilha (Maconellicoccus sp) [conhecido.em inglês como “mealy bug”, literalmente, bicho farináceo].
Segundo o pesquisador inglês Paul Hadley, da Universidade de Reading, um fator que promove a disseminação dessa praga é o fato de que o cacaueiro (originário da úmida Amazônia) vem sendo cultivado em extensos plantios (monocultura) em regiões secas da África, onde as árvores sob estresse hídrico são menos aptas a resistir à praga. A carência de recursos para uso de fertilizantes agrava a situação.
Embora novos estoques genéticos de cacaueiros da América do Sul estejam sendo selecionados para a África, medidas de precaução, como uma quarentena de dois anos e mais hum ano experimental, retardarão em três anos para que se inicie a contornar tal problema. Se obtido resultado positivo desse procedimento, será produzido um “kit” que poderá ser usado pelos fazendeiros africanos para selecionar plantas resistentes ao “CSSV”. Já se usa no centro de pesquisas de Gana (no “CRIG”), um “kit” semelhante para combater o fungo da podridão parda (Phytophthora sp).
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