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17 de dez. de 2019

ÓLEO NAS PRAIAS DO NORDESTE: MAIS UMA POSSÍVEL ORIGEM

Estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a origem do derramamento de petróleo no litoral brasileiro estaria a milhares de quilômetros da costa do País. Mais precisamente as avaliações indicam que o óleo teria se deslocado da região sul do mar da África, em abril, até chegar à costa brasileira, em setembro.
Essa hipótese refuta completamente a linha mais recente de investigações divulgadas pela Marinha e pela Polícia Federal, que apontaram, como principal suspeito pela tragédia, o navio Bouboulina, da empresa grega Delta Tankers. No início de novembro, o Ministério da Defesa, a Marinha e a PF declararam que, por meio de geointeligência, haviam identificado uma imagem de satélite do dia 29 de julho relacionada a uma mancha de óleo a 733,2 quilômetros da costa brasileira, na região leste do Estado da Paraíba. De um dia para o outro, essa mancha teria aparecido, na região por onde o navio passava.
A Delta Tankers negou qualquer tipo de incidente com a embarcação e se prontificou a auxiliar nas investigações. Nesta semana, a Marinha evitou falar sobre o assunto em audiência na CPI do Óleo, instalada na Câmara dos Deputados.

A nova hipótese de que o local de origem seria o mar na região sul da África é detalhada por Ronald Buss de Souza, pesquisador do Inpe que atua no Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) da crise do óleo. Oceanógrafo, Souza é chefe de gabinete e diretor substituto do Inpe. Segundo o especialista, modelos estatísticos que levam em consideração situações tecnicamente reconhecidas sobre as correntes marítimas, vento e ondas indicam que o óleo, que efetivamente chegou ao litoral de forma submersa, teria como origem a região sul da África. O pesquisador, no entanto, não detalhou se seria um acidente com embarcações ou um vazamento.

Fim
O Inpe considera ainda que, apesar de não terem surgido novas manchas no litoral brasileiro, há o risco de que parte do óleo ainda possa estar estocada no fundo do mar, presa a sedimentos. "A gente tem uma hipótese principal de que esse derrame aconteceu a partir de abril deste ano, e as manchas só chegaram ao País, em subsuperfície, de maneira difícil de ser detectada através de imagem de satélite, em setembro", comentou Ronald Buss de Souza, que participou da reunião da CPI do Óleo, na quarta-feira.

A Marinha tem reafirmado que o óleo seria uma mistura de petróleo com origem em poços da Venezuela. Passados mais de cem dias desde a primeira ocorrência do derramamento no litoral da Paraíba, em 30 de agosto, uma faixa de 3,6 mil quilômetros do litoral já foi atingida pelo óleo. São 942 localidades de 129 municípios nas Regiões Nordeste e Sudeste. O levantamento das ações feitas por Marinha, Ibama e demais órgãos que atuam na retirada do petróleo cru aponta que 5 mil toneladas de óleo já foram coletadas. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.


16 de dez. de 2019

COP 25-MADRID 2019 - RESULTADO PRINCIPAL: SERÁ DECIDIDO NA COP26-ESCÓCIA 2020 (!!!)

NÃO É EXAGERO AFIRMAR QUE CADA UMA DESSAS REUNIÕES RESULTA, APENAS, COMO PREPARATÓRIA PARA A PRÓXIMA REUNIÃO 

Reproduzido de: Deutsche Welle 

COP25 chega a acordo final com poucos avanços

Entre impasses e atrasos, países prometem metas climáticas mais ambiciosas em 2020. Brasil quase bloqueia aprovação do documento ao se opor a artigos. Chefe da ONU e ambientalistas criticam resultado da cúpula.
Os países reunidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25) finalmente chegaram a um consenso sobre um acordo final neste domingo (15/12), após estenderem a cúpula em Madri por 40 horas além do prazo oficial.
Quase 200 países participaram da conferência da ONU na capital espanhola, iniciada há duas semanas, em meio a pedidos urgentes da ciência e da sociedade civil para que sejam intensificadas e aceleradas as ações mundiais contra o aquecimento global.
O documento, intitulado "Chile-Madri, hora de agir", foi admitido após um tenso debate com o Brasil, que inicialmente se recusou a reconhecer o papel que os oceanos e o uso da terra desempenham nas mudanças climáticas.
O acordo final da COP25 estabelece que os países terão de apresentar em 2020 compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões a fim de enfrentar a emergência climática e cumprir as metas estabelecidas junto ao Acordo de Paris sobre o clima, de 2015. 
Segundo o texto, o conhecimento científico será "o eixo principal" a orientar as decisões climáticas dos países para aumentar a sua ambição, que deve ser constantemente atualizada de acordo com os avanços da ciência.
O documento inclui ainda "a imposição" de que a transição para um mundo sem emissões tem de ser justa e promover a criação de empregos.
Um dos principais objetivos da COP25, a discussão sobre um quadro regulatório para um sistema de mercado de carbono – sob o qual países que emitiram menos podem vender créditos de CO2 a países mais emissores – acabou ficando de fora do documento. O tema será debatido separadamente.
A conferência visava finalizar um conjunto de medidas para a implementação do Acordo de Paris, cuja meta é limitar o aumento da temperatura global a 2 ºC em relação aos níveis da era pré-industrial, esforçando-se, porém, para não passar de 1,5 ºC até o fim do século.
Neste mês, a ONU afirmou que limitar o aquecimento global a 1,5 ºC exigiria uma queda nas emissões globais de carbono de mais de 7% ao ano até 2030. Enquanto isso, cientistas alertam que a janela para impedir que o clima da Terra atinja pontos irreversíveis está se fechando rapidamente.
Impasse com o Brasil
Após horas de negociações sobre um acordo político final, que atrasou em dois dias o fim da cúpula em Madri, a presidente da COP25 e ministra do Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt, submeteu à votação neste domingo o documento.
Representantes de várias delegações pediram a palavra para algumas objeções. Suíça fez isso justificando que não teve conhecimento do acordo com antecedência; Egito e Malásia disseram ter tido dificuldades para acessar o documento no site da conferência.
Em seguida, o Brasil se pronunciou para manifestar sua relutância em aprovar um texto que incluía referências em dois parágrafos (30 e 31) ao papel dos oceanos e do uso da terra no clima global – respaldado por vários relatórios científicos nos últimos meses.
A intervenção brasileira – cuja delegação é encabeçada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles – gerou uma cascata de declarações de rejeição e reivindicação da importância dos oceanos e da terra no clima, segundo informou a agência espanhola Efe.
Intervieram contra a proposta do Brasil de eliminar esses parágrafos os representantes da Indonésia, Costa Rica, Tuvalu, Belize, Austrália, Nova Zelândia, Ilhas Marshall, União Europeia (UE), Egito, Canadá, Argentina, Butão, Suíça e Rússia, que pediram à delegação brasileira que desistisse dessa solicitação a fim de desbloquear o documento.
A presidente da COP25 chegou a pedir duas vezes ao Brasil para que desbloqueasse o acordo. "Isso é algo muito importante, e eu agradeceria se vocês pudessem aprovar esse documento", afirmou Schmidt.
Em uma primeira intervenção, a delegação brasileira disse que não poderia aceitar esses parágrafos porque "minavam" o equilíbrio do resto do texto, que descreveu como "muito valioso". Diante da insistência da chilena, o Brasil recuou e comunicou formalmente que aceitava o acordo na íntegra, o que foi recebido com aplausos no plenário da conferência.
Após a divulgação do documento, o ministro Salles publicou um vídeo no Twitter em que critica a "visão protecionista, de fechamento do mercado", que segundo ele prevaleceu nesta COP25.
"COP25 não deu em nada. Países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem. Protecionismo e hipocrisia andaram de mãos dadas o tempo todo", escreveu o brasileiro na postagem.
Críticas ao acordo
Ativistas ambientais e Estados menores, bem como o secretário-geral da ONU, António Guterres, também não ficaram satisfeitos com o acordo negociado em Madri ao longo dessas duas semanas, lançando duras críticas ao texto neste domingo.
"Estou decepcionado com os resultados da COP25", afirmou Guterres. "A comunidade internacional perdeu uma importante oportunidade de mostrar maior ambição em mitigação, adaptação e financiamento para enfrentar a crise climática."
Após um ano de catástrofes relacionadas ao clima, incluindo tempestades, inundações e incêndios florestais, bem como greves semanais de milhões de jovens, esperava-se que os governos enviassem um sinal claro de sua disposição em enfrentar a crise climática.
"Essas conversas refletem quão desconectados os líderes dos países estão da urgência da ciência e das demandas de seus cidadãos nas ruas", declarou Helen Mountford, vice-presidente para Clima e Economia do think tank World Resources Institute. "Eles precisarão acordar em 2020."
Segundo os críticos, o documento final da cúpula em Madri não passa de uma declaração modesta que falhou em fazer um apelo claro e inequívoco aos países para que aumentem suas metas de redução de emissões no próximo ano.
"A COP25 demonstrou a falta de ambição coletiva dos maiores emissores do mundo", afirmou Li Shuo, especialista em clima e energia do Greenpeace na China.
Carlos Fuller, representante da Aliança dos Pequenos Estados Insulares, que devem ser duramente atingidos pelas mudanças climáticas e o consequente aumento do nível do mar, disse que tais nações apelaram por metas mais rígidas, mas acabaram sendo deixadas de lado enquanto países maiores dominaram as negociações.
"Somos parte desse processo ou não?", questionou Fuller neste domingo, em conversa com repórteres. No sábado, ele já havia criticado o andamento das negociações. "Todas as referências à ciência ficaram mais fracas, todas as referências à melhoria da ambição desapareceram. Parece que preferimos olhar para trás a olhar para o futuro", declarou.
Com os atrasos para aprovar a declaração final, a COP25 tornou-se a edição mais longa das cúpulas do clima realizadas pela ONU. O evento, que ocorre em Madri devido à desistência do Chile de sediá-lo devido aos protestos contra o governo de Sebastián Piñera, superou a COP17, que se prolongou por 36 horas além do previsto em 2011.
EK/efe/afp/lusa/rtr

12 de dez. de 2019

DESMATAMENTOS ILEGAIS CONTINUAM NA AMAZÔNIA: CASO DE MATO GROSSO


Reproduzido de:


Um relatório técnico produzido pelo Instituto Centro de Vida (ICV) aponta que, entre agosto de 2018 e julho de 2019, 85% dos desmates mapeados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) em Mato Grosso foram ilegais.
Para o instituto, a combinação de desmatamento ilegal e impunidade segue sendo o principal motor da devastação no estado, onde, ao todo, foram derrubados 1.685 km² de florestas.
O número representa 17% do total registrado em toda a Amazônia (o segundo maior percentual, atrás apenas do Pará) e um aumento de 13% em relação ao período anterior. Segundo o relatório, o resultado sinaliza que o ritmo de destruição da floresta no estado ‘continua alarmante’.
Com a maior taxa de desmatamento dos últimos onze anos, em 2019 houve mais que o dobro da área desmatada em 2012, que foi de 757 km².
Isso também significa que é o quinto ano consecutivo que o estado mantém taxas superiores a 1.480 km²/ano, se distanciando das metas de redução do desmatamento assumidas em 2015, durante a Conferência do Clima em Paris.
A situação é potencializada pelas falhas na fiscalização, que não consegue conter o desmatamento ilegal nem mesmo em áreas já incluídas no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
De acordo com o ICV, 56% de todo desmatamento (959 km²) ocorreu justamente em propriedades rurais com cadastro já realizado pelo menos uma vez, ou seja, com localização, limites e proprietários conhecidos do Poder Público.
Nesse grupo, mais da metade das derrubadas se concentrou em imóveis rurais grandes (acima de 1.500 hectares), seguidos dos imóveis médios, que possuem entre 400 e 1.500 hectares (28%). Os polígonos foram superiores a 50 hectares em 82% dos casos de desmatamento em imóveis privados.
“Metade de todo desmatamento em áreas cadastradas ocorreu, portanto, em grandes imóveis rurais e em polígonos maiores que 50 hectares, ou seja, facilmente detectável pelos sistemas de monitoramento via imagens de satélite”, aponta o relatório do ICV.
E ainda, ao separar o desmatamento autorizado e analisar somente o ilegal, o estudo identificou que 74% de toda a ilegalidade aconteceu em apenas 1.065 imóveis rurais, o que representa pouco mais de 1% do total de imóveis cadastrados.
“Ou seja, são poucos os imóveis rurais que descumprem a legislação florestal e colocam em risco a legalidade e sustentabilidade da produção agropecuária de Mato Grosso.”.
[…]

10 de dez. de 2019

DOENÇA FÚNGICA AMEAÇA EXTINGUIR MORCEGOS NOS ESTADOS UNIDOS

Reproduzido do USGS (United States Geological Survey)

Na foto: um morcego amarelo?! Claro que não! É um indivíduo coberto por grãos de pólen!

Infelizmente, a síndrome do nariz branco (em inglês WNS= White Nose Syndrome), uma doença fúngica fatal de morcegos hibernantes, matou mais de seis milhões de morcegos desde 2006, e pode muito bem levar à extinção de certas espécies de morcegos. Morcegos também são suscetíveis a serem mortos ou feridos por turbinas eólicas.

"As pessoas muitas vezes perguntam por que devemos nos preocupar com morcegos, e as evidências sugerem fortemente que os morcegos estão nos poupando muito dinheiro devorando insetos que comem ou danificam nossas culturas", disse Paul Cryan, um ecólogo especialista em  morcegos, do USGS, Serviço Geológico dos EUA. "É obviamente benéfico que morcegos insetívoros estejam patrulhando os céus à noite acima de nossos campos e florestas, e esses morcegos merecem ajuda."

Ao contrário do temido morcego vampiro tipicamente associado ao Halloween, morcegos comedores de insetos realizam serviços valiosos para os seres humanos. Pesquisa feita por Cryan e seus colegas mostra que morcegos comedores de insetos, através de seus serviços gratuitos de controle de pragas, economizam bilhões de dólares na indústria agrícola a cada ano. Um único morcego marrom pequeno, que tem um corpo não maior do que o polegar de um ser humano adulto, pode comer de quatro a oito gramas (o peso de cerca de uma uva ou duas) de insetos a cada noite.

As populações de morcegos dos EUA vêm diminuindo a um ritmo alarmante desde a descoberta da WNS em 2006 no estado de Nova York. Até à data, a doença foi encontrada em 33 estados e sete províncias canadenses e já matou mais de seis milhões de morcegos. O Nordeste, onde o declínio da população de morcegos ultrapassou 80%, é a região mais afetada nos EUA.

Em março de 2016, cientistas do USGS confirmaram a WNS em um morcego do estado de Washington, a cerca de 1.300 milhas da detecção mais ocidental, em Nebraska. O fungo que causa WNS foi posteriormente encontrado em outros morcegos de Washington e em guano de morcego, ou fezes.

A foto acima mostra um morcego marrom, em hibernação, com o nariz infectado pelo fungo (Pseudogymnoascus destructans).

Mais informações, na reportagem original, em
https://www.usgs.gov/news/trick-or-treat-frightening-threats-bats-0

7 de dez. de 2019

MAIS CALOR E MAIS POLUIÇÃO GERAM MENOS OXIGÊNIO NOS OCEANOS

Reproduzido de BBC News

Climate change: Oceans running out of oxygen as temperatures rise https://www.bbc.co.uk/news/science-environment-50690995

Destaques:

Essa é a conclusão do maior estudo deste tipo, realizado pelo grupo de conservação IUCN.
Enquanto o escoamento de nutrientes tem sido conhecido há décadas, os pesquisadores dizem que a mudança climática está tornando a falta de oxigênio pior.
Cerca de 700 locais oceânicos estão agora sofrendo de baixo oxigênio, em comparação com 45 na década de 1960.
Pesquisadores dizem que o esgotamento está ameaçando espécies, incluindo atum, marlim e tubarões.
A ameaça aos oceanos do “run-off” (escorrimento)  de nutriente, dos produtos químicos tais como o nitrogênio e o fósforo das explorações agrícolas e da indústria tem sido conhecida por muito tempo por impactar os níveis de oxigênio nas águas do mar e ainda permanece o fator preliminar, especial mais perto das costas.
No entanto, nos últimos anos, a ameaça das alterações climáticas aumentou.
À medida que mais dióxido de carbono é liberado aumentando o efeito estufa, grande parte do calor é absorvido pelos oceanos. Por sua vez, esta água mais quente pode conter menos oxigênio. Os cientistas estimam que entre 1960 e 2010, a quantidade de gás dissolvido nos oceanos diminuiu em 2%. Isso pode não parecer muito, pois é uma média global, mas em alguns locais tropicais a perda pode variar até 40%.
Mesmo pequenas mudanças podem afetar a vida marinha de forma significativa. Assim, as águas com menos oxigênio favorecem espécies como águas-vivas, mas não tão boas para espécies maiores e de natação rápida, como o atum.

[…]