Existe uma sociedade internacional da restauração ecológica ("SER ─ Society for Ecological Restoration International"), sediada nos Estados Unidos, cujo site é:http://www.ser.org/. Acesse na página inicial desse site, numa coluna na esquerda, o “Restoration Project Showcase” e veja várias fotos de ambientes “antes” e “depois” de restaurados. Infelizmente essa Sociedade não me permitiu reproduzir as fotos dos ambientes restaurados.
"ECOLOGIA PREVENTIVA". E isso existe?! A importância de se restaurar ambientes degradados não se resume ao aspecto puramente paisagístico. Muitos brasileiros, principalmente os residentes em Santa Catarina e Rio de Janeiro, que escaparam das tragédias das enchentes e desmoronamentos (em 2008), assim como os atuais sobreviventes da tragédia repetida (agora, de dezembro/2011 para janeiro/2012), com maior força em Minas Gerais e novamente no Rio de Janeiro, assim como os sobreviventes daquelas enchentes acontecidas em Pernambuco e Alagoas (em 2010)... talvez suspeitem (mas nem todos) de que na maioria das vezes, nossas próprias ações de desmatamento da vegetação ribeirinha, de encostas e topos de morros causam assoreamento dos rios, que facilmente transbordam com poucas horas de chuvas contínuas, deixando para trás mortes e grandes perdas materiais.
Não seria difícil concluir que há muito tempo a maioria desses rios transbordantes deveria ter sido desassoreada e a vegetação de suas margens restaurada. Esta é a "ecologia preventiva". Observem os leitores que na foto abaixo o trecho do rio Jaguaribe,que corta vários bairros de João Pessoa, não tem quase nenhum fluxo de água; condição essa que se agrava durante o período chuvoso. Esse rio corta vários bairros de João Pessoa e vem sendo historicamente tratado com desprezo total pelas autoridades municipais. Alguns de seus trechos constituem-se em planícies de inundação, arrefecendo o impacto das enchentes. Tais locais devem permanecer com vegetação na margem e têm que ser desassoreados.
Observem o desenho ilustrativo abaixo (advertência: sou péssimo desenhista) de duas situações numa encosta de um morro. Na situação natural (parte superior da ilustração), predomina no declive da encosta uma vegetação arbustiva; e na parte plana (no final do declive) predominam árvores. A vegetação arbustiva no declive exerce pouco peso no solo que esteja recebendo muita água das chuvas; e nos momentos de insolação, transpiram e aliviam o peso do solo, que é pouco profundo e que quando encharcado tende a deslizar sobre a rocha que está logo abaixo. No entanto, a vegetação arbórea na parte plana, no final do declive da encosta, exercerá “força de contenção”, opondo-se a um possível deslizamento da encosta. Probabilidade esta que desaparece quando o ser humano efetua um corte na parte inferior do declive (como se vê na ilustração inferior) ao construir uma rodovia ou moradias.

APRENDENDO COM A NATUREZA. E concluindo. A Natureza ensina. É só observar! E os adeptos do novo código florestal, favoráveis aos desmatamentos em margens de rios, encostas e topos de morros, só lamentam quando os rios transbordam, as encostas desmoronam... e culpam (alguns inocentemente, mas outros “cinicamente”) a agressividade da Natureza!!!
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