ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA (III)
Breve narrativa sobre dois insetos que quando ameaçados ou até mesmo, irritados, explodem! Se não isso, no mínimo usam de mecanismos que os fazem imunes a ameaças.
O primeiro deles é o besouro-bombardeiro ou besouro-artilheiro. Vejamos o texto extraído da Wikipédia; e também da interessante obra de “Thomas Eisner (2005). For Love of Insects, Harvard University Press, 448p.” sobre esse inseto:
O termo besouro-bombardeiro (nome científico da espécie da ilustração: Stenaptinus insignis; espécie africana) é a designação comum a diversas espécies de besouros da família dos carabídeos. Também são conhecidos pelo nome de besouro-artilheiro. Esse inseto vive a maior parte do tempo escondendo-se entre raízes de árvores ou debaixo de pedras. Sendo um animal carnívoro, eles se alimentam de insetos de corpo mole.
Esta modesta criatura se defende de uma maneira bastante peculiar; seu corpo possui duas bolsas com substâncias químicas que explodem quando misturadas (peróxido de hidrogênio e hidroquinona), mas são benignas quando mantidas separadas. Assim, a primeira capacidade é que esse besouro possui duas bolsas distintas que mantêm as substâncias químicas separadas até que ele precise da reação química para protegê-lo.
Entretanto, uma outra capacidade se faz necessária para impedir que a explosão que ocorre fora do corpo do besouro atinja-o quando a corrente do produto químico explosivo irrompe para fora do corpo. Se essa corrente fosse contínua, o produto da mistura poderia prejudicá-lo; no entanto, o besouro expele sua corrente em pulsações gotejantes pequenas e contínuas. A pulsação também evita o superaquecimento durante as ejeções. Um superaquecimento também poderia causar desnaturação de proteínas. Para exercer controle sobre a quantidade de secreção expelida em cada descarga ele simplesmente controla a duração da compressão do reservatório. Em breves palavras: “a metralhadora do besouro-bombardeador atira balas líquidas de mesmo calibre”, numa taxa (velocidade e tempo) que ele próprio estabelece e numa quantidade que ele próprio controla.
O outro inseto “explosivo” é a formiga carpinteira (Camponotus spp). Quando a (formiga) operária está sob ataque e sabe que vai perder, ela “explode”. Comprime as paredes de seu abdômen tão rapidamente e com tanta força fazendo explodir o “saco com ácido” que existe em seu abdômen, expelindo toxina (ácido fórmico).
As ilustrações, reproduzidas do livro de Thomas Eisner, de um experimento, mostram que a formiga não reage quando é agarrada pelas costas; somente expele a toxina no momento que “morde um pedaço de borracha que é posto próximo de sua mandíbula”. Ou seja, o ácido fórmico que ela expele exerce ação eficiente somente no local do ferimento da presa (ou inimigo) que ela morde.
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