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29 de nov. de 2012

PARQUE INDÍGENA DO XINGU

Fala-se tanto nas ameaças ao Parque do Xingu, pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, e pouco se conhece da história e valores desse Parque Indígena. Acesse e acompanhe:

Parque Indígena do Xingu

26 de nov. de 2012

CARBONATO DE CÁLCIO EM FALTA PARA CONCHAS DE ANIMAIS MARINHOS


[Reproduzido de New Scientist -BILINGUE]

INGLÊS: Animals are already dissolving in Southern Ocean

PORTUGUÊS: Animais já estão se dissolvendo no Oceano Meridional (ou Oceano Antártico)

Limacina helicina antarctica  (Acima, em condições naturais; Abaixo, com concha corroída)


INGL. In a small patch of the Southern Ocean, the shells of sea snails are dissolving. The finding is the first evidence that marine life is already suffering as a result of man-made ocean acidification.
PORT. Numa pequena mancha do Oceano  Meridional, conchas de caracóis marinhos estão se dissolvendo. A descoberta é a primeira evidência de que a vida marinha já está sofrendo como resultado da acidificação marinha feita pelo homem.
INGL. "This is actually happening now," saysGeraint Tarling of the British Antarctic Survey in Cambridge, UK. He and colleagues captured free-swimming sea snails called pteropods from the Southern Ocean in early 2008 and found under an electron microscope that the outer layers of their hard shells bore signs of unusual corrosion.
PORT. "Isto está realmente acontecendo agora", disse  Geraint Tarling do Levantamento Antártico Britânico, em Cambridge, Reino Unido. Ele e colegas capturaram caracóis natantes livres marinhos denominados pterópodos, do Oceano Meridional, no começo de 2008 e encontraram, em microscopia eletrônica, que as camadas de suas conchas duras mostraram sinais raros de corrosão.
INGL. As well as warming the planet, the carbon dioxide we emit is changing the chemistry of the ocean. CO2 dissolves in water to form carbonic acid, making the water less alkaline. The pH is currently dropping at about 0.1 per century,faster than any time in the last 300 million years.
PORT. Ao tempo em que o planeta aquece, o dióxido de carbono que emitimos está mudando a química do oceano. O CO2 se dissolve na água formando ácido carbônico, tornando a água menos alcalina. O pH está atualmente caindo em torno de 0,1 por século; mais rápido do que em qualquer tempo em 300 milhões de anos.
INGL. Lab experiments have shown that organisms with hard shells, such as corals and molluscs, will suffer as a result. To build their shells, corals and molluscs need to take up calcium carbonate from the water, but more carbonic acid means more hydrogen ions in the water. These react with carbonate ions,making them unavailable to form calcium carbonate.
PORT. Experimentos em laboratório têm mostrado que organismos com conchas duras, tais como corais e moluscos, sofrerão como resultado . Para construírem suas conchas, corais e moluscos precisam absorver carbonato de cálcio da água, porém mais ácido carbônico significa mais íons hidrogênio na água. Estes reagem com íons carbonato, tornando -o indisponível para formar carbonato de cálcio.
INGL. The most vulnerable animals are those, like pteropods, that build their shells entirely from aragonite, a form of calcium carbonate that is very sensitive to extra acidity. By 2050, there will be a severe shortage of aragonite in much of the ocean.
PORT. Os animais mais vulneráveis são aqueles, como os pterópodos, que constroem suas conchas inteiramente da aragonita, uma forma de carbonato de cálcio que é muito sensível à acidez extra. Até 2050 haverá escassez de aragonita na maioria dos oceanos.

25 de nov. de 2012

A PRÓXIMA GRANDE EXTINÇÃO


[Revista Superinteressante]

Estamos acabando com os minérios da Terra. E isso vai inviabilizar várias tecnologias que você usa no dia-a-dia

-  A  A  +
Bruno Garatoni


Enquanto todo mundo se preocupa com o desmatamento e a extinção das espécies, outra catástrofe ecológica se aproxima em que ninguém perceba. Estamos acabando com os minerais da Terra. E isso pode abrir uma crise tecnológica: várias invenções, das mais fúteis às mais essenciais, poderão deixar de existir. Quer um exemplo? As reservas mundiais de lítio parecem gigantescas – 14 milhões de toneladas, que dão para mais de 100 anos no ritmo atual de consumo. (veja quadro abaixo)
Ilustrações Jorge Oliveira{txtalt}






Só que cada carro elétrico, grande esperança para reduzir o aquecimento global, usa pelo menos 8 quilos de lítio. E o mundo produz, a cada ano, 71 milhões de carros. Se todos fossem elétricos, todo o lítio do mundo seria consumido em apenas 12 anos – e não sobraria nada para fazer as baterias usadas em laptops, câmeras e outros aparelhos. Até que a humanidade colonize outros planetas ou aprenda a sintetizar matéria, a saída é uma só: consumir menos e reciclar mais.

Veja em quanto tempo se esgotarão as reservas mundiais, levando em conta o consumo previsto a partir da próxima década – e o que deixará de existir por causa disso.
Veja o quadro com previsões de esgotamento:

23 de nov. de 2012

GLOSSÁRIO DE TERMOS CIENTÍFICOS (E FILOSÓFICOS)




http://db.tt/TXreuMm

Este Glossário foi útil na disciplina Educação Ambiental, que ministrei no mestrado do PRODEMA - Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente, da UFPB.

22 de nov. de 2012

PANTANAL É ALVO DA EXPANSÃO AGROPECUARISTA

[Reproduzido de www.g1.globo.com]



Estudo indica avanço do uso do solo 


De 2008 a 2010, área de vegetação nativa caiu de 86,6% para 86,2%.

Ambientalistas consideram que Pantanal não está livre de ameaças.

Tawany MarryDo G1 MS
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Cavalos pastam em região de área alagada do Pantanal (Foto: Stephanie Molkenthin / Arquivo pessoal)Cavalos pastam em região de área alagada do Pantanal, em janeiro de 2012 (Foto: Stephanie Molkenthin / Arquivo pessoal)
A área de vegetação nativa do Pantanal na região da Bacia do Alto Paraguai caiu de 86,6% para 86,2% no período de 2008 a 2010, o que indica avanço do uso do solo para agricultura e pecuária, conforme levantamento divulgado nesta terça-feira (20), em Campo Grande.
No relatório "Monitoramento das alterações da cobertura vegetal e uso do solo na Bacia do Alto Paraguai (BAP)" também consta que a área preservada no planalto passou de 41,8% para 40,7%.
O monitoramento foi realizado pelas ONGs Conservação Internacional, Fundação Avina, Instituto SOS Pantanal, WWF-Brasil e pela Embrapa Pantanal. Também teve o apoio da SOS Mata Atlântica e da Ecoa-Ecologia e Ação, e execução técnica da Arc Plan.
O primeiro levantamento divulgado anteriormente refere-se ao período de 2002 a 2008.
No relatório divulgado hoje, que abrange período de 2008 a 2010, os ambientalistas apontam que, mesmo mantendo 86,2% de sua área natural conservada, o Pantanal não está livre de ameaças.  A principal preocupação é a conversão do uso do solo para a agricultura e a pecuária, em especial no região de planalto da bacia, onde estão as nascentes dos rios que correm para a planície pantaneira.
As áreas de pastagens aumentaram tanto na planíce - de 11,1% para 11,3% - quanto no planalto, de 43,5% para 43,9%. A agricultura manteve índice estável na planíce (0,3%), mas aumentou de 9% para 10% no planalto.
O relatório foi entregue nesta terça-feira para a vice-governadora em Mato Grosso do Sul Simone Tebet (PMDB), que avaliou de forma positiva o índice de cobertura vegetal, que indicaria pequeno avanço da ação do homem. “Não teve avanço significativo, o estudo mostra que podemos ter esperança e que o Pantanal está sendo preservado”.
Simone disse que a preocupação é com área de cerrado, por conta das queimadas responsáveis por aumento da área degradada. Segundo a vice-governadora, o policiamento está sendo intensificado para evitar a queima ilegal.
O estudo
O monitoramento das alterações da cobertura vegetal e uso do solo no BAP foi feito em território brasileiro, que vai desde as cabeceiras até a confluência do rio Paraguai com o rio Apa, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Essa bacia hidrográfica possui uma área total de 620 mil km², sendo que 60% estão em território brasileiro.
O objetivo do estudo é acompanhar a mudança de uso e ocupação do solo, além das alterações na cobertura vegetal desta bacia hidrográfica, que abriga o Pantanal. Os dados poderam ajudar a entender melhor a reducação na dinâmica de alteração, com a análise de fatores socioeconômicos e também de melhoria de eficiência produtiva da agropecuária nas áreas já consolidadas.

20 de nov. de 2012

FURACÃO SANDY: A FORÇA DA NATUREZA MERECE RESPEITO

A ousadia ou a negligência do ser humano, que , detentor de maior recurso financeiro, quer viver a poucos metros da zona de quebra das ondas do mar, um dia poderá lhe custar caro. Ou ele poderá  se revoltar com as "idiossincrasias" da  mãe Natureza. Esta, por sua vez, mostra claramente ao ser humano, que a estrutura paisagística natural da zona costeira, antes da ocupação humana, garantia sua segurança ante  os impactos violentos da Natureza, como furacões, vendavais e demais intempéries.
As fotos mostradas, foram extraídas do Levantamento Geológico dos Estados Unidos (www.usgs.org). 

RECORDE DOS GASES DO AQUECIMENTO GLOBAL


Não importa se você acredita ou não ! Continuamos contribuindo de maneira crescente. Sempre queimando!

[Reproduzido da revista eletrônica ÉPOCA]


O secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, apresenta o boletim anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM) sobre os gases do efeito estufa na atmosfera (Foto: Salvatore Di Nolfi/AP/Keystone)

A concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, principal acelerador da mudança climática, atingiu novo recorde histórico em 2011. Segundo o último boletim anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM) sobre esses gases, divulgado nesta terça-feira (20), em Genebra, desde a era pré-industrial (1750) foram emitidos para a atmosfera cerca de 375 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, dos quais a metade permanece na atmosfera, enquanto o resto foi absorvido pelos oceanos e pela biosfera.

Os milhões de toneladas de carbono na atmosfera "permanecerão nela durante séculos, o que provocará um maior aquecimento de nosso planeta e incidirá em todos os aspectos da vida na Terra", afirmou o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, ao apresentar o boletim.


MESMO SABENDO QUE HÁ FISCALIZAÇÃO ...


... eles não desistem! É bem possível que eles também saibam que a punição, quando acontece, é branda.

[Reproduzido de www.amazonia.com.br]

Ibama apreende madeira retirada ilegalmente de floresta no oeste do Pará

Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreenderam 915 toras de madeiras nobres, como maçaranduba, ipê e jatobá, durante ação montada para desarticular um esquema de exploração ilegal de madeira no oeste do Pará. A poucos quilômetros de Santarém, os agentes ambientais, que chegaram de helicóptero em uma área isolada da floresta, flagraram os madeireiros em atividade durante o dia e conseguiram apreender um caminhão e dois tratores.
No local, que fica às margens do Rio Curuatinga, os fiscais ainda encontraram uma uma balsa com 70 toras de madeira que seriam levadas para abastecer empresas na capital do estado.
De acordo com os agentes ambientais, essa região do Rio Curuatinga é alvo constante de ações ilegais de extratores de madeira que vêm de Santarém e de municípios como Prainha, Uruará e Medicilândia. Como é uma região extensa e de difícil acesso, os criminosos conseguem escoar facilmente a madeira pelo Rio Amazonas até Belém, de onde é exportada para a Europa e os Estados Unidos.
Segundo informações dos fiscais do Ibama, muitas madeireiras que estão sediadas em Santarém financiam o crime ambiental. O chefe de Fiscalização do Ibama na capital paraense, Tiago Jara, explicou que depois que a madeira é retirada da floresta, os infratores “esquentam” o produto com documentos fraudados, antes mesmo dela ser entregue nos pátios dessas empresas.
No local de extração ilegal, os agentes do Ibama ainda encontraram áreas de estocagem espalhadas na mata ao longo do rio. Representantes do órgão na cidade, garantiram que as margens serão monitoradas de helicóptero até a retirada das toras apreendidas, que serão usadas em obras sociais.
Por: Carolina Gonçalves 
Fonte:  Agência Brasil – EBC
Edição: Aécio Amado

17 de nov. de 2012

"POR ENQUANTO" É EM QUANTIDADE MUITO BAIXA...

...e não preocupa. Mas do jeito que a "coisa" anda ...! um dia, quem quiser viver em grandes centros urbanos, terá que "aspirar um pouquinho ... todo dia"!!![Reproduzido da revista eletrônica ÉPOCA]

16 de nov. de 2012

BELO MONTE: A NOVELA CONTINUA

Em postagem de 20/07/2011 (há mais de um ano e três meses), foi neste blog retratado o drama vivido pelos empreendedores, sob o título: "Belo Monte traz pesadelo logístico para empresas".
E a tragédia continua, como podemos ver abaixo, conforme aqui reproduzo de www.amazonia.org.br:

Força Nacional entra em Belo Monte

A Força Nacional de Segurança Pública entrou em Belo Monte. Ontem, apurou o Valor, um grupo de aproximadamente 20 homens da Força, que é vinculada ao Ministério da Justiça, chegou em Altamira para apoiar as ações de segurança nos canteiros de obra da hidrelétrica, que teve a sua construção iniciada há quase um ano e meio, no rio Xingu, no Pará.
Ao todo, a Força Nacional já conta com cerca de 40 homens na região. Os trabalhos na usina tiveram retorno parcial na noite de ontem. Desde a última sexta-feira, uma série de ações de vandalismo tomou conta dos canteiros de obra da usina. No sábado, um grupo de aproximadamente 30 homens encapuzados entrou em um dos quatro canteiros de obra da usina e iniciou as ações criminosas. No domingo, foi a vez de um segundo canteiro ser invadido. Houve incêndio de ônibus e caminhões, destruição de alojamentos e escritórios, pessoas feridas, roubos e quebra-quebra. Por segurança, o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) optou pela paralisação de 14 mil funcionários.
Ontem, o CCBM fez uma vistoria dos estragos nos canteiros. Ainda não há cálculos precisos sobre os prejuízos.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins (Sintrapav), que representa os trabalhadores na construção da usina, negou qualquer tipo de relação com os atos de vandalismo. As ações ocorreram em meio as negociações da data-base da categoria. Basicamente, o Sintrapav quer uma equiparação salarial dos funcionários de Belo Monte com aqueles que atuam nas usinas de Jirau e Santo Antônio, que estão em estágio avançado de obras no rio Madeira, em Porto Velho (RO). O Valor tentou falar com o CCBM, mas não conseguiu contato até o fechamento desta edição.
Em março do ano passado, a Força Nacional atendeu um chamado da Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia, por conta da violência que pôs abaixo os canteiros da obra de Jirau. Neste ano, a secretaria voltou a pedir ajuda da Força, por conta de tensões causadas durante as negociações salariais dos trabalhadores. [...]
A sequência de paralisações na maior hidrelétrica do país coloca cada vez mais pressão sobre o cronograma. O consórcio Norte Energia, dono do empreendimento, garante que tem seu cronograma mantido, apesar da série de paralisações dos últimos meses. Até agosto, a obra já havia consumido investimentos de R$ 5 bilhões, montante que deverá chegar a cerca de R$ 7 bilhões até o fim do ano.
A usina terá duas casas de força para geração, portanto, duas barragens. A primeira turbina da barragem complementar (Pimental) tem previsão de ser ligada em fevereiro de 2015. Na casa de força principal (Belo Monte), as máquinas devem funcionar de maneira gradativa a partir de março de 2016. Conforme adiantou o Valor ontem, cinco suspeitos foram detidos pela polícia civil no Pará. Há indícios de que essas pessoas teriam ligação com o Conlutas, versão que até o momento é negada pelo sindicato.

Polícia do Pará prende cinco suspeitos de quebra-quebra em Belo Monte

A Polícia Civil do Pará prendeu cinco suspeitos de participarem do quebra-quebra ocorrido em três frentes de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com o superintendente regional da Polícia Civil no Xingu, Cristiano Nascimento, as prisões foram feitas a partir de fotos e filmagens feitas por seguranças do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), grupo responsável pelas obras civis relacionadas ao empreendimento.
“Essas imagens nos possibilitaram identificar cinco pessoas que participaram desses atos de vandalismo. De início eles negaram qualquer participação, mas ao verem o vídeo mudaram de estratégia e passaram a ficar calados durante o interrogatório. Essa é uma atitude típica de quem deve”, disse o delegado à Agência Brasil.
Segundo Nascimento, os cinco presos são ligados à Central Sindical Popular (Conlutas). “Mas ainda é prematuro dizer que esses atos tenham sido premeditados pela entidade”, acrescentou o superintendente da Polícia Civil. [...]

OBS. deste blog: realmente não é nada fácil executar um empreendimento desse porte, aqui no Brasil. Um planejamento, teórico, por mais bem feito que seja, sempre deixa de contemplar um ponto essencial: o cuidado no lidar com o ser humano e suas imprevisibilidades. Imaginem o que acontecerá na implantação das outras mais de 60 hidrelétricas!!!

14 de nov. de 2012

CLONAR É O MESMO QUE PRESERVAR ???

Antes que se pense que a clonagem das espécies em risco seja um meio universal para evitar o desaparecimento de tais animais, "o velho e bom hábito de sempre" o cruzamento no seu habitat natural, é garantia absoluta de sucesso. 
Nunca é demais repetir o que nos deixou Bertolt Brecht  (como advertência): "O verdadeiro papel da ciência não é abrir porta para a sabedoria infinita, mas sim evitar o erro infinito".
[Notícia veiculada internacionalmente, tendo sido este anexo acima, sido extraído da revista eletrônica ÉPOCA ]

13 de nov. de 2012

APENAS 6,2% DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS TÊM PLANO DE REDUÇÃO DE RISCOS

[Notícias reproduzidas das revistas eletrônicas VEJA e ÉPOCA ]



Apenas 344 dos 5.565 municípios brasileiros têm planos municipais de redução de riscos de desastres naturais e recuperação ambiental preventiva, de acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE.
 Cerca de 10% (564) estavam elaborando o documento e 32,5% (1.812) declararam ter algum tipo de programa ou ação de gerenciamento de riscos. A drenagem urbana, presente em 1.135 cidades, e redes e galerias de águas pluviais, construídas em 1.090 municípios, são as ações mais executadas.

Os dados fazem parte da Pesquisa de Informações Básicas Municipais – Perfil dos Municípios (Munic) de 2011, divulgada nesta terça-feira (13). Pela primeira vez, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pesquisou a existência de planos municipais de redução de riscos.

SAIBA MAIS
Para a pesquisadora do IBGE Vânia Pacheco, gerente da Coordenação de População e Indicadores Sociais (Copis), apesar de a taxa de municípios com plano de redução de riscos ser pequena, os números mostram avanços.

“Nem todo município brasileiro precisa realmente de um plano municipal de redução de risco. Seria bom que todos tivessem, mas eu acho que já é um movimento bem positivo, levando em consideração que foi só esse ano também, em agosto, que o governo federal lançou o Plano Municipal de Riscos.”

O plano municipal mapeia riscos ambientais, geológicos, geotécnicos e de construções e traça objetivos, metas e ações para a prevenção e controle de desastres. Os programas ou ações de gerenciamento são intervenções isoladas para prevenir esses riscos, como obras de drenagem urbana, recuperação de várzeas, renaturalização de córregos e construção de muros de proteção e diques.

Entre os municípios grandes, que têm mais de 500 mil habitantes, 20 (52,6%) já têm plano de redução de riscos, oito (21%) estavam fazendo o programa de ações no ano passado e 33 (86,8%) desenvolvem alguma ação preventiva.

12 de nov. de 2012

E A "FARRA" DO DESMATAMENTO SE EXPANDE !!!


[Reproduzido de www.amazonia.org.br]

Desmatamento na Amazônia avança em unidades de conservação

Madeireiros fazem ações pontuais em reservas que não são detectadas pelo satélite

Sobrevoo revela área desmatada na Floresta Nacional de Altamira (Rodrigo Baleia/Divulgação)
Imagens quadriculadas e recortadas dos satélites mostram todo mês como está o desmatamento na Amazônia. Já há algum tempo alertam que, apesar de em geral a taxa estar caindo, é nos lugares onde o desmate realmente não deveria existir – as unidades de conservação criadas para contê-lo – que o problema avança perigosamente. Mas somente voando sob as nuvens é possível observar o tamanho do desafio de resolvê-lo.
Partindo de Itaituba, no oeste do Pará, sobrevoamos um mosaico de áreas protegidas criadas no entorno da BR-163 a fim de conter desmatamentos que a obra poderia causar. Ao entrarmos na Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, a primeira sensação é de alívio. Altamente preservada, faz pensar que teremos de voar muito até achar o problema. Não demora nem cinco minutos. Veios de terra vermelha cortam o verde escuro da floresta. São estradas em operação para todo lado, limpas, abertas para a retirada ilegal de madeira.
Na sequência voamos sobre a Flona Altamira, onde o cenário muda um pouco. Pelos locais onde passamos, a degradação surge em maiores proporções. Grandes áreas onde, depois do corte seletivo de madeira, foi ateado fogo para o início do processo de limpeza que, em mais algum tempo, pode preparar o terreno para a instalação de um pasto.
Estamos a bordo do monomotor de Prefixo PAZ do Greenpeace, onde analistas da ONG tentam identificar visualmente e mapear desmates antes mesmo dos satélites – que não raramente são prejudicados pela presença de nuvens sobre a floresta tropical. O que eles observam é imediatamente georreferenciado e depois cruzado com informações prévias para checar se é algo novo ou não. No dia do nosso voo, no fim de outubro, vimos algo que parecia recente. Um mosaico de áreas desmatadas que, somadas, chegariam a cerca de 1 mil hectares, segundo a análise da ONG. Mais à frente vemos outro mosaico com corte raso e degradação ainda maior, de cerca de 3 mil hectares, já detectado pelo Deter, o sistema de monitoramento contínuo via satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“Coincidentemente, ele fica perto de três fazendas”, ironiza Márcio Astrini, coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace. “Esse desmatamento está na borda de dentro da unidade de conservação. Se o governo quiser diminui-la, já seria um bom lugar para passar o novo risco.” A denúncia desses novos desmates deve ser entregue nesta semana pela ONG ao Ministério Público Federal.
Pressão. Quando as duas Flonas foram criadas (Altamira em 1998 e Jamanxim, em 2006), já havia várias propriedades rurais na região. Em Altamira vemos fazendas consolidadas, com gado e tudo, que vai pressionando trechos de floresta em pé, enquanto o governo federal não resolve o que fazer com esses proprietários. Se eles têm posse legítima, têm de ser desapropriados e indenizados. Mesmo se não tiverem, o governo têm ao menos de pagar pelas benfeitorias. Independentemente disso, porém, novos desmates após a delimitação da área protegida são ilegais (mais informações nesta página).
“Talvez até fossem ocupações legítimas antes, mas depois a coisa avançou como não devia. E muitos outros simplesmente foram ocupando essas regiões à espera de regularização”, afirma Paulo Barreto, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Essa falta de regularização fundiária é considerada um dos motivos para o avanço do desmatamento nas unidades de conservação. Tanto o Inpe quanto o monitoramento paralelo feito pelo Imazon mostram Jamanxim e Altamira liderando as listas de desmate em áreas protegidas neste ano.
De acordo com o Imazon, de janeiro a outubro deste ano Jamanxim perdeu 5.069 hectares, ante 972 ha no mesmo período do ano passado. Em Altamira o problema diminuiu um pouco, mas continua alto: 2.222 ha neste ano, ante 2.465 ha em 2011.
Além da falta de regularização, um outro acontecimento neste ano foi interpretado por muitos como o gatilho dessa onda de desmatamento. No início do ano, o governo federal diminuiu a área de oito unidades de conservação para a construção de hidrelétricas. “Passou a impressão de quando o governo quer reduzir uma floresta é fácil. Deu força para quem faz pressão para diminuir a área de Jamanxim para manter essas fazendas”, complementa Barreto.
Procurado pelo Estado para comentar as denúncias, Roberto Vizentin, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão que cuida das unidades de conservação, disse não acreditar nessa relação de causa e efeito. “A área em que está sendo discutida a desafetação (redução) não é onde estão ocorrendo os desmates”, diz. Segundo ele, desafetar não é uma prioridade do órgão.

[OBS. Esta expressão "não acreditar na relação causa e efeito" também foi usada pelo Presidente do Banco Mundial quando financiou devastações em Rondônia no final dos anos de 1980]
Para os ambientalistas, no entanto, os desmates vão criando o que é interpretado como “fato consumado”. Depois do estrago, os grileiros acham que vai ser mais fácil conseguir o título. “É preciso organizar o ordenamento territorial do oeste paraense e das atividades produtivas. Mas reconhecemos que a velocidade é lenta”, diz Vizentin.
Por: Giovana Girardi
Fonte: O Estado de São Paulo
A repórter fez o sobrevoo a convite do Greenpeace