E a tragédia continua, como podemos ver abaixo, conforme aqui reproduzo de www.amazonia.org.br:
Força Nacional entra em Belo Monte
14 de novembro de 2012 | Filled under Destaques, Newsletter, Notícias |
A Força Nacional de Segurança Pública entrou em Belo Monte. Ontem, apurou o Valor, um grupo de aproximadamente 20 homens da Força, que é vinculada ao Ministério da Justiça, chegou em Altamira para apoiar as ações de segurança nos canteiros de obra da hidrelétrica, que teve a sua construção iniciada há quase um ano e meio, no rio Xingu, no Pará.
Ao todo, a Força Nacional já conta com cerca de 40 homens na região. Os trabalhos na usina tiveram retorno parcial na noite de ontem. Desde a última sexta-feira, uma série de ações de vandalismo tomou conta dos canteiros de obra da usina. No sábado, um grupo de aproximadamente 30 homens encapuzados entrou em um dos quatro canteiros de obra da usina e iniciou as ações criminosas. No domingo, foi a vez de um segundo canteiro ser invadido. Houve incêndio de ônibus e caminhões, destruição de alojamentos e escritórios, pessoas feridas, roubos e quebra-quebra. Por segurança, o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) optou pela paralisação de 14 mil funcionários.
Ontem, o CCBM fez uma vistoria dos estragos nos canteiros. Ainda não há cálculos precisos sobre os prejuízos.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada e Afins (Sintrapav), que representa os trabalhadores na construção da usina, negou qualquer tipo de relação com os atos de vandalismo. As ações ocorreram em meio as negociações da data-base da categoria. Basicamente, o Sintrapav quer uma equiparação salarial dos funcionários de Belo Monte com aqueles que atuam nas usinas de Jirau e Santo Antônio, que estão em estágio avançado de obras no rio Madeira, em Porto Velho (RO). O Valor tentou falar com o CCBM, mas não conseguiu contato até o fechamento desta edição.
Em março do ano passado, a Força Nacional atendeu um chamado da Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia, por conta da violência que pôs abaixo os canteiros da obra de Jirau. Neste ano, a secretaria voltou a pedir ajuda da Força, por conta de tensões causadas durante as negociações salariais dos trabalhadores. [...]
A sequência de paralisações na maior hidrelétrica do país coloca cada vez mais pressão sobre o cronograma. O consórcio Norte Energia, dono do empreendimento, garante que tem seu cronograma mantido, apesar da série de paralisações dos últimos meses. Até agosto, a obra já havia consumido investimentos de R$ 5 bilhões, montante que deverá chegar a cerca de R$ 7 bilhões até o fim do ano.
A usina terá duas casas de força para geração, portanto, duas barragens. A primeira turbina da barragem complementar (Pimental) tem previsão de ser ligada em fevereiro de 2015. Na casa de força principal (Belo Monte), as máquinas devem funcionar de maneira gradativa a partir de março de 2016. Conforme adiantou o Valor ontem, cinco suspeitos foram detidos pela polícia civil no Pará. Há indícios de que essas pessoas teriam ligação com o Conlutas, versão que até o momento é negada pelo sindicato.
Polícia do Pará prende cinco suspeitos de quebra-quebra em Belo Monte
14 de novembro de 2012 | Filled under Destaques, Newsletter, Notícias |
A Polícia Civil do Pará prendeu cinco suspeitos de participarem do quebra-quebra ocorrido em três frentes de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com o superintendente regional da Polícia Civil no Xingu, Cristiano Nascimento, as prisões foram feitas a partir de fotos e filmagens feitas por seguranças do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), grupo responsável pelas obras civis relacionadas ao empreendimento.
“Essas imagens nos possibilitaram identificar cinco pessoas que participaram desses atos de vandalismo. De início eles negaram qualquer participação, mas ao verem o vídeo mudaram de estratégia e passaram a ficar calados durante o interrogatório. Essa é uma atitude típica de quem deve”, disse o delegado à Agência Brasil.
Segundo Nascimento, os cinco presos são ligados à Central Sindical Popular (Conlutas). “Mas ainda é prematuro dizer que esses atos tenham sido premeditados pela entidade”, acrescentou o superintendente da Polícia Civil. [...]
OBS. deste blog: realmente não é nada fácil executar um empreendimento desse porte, aqui no Brasil. Um planejamento, teórico, por mais bem feito que seja, sempre deixa de contemplar um ponto essencial: o cuidado no lidar com o ser humano e suas imprevisibilidades. Imaginem o que acontecerá na implantação das outras mais de 60 hidrelétricas!!!
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