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27 de mar. de 2013

SUPERMERCADOS PARTICIPARÃO DE CONTROLE DE ORIGEM DA CARNE BOVINA


Acordo pela pecuária sustentável é positivo, mas monitoramento deixa dúvidas

Supermercados não devem comprar carne oriunda de áreas desmatadas ou de propriedades com irregularidades socioambientais
27 Março 2013
Desmatamento na Amazônia associado à pecuária
© WWF-Brasil/Bruno Taitson
por Geralda Magela

Brasília (DF) - O termo de cooperação técnica pela pecuária sustentável, assinado por Ministério Público Federal (MPF) e Associação Brasileira de Supermercados (Abras) no último dia 26 é considerado positivo pelo WWF-Brasil. “Acreditamos na construção de soluções pactuadas entre setores a fim de fomentar melhores práticas produtivas da pecuária bovina brasileira”, afirmou a secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito.

O acordo traz mais um mecanismo de controle da origem da carne bovina e estimula as discussões sobre o setor  na sociedade brasileira. A Abras se compromete a informar e a orientar as empresas do setor de supermercados sobre práticas de combate ao comércio de carne bovina proveniente de fazendas nas quais tenham sido comprovadas irregularidades ambientais e sociais, indicadas pelo MPF e pelo Governo Federal.

O objetivo é evitar que supermercados comprem carne oriunda de áreas desmatadas na Amazônia ou de propriedades que apresentem outras irregularidades socioambientais, como invasão de terras públicas, trabalho escravo ou degradante.

As informações serão divulgadas no portal da Abras e em publicações enviadas a seus associados.  A associação incentivará supermercados a informar, nos pontos de venda, a origem da carne e as ações realizadas pela empresa e pelos parceiros para melhorar a cadeira produtiva.

Entre outros pontos positivos destacados por Maria Cecília, do WWF-Brasil, está o fato de o acordo ser assinado por uma instituição representativa de empresas que têm participação significativa no mercado global e também pela possibilidade de envolver o consumidor. “A medida também poderá levar as discussões sobre o setor para a sociedade, e isso é muito salutar”, disse.

No entanto, ainda existem dúvidas sobre como as informações serão coletadas, sobre como será feito o monitoramento e quais medidas punitivas serão adotadas para quem descumprir o acordo. Entre eles, a qualidade dos dados disponibilizados para consulta e quais ferramentas de monitoramento serão utilizadas nos processos comerciais (rastreabilidade, origem, abate, entre outros).  “Também não está claro como e se serão adotadas medidas punitivas”, destacou a secretária-geral do WWF-Brasil.

O WWF-Brasil trabalha com o segmento produtivo da carne estimulando práticas produtivas de menor impacto socioambiental, como a Pecuária Orgânica Certificada no Pantanal e ações educativas junto aos produtores, no Cerrado e no Pantanal.

Também atua no desenvolvimento de estudos sobre a cadeia produtiva em biomas como a Amazônia e por meio da participação em fóruns nacionais e internacionais de discussão, entre ele, Mesa Global e o Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável.

Nesses fóruns, busca construir critérios de melhoria contínua e criar indicadores de avaliação e de monitoramento para toda a cadeira produtiva, e não para apenas um segmento.

26 de mar. de 2013

TOXINA EM VENENO DE ABELHA DESTRÓI ENVOLTÓRIO DO HIV


[Reproduzido da revista eletrônica VEJA]

Título original: "Cytolytic nanoparticles attenuate HIV-1 infectivity"

Periódico "Antiviral Therapy" (Joshua L Hood, Andrew P Jallouk, Nancy Campbell, Lee Ratner e Samuel A Wicklinen)

Instituição: Universidade de Washington, EUA

Resultado: Nanopartículas carregadas com a toxina melitina (encontrada no veneno de abelhas) foram eficientes em destruir a capa protetora do vírus HIV. Ao matar o vírus causador da aids, essa partícula preveniu a disseminação do vírus.
[...]
A toxina melitina, presente no veneno da abelha, tem uma ação tão potente que consegue fazer pequenos buracos na camada protetora que envolve o HIV — assim como outros vírus. Quando essa toxina é colocada dentro das nanopartículas, no entanto, as células normais não são prejudicadas por sua ação. Isso porque a equipe de pesquisadores adicionou uma espécie de pára-choques de proteção em sua superfície. Assim, quando entra em contato com uma célula normal, que é muito maior em tamanho, a nanopartícula se afasta. O vírus do HIV, por outro lado, é menor do que a nanopartícula, cabendo no espaço existente entre esses pára-choques. Ao fazer contato com a superfície da partícula, o HIV entra em contato também com a toxina da abelha. "A melitina forma pequenos complexos de poros e rompe o envelope do vírus, arrancando esse envelope", diz Joshua L. Hood, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.

Ataque — Segundo os pesquisadores, uma das vantagens da nova abordagem é que a nanopartícula ataca uma parte essencial da estrutura viral: o envelope protetor. A maioria dos medicamentos anti-HIV disponíveis hoje no mercado atuam inibindo a habilidade do vírus de se replicar. Essa estratégia, no entanto, não consegue barrar a infecção inicial, e algumas cepas do vírus acabam driblando o remédio e se reproduzindo mesmo assim. "Teoricamente, não há como o vírus se adaptar a nossa técnica. O vírus precisa ter essa capa protetora, essa camada dupla que o reveste."

Além da prevenção na forma de gel vaginal, Hood também espera que essas nanopartículas possam ser usadas como uma terapia para infecções por HIV já existentes, especialmente aquelas resistentes a drogas. Nesse contexto, as nanopartículas poderiam ser injetadas no paciente de maneira intravenosa e, em tese, seriam capazes de eliminar o HIV da corrente sanguínea.

"A partícula básica que estamos usando no experimento foi desenvolvida há muitos anos como um produto sanguíneo artificial", diz Hood. "Ela não funcionou muito bem para a entrega de oxigênio, mas circula de maneira segura pela corrente sanguínea e nos dá uma boa plataforma adaptável para o combate a diferentes tipos de infecção.” Como a melitina ataca indiscriminadamente membranas duplas, o conceito não se limita apenas ao HIV. Diversos vírus, incluindo hepatite B e C, contam com o mesmo tipo de envelope protetor e seriam vulneráveis às nanopartículas carregadas com melitina.

Contracepção — Embora essa pesquisa em particular não se refira a métodos contraceptivos, de acordo com Joshua Hood, o gel poderia facilmente ser adaptado para ter os espermatozoides como alvos. "Estamos olhando também para casais em que apenas um parceiro tem HIV, e que querem ter um bebê", diz Hood. "Essas partículas, por si só, são bastante seguras para o esperma, da mesma maneira que são para as células vaginais."

Embora a pesquisa tenha sido feita em células laboratoriais, Hood afirma que as nanoparticulas podem ser facilmente fabricadas em grandes quantias, em volume necessário para testes clínicos.

FALTA DE ÁGUA NO MUNDO MATA 1 CRIANÇA A CADA 15 SEGUNDOS

[Reproduzido da revista eletrônica ÉPOCA]

A cada 15 segundos, uma criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável, de saneamento e de condições de higiene no mundo, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Segundo representantes de outros 28 organismos das Nações Unidas, que integram a ONU-Água, são cerca de 3,5 milhões de mortos todos os anos.
Ver notícia completa:

http://db.tt/Z8j7GpZy




18 de mar. de 2013

"A GANG DOS OITO" E A MATANÇA DE ELEFANTES


Todos os dias, uma longa lista de criaturas fantásticas são cruelmente chacinadas por caçadores -- deixando-as cada vez mais perto da extinção. Tais criaturas são assassinadas para manter organizações violentas que se enriquecem com produtos fajutos -- as presas de elefantes se tornam bijuterias, os chifres dos rinocerontes viram remédios fajutos para problemas sexuais, e as barbatanas dos tubarões viram sopa. É uma desgraça mundial e a verdade desesperadora é que estamos perdendo essa luta. Mas sabemos como inverter essa situação para salvar esses nobres animais, antes que o último elefante morra. [Trecho inicial reproduzido da "avaaz"]

A pior das ilegalidades de comércio do marfim dos elefantes, vem sendo cometida pela "gang dos oito" países: China, Tailândia, Quênia, Tanzânia, Malásia, Uganda, Vietname e Filipinas. Os principais fornecedores são Quênia, Tanzânia e Uganda; e China e Tailândia são os principais consumidores. Estes dois últimos, ainda resistem a tomar iniciativas para conter tal atrocidade, e por isso correm risco de sofrer sanções comerciais internacionais pela CITES (em português: Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas). Malásia, Vietname e Filipinas participam ativamente do tráfico. Estima-se que em 2011 foram mortos 17 mil elefantes, pelos caçadores ilegais. Com exceção de China e Tailândia , os outros seis já apresentaram planos para conter esta mortandade perversa dos elefantes.



O vídeo abaixo mostra a frieza e a covardia do ser humano

http://www.youtube.com/watch?v=hKKdp9UqzGo&feature=youtube_gdata_player


MAIS INFORMAÇÕES: Tailândia promete proibir comércio de marfim (Lusa) http://noticias.sapo.tl/portugues/lusa/artigo/15816022.html

Colaborar com a organização "avaaz" é uma maneira eficaz na luta para combater essa atrocidade:

https://secure.avaaz.org/po/people_vs_poachers_loc/?bMERdbb&v=23091

16 de mar. de 2013

ÁCAROS NOS COLCHÕES: VIERAM PARA FICAR ... PARA SEMPRE!!!


BILINGUE

INGL.: How bed bugs 'dodge insecticides'
PORT: Como os ácaros de camas "trapaceiam os inseticidas".

[14 de março de 2013,  Rebecca Morelle, Science reporter, BBC World Service]

INGL.: Bed bugs use a range of tactics to render insecticides useless, a study suggests.
PORT.: Ácaros de camas usam uma série de táticas para tornar os inseticidas inúteis, sugere um estudo.

INGL.: Infestations are on the rise around the world, but the pests are growing resistant to some chemicals.
PORT.: Infestações estão aumentando em todo o mundo, mas tal peste cresce sua resistência a alguns pesticidas.

INGL.: Now scientists have found 14 genes associated with a number of biological changes.
PORT.: Agora cientistas encontraram 14 genes associados a um certo número de mudanças biológicas.

INGL.: These include the development of a thicker skin that stops poisons from penetrating, and mutations that prevent toxins from hitting the nervous system.
PORT.: Estas incluem o desenvolvimento de uma "pele" mais espessa que impede a penetração de veneno e mutações que evitam que as tóxicas atinjam o sistema nervoso.

INGL.: The study, published in the journal Scientific Reports, also suggests that some of the bugs are producing higher levels of enzymes that help to metabolise insecticides more quickly.
PORT.: O estudo, publicado no Scientific  Reports,
também sugere que alguns ácaros estão produzindo níveis mais elevados de enzimas que ajudam a metabolizar inseticidas mais rapidamente.
[...]

INGL.: Subba Palli, professor entomology from the University of Kentucky in the US and an author of the study, said that the hardy insects were using a combination of these molecular tricks.
"Some used four different mechanisms, some three and so on," he explained.
PORT.: Subba Palli, professor de entomologia da Universidade de Kentucky nos EUA e um dos autores do estudo, disse que os insetos mais resistentes estão usando uma combinação desses truques moleculares. "Alguns usam quatro diferentes mecanismos, alguns três e assim por diante", explicou.
[...]

INGL.: Direct exposure to insecticides - the most widely used are synthetic organic compounds called pyrethroids - was once an effective way to kill off the pests. But not any more.
PORT.: Exposição direta a inseticidas  -  os mais amplamente utilizados são compostos orgânicos sintéticos chamados piretroides  -  eram de alguma maneira eficientes para matar tais prestes

INGL.: Prof Palli said that the bed bugs had developed a number of biological systems to avoid death by poison.
PORT.: O Prof. Palli disse que os ácaros de camas tinham desenvolvido vários  sistemas biológicos para evitar a morte pôr veneno.
[...]

INGL.: Prof. Palli explained: "In places like India, they are not treated as huge problem pests... People drag their furniture out into the Sun... and the bugs will crawl out and die from the heat."
PORT.: O Prof. Palli explicou: "Em lugares como a India, eles não são tratados como peste de grande problema ... As pessoas arrastam seu móveis para o sol ... e os ácaros se arrastam para fora e morrem com o calor".
[...]

INGL.: "The best option now is to heat the place up to 90-100F (30-35C) so that the bugs will come out and die," he explained.
PORT.: "Agora, a melhor opção é aquecer o local até  30 ou 35 graus Celsius, de maneira que os ácaros saiam e morram" explicou ele.

[BBC © 2013]

9 de mar. de 2013

ABELHAS "VICIADAS EM CAFEÍNA" GARANTEM POLINIZAÇÃO DE PLANTAS


BILINGUE 
[Artigo original em : Science
Vol. 339 no. 6124 pp. 1202-1204 
DOI: 10.1126/science.1228806]
  • REPORT

Caffeine in Floral Nectar Enhances a Pollinator's Memory of Reward

  1. P. C. Stevenson5,6
+Author Affiliations
  1. 1Centre for Behaviour and Evolution, Institute of Neuroscience, Newcastle University, Newcastle upon Tyne NE1 7RU, UK.
  2. 2School of Biology, Newcastle University, Newcastle upon Tyne NE1 7RU, UK.
  3. 3Division of Neuroscience, Medical Research Institute, Ninewells Medical School, University of Dundee, Dundee DD1 9SY, UK.
  4. 4School of Life Sciences, Arizona State University, Tempe, AZ 85287, USA.
  5. 5Jodrell Laboratory, Royal Botanic Gardens, Kew, Surrey TW9 3AB, UK.
  6. 6Natural Resources Institute, University of Greenwich, Chatham, Kent ME4 4TB, UK.
  1. *To whom correspondence should be addressed. E-mail: jeri.wright@ncl.ac.uk
Plant defense compounds occur in floral nectar, but their ecological role is not well understood. We provide evidence that plant compounds pharmacologically alter pollinator behavior by enhancing their memory of reward. Honeybees rewarded with caffeine, which occurs naturally in nectar of Coffea and Citrus species, were three times as likely to remember a learned floral scent as were honeybees rewarded with sucrose alone. Caffeine potentiated responses of mushroom body neurons involved in olfactory learning and memory by acting as an adenosine receptor antagonist. Caffeine concentrations in nectar did not exceed the bees' bitter taste threshold, implying that pollinators impose selection for nectar that is pharmacologically active but not repellent. By using a drug to enhance memories of reward, plants secure pollinator fidelity and improve reproductive success.
Double espresso please <i>(Image: Ocean/CorbisOcean/Corbis)</i>
Double espresso please (Image: Ocean/CorbisOcean
[Reproduzido de NEWSCIENTIST, 8/março/2013]
PORTUGUÊS:  CAFEÍNA NO NÉCTAR FLORAL REALÇA A MEMÓRIA DE RECOMPENSA DO POLINIZADOR 
Compostos da defesa das plantas ocorrem no néctar floral, mas seu papel ecológico não é bem compreendido. Fornecemos evidência de que compostos de plantas alteram farmacologicamente o comportamento do polinizador realçando sua memória de recompensa. Abelhas recompensadas com cafeína, que ocorre naturalmente em néctar  de espécies de Coffea e de Citrus, eram três vezes mais prováveis de se lembrarem de uma fragrância aprendida do que abelhas recompensadas somente com sacarose. Respostas potencializadas por cafeína em neurônio corpóreo  [tipo corpo de cogumelo] [The mushroom bodies or corpora pedunculata are a pair of structures in the brain of insects and other arthropods. They are also known to play a role in olfactory learning and memory = par de estruturas no cérebro de insetos e aranhas desempenhando papel no aprendizado olfativo e na memória] envolvido no aprendizado olfativo e na memória, agindo como um antagonista de receptor de adenosina. As concentrações de cafeína no néctar não excediam o limiar do paladar pelo sabor azêdo, implicando em que os polinizadores impõem uma seleção por néctar que é farmacologicamente ativa mas não repelente. Usando uma substância para realçar memórias de recompensa, as plantas asseguram fidelidade do polinizador e melhoram o processo reprodutivo.

8 de mar. de 2013

DIVERTIDO ! MAS PERIGOSO !!!

 Ou seria ... PERIGOSO!  MAS DIVERTIDO !?
Acesse o vídeo
 http://www.youtube.com/watch?v=fPXkUXXFoCw&feature=youtube_gdata_player

E veja dois aspectos interessantes nesse primata do sudeste da Ásia (Indonésia, Borneu, Sumatra ... ), o gibão, considerado como, provavelmente, o melhor acrobata do mundo. 1) Esse Hylobates sp (H. lar, talvez), exerce a "braquiação" (esse movimento em balanço do corpo pendurado por seus longos braços) com perfeição e muita agilidade. 2) Essa "molecagem" nos faz lembrar que temos com os primatas, mais de 98 por cento de semelhanças!






5 de mar. de 2013

O SENADOR E O MEU ALUNO

O Senador: Blairo Maggi.
Meu aluno: um, dentre os milhares a quem venho ensinando há mais de 40 anos.
Afirmação do Senador à imprensa: "Os radicais querem que o país volte a ser uma floresta só, que vivamos pendurados em árvores comendo coquinhos".
Afirmação do meu aluno (após minha explanação sobre a necessidade de melhorarmos nossa concepção de desenvolvimento sustentável) : "Desse jeito, o senhor está querendo que a gente volte à idade das pedras".

As diferenças entre os dois personagens: o Senador preside a Comissão de Meio Ambiente do Senado.
Meu  aluno: parece esforçar-se para aprimorar seus conhecimentos; e assim, espero que tenha melhorado sua visão de sustentabilidade (e não somente ter adquirido mais um certificado de conclusão de curso!).
As semelhanças: ambos "radicalizam" ao criticarem aqueles que eles, generalizadamente, chamam de radicais .

Quanto ao retorno à idade das pedras, lembro-me do que disse um certo ex-ministro do petróleo da Arábia Saudita: "não foi por falta de pedras que saímos da idade das pedras ". De fato, a ciência e a tecnologia, conquistas da humanidade, jamais deixarão que retornemos à idade das pedras . Aliás, é bem possível que brevemente tenhamos que sair da "idade do petróleo". Tudo me leva a crer que tenhamos que impor limites ao uso de combustíveis fósseis para melhorarmos nossa qualidade de vida; ou melhor ainda, mudar de combustível (energia solar, eólica ...). Respirando ar mais puro, bebendo água de boa qualidade, comendo alimentos saudáveis ...

Tudo isso sem precisarmos viver em florestas, pendurados em árvores comendo coquinhos. Uma observação à gozação do Senador presidente da Comissão de Meio Ambiente : "coquinhos não dão exatamente em árvores, mas em coqueiros ou palmeiras". Mas isto não é relevante.
Preocupa-me o fato de que uma autoridade exagere em suas críticas, mais com o intuito de menosprezar aqueles que respeitam resultados e orientações científicas objetivando melhoria da produtividade agropecuária, ao tempo em que os recursos naturais são preservados para as gerações futuras. Em suma: responsabilidade social, função principal de uma autoridade.
Duvido muito que esse "super plantador de soja", entenda da relevância da preservação da biodiversidade para a vida como um todo, em oposição aos lucros financeiros da monocultura e suas consequências maléficas para a vida. O Senador precisa ler os resultados das pesquisas da Embrapa e de várias outras Instituições brasileiras da área agronômica; estudos do Imazon, por exemplo; ou até mesmo, simplesmente assistir vídeos como o divulgado neste blog, inserido na postagem de 30/06/2012, SISTEMA INTENSIVO E PECUÁRIA SUSTENTÁVEL = GADO + LAVOURA + FLORESTA.

Para o Exmo. Sr. Senador: é um desenvolvimento econômico-social fundamentado em bases ecológicas, sem perdas ambientais físicas, facilmente perceptíveis e frequentemente irreversíveis, que baliza o progresso de uma sociedade, traduzido em qualidade de vida do povo, provido de boa alimentação, bons sistemas de saúde e educação. Mas nunca o consumo material puro e simples.
Para meu aluno: em conseguindo entender a importância da distinção entre crescer e desenvolver ... e que em termos de exploração de recursos naturais temos que respeitar os processos da Natureza ... passe adiante este aprendizado e dê sua contribuição, praticando a real sustentabilidade.

3 de mar. de 2013

DILEMA (?) FLORESTA AMAZÔNICA OU CARNE

Dilema ??  É só aprender como se tornar eficiente na exploração do que já está sendo utilizado na agropecuária e preservar o que ainda existe como reserva natural !!!
Não é demais lembrar que a maior parte das reservas situa-se em ecossistemas que não dispõem de características de solos produtivos (latossolos, pobres em nutrientes minerais para cultivos e pastagens).
A entrevista que segue, reproduzida de www.amazonia.org.br, mostra alguns aspectos que devem ser considerados nesse "dilema".


Amazônia ou mais carne para o mundo?

Proteger a Amazônia ou produzir carne para um mundo cada vez mais carnívoro? Este é um dos grandes dilemas do Brasil, que para o engenheiro Carlos Nobre, doutor em Meteorologia e secretário para políticas e programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), tem solução: uma pecuária mais eficiente.
Segue um resumo da entrevista que Nobre concedeu à AFP à margem da conferência internacional de Academias de Ciências (IAP), realizada esta semana no Rio de Janeiro.
O Brasil é um dos principais emissores de gases-estufa, devido ao desmatamento. Nos últimos anos, o governo tem anunciado reduções recorde no corte ilegal. Em sua opinião, as autoridades brasileiras têm sido eficientes no combate ao desmatamento?
Nobre – Nos últimos 3 a 4 anos, a Amazônia reduziu o desmatamento em cerca de 75% e o cerrado, em cerca de 50%. Manter essas baixas taxas é um esforço permanente. Tem muito a ver com políticas públicas, de fiscalização e controle, mas também com o fato de que a agricultura brasileira começou a se convencer de que o caminho de qualquer agricultura no mundo – e o Brasil é uma potência agrícola – é a eficiência. O desmatamento não tinha nada a ver com eficiência. No Brasil, a média de ocupação de cabeças de gado ainda é muito baixa. São 200 milhões de hectares com 200 milhões de cabeças de gado. Uma cabeça de gado por hectare, quando o potencial econômico de ocupação é de 3 ou 4 por hectare numa pecuária moderna. A Embrapa (nr: Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) tem feito estudos mostrando que o Brasil poderia produzir 20% mais com 35% menos área até 2022. A palavra-chave é eficiência: a pecuária brasileira é muito pouco eficiente.
O Brasil assumiu recentemente metas ambiciosas de redução de emissões, de até 39% até 2020. Isso é factível?
Nobre – As metas são factíveis, em grande parte pela redução do desmatamento ilegal nos grandes biomas, Amazônia e cerrado (…) Como os desmatamentos diminuíram rapidamente, as estimativas de emissões em 2010 indicam uma redução de 40% com relação em 2005. O Brasil está fazendo o seu papel, mas o esforço é permanente. Após 2020, quando teremos uma matriz de emissões muito parecida com a de países industrializados, com a maior parte das emissões de energia e agricultura e não de desmatamento, o desafio ainda é maior porque o caminho é o das energias renováveis, onde o Brasil tem enorme potencial. A agricultura brasileira também tem enorme potencial de reduzir emissões e avançamos muito nessa área. Em 2010 foi lançado o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC)   [ver neste blog, numa das postagens anteriores] e os agricultores finalmente começaram, em 2012, a acessar este crédito, subsidiado para atividades agrícolas. Todas as atividades previstas no programa ABC são de aumento da eficiência, o que eleva a produtividade e diminui as emissões. Com um programa ABC forte, as emissões da agricultura brasileira em 10 a 15 anos vão ser muito menores.
Em janeiro de 2011, grandes deslizamentos provocados por fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro mataram mais de 500 pessoas. Considerando que nos próximos anos o Brasil vai sediar a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o senhor acredita que o país está preparado para reagir rapidamente a um desastre natural?
Nobre – Até o evento da região serrana do Rio, com raríssimas exceções, não se via o desastre natural como algo que pudesse ser prevenido [não era visto por causa da "miopia mental" de governantes; aqui no Brasil é impressionante que as autoridades não dêem atenção ao que a ciência mostra em termos da remoção da cobertura vegetal em locais suscetíveis a enchentes e deslizamentos].  Aquele que foi o maior desastre natural da história do Brasil foi um divisor de águas. A partir dali, rapidamente se desenhou no Brasil o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres naturais, lançado pelo governo em agosto de 2012, com prevenção de longo prazo, remoção de populações que vivem em áreas de altíssimo risco, diminuição de riscos com obras. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação lidera o sistema Alerta, que consiste em passar informação precisa para a Defesa Civil de que há riscos de deslizamentos maciços em algumas horas. Hoje são cerca de 300 municípios monitorados, com mais de 10 mil áreas de risco (mapeadas). Até 2014 serão 800 municípios. Esse novo centro tem 110 profissionais, funciona 24 hora por dia e já lançou mais de 300 alertas.
Fonte: AFP