Projeto "A união faz a força", para preservação da onça-pintada, no pantanal do rio Negro, Mato Grosso do Sul (abaixo, trechos do texto de Marina Schweizer e Lucas Leuzinger)
Reproduzido de:
http://www.oeco.org.br/rastro-de-onca/28653-projeto-oncas-do-rio-negro-a-uniao-faz-a-forca
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A principal fonte de renda nesta parte do Pantanal é a pecuária de cria e a chegada do homem Pantaneiro em nossa região data de mais de 200 anos atrás. Com o pasto natural que se forma nas beiras de baías e salinas, assim como em áreas mais abertas, a região é bastante satisfatória para a atividade pecuária. Ao mesmo tempo, a diversidade de ecossistemas (cerradão, cerrado ralo, mata ciliar, baías, salinas e outros) leva também a uma maior diversidade de animais. Na Fazenda Barranco Alto registramos espécies raras como o cachorro vinagre e o tatu canastra, assim como outras espécies de mamíferos mais comuns do Pantanal. Este fato demonstra que, apesar da atividade pecuária representar um impacto relativo, a região continua bastante preservada, com uma convivência saudável do homem com a natureza.[...]
Em dezembro de 2008, juntamente com a equipe do Instituto Onça-Pintada, conseguimos capturar uma fêmea adulta de 83 kg e cerca de 7 anos de idade, a qual já conhecíamos de outros avistamentos e que chamávamos de "Barbie". Foi colocado nela um colar que emitia sinais VHF e ao longo de 14 meses seguimos com grande assiduidade a rotina de Barbie e de seu filhote fêmea, que nasceu poucas semanas após a captura. Conseguimos desvendar alguns mistérios como o fato de que elas andavam e caçavam muitas vezes longe do rio, mas quase sem deixar rastros. Observamos ainda como Barbie e seu filhote de 8 meses passaram dias dentro de uma pequena invernada com 450 novilhas de 2 anos sem jamais atacarem uma cabeça de gado. Ao contrário, mostraram sua clara preferência alimentar matando 3 porcos-monteiros ao longo de uma semana.
Ao longo dos anos observamos que na região do Rio Negro as onças-pintadas predam principalmente porcos-monteiros, seguidos de capivaras e queixadas. Aqui, a predação em jacarés, item bastante comum em outras áreas do Pantanal, parece ser menor.[...]
Hoje o projeto é constituído por uma aliança de 3 fazendas (Vera Lúcia, Embiara e Barranco Alto) juntamente com o Instituto Onça Pintada. Além disso, contamos com a colaboração e o apoio de todas as fazendas num entorno que cobre uma área de mais de 100 mil hectares. Unidos esperamos fazer uma diferença na conservação deste magnífico animal que é a onça-pintada.
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