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26 de ago. de 2015

BRASIL: TEM METADE DOS AMBIENTALISTAS ASSASSINADOS NO MUNDO

Ambientalista que denunciava madeireiras ilegais é assassinado no Maranhão



Esta semana, mais uma pessoa dedicada a proteger a floresta foi assassinada no país. Raimundo Santos Rodrigues era conselheiro da Reserva Biológica do Gurupi, no Maranhão, e foi morto a tiros quando chegava em casa na tarde desta terça-feira (26). Raimundo sofria ameaças de morte por denunciar madeireiras ilegais que atuam na região.

Maria da Conceição Chaves Lima, esposa de Raimundo, também estava presente na hora da emboscada e foi baleada, mas sobreviveu e está internada no Hospital Municipal de Imperatriz.

Nesta quarta (26), a Polícia Federal afirmou que vai pedir autorização do Ministério da Justiça para investigar o assassinato, já que ele ocorreu dentro da Reserva Biológica, área federal administrada pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio).

A Reserva Biológica do Gurupi protege parte do último remanescente de Amazônia no Maranhão, mas a riqueza da floresta está ameaçada pela ação de madeireiros ilegais. Em novembro de 2013, ((o))eco publicou uma reportagem de Karina Kiotto sobre a situação vulnerável da Reserva, que tem 271.197 hectares.

Mortes de ambientalistas

O assassinato de Raimundo, que deixa 6 filhos, não é um caso isolado. Uma das consequências do avanço do desmatamento e grilagem em terras públicas e áreas protegidas é a violência perpetrada pela ação de pistoleiros. A derrubada de floresta não é só um atentado contra o meio ambiente: muitas vezes está acompanhado de crimes contra a vida humana.

Desde 2002, a ONG Global Witness acompanha casos de assassinatos de ambientalistas no mundo. O Brasil lidera este ranking. De acordo com a organização, entre 2002 e 2013 foram assassinados 448 defensores do meio ambiente no Brasil. A ONG documentou 908 casos em 35 países.


Veja tambémhttp://www.oeco.org.br/noticias/28225-metade-das-mortes-de-ambientalista-no-mundo-ocorreu-no-brasil/



25 de ago. de 2015

VEJAM COMO ANDA A ILEGAL EXPLORAÇÃO DE MADEIRA NA AMAZÔNIA PARAENSE!!!

“O que mais será preciso acontecer para que o governo encare o problema com a devida seriedade"???



ALGUNS TRECHOS DA REPORTAGEM (link acima):

Ilegalidade, violência e crime são palavras que, infelizmente, andam de mãos dadas com a exploração de madeira na amazônia paraense. Desde sexta-feira, forças tarefas já identificaram 33 pessoas na região envolvidas em crimes que vão de estelionato a falsidade ideológica, com o intuito de fraudar sistemas estaduais e federais de controle de madeira.

[...]

Apesar dos louváveis esforços das polícias Civil e Federal e do MPF, fraudes envolvendo os sistemas de controle são perigosamente comuns. Estima-se que cerca de 80% da madeira comercializada pelo Pará seja ilegal. Sem uma mudança profunda, fraudes continuarão ocorrendo e a floresta continuará a cair.

[...]

A adulteração de dados no sistema de comercialização e transporte de produtos florestais da Secretaria de Meio Ambiente, o Sisflora, já é corriqueira. Mas a ação da organização criminosa presa no sábado, pela polícia Civil do Pará, durante a ação “Amazônia Legal”, parece tirada de um filme. O grupo contratou hackers para roubar certificados e as senhas de acesso de superintendentes do IBAMA aos sistemas DOF e Sisflora, para liberar empresas bloqueadas por crimes ambientais.

Segundo a polícia, um dos criminosos contratados obteve o certificado digital do superintendente do Ibama do Pará, Hugo Américo, com a própria empresa de segurança digital, fazendo-se passar pelo mesmo, com um documento falso.

Ao todo, 23 empresas foram desbloqueadas no esquema, ficando livres para movimentar mais de 28 mil metros cúbicos de madeira ilegal, o equivalente a R$ 10,736 milhões. Entre as madeireiras envolvidas estão a Líder, desbloqueada em 9 de fevereiro, a Angelim, liberada em 12 de fevereiro, e a Newcastle, que, segundo a polícia, sequer existe.

[...]

Entre os servidores públicos federais com prisão decretada estão integrantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – incluindo o superintendente da autarquia em Santarém, Luiz Bacelar Guerreiro Júnior – e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de servidores estaduais do Pará.


24 de ago. de 2015

QUANDO UMA ESTRADA CORTA UMA RESERVA

Veja o que ocorre quando uma estrada corta uma área protegida


Assista ao video no Facebook. acessando o link abaixo:


Pergunto:
Seria viável, em algumas dessas áreas protegidas, uma solução semelhante à adotada na Alemanha? (Foto abaixo reproduzida de IDEIA-Instituto de Defesa, Estudo e Integração Ambiental)

Os impactos causados pela BR-101, que corta a Reserva Biológica de Sooretama, no Espírito Santo, são desastrosos para a fauna silvestre da região. A média é de três atropelamentos por dia.

Em vídeo publicado na página do Facebook  Instituto Socioambiental Sooretama, o analista ambiental Valdir Martins, do Instituto Chico Mendes, fala sobre a importância dessa unidade de conservação e das mortes de animais silvestres no trecho de 5 km que divide ao meio a área protegida, alguns deles ameaçados de extinção, como é o caso da onça parda (Puma concolor), do Tatu-canastra (Priodontes maximus) e do Gavião-real (Harpia harpyja).

O vídeo foi feito durante a limpeza de um dos freezers da unidade, utilizado para armazenar os corpos dos animais mortos, vítimas de atropelamento.

“A necessidade de implantar medidas mitigatórias no trecho são apontadas por gestores da UC desde a confecção do seu plano de manejo em 1981. Desde essa época, pouco se fez para minimizar os impactos causados pela rodovia sobre a nossa biodiversidade, esperamos que a concessionária que atualmente cuida da rodovia e os órgãos competentes avaliem com rigor as obras que estão previstas para serem realizadas para ampliação da rodovia, criando alternativas para a fauna que precisa atravessar a via, levando em conta a vulnerabilidade e hábitos de cada grupo faunístico, além de contribuir para a segurança dos usuários” diz o texto que acompanha o vídeo.

[Assista ao video no Facebook, acessando o link mostrado no topo desta postagem]





22 de ago. de 2015

AS VISÕES SE CLAREANDO!!! "ESTAMOS TRABALHANDO PARA INCENTIVAR PRODUTORES A FAZER INTEGRAÇÃO LAVOURA, PECUÁRIA, FLORESTA" (KATIA ABREU, MINISTRA DA AGRICULTURA)

Já foi divulgado neste blog o início de uma ação governamental de crucial importância para a Amazônia:


8 de jun de 2013

GRANDE CONQUISTA À VISTA, EM PROL DO DESENVOLVIMENTO REALMENTE SUSTENTÁVEL

Política de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta entrará em vigor em seis meses


E agora, um "empurrãozinho" muito bem vindo, da Alemanha:




Os governos do Brasil e da Alemanha assinaram nesta quarta-feira (19) três acordos de cooperação na área ambiental que envolvem investimentos de 54 milhões de euros (R$ 209,2 milhões, pela cotação desta quarta-feira).  Os acordos de cooperação são destinados à conservação florestal e à regularização ambiental de imóveis rurais na Amazônia e em áreas de transição para o cerrado.

Dois dos acordos de cooperação firmados têm o objetivo de fortalecer a implantação de políticas brasileiras para proteção e manejo sustentável da biodiversidade, além de políticas de adaptação às mudanças climáticas e para a gestão territorial.

O terceiro acordo, de 23 milhões de euros (R$ 89,1 milhões), firmado entre o Ministério do Meio Ambiente, a Caixa Econômica e o KFW, banco de desenvolvimento alemão, vai viabilizar o Projeto de Regularização Ambiental de Imóveis Rurais na Amazônia e em áreas de transição do cerrado. O contrato de contribuição financeira tem duração de quatro anos.

O projeto vai apoiar o Cadastro Ambiental Rural (CAR) dos imóveis de agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais de Rondônia, Mato Grosso e Pará. Também estão previstas ações de recuperação dos passivos ambientais das áreas de preservação permanente e de reserva legal encontradas dentro desses terrenos.

As assinaturas ocorreram durante cerimônia de abertura da Conferência Florestas, Clima e Biodiversidade, em Brasília, com a participação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, a presidente da Caixa, Miriam Belchior, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e o embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann.

“Estamos trabalhando para que possamos incentivar os produtores a fazer integração entre lavoura, pecuária e floresta. Estamos trabalhando para mostrar ao mundo o que somos capazes de fazer. Estamos muito interessados em fazer mais no mesmo espaço de terra”, disse a ministra Kátia Abreu.

De acordo com ela, o Brasil tem 5 milhões de produtores rurais sem acesso a um sistema de assistência técnica e extensão rural eficiente.  “Queremos ampliar a classe média rural brasileira – 70% estão em classes muito baixas.  À medida que vamos em busca de produtores levando tecnologia, automaticamente ele vai fazer o que os grandes produtores fazem, preservando o meio ambiente.”

Cadastro Ambiental Rural

O projeto foi elaborado em parceria com os órgãos de meio ambiente dos estados contemplados e com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a previsão é que sejam adquiridos produtos, serviços e insumos para apoiar os registros do CAR.

O acordo também conta com a validação de propostas de recuperação ambiental que visem à recomposição, recuperação, regeneração ou compensação das áreas de preservação permanente, reserva legal e áreas de uso restrito dos imóveis rurais.

Um dos acordos firmados visa melhorar os mecanismos do Fundo Amazônia, criado em 2008 para, principalmente, captar recursos para investimentos não reembolsáveis em iniciativas de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de conservação e uso sustentável do bioma.

O projeto terá US$ 4 milhões por um cofinanciamento entre a Noruega e a Alemanha e vai viabilizar o acordo de cooperação técnica Apoio às Atividades de Fomento e de Concessão de Colaboração Financeira Não Reembolsável no âmbito do Fundo Amazônia.

Visita

Nesta quinta-feira (20), a presidente Dilma Rousseff recebe na capital federal a chanceler alemã Angela Merkel, que virá ao Brasil acompanhada de dez ministros. Dilma pretende apresentar a Merkel o plano de concessões na área de infraestrutura e tentar fazer com que empresas da Alemanha participem das obras, informou o Ministério das Relações Exteriores. Angela Merkel desembarca em Brasília nesta quarta.

O Plano de Investimento em Logística foi lançado em junho por Dilma em cerimônia no Palácio do Planalto. Por meio de concessões em áreas como portos, aeroportos, rodovias e ferrovias, o governo estima R$ 198,4 bilhões em investimentos na infraestrutura do país nos próximos anos.

Desde que lançou o programa, Dilma aproveitou viagens internacionais para apresentá-lo a líderes de outros países, como o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi. Em discursos, a presidente tem dito que o Brasil está aberto a investidores estrangeiros.

A Alemanha é atualmente o quarto maior parceiro comercial do Brasil, atrás de China, Estados Unidos e Argentina. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o fluxo comercial entre os países – soma entre exportações e importações – chegou a US$ 20,5 bilhões em 2014.

Além das conversas sobre o plano de concessões, informou o Itamaraty, Dilma abordará na reunião com Merkel no Palácio do Planalto temas como mudança do clima – os dois países participarão de conferência das Nações Unidas sobre o tema em dezembro, em Paris – e reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Outro tema de destaque que será abordado pela presidente e pela chanceler é o da segurança na internet. Brasil e Alemanha se articularam para aprovar na ONU resolução que garante maior privacidade na internet após denúncias de que líderes internacionais, como Dilma e Merkel, haviam sido alvo de espionagem do governo dos Estados Unidos.

Por: Isabella Calzolari
Fonte: G1

20 de ago. de 2015

POSSIBILIDADES TÉCNICO-CIENTÍFICAS DE EXPLOTAÇÃO NA AMAZÔNIA EXISTEM SIM! E SEM DESMATAMENTO!!!



Como melhorar a eficácia dos acordos contra o desmatamento associado à pecuária na Amazônia?

Reproduzido de www.imazon.org.br

Barreto, P., & Gibbs, H. 2015. Como melhorar a eficácia dos acordos contra o desmatamento associado à pecuária na Amazônia? (p. 36) Belém: Imazon

Em 2009, ações do MPF do Pará levaram o governo do estado e proprietários de frigoríficos na Amazônia multados por irregularidades ambientais a assumirem compromissos para, entre outras coisas, reduzir o desmatamento na Amazônia. Para isso, os frigoríficos assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta se comprometendo a só comprar gado de fazendas que atendessem a requisitos socioambientais. Ao mesmo tempo, uma campanha do Greenpeace contra a pecuária ilegal levou quatro dos principais frigoríficos do país na época a assinarem com a organização um compromisso público voluntário pelo desmatamento zero.

Os dois tipos de acordo resultaram em mudanças significativas na cadeia da pecuária. Por exemplo, a proporção de fazendas fornecedoras de carne para o frigorífico avaliado registradas no Cadastro Ambiental Rural subiu de aproximadamente 2% antes do acordo para 96% quatro anos após o acordo. Além disso, o percentual de fazendas que abasteciam o frigorífico avaliado e que haviam desmatado recentemente (entre 2009 e 2013) caiu de 36% antes do acordo para 4% depois do acordo. Porém, o impacto dos acordos no desmatamento foi enfraquecido por duas razões. Primeiro, pelo enfraquecimento das leis ambientais, com a anistia de parte das áreas desmatadas pelo novo Código Florestal em 2012. Segundo, pelo escopo do TAC ser limitado às fazendas de engorda e por fragilidades que favorecem a comercialização de gado de origem ilegal por mecanismos de vazamento (venda para frigoríficos que não cumprem o acordo) e de lavagem (venda de gado de origem irregular por meio de fazendas regulares). Estas falhas refletem vulnerabilidades na produção, armazenamento, controle de qualidade e acessibilidade das informações necessárias para assegurar o cumprimento do TAC, além de falhas na fiscalização do seu cumprimento (por exemplo, o atraso de quatro anos na auditoria prevista para o primeiro ano do acordo).

Para melhorar o desempenho dos acordos, recomendamos implementar e divulgar as auditorias independentes sistematicamente; aumentar o registro e a confiabilidade do Cadastro Ambiental Rural; garantir e ampliar o acesso a dados necessários para o monitoramento do TAC, como a Guia de Transporte Animal; monitorar todo o rebanho, inclusive das fazendas fornecedoras indiretas (isto é, aquelas especializadas em cria e recria); e punir fazendeiros e frigoríficos que burlaram sistemas de controle. Além disso, será necessário aumentar a capacidade da secretaria de meio ambiente para licenciar as fazendas que buscarem a regularização ambiental.


14 de ago. de 2015

ÁGUA: O PREÇO DESTA PRECIOSIDADE!!!

Los Angeles cobre reservatório com bolas de plástico para poupar água

Reproduzido de: g1.globo.com



Los Angeles jogou esta semana as 20 mil bolas de plástico que faltavam para terminar um projeto de cobrir um imenso reservatório de água, o Los Angeles Reservoir,  com 96 milhões desses objetos. O objetivo é economizar 1,1 bilhão de litros de água por ano reduzindo a evaporação, além de prevenir a formação de algas. O custo do projeto é de US$ 34,5 milhões, segundo o "Los Angeles Times". Essa tecnologia já havia sido usada anteriormente em outros reservatórios americanos.

12 de ago. de 2015

EIS O QUE O MUNDO CIVILIZADO TROUXE PARA OS ÍNDIOS NO MATO GROSSO: REFRIGERANTES!!!

Refrigerante e doce provocam epidemia de diabetes em índios em MT



Sentados em círculos, centenas de índios xavantes pintados de vermelho observam o banquete reunido no chão. Mal amanhecia o dia, mas todos passaram as últimas 12 horas de pé, dançando e cantando, na festa que encerrava um ritual sagrado que só ocorre a cada 15 anos.

É hora de repor a energia, mas no banquete quase nada remete à dieta tradicional indígena. Há vários pacotes de pão de forma, farinha de trigo, bisnagas, bolos de caixinha e muito refrigerante.

Famosos pela grande força física e pela veia guerreira, os xavantes estão sucumbindo diante de uma doença silenciosa: o diabetes.

A epidemia é resultado dessa alteração drástica na alimentação dos indígenas, que abandonaram comidas tradicionais, como batata-doce, abóbora e mandioca.

O maior vilão, porém, é a “ödzeire”, ou “água doce”, na língua xavante. O refrigerante virou um vício.

A preferência é pela Coca-Cola, mas o preço inibe a compra. Por isso, recorrem a marcas mais baratas.

Estudo do endocrinologista João Paulo Botelho Vieira Filho, professor adjunto da Escola Paulista de Medicina, aponta que, em duas das principais terras xavantes, Sangradouro e São Marcos, a prevalência de diabetes é de 28,2%. Na população em geral, é 7%.

Metade dos mais de 4.000 indígenas que vivem nessas duas terras estão obesos.

“Nossa força quase não existe mais como antes”, diz o cacique Domingos Mahoro, 58, cuja mulher morreu de diabetes há um mês.

Genética

Quando os xavantes chegaram à aldeia de Sangradouro, no município de General Carneiro (MT), em 1957, eram delgados, magros e fortes.

Originalmente nômades, as primeiras referências aos xavantes remetem ao século 18, na então província de Goiás.

Vieira Filho visita as aldeias anualmente desde 1976. Ainda naquela década, a Funai criou o “Projeto Arroz” para reverter a escassez de alimentos. O arroz integral da roça foi deixado de lado.

“Após o projeto, os índios foram abandonando as roças. E abandonaram o seu cardápio tradicional, que incluía gafanhotos assados, formigas e larvas, ricos em proteínas”, conta o endocrinologista.

Entre os anos 1980 e 1990, chegou o refrigerante. Nos anos 2000, o governo enviava cestas básicas com goiabada, açúcar, macarrão, farinha.

Isso causou um desequilíbrio no organismo dos xavantes. Segundo Vieira Filho, são propensos à obesidade e ao diabetes pois desenvolveram um mecanismo genético que retém energia, vital para tempos de escassez alimentar.

Aposentadorias e o Bolsa Família facilitaram o acesso à cidade mais próxima, a 50 km de Sangradouro, e sua variedade de comida industrial.

Monitoramento

Com uma prancheta, o técnico em enfermagem Constâncio Ubuhu, 39, caminha pelas aldeias anotando os índices de glicemia. Ao lado de cada nome, o número: 200, 300, 400, até 600 mg/dl. O índice normal é considerado abaixo de 100 mg/dl.

Rosalia Ro’odzano, 52, teve a perna amputada. “Eu desmaiava, tinha crises, dores. Comia mesmo muito doce, refrigerante. Percebi como vivia, e mudei. Mas meus filhos comem de tudo.”

Angélica Wautomorewe, 60, tinha uma sede irresistível. Um dia, acordou em uma UTI -ficara um mês em coma. “Eu tomava refrigerante todos os dias”, diz. Ela diminuiu o açúcar e baixou a glicemia. Mas prefere as ervas naturais à insulina.

O problema dos indígenas é o mesmo dos brancos: a tentação. “O refrigerante é uma novidade que veio do céu, é um artificial tão gostoso”, diz Paulo Rawe, 51, há dois anos com diabetes.

A estrutura escassa também dificulta a prevenção. O posto de saúde da aldeia principal está fechado há anos. Nas casas simples de alvenaria, feitas ao estilo tradicional, há geladeira e TV, mas não há banheiro nem água corrente.

As crianças sofrem com o descontrole nutricional. Os bebês nascem com mais de cinco quilos, muitas vezes com deficiências físicas, como lábio leporino e sem orelhas. Abortos e diabetes em adolescentes também são comuns.

Segundo Vieira Filho, a solução é voltar à alimentação tradicional e adquirir novos hábitos. Algumas roças, diz, já são replantadas. E cortar radicalmente o refrigerante.

A esperança depositada nos mais jovens é grande, mas não são poucos os pais que continuam a alimentar os filhos com a bebida doce que, segundo alguns indígenas, “derrete a língua”.

Por: Lucas Reis
Fonte: Folha de São Paulo







8 de ago. de 2015

COMO É DIFÍCIL FAZER COM QUE A CIÊNCIA POSSA SER ÚTIL NO BRASIL!!!

Imagens de satélite mostram gravidade de crise hídrica em SP
Daniel Santini - 05/08/15

Eleitores de São Paulo: anotem os nomes destes senhores legisladores da foto abaixo e lembrem-se que eles são co-responsáveis por prováveis crises hídricas que afetarão a capital.

Deputados estaduais:  Barros Munhoz (PSDB), Campos Machado (PTB), Estevam Galvão (DEM), Itamar Borges (PMDB), José Bittencourt (PSD) e Roberto Morais (PPS).