Reproduzido da BBC - News
Equipe de pesquisa da Universidade do Rio de Janeiro encontrou evidências de que neve e gelo estavam sendo escurecidos pela queima de florestas e de combustíveis fósseis, acelerando a taxa de derretimento, ameaçando suprimentos de água e consequentemente, de alimentos.
O derretimento das geleiras tropicais fornece água para milhões de pessoas na região.
Os cientistas modelaram o movimento e o efeito das partículas de fumaça dos incêndios nas geleiras andinas e verificaram suas conclusões contra imagens de satélite.
E dizem que o impacto será sentido em todo o continente.
O Dr. Newton de Magalhães Neto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, da equipe de pesquisa, disse: “Desmatamento e incêndios na Amazônia - eventos que ocorrem principalmente na Bolívia, Peru e Brasil - não podem ser considerados uma questão regional”.
O Dr. Newton de Magalhães Neto disse: “Uma vez depositado na geleira, o carbono negro escurece a superfície do gelo, o que reduz sua capacidade de refletir a radiação solar - ou a luz solar”.
Essa superfície escurecida absorve então mais da energia do sol, que amplifica o derretimento.
Embora os resultados foram significativos, os pesquisadores disseram que não os viram como uma grande surpresa: o mesmo processo tem sido visto em outras partes do mundo.
“A Groenlândia recebe grandes quantidades de carbono negro provenientes da queima de combustíveis fósseis da América do Norte e das indústrias europeias”, disse o Dr. Newton de Magalhães Neto. E o carbono negro da queima de combustíveis fósseis e biomassa em todo o hemisfério norte acelerou o derretimento das geleiras no Ártico.
Contribuindo para entendermos a Natureza, respeitá-la e continuarmos vivendo!
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29 de nov. de 2019
25 de nov. de 2019
AQUECIMENTO GLOBAL COM ONDAS DE FRIO??
Reproduzido de BBC News Brasil
Em janeiro deste ano, por conta de uma onda de frio intensa que atingiu o Meio-Oeste dos Estados Unidos, Trump tuitou a pergunta: "Se o mundo está ficando mais quente, por que, então, está fazendo tanto frio nos EUA"?
Alexandre Köberle, pesquisador do Grantham Institute na Universidade Imperial College London, uma das mais prestigiosas do Reino Unido, afirma:
“O clima é um panorama mais prolongado e completo dos padrões de tempo. Ele se refere às condições que prevalecem em uma região ou em toda a Terra, e pode ser estudado com uma análise das tendências históricas“.
Em janeiro deste ano, por conta de uma onda de frio intensa que atingiu o Meio-Oeste dos Estados Unidos, Trump tuitou a pergunta: "Se o mundo está ficando mais quente, por que, então, está fazendo tanto frio nos EUA"?
Alexandre Köberle, pesquisador do Grantham Institute na Universidade Imperial College London, uma das mais prestigiosas do Reino Unido, afirma:
“O clima é um panorama mais prolongado e completo dos padrões de tempo. Ele se refere às condições que prevalecem em uma região ou em toda a Terra, e pode ser estudado com uma análise das tendências históricas“.
Sendo assim, quando falam em clima, os cientistas estão se referindo à situação do planeta todo, ao longo do tempo. Ou seja, mesmo que esteja fazendo mais frio que a média em uma região específica, o mundo como um todo está, na média, mais quente - é isso que apontam centenas de estudos feitos por cientistas no mundo todo ao longo de décadas.
Esse aquecimento da temperatura média da Terra - que cientistas creditam aos gases de efeitos estufa produzidos por ação humana - provoca eventos climáticos extremos, desde inundações na África até seca no Brasil, passando por invernos muito mais rigorosos na América do Norte.
"Ou seja, estamos falando de grandes flutuações. E esses eventos climáticos tendem a ficar cada vez mais frequentes e exagerados", explica Köberle.
A Nasa também explica que devemos esperar tempos frios mesmo que as temperaturas do planeta estejam aumentando de forma geral.
"O caminho até um mundo mais quente terá muitos episódios de tempos extremamente quentes e extremamente frios", diz o site da agência.
Isso porque as mudanças climáticas alteram a forma como correntes marítimas, correntes de vento e outros fenômenos meteorológicos funcionam ao redor do mundo, gerando eventos meteorológicos extremos - tanto de frio quanto de calor.
O aquecimento do Ártico, por exemplo, pode fazer com que as correntes de vento polar gelado se desloquem para o sul, causando ondas de frios em lugares onde elas não costumavam ocorrer.
Esse aquecimento, dizem, leva o oceano, livre de gelo, a liberar mais calor. Isso, em contrapartida, enfraquece a circulação de ar frio sobre o Ártico e permite que ele escape para o sul.
"Quando o Ártico está quente, tanto temperaturas frias como fortes nevascas são mais frequentes comparadas com quando o Ártico está frio", disse um estudo publicado na revista científica Natures Communications no ano passado.
"Também descobrimos que, durante o período de aquecimento acelerado, quando o calor do Ártico chega à troposfera superior e parte inferior da estratosfera entre o meio e o final do inverno, o tempo severo de inverno tem se intensificado."
O deslocamento para o sul de ar gelado polar, conhecido como vórtice polar, já vinha sendo noticiado por estudos anteriores. "Em vez de circular sobre o hemisfério norte em uma trajetória regular e previsível, esse vento de alta altitude ziguezagueia sobre os Estados Unidos, o Atlântico e a Europa", diz um estudo publicado em Phys.Org em 2013.
Além disso, como lembra à BBC News Brasil Martin Beniston, ex-diretor do Instituto de Ciências Ambientais da Universidade de Genebra, na Suíça, e um dos maiores especialistas sobre clima no mundo, desde os anos 80, os dias com recorde de temperatura máxima têm sido muito mais frequentes do que os dias com recorde de temperatura mínima.
20 de nov. de 2019
INCÊNDIOS NAS FLORESTAS: EM DISTINTAS REGIÕES DA TERRA
Na Amazônia
Na costa leste daAustrália
No sul da Califórnia
Com os recentes incêndios assolando, principalmente, três muito distantes entre si, regiões do planeta, Amazônia no Brasil, sul da Califórnia nos Estados Unidos e costa leste da Austrália (além dos ocorridos em Portugal e Espanha) este tema merece ser frequentemente contemplado, pelo menos num esforço para entendermos o porquê de tais tragédias repetitivas!
Em postagem neste blog, fiz uma ligação entre os incêndios florestais, principalmente na Califórnia e Portugal, com a engenharia de segurança do trabalho; podendo ser vista em:
https://ecologiaemfoco.blogspot.com/search?q=Inc%C3%AAndios+florestais
Mudanças climáticas e ações antrópicas: em sinergismo.
Podemos dizer, sem fugir ao sentido real ecológico de sinergismo como ação conjunta de dois fatores ou processos gerando um terceiro fator ou processo, que tanto os extremos climáticos recentes como a maneira como os seres humanos vêm lidando com os recursos naturais, têm contribuído com a maior parte dos cataclismos ambientais em evidência em diversas regiões da Terra.
Em tempos de aquecimento global, não é difícil admitir que o clima é fator decisivo para tornar grandes extensões de florestas, vulneráveis ao fogo. Acrescentem-se outros fatores de origem antrópica, como uso e conservação do solo, posse da terra, expansão agropecuária, cultivos homogêneos, manejo e tratos culturais e outros... Cada país e região com suas especificidades. Na maioria predominam ações inconsequentes, sem preocupações preventivas visando evitar ou amenizar o que se sabe que vai acontecer.
Vidas silvestres (plantas, animais, microbiota) e vidas humanas perdem-se como se fossem um mal inevitável. Algumas pessoas chegam a dizer: “as enchentes são piores”! Estas também estão incluídas nas consequências dos extremos climáticos.
No caso dos incêndios na Califórnia, o Serviço de Geologia dos Estados Unidos apresenta um vídeo ilustrando a problemática de tais incêndios, a partir de projeto que contempla o manejo e conservação dos habitats naturais (ecossistemas), analisando tanto os fatores humanos como os naturais. Em reportagem do jornal inglês The Guardian destaca-se:
“O futuro do fogo extremo já chegou"; especialistas afirmam que "os crescentes incêndios não são uma aberração: eles são uma nova realidade".
No caso da Austrália eis o que diz o “Geoscience Australia”, órgão governamental:
“ Bushfires are an intrinsic part of Australia's environment. Natural ecosystems have evolved with fire, and the landscape, along with its biological diversity, has been shaped by both historic and recent fires. Many of Australia's native plants are fire prone and very combustible, while numerous species depend on fire to regenerate. Indigenous Australians have long used fire as a land management tool and it continues to be used to clear land for agricultural purposes and to protect properties from intense, uncontrolled fires”.
Em resumo. As queimadas são intrínsecas aos ambientes da Austrália. Os ecossistemas e a biodiversidade evoluíram acompanhando incêndios históricos e recentes. Muitas plantas nativas são suscetíveis e muito comburentes, enquanto muitas espécies dependem do fogo para regenerar. Os australianos nativos há muito tempo usam o fogo como ferramenta de manejo para limpar a terra para cultivar e (importante destacar) para proteger as propriedades de incêndios intensos e sem controle!
Uma condição, em grande parte, similar a dos nossos cerrados! E em parte, similar à da Amazônia. Os ecossistemas na transição (ou ecótonos) de floresta amazônica e cerrados no estado de Mato Grosso são vulneráveis a tais condições acima descritas.
Áreas fragmentadas na Amazônia, em condições de seca, são mais suscetíveis a incêndios.
As previsões de modelos climáticos para o futuro da Amazônia já são ruins, indicando a ocorrência de fenômenos extremos, de secas e cheias, mais intensos e frequentes. Num artigo publicado na revista científica americana Proceedings of the National Academy of Science pesquisadores demonstraram que incêndios florestais em áreas fragmentadas, em anos de secas extremas, podem degradar permanentemente a floresta.
O estudo foi liderado pelo engenheiro florestal brasileiro Paulo Brando, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e apresenta resultados de experimentos realizados ao longo de oito anos. Uma área no Alto Xingu, sudeste da Amazônia, foi submetida repetidamente a queimadas, para se conhecer como a mata reagia aos incêndios. Os pesquisadores já haviam concluído que a floresta era muito resistente ao fogo. Mas após um ano de seca acima da média, eles descobriram que os efeitos das queimadas eram piores do que eles estavam imaginando.
17 de nov. de 2019
AQUECIMENTO GLOBAL: CONSEQUÊNCIAS DESASTROSAS, DO VÍRUS DA DENGUE ÀS DESTRUIÇÕES PELA ELEVAÇÃO DAS ÁGUAS DOS OCEANOS
Simulações desenvolvidas com modelos processados por supercomputador (o simulador terrestre) e registros de fatos observados em muitos locais de nosso planeta, possibilitam projeções catastróficas para o próximo século; indo da proliferação dos mosquitos vetores da dengue em regiões onde jamais se pensou que eles proliferassem às ocorrências mais frequentes de furacões (tufões, ciclones, até em regiões fora dos trópicos, onde sempre ocorreram) e às invasões das águas de oceanos em ilhas e nas costas de continentes, pelo derretimento de geleiras (da Groenlândia e outras regiões) e do permafrost.
Acrescentem-se ainda os incêndios florestais, como os agora frequentes no oeste dos Estados Unidos e na Austrália; e as secas, como na África do Sul e outros continentes.
Acessar:
https://youtu.be/mdsmT_uyBKY
13 de nov. de 2019
COMER MAIS CARNE! TEM ATÉ FESTIVAL!!!
Uma “tendência” na vida moderna?
O Mahatma Gandhi tinha razão” A Terra produz o suficiente para satisfazer as necessidades de todos os seres humanos. Mas não sua gula”!
Sucesso nos últimos dois anos na agenda gastronômica de São Paulo, a Angus Beef Week chega também a outras duas capitais brasileiras em 2019: Porto Alegre e Curitiba. De 15 a 24 de novembro, alguns dos mais aclamados restaurantes brasileiros abrirão suas portas aos clientes com menus especiais à base de carne Angus Certificada a preços promocionais.
VANTAGENS E DESVANTAGENS DE CONSUMO DAS CARNES VERMELHAS
Acessar:
Instituto do Câncer: https://www.inca.gov.br/alimentacao/carnes-vermelhas
Artigo de revisão, relacionando consumo de carnes a câncer colorretal:
Artigo de revisão, relacionando consumo de carnes a câncer colorretal:
CUSTOS AMBIENTAIS NO CONSUMO DE CARNES
"Vivemos em uma época perigosa. O homem domina a Natureza antes que tenha aprendido a dominar a si mesmo". (Albert Schweitzer)
Vejamos por exemplo, quanta água é gasta em diversos tipos de cultivos e na criação de animais diversos (quadro abaixo).
Vejam o quadro que se segue. Vamos tomar como exemplo carne de carneiro (no topo) que demanda muito mais calorias (grãos e forragem) para produzir proteína (em sua carne) do que a carne de frango (em baixo no quadro) que demanda bem menos calorias para produzir a mesma quantidade de proteína.
4 de nov. de 2019
POR QUÊ AS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA SERÃO, PROVAVELMENTE, MAIORES EM 2019???
Um “presente” para o novo governo?
Reproduzido de:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/09/25/para-especialistas-incendios-na-amazonia-sao-causados-por-desmatamento-ilegal
Especialistas dizem que incêndios na Amazônia são causados por desmatamento ilegal
Augusto Castro | 25/09/2019, 19h06
A maior parte dos incêndios na Floresta Amazônica tem origem no desmatamento ilegal, usado principalmente para abrir áreas para a agricultura e para a pecuária. Além disso, a maioria do desmatamento ilegal ocorre em áreas públicas. Essa foi uma das informações apresentadas por especialistas na audiência pública interativa promovida pela Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC).
Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), afirmou que vem aumentando nos últimos anos o roubo de áreas públicas na região amazônica, sempre com desmatamento.
— Há um aumento muito grande de roubo de floresta pública, de áreas públicas na Amazônia hoje para especulação de terras. Talvez esse seja um dos grandes elementos que impulsionam mais recentemente o desmatamento. Uma parte significativa do desmatamento é por ação de ilegalidades, de grupos criminosos que usurpam o bem público que são as florestas públicas. Isso é roubo de patrimônio público, patrimônio de todos os brasileiros — disse Moutinho.
Ele informou que as terras privadas na Amazônia, em sua maioria áreas agrícolas e de pastagens, correspondem a 21% da área total da floresta e são responsáveis por 35% do desmatamento. Já as terras indígenas têm 25% da área da floresta e respondem por apenas 1% do desmatamento.
Moutinho também afirmou que o Brasil tem todas as condições humanas e técnicas de controlar e reduzir o desmatamento, como teria ocorrido entre 2005 e 2012. Segundo ele, existem atualmente de 15 a 20 milhões de hectares já degradados e abandonados na Floresta Amazônica. Se essa área for recuperada e usada para produção agrícola, pontuou o pesquisador, “não será mais necessário derrubar mais floresta para expandir a produção”.
— O futuro do agronegócio, que é o pilar fundamental da economia desse país, depende da manutenção das florestas em pé, principalmente da Amazônia, que é o irrigador gigante do agronegócio brasileiro — explicou.
Moutinho disse ainda que a grande maioria dos incêndios e queimadas na Amazônia é provocada pela ação intencional do ser humano.
— É extremamente preocupante dos pontos de vista econômico, agrícola e ambiental a continuidade desse processo de desmatamento da floresta — disse o pesquisador.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Alves Borges Azevedo, explicou que o monitoramento da Amazônia é feito com o uso de diversos satélites, cujas imagens são analisadas em um centro de monitoramento. Em seguida, os dados são repassados para o setor de fiscalização. Ele disse que há vários grupos de combate ao desmatamento na região, geralmente grupos de 9 a 12 pessoas que sempre trabalham com apoio das polícias ou da Força Nacional.
Representando a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), Alexandre Gontijo Bahia afirmou que sua categoria é pautada pela legislação ambiental brasileira e por dados técnico-científicos.
Ele afirmou que a Floresta Amazônica realmente não é o “pulmão do mundo”, mas pode ser considerada “uma espécie de coração planetário”.
— Estudos científicos mostram que a Amazônia funciona como uma grande usina de bombeamento hídrico, regional e mundial. É uma espécie de coração planetário, que bombeia água para outras regiões do planeta, em especial a América do Sul inteira. A produção agrícola brasileira depende da floresta. Ela produz água para todo o país sem nenhum custo. É importante dar atenção aos alertas da ciência, ouvir a ciência é fundamental — afirmou o especialista.
Por sua vez, Darcton Policarpo Damião, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), informou que a entidade existe há 58 anos e trabalha com meio ambiente, clima, engenharia espacial e outras áreas. Ele disse que atualmente o instituto usa diversos satélites para acompanhar e monitorar desmatamentos e queimadas na região amazônica.
A audiência pública foi conduzida pelo presidente da CMMC, senador Zequinha Marinho (PSC-PA). Para ele, é urgente e necessária a regularização fundiária na região para facilitar a fiscalização.
Também participaram do debate o deputado federal Leônidas Cristino (PDT-CE) e o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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