Certamente as ÁREAS PROTEGIDAS da Amazônia são o nosso maior patrimônio natural que precisa ser preservado sem limitar esforços!
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https://www.bbc.com/portuguese/brasil-54186760
Pesquisadores apontam que a demora do poder público para intervir no bioma em chamas fez com que as queimadas se propagassem rapidamente na região. Além disso, algumas características do Pantanal dificultam o combate ao fogo.
De janeiro à primeira quinzena de setembro deste ano, o Pantanal teve mais de 2,9 milhões de hectares (= 29.000 km2) atingidos pelo fogo, segundo o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). O número representa cerca de 19% do bioma no Brasil, conforme o Instituto SOS Pantanal. [Obs.: de acordo com o ICMBio, o bioma tem uma extensão de 210.000 km2; sendo assim, os 29.000 km2 queimados correspondem a 13,8% do bioma Complexo do Pantanal].
Desde o início deste ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já foram registrados 15,4 mil focos de calor (que costumam representar incêndios) no Pantanal. É o maior número no período desde 1999, primeiro ano analisado pelo monitoramento que virou referência para acompanhar as queimadas no país.
Nessa reportagem da BBC são destacados os seis fatores tidos como os principais elementos dessa tradédia ambiental:
O ano de 2020 é considerado um dos mais secos da história recente do Pantanal, localizado na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai (BAP).
Nos períodos de cheia, os rios da Bacia do Alto Paraguai costumam inundar milhares de hectares do bioma. "Esse é o ciclo comum. Mas quando há uma seca severa, as coisas mudam e ficam difíceis", explica o biólogo André Luiz Siqueira, diretor da ONG Ecoa - Ecologia & Ação.
Entre outubro e março, a região do Pantanal, importante área úmida do planeta, teve volume de chuva 40% menor que a média do mesmo período em anos anteriores, conforme dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O nível da água no Rio Paraguai, principal formador do Pantanal, estava a 2,10 metros em junho, mês que costuma marcar o pico ao longo do ano. Trata-se da menor marca dos últimos 47 anos, segundo a Embrapa. A média, nesse período, é de 5,6 metros.
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2 - O 'fogo subterrâneo'
Uma característica do Pantanal que dificulta o combate aos incêndios é o fogo de turfa, também chamado de "fogo subterrâneo", que queima sem que as pessoas percebam.
Os sucessivos períodos de secas e cheias nas estações da região criam camadas de matéria orgânica no solo. Os brigadistas costumam dizer que é como se fosse um sanduíche: uma camada de terra, outra de vegetação, outra de terra, e por aí vai.
Ao longo dos anos, esse material se torna altamente inflamável. Quando essa vegetação é afetada por queimadas, o fogo pode atingir uma dessas camadas mais profundas dela, ricas em matéria orgânica e altamente inflamáveis, e se espalhar por baixo da camada mais superficial da terra até encontrar alguma fissura e uma vegetação mais seca para emergir.
"É um combate extremamente perigoso. É preciso muita certeza e conhecimento técnico para saber como atacar o fogo", diz o analista ambiental Alexandre de Matos, que integra o Prevfogo de Mato Grosso do Sul.
O engenheiro florestal Júlio Sampaio, líder da Iniciativa Pantanal do WWF, relata que o fogo de turfa começa lentamente e pode ser possível notar que a região está queimando, em razão da fumaça e da brasa que surgem silenciosamente. "Esses incêndios são lentos e afetam muito a vegetação, o solo e os animais de pequeno porte, que são pegos desprevenidos porque não veem o fogo", explica o especialista.
"O fogo de turfa é mais comum quando não há chuva em abundância. Ele pode durar dias, semanas ou até meses. Em alguns casos, ele só será apagado após período intenso de chuvas", acrescenta Sampaio.
No atual período de seca, o acesso a diversas regiões do Pantanal se torna tarefa complicada. Isso porque o bioma tem inúmeras áreas que somente podem ser acessadas por meio de barcos ou aeronaves.
"Neste ano em que o rio Paraguai está em um nível baixo, a navegabilidade se torna muito mais difícil e lenta. Não são todas as áreas que têm estradas. As equipes de combate se deslocam com dificuldades. Esse tempo perdido para chegar ao fogo faz com que ele possa crescer mais", explica Alexandre de Matos, do Prevfogo.
O uso de aeronaves é considerado fundamental no combate aos incêndios que atingem o bioma.
"O Pantanal é uma região extensa e com grandes fazendas a serem percorridas (cerca de 95% do bioma brasileiro pertencem a propriedades privadas, segundo levantamentos). Não há tantas estradas e em muitas das que existem não é possível trafegar com velocidade", relata Júlio Sampaio.
"Uma das características do Pantanal são os corixos (canais que se formam na cheia do Pantanal). Mas com muita seca, esses corixos se tornam estradas com as quais é preciso usar caminhonetes para tentar chegar a regiões mais afastadas", acrescenta Sampaio.
O engenheiro florestal Vinícius Silgueiro, coordenador de inteligência territorial do Instituto Centro de Vida (ICV), comenta que não há vias de acesso em muitas áreas do Pantanal por se tratar do bioma mais preservado do país. "Há cerca de 83% da vegetação nativa no Pantanal. Consequentemente, as vias de acesso são mais reduzidas que em outros biomas. Por isso, há grandes áreas sem acesso terrestre. São regiões acessíveis em períodos alagados", diz o especialista.
Quando conseguem chegar ao local do incêndio, a equipe pode ter dificuldades causadas pelos ventos, que podem mudar de direção subitamente.
"Algumas pessoas acabam sendo pegas de surpresa por essas mudanças de direção dos ventos. Além de acelerar o fogo e dar mais oxigênio para que ele se expanda, o vento pode reacender pequenos braseiros e resquícios que estão ali e basta um pequeno sopro para reacender", explica André Siqueira, da ONG Ecoa.
Para aqueles que estão no combate direto às chamas, os ventos são considerados "as pernas e o volante do fogo". "Se o vento está rápido, o fogo também estará. Se venta para a direita, o fogo vai para a direita. É o principal fator para determinar a intensidade e a direção do fogo", explica Alexandre de Matos, do Prevfogo.
"No período da manhã são ventos mais calmos e ao longo do dia ficam mais intensos. Os ventos quentes do Norte que seguem para o Sul têm dado a direção no incêndio do Pantanal. Por isso, a fumaça tem chegado a Curitiba (PR). Além disso, no local do incêndio, o fogo também pode criar os próprios ventos e mudar a direção, como para Leste ou Oeste", diz Matos.
Não é incomum, por exemplo, que o vento na região da queimada mude de direção ao fim de um dia de trabalho no combate ao fogo, após os profissionais passarem horas fazendo aceiros (técnica de retirada de uma faixa da vegetação para tentar conter o avanço do fogo).
Matos pontua que é importante que os profissionais que atuam no combate aos incêndios tenham capacidade técnica para avaliar o ambiente. "É fundamental entender o momento em que o vento pode mudar de lado", explica o integrante do Prevfogo.
Os incêndios que atingem o Pantanal têm causas humanas, segundo especialistas. Segundo Júlio Sampaio, do WWF, uma das principais causas atualmente são as práticas agrícolas e pecuárias, que têm o fogo como importante recurso.
"O fogo que estamos vendo no Pantanal não é natural. Ele poderia ser evitado. Há medidas que poderiam ser tomadas para diminuir a severidade desses incêndios. O problema é que no Pantanal existe essa cultura do uso do fogo como ferramenta de trabalho entre fazendeiros e ribeirinhos", diz o especialista.
O especialista ressalta que o uso do fogo acabou saindo do controle no bioma, principalmente diante da seca histórica da região.
Uma perícia divulgada pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT) apontou que o fogo que atinge o Pantanal em Mato Grosso é causado por ações humanas, em situações como queima de pasto, fogo em raízes de árvores para a retirada de mel e incêndios em equipamentos agrícolas. A Delegacia de Meio Ambiente (Dema-MT) apura a situação.
Sampaio comenta que o fogo é uma ferramenta prevista em Lei em diversos períodos.
"Mas é preciso haver autorização para o uso. Tanto na agricultura quanto na ecologia, há formas de usar o fogo para manejo de terra. Mas não podem fazer isso sem informação, sem olhar a situação climática, a questão das chuvas, do vento e da umidade. A falta de responsabilidade sobre o controle e o monitoramento do fogo é extremamente prejudicial", relata.
"Todas as pessoas no Pantanal ou cidades próximas precisam saber que o uso do fogo deve ser completamente suspenso em determinado período do ano, sob o grande risco de incêndios. Se não houver esse esclarecimento, situações semelhantes à atual continuarão existindo", declara Sampaio.
A secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, afirma que é fundamental que as pessoas entendam a necessidade de não adotar práticas com fogo neste momento. Ela conta que mesmo com as queimadas intensas das últimas semanas, há registros de moradores que adotaram práticas de risco em áreas próximas ao Pantanal recentemente.
"No último fim de semana, tivemos casos de pessoas usando fogo (nas proximidades do Pantanal) para ações como limpeza de área. Se isso se transforma em incêndio, não há o que fazer", diz Mauren à BBC News Brasil.
Segundo ela, os flagras relacionados a fogo em regiões próximas ao Pantanal têm sido comuns, mesmo no atual período.
"Há muita cobrança a respeito do poder público, mas é preciso conscientizar a população de que não deve fazer atividades com fogo neste momento", afirma.
[Obs.: não se deve esquecer o destaque à causa número 3, descrita acima]
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil consideram que os governos estaduais e federal demoraram para agir em relação aos incêndios no Pantanal. Eles apontam que a região sofre com a seca e um número incomum de queimadas desde os primeiros meses do ano, mas as autoridades só demonstraram preocupação com o bioma quando os incêndios atingiram níveis alarmantes.
Representantes de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul negam que tenham demorado para agir no combate aos incêndios do Pantanal. Eles afirmam que desde o início do ano têm acompanhado a situação do bioma e alegam que tomaram medidas conforme a disponibilidade de pessoas e equipamentos de cada um dos dois Estados.
Em meados de julho deste ano, o governo federal publicou um decreto em que proibiu queimadas em todo o território nacional por 120 dias. Especialistas apontam que a medida é ineficaz, pois não há intensa fiscalização sobre o assunto.
Um levantamento feito pela BBC News Brasil apontou que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) diminuiu o ritmo das operações de fiscalização em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Segundo o levantamento, que comparou dados de janeiro a setembro, as autuações no bioma (como desmatamento e queimadas ilegais) caíram 48% neste ano, em comparativo ao mesmo período de 2019.
Servidores ouvidos pela reportagem da BBC News Brasil, publicada na terça-feira, relataram que a queda de autuações do Ibama ilustra a redução do número de fiscais do instituto.
"O número de autuações lavradas é um dado importante que pode traduzir o esforço do governo em punir realmente aqueles que cometem crimes ambientais. Quanto menor a presença da fiscalização em campo, fazendo o seu trabalho de responsabilizar os infratores, maior a sensação de impunidade", disse um servidor do órgão, sob condição de anonimato.
O Ibama e o Ministério do Meio Ambiente não responderam ao questionamento da BBC News Brasil sobre os motivos para a queda de multas aplicadas nos Estados do Pantanal.
Em 25 de julho, o governo federal, por meio do Ministério da Defesa, encaminhou profissionais e aeronaves para ajudar no combate ao fogo no Pantanal, pouco após as queimadas se intensificarem na região.
O Ministério da Defesa afirma que há, no combate ao fogo no bioma, "200 militares e 230 agentes de órgãos como Corpo de Bombeiros Militar de MT e MS, Secretaria de Estado de Segurança Pública (de MT e MS), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)."
Ainda segundo a pasta, 14 aeronaves têm sido utilizadas no combate aos incêndios, entre helicópteros e aviões.
Nesta semana, o governo federal reconheceu oficialmente que há uma situação de emergência nos Estados do Pantanal Brasileiro. A medida permite que a União faça repasses adicionais de recursos para os governos estaduais, para reforçar o combate ao fogo.
Na quarta-feira (16/09), o governo federal liberou R$ 3,8 milhões para auxiliar no combate às queimadas em Mato Grosso do Sul e R$ 10,1 milhões para Mato Grosso.
Para especialistas, as ações das autoridades devem ter pouco resultado no combate às queimadas no Pantanal, em razão do atual cenário do bioma destruído pelo fogo.
"O governo não mandou equipe suficiente para ajudar a combater o fogo nas proporções que atinge o Pantanal. Falta empenho para resolver esse caso dramático. Deveriam mobilizar muito mais profissionais para ajudar", diz Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas, iniciativa que monitora a situação dos biomas brasileiros.
Sampaio, do WWF, considera que, além de uma equipe pequena, há poucas aeronaves e equipamentos insuficientes para combater as chamas no Pantanal. Por isso, segundo ele, os incêndios continuam avançando com rapidez pelo bioma.
"Na magnitude atual do fogo, é uma situação muito difícil. Se juntarmos todos os esforços de Mato Grosso do Sul, por exemplo, poderia dar um alento, mas seria insuficiente (para controlar os incêndios no Pantanal)", diz Alexandre, do Prevfogo.
Grande esperança para amenizar a tragédia no Pantanal, a chuva na região ainda é incerta. "Em nossas análises, não há previsão (de chuva) por enquanto. A expectativa é de que chova no fim de outubro", diz Marcos Rosa. "Somente a chuva, por vários dias, pode diminuir esses incêndios. Se a seca perdurar por mais um ou dois meses no Pantanal, a situação vai ficar realmente sem controle", acrescenta o coordenador técnico do MapBiomas.
O Pantanal, maior área úmida continental do planeta, enfrenta uma série de problemas que, segundo especialistas, favoreceram o rápido avanço do fogo neste ano.
Entre outubro e março — considerada época chuvosa —, o bioma, localizado na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai (BAP), teve volume de chuva 40% menor que a média do mesmo período em anos anteriores, conforme dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A situação fez com que o rio Paraguai, principal formador do Pantanal, registrasse o menor nível das últimas décadas. Em junho, quando o rio costuma registrar o seu pico ao longo do ano, o nível da água chegou a 2,10 metros. Trata-se da menor marca dos últimos 47 anos, segundo a Embrapa. A média, nesse período, é de 5,6 metros.
Pesquisadores ainda avaliam as causas da pouca quantidade de chuva no bioma desde o começo de 2020. Mas acreditam que possa estar relacionado a fenômenos climáticos.
Alguns estudiosos acreditam que uma das explicações para a baixa quantidade de chuva no Pantanal é o fenômeno conhecido como "rios voadores", no qual a corrente de umidade que surge na Amazônia origina uma grande coluna de água, que é transportada pelo ar a vastas regiões da América do Sul. Diante do desmatamento da Floresta Amazônica, que também sofre duramente com as queimadas, esse fenômeno perde parte da capacidade de levar água a outras regiões.
"Não são apenas questões climáticas que culminaram na atual situação das queimadas no Pantanal. É uma combinação de fatores", ressalta o engenheiro florestal Júlio Sampaio, líder da Iniciativa Pantanal do WWF.
Um dos fatores que colabora para a propagação das queimadas é o crescente desmatamento — ação que tem o fogo como forte aliado. De acordo com o Inpe, 24.915 km² do Pantanal, correspondente a 16,5% do bioma, foram desmatados até o ano passado. O número equivale, por exemplo, a pouco mais de quatro vezes a área de Brasília.
Um levantamento do Ministério Público de Mato Grosso do Sul apontou que cerca de 40% do desmatamento na área do Pantanal do Estado podem ter ocorrido de forma ilegal, pois não foram identificadas autorizações ambientais.
Uma perícia feita recentemente pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT) apontou que o fogo que atinge o bioma em Mato Grosso é causado por ações humanas, em situações como como queima de pasto, fogo em raízes de árvores para a retirada de mel e incêndios em equipamentos agrícolas. A Delegacia de Meio Ambiente (Dema-MT) apura a situação.
A imensa maioria dos incêndios, segundo especialistas, começa em propriedades privadas — mais de 95% das áreas do bioma são particulares. "O fogo no Pantanal não surge naturalmente, principalmente em um período sem raios. Esse incêndio precisa ser provocado pela ação humana", relata Sampaio.
"O fogo está presente nas práticas de manejo dos pantaneiros e ribeirinhos, para a limpeza e preservação de área. Mas quando acontece queimada em uma situação como a atual, de extrema seca, o fogo, que antes era controlado, pode fugir do controle e avançar para diversas regiões, como tem acontecido", pontua o engenheiro florestal.
O especialista salienta que, por haver muita vegetação, um pequeno incêndio no Pantanal logo atinge grandes proporções em um cenário de seca. "No ano passado, já havia sido uma situação bastante difícil. Mas em 2020 foi muito pior", declara Sampaio.
Em 2019, segundo o Inpe, foram registrados 3.165 focos de calor entre janeiro e agosto. No mesmo período deste ano, os registros foram mais que o triplo: 10,1 mil focos.
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O Brasil registrou 8.373 incêndios em sua parte da floresta amazônica nos primeiros sete dias de setembro, mais que o dobro do número de incêndios no mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Uma preocupação urgente é que 27% dos maiores incêndios até agora em setembro foram em florestas intocadas, ao invés de áreas recentemente desmatadas ou terras agrícolas onde as chamas são mais contidas, de acordo com uma análise de imagens de satélite realizada pela Amazon Conservation, organização sem fins lucrativos com base nos Estados Unidos, à qual a Reuters teve acesso exclusivo.
O número é 13% maior que em agosto.
“É muito mais desse cenário de incêndio descontrolado que está sendo desencadeado”, disse Matt Finer, que lidera o projeto de rastreamento de incêndio da organização.
“Não temos ideia para onde vão esses incêndios, quando vão parar. E, à medida que a estação seca se intensifica, só vão piorar.”
Considerando todos os tipos de incêndios, setembro já teve uma média de 53 grandes queimadas por dia na primeira semana, contra 18 por dia em agosto, de acordo com a Amazon Conservation.
A instituição define grandes incêndios como aqueles que emitem fumaça suficiente para indicar que uma grande quantidade de biomassa está queimando, enquanto os dados do Inpe são baseados em pontos de calor, que também detectam incêndios menores.
O número do Inpe, que mostra que os incêndios dobraram, pode estar subestimado porque um problema com um satélite da Nasa fez com que dados parciais fossem informados até 2 de setembro, embora a questão tenha sido resolvida nos dias subsequentes, de acordo com a Nasa e o Inpe.
Os dados revisados do Inpe devem mostrar que os incêndios atingiram a máxima de 10 anos em agosto, um índice ainda pior do que no mesmo mês do ano passado, quando os incêndios na Amazônia provocaram protestos globais.
Fonte: Reuters
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https://www.oeco.org.br/reportagens/bancos-injetaram-r-235-bilhoes-em-frigorificos-desmatadores-desde-o-acordo-de-paris/