Total de visualizações de página

30 de mar. de 2021

COMO É DIFÍCIL GOVERNOS E EMPRESAS ESTATAIS DE ECONOMIA MISTA COMPREENDEREM SOBRE “SERVIÇOS AMBIENTAIS”

 


… E QUE APLICAR PARTE DOS LUCROS NA MELHORIA DE TAIS SERVIÇOS, GERA DIVIDENDOS!!! 





Os destaques acima são reproduzidos de oeco.org.br

O link abaixo é de palestra que proferi na sede do Ibama (João Pessoa, PB), sobre a importância dos Serviços Ambientais que a Mata do Buraquinho provê a essa cidade.

https://www.dropbox.com/s/oza0altfdf4cc96/SERVI%C3%87OS%20AMBIENTAIS-Mata%20do%20Buraquinho.pdf?dl=0

29 de mar. de 2021

ATÉ QUANDO O “OLHO GRANDE” NAS TERRAS INDÍGENAS?

 



A mineradora canadense Belo Sun experimentou um retrocesso em seus planos de abrir uma grande mina de ouro no rio Xingu: perdeu a autorização para se reunir com comunidades indígenas durante a pandemia devido a uma campanha de pressão de líderes indígenas e organizações de direitos humanos. 

Os grupos começaram a se mobilizar após a publicação de um white paper, em 10 de fevereiro de 2021, pela Fundação Nacional do Índio - FUNAI. Forneceu detalhes sobre “protocolos de saúde” para que Belo Sun pudesse realizar reuniões presenciais e virtuais para apresentar e validar seu Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para indígenas residentes em Terras Indígenas no estado do Pará.

Após a publicação do jornal, a FUNAI autorizou reuniões presenciais entre Belo Sun e os povos indígenas que seriam impactados pelo projeto proposto. A Amazon Watch, em conjunto com uma coalizão de organizações, divulgou um comunicado se opondo a essa decisão , por ter sido tomada durante um dos momentos mais perigosos da pandemia COVID-19 no Brasil. Os povos indígenas continuam sendo um dos grupos mais afetados e vulneráveis. Até o momento, o país registrou mais de 266 mil mortes e 11 milhões de casos e cerca de 994 indígenas brasileiros morreram desde o início da pandemia COVID-19 em março passado, segundo a Associação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a maior associação indígena do Brasil. 

A declaração da coalizão seguiu uma forte recomendação da Defensoria Pública da União (DPU), que instou a FUNAI a não autorizar ou participar de reuniões presenciais enquanto a crise do COVID-19 ainda representar uma ameaça aos povos indígenas da região. Altamira - cidade que inclui as terras indígenas onde seriam realizadas algumas dessas reuniões presenciais - registrou 19,1 mil casos até o momento. Além disso, a taxa de ocupação do hospital regional ultrapassou 90%.

Na quarta-feira, dia 17, a FUNAI havia retirado sua decisão e vetado qualquer confronto entre integrantes da empresa e os indígenas da Volta Grande do Xingu. Embora a paralisação total de todas as atividades seja o passo mais adequado, Belo Sun continua mais preocupada em agilizar o processo de aprovação de sua licença ambiental do que com a vida dos povos indígenas. Um encontro cara a cara com povos indígenas de diferentes comunidades na cidade de Altamira poderia ter consequências catastróficas para sua saúde e sobrecarregar ainda mais o sistema de saúde.

Volta Grande do Xingu, um dos lugares de maior biodiversidade do mundo, já enfrenta os impactos negativos da hidrelétrica de Belo Monte. O projeto também está repleto de diversos problemas técnicos, uma vez que relatórios de especialistas e pesquisadores recentes atestam que o projeto é inviável do ponto de vista socioambiental e levantam preocupações sobre seus impactos nas comunidades indígenas. Nesse contexto, as autoridades brasileiras devem garantir a proteção dos povos indígenas e atender às graves deficiências técnicas do projeto. Quando autorizaram reuniões presenciais, tanto a FUNAI quanto o governo brasileiro deixaram claro de que lado estão: o das grandes mineradoras. 

Belo Sun planeja se tornar a maior mineradora de ouro a céu aberto do Brasil ao atropelar os direitos das comunidades da Volta Grande do Xingu. Além dos índios Juruna (Yudjá) e Arara, a região abriga outros grupos indígenas e diversas comunidades ribeirinhas. Ao contrário do que afirma a empresa, essas comunidades ainda não foram devidamente consultadas sobre um projeto que pode mudar irreversivelmente suas vidas e suas terras tradicionais.

Com nossos parceiros no Brasil e no Canadá, como Mining Watch, Rede Xingu +, Movimento Xingu Vivo para Sempre, Instituto Socioambiental (ISA), International Rivers, Above Ground e a Associação Interamericana de Defesa Ambiental (AIDA), Amazon Watch tem resistido e advogando para que as vozes das comunidades afetadas sejam ouvidas, continuando a destacar os impactos de mais um projeto de mineração destrutivo.

Belo Sun não é a primeira empresa extrativa a colocar sua margem de lucro sobre a vida dos povos indígenas, mas por meio da rápida organização de nossa coalizão de ONGs aliadas e parceiros indígenas, garantimos uma importante vitória. Esta é apenas uma parada no caminho desta campanha para resistir às ambições da Belo Sun de alterar permanentemente a região do Xingu por meio da mineração a céu aberto. É importante que mantenhamos a pressão para garantir que os direitos dos povos indígenas que seriam afetados pelo projeto de Belo Sun sejam respeitados. Isso inclui amplificar seus apelos contra o projeto e fazer campanha até que sua decisão seja respeitada.


16 de mar. de 2021

TREZENTOS MIL ACESSOS: ecologiaemfoco.blogspot.com

 Como responsável por este blog, desde 2007, com um total de 940 postagens, aproveito esta oportunidade para disponibilizar, mais como um lembrete do que uma celebração, o GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA:

https://1drv.ms/b/s!AlSvfvbpbplfsUPmZoKE1PoXVMtY



11 de mar. de 2021

EM JOÃO PESSOA O PRIVILÉGIO DE SE TER UMA RESERVA DE MATA ATLÂNTICA URBANA. E UM DOS SEUS PROBLEMAS!



Em João Pessoa existem outras três unidades de conservação: a 
Floresta Nacional da Restinga de Cabedelo, com 114 hectares, distribuída na fronteira com o município vizinho de Cabedelo, ao norte do RVS; o Parque Natural Municipal do Cuiá, com 43 hectares, ao sul; e o Parque Estadual das Trilhas, criado em 2017 e que integra o território de outros três parques predecessores, num total de 578 hectares protegidos, no litoral sul da capital.


Reproduzido de:  https://www.oeco.org.br/reportagens/estudo-sobre-avifauna-em-area-protegida-em-joao-pessoa-alerta-para-fragmentacao/


 Na região metropolitana de João Pessoa, na Paraíba, há pequenos remanescentes da Mata Atlântica. O maior deles – e do estado – está protegido pelo Refúgio de Vida Silvestre Mata do Buraquinho, associado ao Jardim Botânico Benjamin Maranhão. São pouco mais de 510 hectares de proteção integral de floresta dentro da área urbana da capital. Apesar do tamanho, a Mata do Buraquinho é um coração verde praticamente isolado pelo concreto, que divide uma larga fronteira com a BR-230, a Rodovia Governador Antonio Mariz. Nesta mancha florestal, existem 113 espécies de aves, sendo seis delas consideradas ameaçadas de extinção e com área de ocorrência restrita, conforme destacou um estudo recente que fez o levantamento da avifauna dentro da área protegida.

Uma delas é o gavião-gato-do-nordeste (Leptodon forbesi), cuja ocorrência é restrita ao nordeste do Brasil. A espécie é considerada em perigo de extinção e é uma das aves de rapina mais ameaçadas do Brasil, principalmente devido a perda de habitat, já que possui uma “média” sensibilidade a distúrbios ambientais e habita ecossistemas florestais. Estima-se que restam não mais do que 2.500 indivíduos maduros, a maior parte deles restrita a uma única subpopulação.

Além do gavião, no levantamento constam outras cinco espécies que enfrentam diferentes graus de ameaça, conforme classificação do Ministério do Meio Ambiente (Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, Volume 3 – Aves): o apuim-de-cauda-amarela (Touit surdus), o arapaçu-rajado-do-nordeste (Xiphorhynchus atlanticus), o bico-virado-miúdo (Xenops minutus alagoanus) e a maria-de-barriga-branca (Hemitriccus griseipectus naumburgae), classificadas com o status de Vulnerável; e o anambezinho (Iodopleura pipra leucopygia), considerado Em Perigo de Extinção, grau mais severo de ameaça.

A capacidade de voo não significa que a conectividade florestal seja menos importante para a sobrevivência de várias espécies de aves, como ressalta o ornitólogo Antônio Cláudio Conceição de Almeida, autor da pesquisa, publicada no final de janeiro na Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

“Se tem a ideia de que aves não têm problemas para transitar e se deslocarem por terem capacidade de voar. Muitas espécies são generalistas quanto ao habitat e assim o fazem, mas tantas outras são dependentes de florestas densas e não se deslocam por áreas abertas, possuem seus hábitos alimentares e reprodutivos ligados diretamente à fitofisionomia onde evoluíram ao longo das centenas e milhares de anos nesses corpos florestais; os quais podem ser de florestas densas e úmidas, como podem ser formações vegetais mais secas e abertas, a exemplo do Cerrado”, conta Antônio Cláudio.

No caso do Refúgio de Vida Silvestre (RVS) da Mata do Buraquinho, ele cita o exemplo da pequena maria-de-barriga-branca, espécie endêmica do Centro de Endemismo de Pernambuco – região biogeográfica única da Mata Atlântica distribuída entre os estados de Alagoas e Rio Grande do Norte – e classificada como vulnerável à extinção. “Ela é totalmente dependente da floresta e tem uma capacidade muito limitada de deslocar-se entre os remanescentes florestais e quase impossível entre os isolados”, explica.

A maria-de-barriga-branca não é a única. As outras cinco espécies ameaçadas que Antônio Cláudio identificou dentro do RVS Mata do Buraquinho também são dependentes de florestas e deslocam-se apenas por remanescentes florestais em estágio médio a avançado de regeneração. A exigência de cobertura florestal por essas espécies têm três principais motivos: o abrigo fornecido pelo dossel aos ninhos; a maior oferta de alimentos; e a alta diversidade de micro-habitats dentro do ambiente florestal.

[Acessar o link mostrado acima]