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7 de mar. de 2009

A SUSTENTABILIDADE EM CAPÍTULOS: I - OS 4 PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DA SUSTENTABILIDADE










1. Produção (vegetal e animal) a partir da energia solar e dos elementos químicos (terrestres e aquáticos).
2. Biodiversidade (ou diversidade biológica).
3. Biogeociclagem.
4. Controle populacional.
Nossa condição atual de vida na Terra resulta de cerca de 3,5 bilhões de anos de existência evolutiva. Percorremos um longo caminho até o período atual em que o homem vem começando a compreender sua função (ou nicho ecológico) na Natureza.
Os 4 princípios científicos da sustentabilidade acima enumerados, constituem-se no que hoje entendemos como a base dos três tipos de desenvolvimento sustentável: o ecológico, seguido do desenvolvimento econômico, que potencializa o desenvolvimento sustentável social. Exatamente nesta ordem.
Nessa listagem acima, observamos que o ponto inicial é um recurso natural tido como abundante e inesgotável: a energia solar, que adicionada dos elementos químicos existentes nos solos e nas águas, potencializam a produção. O item seguinte, a biodiversidade, é um potencial cuja existência (e disponibilidade de uso pelo ser humano) depende não somente das condições naturais (geoclimáticas) mas também, e fortemente, das ações antrópicas (causadas pelo homem). A biogeociclagem é um processo regulador natural, que vem sofrendo influências antrópicas crescentes.
O crescimento populacional humano vem contribuindo para um aumento exponencial do papel do homem na vida na Terra. Por sua vez, o crescimento econômico passou a ser o fator-chave do desenvolvimento. De acordo com o documento da ONU (2005) “Millenium Ecosystem Assessment” ou seja, uma Avaliação de Ecossistemas do Milênio, feito por 1300 especialistas de 95 países, as atividades humanas já degradaram ou super-utilizaram cerca de 62% dos serviços naturais da Terra [ver Serviços Ambientais numa das postagens anteriores deste blog]. A pressão atual sobre nosso planeta compromete a sustentabilidade das gerações futuras, que correm o risco de não conseguirem ter “nem o mínimo” para seu sustento. Ou seja, o capital natural (recursos naturais e serviços ambientais) comprometem ou melhor, fragilizam a biodiversidade e a disponibilidade dos nutrientes necessários à produção, providos pela biogeociclagem.
Desde os anos de 1900 o crescimento econômico mundial aumentou em cerca de 40 vezes até a época atual. No entanto, convivemos com os seguintes dados alarmantes e deprimentes: a) mais da metade das pessoas no mundo vive em extrema pobreza, tentando sobreviver com uma renda diária inferior a U$2 (dólares americanos); b) e um sexto das pessoas luta desesperadamente para sobreviver com uma renda diária inferior a U$1.
Com relação ao controle populacional, vejamos alguns fatos preocupantes: 1) dos 6,7 bilhões de seres humanos do planeta, 1,2 bilhões vivem nos países desenvolvidos (E.U.A., Canadá, Japão, Austrália, Nova Zelândia e a maioria dos países europeus); 2) 5,5 bilhões estão nos países em desenvolvimento (principalmente na China, Índia, Brasil, Turquia, Tailândia, México; e nos demais países da África, Ásia e América Latina).
A figura acima mostra uma visão geral desses dois grandes grupos de países, segundo a ONU e o Banco Mundial (reproduzido de "MILLER & SPOOLMAN (2009) Living in the Environment. Belmont, Brooks Cole, 563p. + Apêndices"). Os dados são em porcentagem.
Já faz bastante tempo que saímos da fase de “dominar a Natureza” para sobreviver; passamos pela fase de aumento do poder econômico “destruindo a Natureza”; e agora estamos entrando na fase de reconhecimento do que fizemos e do que precisamos fazer para "reconstruir a Natureza". Antes que seja tarde.

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