Queimadas avançam na Amazônia e poluem o ar de Manaus
Segundo o pesquisador Alberto Setzer, a fumaça das queimadas do sul do Amazonas e do sudoeste do Pará é a responsável pela extensa névoa de poluição de ar estacionada sobre a cidade de Manaus desde as primeiras horas desta quarta-feira (20).
“Toda a cidade está coberta pela fumaça proveniente, sobretudo, de Apuí e das cidades paraenses de Altamira, Itaituba e Novo Progresso. A situação tende a piorar caso não haja medidas efetivas de fiscalização de combate aos focos, o que pode agravar a poluição e a saúde das pessoas”, disse o pesquisador do Inpe.
Alberto Setzer citou três “elementos” por trás desta situação: o clima seco que favorece o uso e propagação do fogo, a ampliação da fronteira agrícola e a fiscalização.
“A gente sabe que tudo isso (queimadas e incêndios) é proibido. Alguns Estados criaram decretos recentes aumentando o rigor, mas a realidade mostra uma situação diferente. São milhares de focos acontecendo. Por trás de todos esses focos, há ação humana, de propósito ou descuido. Nada disso começa sozinho. Mas se a fiscalização for mais intensa, se queima menos”, afirma o pesquisador.
O modelo de monitoramento do Inpe, segundo Alberto Setzer, não aponta as localidades dos municípios onde há maior registro de queimadas. Portanto, não é possível saber com exatidão se as maiores ocorrências são em fazendas, assentamentos ou áreas protegidas (unidades de conservação e terras indígenas).
Mas o Inpe tem um monitoramento específico para unidades de conservação. De acordo com dados do órgão, a unidade de conservação mais afetada por queimadas é a Flona (Floresta Nacional) de Jamaxim, no Pará, com 2.042 focos desde o dia 1º de agosto. No Amazonas, o Parna (Parque Nacional) Campos Amazônicos, no sul do Estado, registrou até o momento 317 focos de queimadas.
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