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8 de jun. de 2016

JAGUATIRICA NA AMAZÔNIA: ESTUDO REVELA DE QUE HÁ MENOS DO QUE SE ESPERAVA!



Dados da wikipedia

Nome comum: Jaguatirica


Nome científico: Leopardus pardalis


Classe: Mammalia


Ordem: Carnívora


Família: Felidae


Animal ameaçado de extinção, a jaguatirica era encontrada em todo o Brasil. Seus habitats compreendem as florestas tropicais, a caatinga, os cerrados e o pantanal. São os maiores gatos-do-mato do Brasil. Assim como a onça, o peso e o tamanho variam conforme o habitat, e o tipo e a quantidade de alimento disponível.


Alimentam-se de pequenos mamíferos como filhotes de veados, pacas, cutias, preás, e pequenas aves. Na carência destes, também preda lagartos, pequenas serpentes, rãs e peixes. Esta dieta flexível é uma característica da jaguatirica. Caçam à noite e durante o dia, costumam dormir em ocos de árvores e grutas. Cada gestação pode variar de 70 a 85 dias (IUCN, 1996) e geralmente nasce apenas um filhote. Seu desmame ocorre entre 8 e 10 semanas e o crescimento é lento.



Quantas jaguatiricas existem na Amazônia?

Ao longo de três anos, entre 2013 e 2015, Daniel e uma equipe de pesquisadores do Instituto Mamirauá – uma organização conservacionista localizada às margens do Rio Solimões – monitoraram a movimentação de jaguatiricas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã, uma faixa de mais de 2.000 hectares de terra a 600 quilômetros de distância de Manaus.  As conclusões desses estudos foram publicadas há algumas semanas na revista científica Plos One.  Trazem uma notícia boa – ao longo dos três anos de observação, a população de jaguatiricas na reserva variou pouco.  Sinal bom, de que a população é estável e está protegida.  O estudo trouxe também uma surpresa – há, nessa região da Amazônia Central, menos jaguatiricas do que se esperava.

Pesquisas semelhantes feitas no passado, na Amazônia fora do Brasil, sugeriam a existência de mais de 80 animais a cada 100 quilômetros quadrados de floresta.  Era um número coerente com as expectativas de que grandes populações de felinos viviam próximas do Equador.  Os números coletados pela equipe de Daniel são muito mais tímidos.  Sustentam que na região central da Amazônia brasileira há 25 animais a cada 100 quilômetros quadrados.

Daniel afirma que essa queda nos números não é, necessariamente, motivo para preocupação.  Os estudos mais recentes de monitoramento de populações de animais usam técnicas estatísticas mais avançadas.  As primeiras estimativas de populações de jaguatiricas não contavam com tanto refinamento técnico, o que ajuda a explicar tamanha discrepância: “Em parte a questão é metodológica”, diz o pesquisador.  “Nós usamos modelos matemáticos mais modernos.”

Os novos dados também não assustam porque sugerem que a população de jaguatiricas pode variar muito entre uma região e outra da Amazônia.  Os mais de 80 animais a cada 100 quilômetros quadrados foram observados em uma região da floresta no Peru.  Na reserva vizinha àquela onde Daniel trabalhava, dez anos de observação constataram a presença de uma única jaguatirica desgarrada: “Por isso, nós evitamos fazer extrapolações para outras áreas da floresta.  Os números que encontramos valem para áreas de terra firme”.  A reserva vizinha, sem jaguatiricas, é uma área de várzea, onde as terras permanecem alagadas pela maior parte do ano.

O estudo de Daniel é importante porque informações como essas ajudam a desenhar estratégias de preservação para as espécies.  Tão importante quanto saber em quais biomas existem jaguatiricas, é saber em que regiões há maiores concentrações de animais.  E acompanhar as variações dessas concentrações ao longo dos anos: “O resultado desses novos números, para a conservação, é interessante”, diz Daniel.  “Se você tem a expectativa de encontrar mais bichos do que realmente existem, pode acabar relaxando nos seus esforços para protegê-los.”

Estudar os animais na Amazônia é tarefa difícil.  Não apenas pelo caráter arredio de algumas espécies.  O deslocamento pela mata fechada, como a da reserva Amanã, exige disposição e força física dos pesquisadores.  Observar as jaguatiricas na Amazônia forçou Daniel a enfrentar dez horas de caminhadas diárias para instalar as armadilhas fotográficas usadas no monitoramento.  Além de mais quatro horas de barco mata adentro.O equipamento usado pelos biólogos é caro: “O investimento financeiro inicial para um trabalho assim é alto”, diz Daniel.  E explica, em parte, por que nos faltam conhecimentos sobre essas espécies da floresta: “Existe uma lacuna de conhecimento sobre a Amazônia.  A jaguatirica é o carnívoro mais abundante da floresta.  E, mesmo assim, sabemos quase nada sobre ela.”

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