Total de visualizações de página

28 de jun. de 2018

BRASIL: BANCADA RURALISTA DO CONGRESSO ACHA POUCO E QUER AUMENTAR O CONSUMO DE AGROTÓXICOS

Reproduzido de
http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2018/06/28/144466-na-contramao-de-europa-e-eua-brasil-caminha-para-liberar-mais-agrotoxicos.html
Fonte: BBC




Projeto de lei foi aprovado em comissão especial na Câmara após oito tentativas de votação nos últimos meses; matéria ainda deve ir a plenário
Se o novo PL. 6.299/2002, aprovado na noite de segunda-feira por uma comissão especial da Câmara dos Deputados, virar a nova lei de agrotóxicos, o Brasil estará na contramão das decisões recentes de países da União Européia.
É o que diz a pesquisadora Larissa Mies Bombardi, do Laboratório de Geografia Agrária da Universidade de São Paulo (USP), autora do atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, de 2017, que mapeia o uso dessas substâncias em todo o país e o compara com o uso nos países da UE.
“Para se ter uma ideia, eles (os europeus) acabaram de proibir o uso de inseticidas chamados de neonicotinoides, que são dos mais vendidos no mundo, por que pesquisas mostravam uma relação entre eles e a mortandade de abelhas”, disse à BBC News Brasil.
O projeto, proposto originalmente pelo ex-senador e atual ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP-MT) e cujo relator é o deputado Luiz Nishimori (PR-PR), também dá mais poderes ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para realizar a avaliação toxicológica das substâncias e aprovação do seu uso, dimuindo as competências de controle e fiscalização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no processo.
O debate vem causando polêmica entre ruralistas, a favor do PL, e órgãos como Anvisa, Ibama, Fiocruz, Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que se posicionam contra, afirmando que a mudança reduz os níveis de segurança para o consumidor.

Agrotóxicos x Fitossanitários x Pesticidas

A controvérsia em relação ao projeto de lei chegou até mesmo ao nome utilizado para se referir aos produtos químicos usados na agricultura.
Inicialmente, o PL sugeria que o nome agrotóxicos fosse substituído por “produtos fitossanitários”. Em resposta à reclamação de opositores, o relator do projeto, Luiz Nishimori, decidiu pelo termo “pesticidas”.
“Além de depreciativo, o termo agrotóxico só é utilizado no Brasil”, diz o relatório.
“Cabe lembrar que a escolha natural seria o termo adotado em Portugal, que denomina essas substâncias pesticidas. Nas principais línguas do mundo, adotam-se variações com a mesma etimologia: pesticidas (espanhol), pesticide (inglês), Pestizide (alemão), pesticides (francês), pesticidi (italiano), pesticider (dinamarquês e sueco), pesticiden (holandês), пестициды (pestitsidy – russo). Ademais, os tratados e acordos internacionais utilizam o termo pesticidas.”
Para Menten, a denominação não é relevante, mas a expressão “agrotóxicos”, de fato, inadequada.
“Pesticida também não é adequado, é qualquer produto para matar pragas. Se eu estou falando apenas de produtos para manejo de pragas agrícolas, o correto é fitossanitários. Mas isso tem uma importância menor”, diz.
Já Larissa Bombardi, que também se opõe a esta mudança, afirma que a questão não é “apenas semântica”.
“É uma estratégia para mascarar o risco para a saúde humana que esses produtos têm. Quando você fala em pesticida, diminui a gama de significados. Os dois mais vendidos no Brasil são herbicidas, por exemplo, não pesticidas. Pesquisadores europeus já me disseram que era um ganho termos a expressão ‘agrotóxico’ na nossa lei, e que não deveríamos perder”, diz.
Fonte: BBC

25 de jun. de 2018

ENTRE MUITOS “SOBE” E “DESCE” DE DESMATAMENTOS O CERRADO VAI SUMINDO




É claro que é importante acompanhar as oscilações anuais sobre o desmatamento do cerrado  (conforme faz o INPE; no site indicado no texto de “Oeco” aqui reproduzido).
[Reproduzido de OEco]
– O desmatamento no cerrado subiu 9% em 2017 em relação ao ano anterior, mostram dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgados nesta quinta-feira (21) no Ministério do Meio Ambiente.
No ano passado, 7.408 quilômetros quadrados de savana tombaram diante da expansão da agropecuária no Brasil, contra 6.777 quilômetros quadrados em 2016. Para comparação, em 2017 a Amazônia perdeu 6.947 quilômetros quadrados – cerca de 6,5% menos do que o cerrado.
O dado parece uma péssima notícia, e é. Mas há um lado positivo: pela primeira vez, agora, é possível comparar os números da destruição na savana mais biodiversa do mundo de um ano ao outro. Esses dados integram o Prodes do cerrado, um sistema de monitoramento que vinha sendo prometido pelo governo desde 2009. As séries anuais estão disponíveis na internet, no site do Inpe. O Inpe também passa a monitorar o cerrado diariamente, com o sistema Deter B, já usado na Amazônia e cuja resolução permite antecipar com muito mais precisão qual será a taxa anual de desmatamento.
Na Amazônia, o Deter A, versão mais “míope” do sistema de detecção em tempo real, ajudou a reduzir as taxas de desmatamento a partir de 2005, informando a fiscalização do Ibama. Com o Deter B no cerrado, o órgão ambiental poderá enxergar desmatamentos ilegais com precisão e mandar as multas aos infratores pelo correio – como ocorre com multas de trânsito e como já acontece em certa medida na Amazônia.
Mesmo com o aumento em 2017, o Prodes do cerrado mostra que a devastação no bioma caiu em relação a 2015: naquele ano, foram destruídos 11.881 quilômetros quadrados, o que mostra uma queda acumulada de cerca de 40% nos últimos dois anos (43% em 2016 e 38% em 2017).
“São números expressivos [de redução], mas não representam conformismo em relação àquilo que estamos fazendo”, disse o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte. Ele afirmou que o trabalho de fiscalização do desmatamento ilegal será ampliado, assim como o diálogo com o setor produtivo.
O monitoramento também confirma que o cerrado vem sendo devastado muito mais rápido do que a Amazônia: desde 2005, quando a taxa de desmatamento amazônica começou a cair, a perda absoluta do cerrado foi 34% maior. Considerando a área remanescente de cerrado, que é bem menor que a da Amazônia, a perda proporcional em relação ao que ainda existe de pé é pelo menos três vezes mais rápida.
O ministro do Meio Ambiente também destacou que o Brasil superou em 40% a meta de redução de desmatamento no cerrado para 2020, dada pela Política Nacional de Mudanças Climáticas. Pela política, cujas metas foram anunciadas em 2009 na conferência do clima de Copenhague, o Brasil se comprometia a reduzir em 40% o desmatamento do cerrado até 2020 em relação à média de 1999 a 2008 (9.420 quilômetros quadrados).
A meta foi tesourada pessoalmente no dia de seu anúncio pela então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff: técnicos do governo propunham pelo menos 50% de redução. Como não existia monitoramento detalhado do cerrado na época, a linha de base foi superestimada (15.400 quilômetros quadrados) e meta já havia sido quase cumprida no ano em que foi anunciada. Em 2009, como mostra a série do Prodes cerrado, o desmatamento era de 10.055 quilômetros quadrados (queda de 36%), sem que nenhuma ação efetiva de controle tivesse sido adotada. Em 2011, a queda era de 39,5%, ou seja, a meta estava essencialmente atingida. A barreira dos 40% seria ultrapassada, com folga, em 2016 (queda de 57%).

20 de jun. de 2018

DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA MANTÉM RITMO PREOCUPANTE

https://globoplay.globo.com/v/6821052/

O link acima mostra dados gerais (do Imazon - Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia) sobre o atual desmatamento da Amazônia, segundo noticiário destacado hoje (20/06/2018) na rede Globo de televisão.
Deve-se destacar que o total desmatado é muito mais importante do que as oscilações de reduções e aumentos dos desmatamentos. Total estimado já desmatado (média) 778.403 km2, cerca de 19,5% da floresta.



Elton Alisson  |  Agência FAPESP - O desmatamento da Amazônia está prestes a atingir um determinado limite a partir do qual regiões da floresta tropical podem passar por mudanças irreversíveis, em que suas paisagens podem se tornar semelhantes às de cerrado, mas degradadas, com vegetação rala e esparsa e baixa biodiversidade.
O alerta foi feito em um editorial publicado nesta quarta-feira (21/02) na revista Science Advances. O artigo é assinado por Thomas Lovejoy, professor da George Mason University, nos Estados Unidos, e Carlos Nobre, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas– um dos INCTs apoiados pela FAPESP no Estado de São Paulo em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – e pesquisador aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“O sistema amazônico está prestes a atingir um ponto de inflexão”, disse Lovejoy à Agência FAPESP. De acordo com os autores, desde a década de 1970, quando estudos realizados pelo professor Eneas Salati demonstraram que a Amazônia gera aproximadamente metade de suas próprias chuvas, levantou-se a questão de qual seria o nível de desmatamento a partir do qual o ciclo hidrológico amazônico se degradaria ao ponto de não poder apoiar mais a existência dos ecossistemas da floresta tropical.
Os primeiros modelos elaborados para responder a essa questão mostraram que esse ponto de inflexão seria atingido se o desmatamento da floresta amazônica atingisse 40%. Nesse cenário, as regiões Central, Sul e Leste da Amazônia passariam a registrar menos chuvas e ter estação seca mais longa. Além disso, a vegetação das regiões Sul e Leste poderiam se tornar semelhantes à de savanas.
Nas últimas décadas, outros fatores além do desmatamento começaram a impactar o ciclo hidrológico amazônico, como as mudanças climáticas e o uso indiscriminado do fogo por agropecuaristas durante períodos secos – com o objetivo de eliminar árvores derrubadas e limpar áreas para transformá-las em lavouras ou pastagens.
A combinação desses três fatores indica que o novo ponto de inflexão a partir do qual ecossistemas na Amazônia oriental, Sul e Central podem deixar de ser floresta seria 


atingido se o desmatamento alcançar entre 20% e 25% da floresta original, ressaltam os pesquisadores.
O cálculo é derivado de um estudo realizado por Nobre e outros pesquisadores do Inpe, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e da Universidade de Brasília (UnB), publicado em 2016 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
“Apesar de não sabermos o ponto de inflexão exato, estimamos que a Amazônia está muito próxima de atingir esse limite irreversível. A Amazônia já tem 20% de área desmatada, equivalente a 1 milhão de quilômetros quadrados, ainda que 15% dessa área [150 mil km2] esteja em recuperação”, ressaltou Nobre.
Margem de segurança
Segundo os pesquisadores, as megassecas registradas na Amazônia em 2005, 2010 e entre 2015 e 2016, podem ser os primeiros indícios de que esse ponto de inflexão está próximo de ser atingido.
Esses eventos, juntamente com as inundações severas na região em 2009, 2012 e 2014, sugerem que todo o sistema amazônico está oscilando. “A ação humana potencializa essas perturbações que temos observado no ciclo hidrológico da Amazônia”, disse Nobre.
“Se não tivesse atividade humana na Amazônia, uma megasseca causaria a perda de um determinado número de árvores, que voltariam a crescer em um ano que chove muito e, dessa forma, a floresta atingiria o equilíbrio. Mas quando se tem uma megasseca combinada com o uso generalizado do fogo, a capacidade de regeneração da floresta diminui”, explicou o pesquisador.
A fim de evitar que a Amazônia atinja um limite irreversível, os pesquisadores sugerem a necessidade de não apenar controlar o desmatamento da região, mas também construir uma margem de segurança ao reduzir a área desmatada para menos de 20%.
Para isso, na avaliação de Nobre, será preciso zerar o desmatamento na Amazônia e o Brasil cumprir o compromisso assumido no Acordo Climático de Paris, em 2015, de reflorestar 12 milhões de hectares de áreas desmatadas no país, das quais 50 mil km2 são da Amazônia.
“Se for zerado o desmatamento na Amazônia e o Brasil cumprir seu compromisso de reflorestamento, em 2030 as áreas totalmente desmatadas na Amazônia estariam em torno de 16% a 17%”, calculou Nobre.
“Dessa forma, estaríamos no limite, mas ainda seguro, para que o desmatamento, por si só, não faça com que o bioma atinja um ponto irreversível”, disse
O editorial Amazon tipping point (doi: 10.1126/sciadv.aat2340), assinado por Thomas Lovejoy e Carlos Nobre, pode ser lido na revista Science Advancesem http://advances.sciencemag.org/content/4/2/eaat2340.
O artigo Land-use and climate change risks in the Amazon and the need of a novel sustainable development paradigm (doi: 10.1073/pnas.1605516113), de Carlos Nobre, Gilvan Sampaio, Laura Borma, Juan Carlos Castilla-Rubio, José Silva e Manoel Cardoso, pode ser lido na revista PNAS em http://www.pnas.org/content/113/39/10759.

18 de jun. de 2018

AMAZÔNIA: FATOR-CHAVE PARA FREAR MUDANÇAS CLIMÁTICAS




O combate ao desmatamento da Amazônia e a promoção de iniciativas de reflorestamento em larga escala visando aumentar o armazenamento de carbono na biosfera terrestre são estratégias essenciais para evitar o agravamento das mudanças climáticas, segundo avaliação feita pelos participantes da 5ª Conferência Regional sobre Mudanças Climáticas Globais na tarde de terça-feira (05/06/2018).
Realizado pelo Núcleo de Apoio à Pesquisa sobre Mudanças Climáticas (NapMC-Incline), em parceria com o Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP) e o Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG-USP), o evento tem o objetivo de celebrar o aniversário de 90 anos do físico José Goldemberg, presidente da FAPESP, e reconhecer sua atuação expressiva no debate sobre o papel das energias renováveis no desenvolvimento, sustentabilidade das florestas e nas negociações internacionais para o combate às mudanças no clima.
O painel dedicado ao tema “Florestas Tropicais e Sustentabilidade” foi coordenado por Thelma Krug, membro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A pesquisadora apresentou dados divulgados em 2014, no Quinto Relatório de Avaliação do IPCC, e destacou a importante contribuição das florestas tropicais como sumidouros de carbono, ou seja, para a absorção de parte do CO2 emitido pelas atividades humanas.

“Das emissões totais anuais, 30% aproximadamente acabam retornando para a biosfera terrestre e outros 30% são sequestrados pelos oceanos. Cerca de 40% permanecem na atmosfera. O CO2 é considerado um dos gases mais críticos, pois cerca de 30% permanecem por mais de cem anos na atmosfera”, disse.
...
Carlos Nobre, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas – um dos INCTs apoiados pela FAPESP e pelo CNPq no Estado de São Paulo –, falou sobre como os impactos causados pela mudança no uso da terra podem prejudicar a capacidade da floresta amazônica de se autossustentar.
Nobre lembrou que, a partir dos anos 1970, os países amazônicos adotaram um modelo de substituição da floresta para expansão de suas fronteiras agrícolas, o que colocou em xeque a ideia de que a Amazônia é um elemento essencial para a estabilidade planetária por sua capacidade de armazenar carbono, regular a hidrologia e o balanço energético em diversas regiões e abrigar pelo menos 10% da biodiversidade do planeta, entre outros fatores.
O Inpe teve o papel de nos acordar para a realidade. No fim dos anos 1980 divulgou os primeiros números [sobre o desmatamento] que chocaram o planeta. A partir de então, o interesse em descobrir cientificamente o que poderia acontecer caso o desmatamento continuasse aumentou muito”, disse o pesquisador aposentado do Inpe.
Nobre comentou sobre sua participação em pesquisas que permitiram levantar a hipótese da savanização da floresta. Segundo essa teoria, se o desmatamento atingir um determinado limite, em torno de 40%, a alteração no clima regional será tão profunda que a área desmatada nunca voltará a ser uma floresta e assumirá características de savana.
Falou ainda sobre projeções mais recentes que levaram em conta, além do desmatamento, outros fatores que começaram a impactar o ciclo hidrológico amazônico, como as mudanças climáticas e o uso indiscriminado do fogo por agropecuaristas durante períodos secos – com o objetivo de eliminar árvores derrubadas e limpar áreas para transformá-las em lavouras ou pastagens.
Segundo Nobre, a combinação desses três fatores indica que o novo ponto de inflexão a partir do qual ecossistemas na Amazônia Oriental, Sul e Central podem deixar de ser floresta seria atingido se o desmatamento alcançar entre 20% e 25% da floresta original – algo que está muito perto de ocorrer, segundo o pesquisador (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/27180/).
...
Mais informações em:

15 de jun. de 2018

PLÁSTICOS NAS ÁGUAS DA ANTÁRTICA

Reproduzido de www.ambientebrasil.com.br




Poluição por microplásticos atinge até a Antártica, alerta estudo

Nem as regiões mais remotas e pristinas da Terra estão a salvo da poluição por plásticos. Um novo estudo produzido pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, em parceria com a ONG ambientalista Greenpeacerelata a contaminação de amostras de neve e água da Antártica por micropartículas de polímeros sintéticos.
Medindo menos de 5 milímetros de diâmetro, as micropartículas plásticas são uma das maiores ameaças ambientais emergentes da atualidade, segundo a ONU. Sua ampla dispersão pelos ecossistemas marinhos e dificuldade de degradação põem em risco a saúde dos organismos que habitam os oceanos, e afetam toda a cadeia alimentar.
A origem dessa poluição ainda não é conhecida. Outros estudos são necessários para monitorar e traçar o caminho dos resíduos plásticos até a região. Eles podem vir de várias fontes, como navios, estações de pesquisa científica e ainda por meio das correntes marítimas.
O estudo é parte de uma campanha global para criar o maior santuário marinho ao redor das águas da Antártica e proteger o frágil ecossistema da região dos efeitos das mudanças climáticas e de atividades de pesca predatória.
No começo do ano, os pesquisadores passaram três meses coletando amostras de neve e água nas regiões mais remotas da Antártica e constataram que a maior parte delas continham traços de contaminação por microplásticos.
A análise foi realizada nos laboratórios da Universidade de Exeter: das 8 amostras de água analisadas, sete continham fibras de materiais plásticos, incluindo o famoso poliéster, muito empregado na produção de tecidos e malhas, seguido do polipropileno, empregado na produção de embalagens e artigos descartáveis.
Também foram encontras microfibras de náilon, que, por sua elasticidade, é bastante utilizado na fabricação de roupas esportivas e de banho.
Contaminação química
Sete das nove amostras de neve coletadas durante a mesma expedição continham ainda compostos tóxicos conhecidos como PFCs, sigla de produtos químicos perfluorados.
Compostos PFCs, também chamados de PFASs, são usados para fabricar artigos com características impermeabilizantes e antiaderentes, como panelas não aderentes (de teflon), tecidos, tapetes, revestimentos de embalagens e de cosméticos.
Em 2015, um grupo de 200 cientistas publicou um consenso  alertando para os riscos que os PFCs representam para a saúde, como sua capacidade de “imitar” hormônios e, até mesmo, interferir na síntese desses mensageiros químicos do corpo.
Tais compostos químicos podem viajar milhares de quilômetros carregados pelas correntes atmosféricas, até se depositar em neve ou chuva, caindo bem longe de seus locais de origem.
“Os resultados mostram o quão pervsasivo pode ser o impacto das atividades humanas”, disse o Greenpeace em comunicado.
De norte a sul do planeta, não há fronteiras para a poluição plástica. Estudo publicado recentemente a Nature relata que cada litro de gelo marinho do Oceano Ártico contém até 12.000 partículas microplásticas.
Nem mesmo o ponto mais profundo dos oceanos escapa. Em outros estudo, pesquisadores alertaram para a presença de resíduos de materiais plásticos, incluindo uma sacola plástica, na Fossa das Marianas, um abismo que atinge mais de 11 quilômetros de profundidade no Pacífico.
[Fonte: Exame]

6 de jun. de 2018

PLANETA DOS PLÁSTICOS



A morte de uma baleia-piloto (Globicephala melas) macho, na tarde da última sexta-feira (01), gerou uma onda de solidariedade e revolta nas redes sociais da Tailândia. O animal morreu após ingerir mais de 80 sacolas plásticas e outros resíduos.
Segundo informações do departamento de recursos marinhos e costeiros do país, a baleia foi encontrada num canal perto da fronteira com a Malásia. Uma equipe de veterinários se empenhou no resgate do Globicephala melas, que ainda apresentava sinais de vida, mas a baleia não resistiu e morreu.
Na tentativa de salvamento, a baleia-piloto vomitou cinco sacos plásticos. O departamento de recursos marinhos informou ainda que durante a autópsia foram encontrados 80 sacos de plástico com peso de até 8 kg no estômago do animal.
A morte de uma baleia-piloto (Globicephala melas) macho, na tarde da última sexta-feira (01), gerou uma onda de solidariedade e revolta nas redes sociais da Tailândia. O animal morreu após ingerir mais de 80 sacolas plásticas e outros resíduos.
Segundo informações do departamento de recursos marinhos e costeiros do país, a baleia foi encontrada num canal perto da fronteira com a Malásia. Uma equipe de veterinários se empenhou no resgate do Globicephala melas, que ainda apresentava sinais de vida, mas a baleia não resistiu e morreu.
Na tentativa de salvamento, a baleia-piloto vomitou cinco sacos plásticos. O departamento de recursos marinhos informou ainda que durante a autópsia foram encontrados 80 sacos de plástico com peso de até 8 kg no estômago do animal.
O que ocorreu com a baleia-piloto reacende a discussão sobre o consumo de plásticos e os lixos nos oceanos e como isso afeta letalmente os animais marinhos. A Tailândia, por exemplo, é um dos maiores usuários mundiais de sacolas plásticas. Estima-se que cerca de 300 animais marinhos, incluindo baleias-piloto, tartarugas marinhas e golfinhos, morrem a cada ano em águas tailandesas depois de ingerir plástico.
 Mais considerações, conforme divulgação em:


Desde que começou a produção em massa de plásticos, nos anos cinquenta, os humanos geraram 8,3 bilhões de toneladas métricas do material. Dessa quantidade enorme, apenas 9% são reciclados. A grande maioria acaba sem tratamento nos aterros sanitários ou no meio ambiente.
Segundo um novo estudo sobre a produção desse material sintético, seu uso e destino final, se continuarmos nesse ritmo, em 2050 haverá mais de 12 bilhões de toneladas de resíduos plásticos.
Depois do aço e do cimento, é o produto de origem não natural mais presente na civilização. Mas suas virtudes o transformam em problema quando seu ciclo de vida útil termina.
“A maioria dos plásticos não é biodegradável, portanto os resíduos plásticos que estamos gerando nos acompanharão por séculos e até milênios”, diz a pesquisadora da Universidade da Geórgia, Jenna Jambeck. Em 2015, Jambeck e um grupo de colegas estimava que todo ano chegavam aos mares do planeta cerca de oito toneladas de plásticos.
Nos anos oitenta começou-se a reciclar o plástico. Mas não parece ter funcionado. Apenas 9% dos resíduos plásticos são reciclados. Além disso, os plásticos reciclados, que não têm a qualidade dos originais, poucas vezes são reciclados pela terceira ou quarta vez. Então a reciclagem só atrasa sua chegada ao lixão. Outros 12% de lixo plástico são eliminados pela incineração.
Por região geográfica, europeus (30%) e chineses (25%) são os que mais reciclam e também os que mais queimam, 40% e 30%, respectivamente. No outro extremo estão os Estados Unidos. Com um índice de incineração de 16%, reciclam apenas 9% do plástico que usam. Os outros 75% são jogados fora e pronto.