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25 de fev. de 2019

SERVIÇOS AMBIENTAIS EXECUTADOS POR POLINIZADORES VIVOS

Reproduzido de
https://www.oeco.org.br/reportagens/32-alimentos-do-brasil-dependem-essencialmente-de-polinizadores/



O 1º Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimento no Brasil, lançado nesta quarta-feira (6) em São Paulo, mostra o quanto a agricultura brasileira é dependente dos polinizadores, sejam eles insetos, morcegos ou aves. O relatório foi elaborado por 12 especialistas, em uma parceria entre a Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES) e a Rede Brasileira de Interações Planta-Polinizador (REBIPP).




Os pesquisadores avaliaram um total de 289 plantas cultivadas e silvestres, utilizadas direta ou indiretamente na produção de alimentos. Em 91 delas foi possível avaliar o nível de dependência da polinização, de acordo com a seguinte classificação:
  1. Essencial: incremento de 90% a 100% na produção com a ação de polinizadores
  2. Alta: incremento de 40% a 90% na produção com a ação de polinizadores
  3. Modesta: incremento de 10% a 40% na produção com a ação de polinizadores
  4. Pouca: incremento de 0% a 10% na produção com a ação de polinizadores
Destes 91 cultivos, 69 têm algum grau de dependência da polinização para se reproduzirem. 32 (35% do total) têm a polinização como essencial (acerola, castanha-do-brasil, maçã, maracujá, melancia, melão, tangerina, etc), 22 (24%) têm alta dependência (entre elas abacate, ameixa, cebola e goiaba), 9 (10%) têm dependência modesta (entre eles a soja) e 6 (7%) estão na faixa de pouca dependência (como feijão, tomate e uva).
A bióloga Marina Wolowski, que é professora da Universidade Federal de Alfenas (MG) e integrante da REBIPP, foi uma das coordenadoras da pesquisa. Ela explica que o nível de dependência da polinização depende das características morfológicas das plantas. Plantas com baixa dependência têm um tipo de pólen e uma estrutura de flor que permitem que o pólen seja levado pelo vento.
"Em outras flores, que dependem dos polinizadores, você tem estruturas mais complexas. O pólen acaba tendo uma umidade maior, o grão fica aderido à antera, então somente o contato com o polinizador para transferir de uma planta à outra", explica Wolowski. As abelhas são as principais polinizadoras, responsáveis pela polinização de 78,9% dos cultivos.
Polinizadores prestam serviço de R$ 43 bilhões
Com base nos níveis de dependência e nos preços dos produtos os pesquisadores concluíram que o valor do serviço ecossistêmico prestado pelos polinizadores em 2018 foi de R$ 43 bilhões. Segundo Wolowski, na realidade a cifra deve ser ainda maior, já que só havia dados disponíveis para fazer o cálculo para 67 das 289 plantas analisadas.
Chama atenção que apenas quatro cultivos respondem por 80% deste valor: a maçã ‒ que tem nível de dependência essencial – a soja, o café e a laranja. Segundo Wolowski, os três últimos são menos dependentes de polinizadores, mas acabam pesando nesta conta pelo espaço que ocupam na pauta da agricultura brasileira.
A bióloga ressalta que mesmo produtos menos dependentes têm ganhos de produtividade de até 30% com polinizadores. O aumento da qualidade também se traduz em maiores lucros: "Permite, por exemplo, colher um fruto de peso maior e mais doce. Quando você vê aquele morango perfeitinho, de prateleira de mercado, quer dizer que ele foi todo polinizado. Quando tem aquele morango meio tortinho quer dizer que ele não foi totalmente polinizado", explica Wolowski.
Agrotóxicos ameaçam polinização
Segundo Wolowski, existem poucos dados sobre o possível declínio da população de polinizadores no Brasil. O relatório, no entanto, lista as principais ameaças: perda de habitat, mudanças climáticas, doenças e outros patógenos, espécies invasoras e agrotóxicos.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, os pesticidas são os principais suspeitos de estarem causando mortes de abelhas e quedas consecutivas na produção de mel. Na virada do ano pelo menos 108 colmeias morreram em São José das Missões, no norte gaúcho. Segundo o Grupo de Polícia Ambiental de Frederico Westphalen, os insetos começaram a morrer depois que um produtor da região aplicou o produto Mustang 350 CE em uma lavoura de soja.

17 de fev. de 2019

TENDÊNCIA DE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA CONTINUA!!!

Reproduzido de:  
https://imazon.org.br/imprensa/desmatamento-na-amazonia-segue-com-tendencia-de-aumento/



O desmatamento segue com tendência de aumento, segundo dados do Boletim do Desmatamento (SAD) dezembro 2018 divulgados em janeiro pelo Imazon. No acumulado dos cinco primeiros meses do calendário, agosto a dezembro de 2018, foram detectados 1.706 km2de desmatamento, um aumento de 79% em relação ao mesmo período do ano anterior. A tendência de desmatamento é validada também pelos dados do DETER, sistema de monitoramento do INPE, conforme gráfico abaixo.
No ranking dos estados que mais destruíram a floresta, o Estado do Pará contribuiu com 45% dos alertas de desmatamento registrados em dezembro de 2018. Dos dez municípios que mais desmataram no referido mês, sete encontram-se no Pará. Mato Grosso ocupa o 2º lugar do ranking com 35% do desmatamento.

Terras Indígenas
Terra Indígena (TI) foi a categoria de Áreas Protegidas mais desmatada em dezembro de 2018. O Pará concentra a maioria das TIs mais pressionadas pelo desmatamento. A TI Cachoeira Seca do Iriri, localizada ao longo da Rodovia Transamazônica, perdeu 8km2 e ocupa a 1ª posição do ranking. Outro ponto de atenção é a Terra Indígena Yanomami, em Roraima, que vem sendo ameaçada com casos de invasão e conflitos de terra e ocupa a 7ª posição.
 Unidades de Conservação
O Boletim apresenta, ainda, o ranking das 10 Unidades de Conservação com maior número de alertas de desmatamento em dezembro de 2018. A Floresta Extrativista Rio Preto-Jacundá e a Reserva Extrativista Rio Preto-Jacundá, ambas em Rondônia, estão no topo da lista.

11 de fev. de 2019

MINERAÇÃO SEM BARRAGENS

“No caso do minério de ferro, existiria a possibilidade de abrir mão de construir barragens”, afirma Bruno Milanez


Chamo a atenção dos leitores deste blog, ecologiaemfoco, para o detalhe desta foto abaixo, mostrando que coluna da ponte ferroviária foi destruída pela força do fluxo da lama da barragem rompida.



Logo após rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, uma tragédia que deixou 19 mortos e danos ambientais incalculáveis, ((o))eco ouviu o engenheiro de Produção Bruno Milanez, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora. Ele chamava a atenção para os critérios de avaliação na segurança de barragens em Minas Gerais. Na época, entre 450 barragens cadastradas voltadas à mineração no estado, havia 27 delas classificadas com ‘Estabilidade Não Garantida”, ou seja, os auditores não podiam garantir que estivessem seguras.
Desde então, dois graves acidentes envolvendo barragens de mineração ocorreram no país. Em fevereiro do ano passado, uma lagoa de rejeitos de bauxita da Hydro Alunorte, em Barcarena, no Pará, transbordou afetando comunidades do entorno. E agora, o rompimento da barragem em Brumadinho, da Vale, ainda mais grave do que de Mariana, apesar da previsão de um impacto ambiental menor.
Para o engenheiro Bruno Milanez, a mineração é necessária e não deve ser encarada como um mal, mas é preciso que a atividade se torne mais segura. Bruno Milanez possui doutorado em Política Ambiental na Lincoln University (Nova Zelândia) e atuou como pesquisador no Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz, e também como técnico de planejamento e pesquisa no IPEA. Desde 2010 é professor na Universidade Federal de Juiz de Fora e coordena o Grupo de Pesquisa Política, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade (Poemas).
O Eco voltou a conversar com ele esta semana. Milanez, que está de férias, conversou conosco por telefone, e reafirmou as críticas que faz ao sistema de avaliação de riscos, entre elas, sobre a relação das auditorias contratadas para a avaliação e as mineradoras. Para ele, falta também a participação da sociedade no sistema. “No caso de minério de ferro, existiria a possibilidade de se abrir mão de construir barragem”, afirmou durante a entrevista.
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