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29 de jun. de 2021

SE NEM AS RESERVAS SE CONSEGUE PROTEGER…IMAGINEM O QUE VAI RESTAR!!!



Reproduzido de: https://imazon.org.br/imprensa/para-tem-metade-das-20-areas-protegidas-mais-pressionadas-e-ameacadas-pelo-desmatamento-na-amazonia/


 A última análise do desmatamento nas áreas protegidas da Amazônia feita pelo Imazon mostrou que, entre fevereiro e abril, metade dos 20 territórios mais pressionados e ameaçados estão localizados no Pará. Os dados são do monitoramento trimestral Ameaça e Pressão, publicado nesta terça-feira (08).

No boletim, o Imazon classifica como pressão o desmatamento que ocorre dentro das áreas protegidas e como ameaça o que acontece a até 10 km desses territórios. No topo do ranking dos 10 mais pressionados, ou seja, com ocorrências de desmatamento em suas áreas, está a APA Triunfo do Xingu, uma unidade de conservação estadual do Pará. O local teve três vezes mais ocorrências de desmatamento que o segundo colocado, a Terra Indígena Yanomami (AM/RR).

“Entre fevereiro a abril, 42% da APA Triunfo do Xingu apresentou ocorrência de pressão. Ela está localizada entre Altamira e São Félix do Xingu, dois municípios que apresentam intenso histórico de desmatamento, o que faz com que essa APA estadual sempre apareça no topo do ranking das mais desmatadas”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Outras quatro áreas protegidas que estão em solo paraense também ficaram entre as 10 mais pressionadas. São elas: Flona do Jamanxim, APA do Tapajós, APA do Lago de Tucuruí e TI Mundurukú.

O Pará também teve metade das 10 áreas protegidas mais ameaçadas, ou seja, com ocorrências de desmatamento a até 10 km de distância dos seus territórios. São elas: Flona do Jamanxim, TI Trincheira/Bacajá, Flona do Tapajós, APA do Lago de Tucuruí e TI Parakanã.

Terra Indígena Mundukurú foi alvo de garimpeiros

A análise que leva em conta apenas os territórios indígenas mostrou que a área mais pressionada pelo desmatamento no Pará foi a Mundukurú, que sofreu recentemente com ataques de garimpeiros ilegais. Isso motivou ordens judiciais de proteção ao local.

“As ocorrências de desmatamento dentro de terras indígenas se intensificaram nos últimos anos com o objetivo de extrair recursos naturais dos territórios, como madeira e minérios, e de exercer pressão para a redução de seus limites através de projetos de lei, legalizando as ocupações ilegais que ocorrem através do desmatamento”, explica o pesquisador do Imazon Antonio Fonseca.

Para contribuir com as políticas de combate ao desmatamento no Pará, o instituto também publicou, no final de maio, um relatório de recomendações ao Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA). Assinado em parceria com outras seis instituições, o documento orienta, entre outros pontos, que o governo paraense inclua no plano metas relacionadas à ampliação da participação pública, geração de maior confiança para captação de recursos, gestão de unidades de conservação e reconhecimento de territórios quilombolas.

Clique aqui para ver o boletim Ameaça e Pressão completo
Leia aqui as recomendações ao Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA)

Estudo – O relatório dos índices de ameaça e pressão de desmatamento em áreas protegidas (APs) é divulgado trimestralmente pelo Imazon. Para isso, o instituto cruza dados do seu Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), monitoramento mensal via imagens de satélites (incluindo radar), com células de 100 km² na Amazônia Legal. No boletim, são contabilizadas células com ocorrência de desmatamento que estão dentro de uma das áreas protegidas ou a até 10 km desses territórios. Quando a célula com ocorrência de desmatamento está dentro da AP, é classificada como pressão. Já se estiver a até 10 km de distância, é classificada como ameaça. 

Imazon – O Imazon é um instituto de pesquisa sem fins lucrativos fundado há 30 anos em Belém, no Pará. Composto por pesquisadores brasileiros, realiza há mais de uma década o trabalho de monitoramento e de divulgação de dados sobre o desmatamento e a degradação da Amazônia Legal. Esses alertas independentes e transparentes servem para orientar mudanças que resultem em reduções significativas na destruição da floresta e promovam o desenvolvimento sustentável.

15 de jun. de 2021

“ÁREAS PROTEGIDAS” NA AMAZÔNIA: SERIA SÓ UM EUFEMISMO?!

 


https://imazon.org.br/wp-content/uploads/2021/06/Ameaca-e-Pressao-Fevereiro-a-Abril-de-2021.pdf

AMEAÇA E PRESSÃO EM ÁREAS PROTEGIDAS [CONCEITOS]

Áreas Protegidas (APs) representam um patrimônio nacional, e considerando a extensão das APs na Amazônia Legal (i.e., 46%), os seus benefícios para manutenção da biodiversidade, estoques de carbono e na geração de serviços ambientais como a regulação do clima, transcendem a fronteira nacional, alcançando relevância global. Propomos uma metodologia para monitorar as Ameaças e Pressões nas APs baseada em dados de desmatamento (sem sombra de dúvidas um dos maiores vetores de ameaças, mas há outros vetores como extração madeireira, garimpo, hidrelétricas). Usamos as seguintes definições:

AMEAÇA: é a medida do risco iminente de ocorrer desmatamento no interior de uma AP. Utilizamos uma distância de 10 km para indicar a zona de vizinhança de uma AP na qual a ocorrência de desmatamento indica ameaça. Muitas APs resistem a esse tipo de ameaça não permitindo que o desmatamento penetre em seus limites.

PRESSÃO: ocorre quando o desmatamento se manifesta no interior da AP, levando a perdas de serviços ambientais e até mesmo à redução ou redefinição de limites da AP. Ou seja, é um processo interno que pode levar a desestabilização legal e ambiental da AP.


RESULTADO AMEAÇA E PRESSÃO

O SAD de fevereiro a abril de 2021 detectou um total de 1.767 km2 de desmatamento na Amazônia. O cruzamento dos dados do SAD com a grade de células de 10 km x 10 km (i.e., 100 km2) revelou que:

 Das 1.966 células que tiveram ocorrência de desmatamento, 1.435 (73%) indicam Ameaça e 531 (27%) Pressão em APs. O número de células com ocorrência de desmatamento de fevereiro a abril de 2021 é 19% maior em compara- ção com fevereiro a abril de 2020.

 As APs mais Ameaçadas foram a TI Uru-Eu-Wau-Wau (RO) e a Parna Mapinguari (AM/RO), ambas estavam entre as três APs mais Ameaçadas no ranking do calendário anterior (Gráfico 1). Pará é o estado com maior número de APs ameaçadas no ranking.

 A APA Triunfo do Xingu (PA) e a TI Yanomami (AM/RR) foram as APs mais Pressionadas. Ambas ocuparam o segundo e primeiro lugar, respectivamente, no ranking de APs pressionadas do calendário anterior (Gráfico 2).

 As Terras Indígenas TI Uru-Eu-Wau-Wau (RO) e TI Trincheira Bacajá (PA) foram as mais Ameaçadas no período. A TI Yanomami (AM/RR) e a TI Alto Rio Negro (AM) lideram o ranking das mais Pressionadas, ambas também lideraram o ranking de Pressão do período anterior.

 As Unidades de Conservação Federais que lideram o ranking de Ameaça são a Parna Mapinguari (AM/RO) e Flona do Jamanxim (PA). Em relação a Pressão, a Flona do Jamanxim (PA) e a APA do Tapajós (PA) lideram o ranking. Seis das dez Unidades de Conservação Federais mais pressionadas estão localizadas no estado do Pará.

 As Unidades de Conservação Estaduais mais Ameaçadas foram a APA do Lago de Tucuruí (PA) e PES Serra dos Reis (RO). Em relação a Pressão, a APA Triunfo do Xingu (PA) e a APA do Lago Tucuruí (PA) são as líderes do ranking.


O Imazon apresentará a cada trimestre um relatório sintético de Ameaças e Pressões em APs com base em dados de alertas de desmatamento do SAD e um relatório anual com dados detalhados. Essa publicação apresenta os dados de Ameaça e Pressão referentes ao período de fevereiro a abril de 2021.

[No link mostrado no topo, há ilustrações elucidativas da situação atual em que se encontram essas reservas]




5 de jun. de 2021

LÍDERES MUNDIAIS IGNORAM O PAPEL DA DESTRUIÇÃO DA NATUREZA COMO CAUSADORA DE PANDEMIAS

 DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE- 5 de junho

Reproduzido (resumidamente)  e traduzido de THE GUARDIAN:

 https://www.theguardian.com/world/2021/jun/04/end-destruction-of-nature-to-stop-future-pandemics-say-scientists?CMP=Share_iOSApp_Other

Observação do responsável por este blog: eu entendo que tudo aqui reportado pelo autor do texto publicado no The Guardian considera que o coronavírus (e os demais vírus responsáveis pelos problemas de saúde aqui relatados), tiveram suas origens na Natureza; sem manipulação em laboratórios.


A causa raiz das pandemias – a destruição da Natureza – está sendo ignorada, alertaram os cientistas. O foco dos líderes mundiais em responder a surtos futuros ignora a estratégia muito mais barata e eficaz de parar a repercussão da doença de animais para humanos, disseram eles.

A destruição de florestas e a caça da vida selvagem estão cada vez mais trazendo animais e micróbios que abrigam em contato com pessoas e gado. Cerca de 70% das novas doenças infecciosas vieram de animais, incluindo Covid-19, Sars, gripe aviária, Ebola e HIV.

No entanto, a prevenção do alastramento dessa causa raiz,  é pouco mencionada pelos líderes e autoridades, disseram os cientistas por trás de uma nova força-tarefa independente, que se reportará à coalizão sobre a Prevenção da Pandemia na Fonte. O PPF disse que a questão foi ignorada pela Assembleia Mundial da Saúde, e um relatório recente da Organização Mundial da Saúde sobre a pandemia coronavírus.

Pesquisas recentes estimaram que o custo anual de prevenção de novas pandemias na próxima década seria de US$ 26 bilhões, apenas 2% dos danos financeiros causados pelo Covid-19. As medidas incluiriam proteger as florestas, encerrar o comércio arriscado de animais selvagens, proteger melhor os animais de fazenda contra infecções e detecção rápida de doenças nos mercados de vida selvagem.

[…]

"O Covid-19 foi um tiro de advertência de toda a natureza para nossa espécie", disse Aaron Bernstein, médico do Centro de Clima, Saúde e Meio Ambiente Global de Harvard, que lidera a força-tarefa. "Mas até agora os líderes mundiais estão longe de agir. Você ouve deles sobre as ações para supostamente prevenir pandemias, mas a ideia de prevenir suas causas básicas é pouco mencionada, muito menos discutida.

[…]

4 de jun. de 2021

LEGISLAR EM CAUSA PRÓPRIA: DOENÇA? SERÁ HEREDITÁRIA?!

 

Reproduzido de:  https://amazonia.org.br/metade-dos-deputados-que-aprovaram-reducao-de-areas-protegidas-em-ro-sao-pecuaristas-ou-foram-financiados-por-proprietarios-rurais/


Redução da proteção ambiental, se sancionada pelo governador, equivale à área das cidades de São Paulo e Salvador juntas; Procuradoria do Estado diz que projeto é inconstitucional

Para beneficiar pecuaristas, os deputados estaduais de Rondônia aprovaram uma lei que dizima duas áreas de reserva no entorno de Porto Velho. O estrago ambiental, caso sancionado pelo governador, vai retirar a proteção ambiental de 219 mil hectares da Reserva Extrativista Jaci-Paraná e do Parque Estadual Guajará-Mirim, o equivalente às áreas das cidades de São Paulo e Salvador somadas.

Quase a metade (11 dos 25) deputados estaduais que aprovaram o projeto por unanimidade são pecuaristas ou foram financiados por criadores de gado, revela cruzamento de dados realizado pela Repórter Brasil, com base na declaração de bens e de doadores disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral com documentação sobre transporte de gado. A redução das áreas de reserva ambiental vai beneficiar diretamente a atividade econômica: estima-se que existam 120 mil cabeças de gado na Resex Jaci-Paraná.


Entre os 25 deputados estaduais, seis receberam doações na última campanha eleitoral de pecuaristas: Alex Redano (DEM), Cássia das Muletas (Podemos), Geraldo da Rondônia (PSC), Johny da Paixão (PRB), Lebrão (MDB) e Luizinho da Fetagro (PT). Além de ter recebido doações, o petista também está entre os seis que são pecuaristas ao lado de Adelino Follador (DEM), Edson Martins (MDB), Ezequiel Neiva (PTB), Luizinho Goebbel (PV) e Laerte Gomes (PSDB)

A relação dos deputados com os interesses no agronegócio não podem ser observadas apenas com as doações. O relator do projeto de lei, o deputado Jean Oliveira (MDB), não tem nenhuma propriedade rural em seu nome e nem recebeu doações de pecuaristas, mas é investigado pela Polícia Federal por integrar uma quadrilha que tentou grilar uma unidade de conservação e por cogitar matar um procurador que se opôs ao roubo da terra pública, segundo revelou a Folha de São Paulo.   

Se o agronegócio ganha de um lado, por outro, o projeto ameaça indígenas, incluindo pelo menos seis grupos que vivem em isolamento voluntário, segundo a freira Laura Vicuña, missionária do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). “Se esse projeto for sancionado pelo governador, o Brasil pode cometer etnocídio”, afirma. 

Tanto o Parque Estadual Guajará-Mirim quanto a Reserva Extrativista Jaci-Paraná estão em áreas no entorno das Terras Indígenas Uru-eu-wau-wau, Karipuna, Igarapé Lage, Igarapé Ribeirão e Karitiana. Uma região que Vicuña define como um “mosaico ecológico por onde perambulam povos em isolamento voluntário”.

“Eles [indígenas] não têm contato com a sociedade e nem ficam restritos às terras indígenas demarcadas, por isso, a importância dessas áreas de reserva”, explica Vicuña. Segundo o Cimi, são quatro grupos identificados próximos à Terra Indígena Uru-eu-wau-wau, um na TI Karipuna e outro na TI Karitiana. “A gente sabe apenas por vestígios encontrados por moradores ou por sobrevoos da existência desses povos”, afirma a missionária.  

O favorecimento dos pecuaristas em detrimento da preservação ambiental e proteção dos indígenas está na gênese do texto do Projeto de Lei Complementar 80 de 2020, que foi enviado pelo governador coronel Marcos Rocha (PSL) para os deputados. O governador, que é bolsonarista convicto e reproduz o discurso anti ambiental do presidente, argumentou no texto que na Resex Jaci-Paraná existem 120 mil cabeças de gado “sem qualquer licenciamento ambiental ou autorização para supressão da vegetação nativa”. 

Rocha assumiu ainda a incapacidade do governo de lidar com as invasões: “As inúmeras ações de comando e controle até então executadas têm sido insuficientes para impedir o avanço da ocupação e desmatamento ilegais”.

Cabe agora ao governador sancionar ou vetar a lei que ele mesmo enviou. O prazo legal se encerra nesta quinta-feira (20). Um dia antes, a procuradoria Geral do Estado (PGE) de Rondônia emitiu parecer que aponta a inconstitucionalidade do projeto. Entre os problemas listados pela PGE estão a ausência de estudos técnicos para embasar a decisão e a violação do princípio que veda o retrocesso ambiental.

[…continua…  acessar o link indicado no topo desta postagem]