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31 de mar. de 2022
VERDADE?! TÊM MORAL PARA EXIGIR PRESERVAÇÃO AMBIENTAL NA AMAZÔNIA?!
“O Reino Unido está exportando sua pegada de agrotóxicos para outros países”. É assim que o jornal britânico The Guardian começa um texto em que divulga um novo relatório da Pesticide Action Network UK, publicado nesta quarta-feira (23). Clique aqui para ler a íntegra do relatório.
Baseada no estudo, a reportagem mostra que o aumento do comércio com o Brasil está “financiando” por aqui o uso de agrotóxicos que são proibidos no território da Grã-Bretanha.
Ambientalistas consultados pela reportagem do The Guardian disseram que o aumento do comércio exterior com o Brasil no pós-Brexit (saída do Reino Unido do bloco econômico da União Europeia) pode incentivar o uso desses agrotóxicos e contribuir com a destruição do meio ambiente brasileiro, em especial da Amazônia.
“O secretário de comércio do Reino Unido está promovendo o comércio com o Brasil como ‘oportunidades reais para avançar no comércio verde’. Enquanto isso, o uso excessivo de pesticidas altamente tóxicos no Brasil está contribuindo para a destruição da Amazônia e de outros ecossistemas de importância crucial, contaminando a água e envenenando trabalhadores rurais e comunidades”, afirmou à reportagem o chefe de políticas e campanhas da Pesticide Action Network UK, Josie Cohen.
“No entanto, o governo não forneceu detalhes sobre como garantirá que os alimentos brasileiros vendidos nas prateleiras do Reino Unido não contribuam para a crise global do clima e da natureza”, concluiu Cohen.
Contradições
Em entrevista, Vicki Hird, coordenadora da campanha de agricultura sustentável da Sustain, afirmou que o Reino Unido promove campanhas valorizando a redução no uso de agrotóxicos em seu território. Segundo ela, porém, parece não ter problemas em “exportar” os impactos ambientais e de saúde humana para o Brasil.
“A maioria dos consumidores do Reino Unido não tem ideia de que parte da carne que estão comendo foi alimentada com soja cultivada com produtos químicos altamente tóxicos. No momento, o governo do Reino Unido está falando bem na redução dos danos causados pelos pesticidas no Reino Unido, mas parece não ter problemas em exportar nossas pegadas ambientais e de saúde humana para o Brasil”, disse Hird.
A reportagem aponta ainda a possibilidade de os impactos se aprofundarem com a aprovação de novas normas legais para regulação do uso de agrotóxicos no Brasil, como o Pacote de Veneno. O Brasil de Fato tem mostrado que esse projeto de lei flexibiliza ainda mais o uso de agrotóxicos e é “patrocinado” por ruralistas e representantes do agronegócio.
“O governo brasileiro está atualmente promovendo um projeto de lei que reduziria as leis para proteger a saúde humana e ambiental dos pesticidas. Mesmo sem esse novo pacote de leis, os agricultores brasileiros podem usar quase o dobro de pesticidas perigosos que os do Reino Unido, incluindo o herbicida letal Paraquat, que causou dezenas de milhares de mortes em todo o mundo por envenenamento agudo, e neonicotinóides , que são tóxicos para as abelhas”, diz o texto.
Recentemente, o governo do Reino Unido propôs um projeto de lei que punirá as empresas que têm desmatamento em suas cadeias de suprimentos, incluindo agricultores na Amazônia que desmatam a floresta tropical. No entanto, não existe tal lei para pesticidas.
Por: Paulo Motoryn
Fonte: Brasil de Fato
30 de mar. de 2022
...MATA ATLÂNTICA NO NORDESTE: RESISTINDO DESDE O DESCOBRIMENTO!!!
Reproduzido de: https://oeco.org.br/reportagens/mata-atlantica-nordestina-a-ferro-fogo-e-resistencia/
OBS.: A FERRO E FOGO (importante obra de Warren Dean, sobre a destruição da Mata Atlântica).
"Sabe-se o que era a mata do Nordeste, antes da monocultura da cana: um arvoredo ‘tanto e tamanho e tão basto e de tantas prumagens que não podia homem dar conta’. O canavial desvirginou todo esse mato grosso do modo mais cru: pela queimada. […] Só a cana devia rebentar gorda e triunfante do meio de toda essa ruína de vegetação virgem e de vida nativa esmagada pelo monocultor”.
Com essas palavras, o escritor pernambucano Gilberto Freyre, autor do clássico Casa-Grande & Senzala (1933), resumiu a principal causa recente da devastação da Floresta Atlântica nordestina, em seu livro Nordeste (1937). Ele foi, em sua época, um dos grandes questionadores da destruição das matas, na primeira metade do século XX.
E até hoje, esse pouco de floresta remanescente continua se perdendo. Segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – período 2019-2020, os estados do Ceará, Alagoas e Rio Grande do Norte estão entre os dez que tiveram aumento no desmatamento entre 2019 e 2020.
Atualmente, a cobertura vegetal da floresta atlântica nordestina é basicamente formada por um arquipélago de pequenos fragmentos florestais, que geralmente não chegam a 50 hectares, circundados por uma imensidão de plantações de cana-de-açúcar, pastagem e outras culturas, o que representa uma grande ameaça para a biodiversidade local.
Para Severino Pinto, diretor-presidente do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan), essa floresta é um “hotspot dentro de um hotspot”, ou seja, é uma área com alta biodiversidade, rica em espécies endêmicas e altamente ameaçada dentro da já crítica Mata Atlântica. “Os serviços ambientais prestados por essa floresta são importantíssimos para processos econômicos e de provisão da região. Contudo, é um paciente na UTI, e seu suprimento de oxigênio vem sendo reduzido continuamente”.
Centro de Endemismo Pernambuco
Na Mata Atlântica do Nordeste uma porção merece destaque especial. Localizada ao norte do rio São Francisco, abrangendo os litorais dos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, com pequenos encraves interiores de florestas de várzea e altitudinais no Ceará e Piauí conhecidos como brejos de altitude, está uma floresta que abriga várias espécies endêmicas [que só existem nessas áreas], muitas delas ameaçadas de extinção. Essa região constitui um importante centro de endemismo na América do Sul, o Centro de Endemismo Pernambuco (CEP).
O professor Marcelo Tabarelli, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explica que o termo foi criado pelo botânico Ghillean Prance, que trabalhou na região Neotropical nos anos 70. “Quando o ornitólogo José Maria Cardoso da Silva e eu começamos a trabalhar na UFPE, em 1998, percebemos que existia sim um Centro de Endemismo, não restrito a Pernambuco, mas na floresta atlântica ao norte do rio São Francisco”.
O pesquisador explica que há um conjunto de espécies, de vários grupos, que permite um reconhecimento do CEP como uma unidade biogeográfica distinta da Mata Atlântica. “Ela difere da floresta ao sul do São Francisco porque é muito mais um prolongamento da floresta amazônica do que uma expansão da floresta atlântica do sul e sudeste. É mais uma floresta amazônica no Nordeste do que uma expansão da Mata Atlântica”.
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Os grandes remanescentes
Os maiores remanescentes florestais do CEP são a Estação Ecológica de Murici (AL), com 6.131 hectares, e a Reserva Biológica Pedra Talhada (AL/PE), com 4.469 hectares. A Área de Proteção Ambiental (APA) de Murici engloba dez municípios, incluindo os três que compõem a ESEC Murici. Ela conta com 133 mil hectares, sendo o maior fragmento ao norte do rio São Francisco.
De acordo com Marco Freitas, gestor da ESEC Murici, a região é a mais importante das três Américas para conservação de aves. A ESEC, que foi criada em 2001 por um pedido pessoal do príncipe inglês Charles, praticante de birdwatching, abriga mais de 17 aves ameaçadas globalmente e 31 em nível nacional. A ESEC também possui a maior riqueza de herpetofauna dentre as UCs do Brasil, com 58 anfíbios (sete ameaçados e dois endêmicos) e 89 répteis (três ameaçados e um endêmico).
Diversas ações vêm ocorrendo para conservação dessas áreas tão fundamentais. Há, por exemplo, a proposta de criação de um corredor ecológico ligando Murici à Serra do Urubu, um dos maiores remanescentes de Pernambuco, com quase mil hectares.
Pedro Develey, diretor executivo da SAVE Brasil, falou sobre o sonho de reconectar as duas áreas. “Tudo começou no início da SAVE, com a criação da ESEC Murici. Em 2004, a SAVE adquiriu uma porção de floresta na Serra do Urubu, a RPPN Pedra D’Antas. Há dois anos e meio, ampliamos o projeto, mapeamos áreas e falamos com proprietários. Há ainda um passivo de 30 mil hectares que deveriam ser Áreas de Preservação Permanente e Reservas Legais, isso precisa ser regulamentado”.
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25 de mar. de 2022
DURANTE MUITOS ANOS FALOU-SE QUE ESTUDOS AGROECOLÓGICOS ERAM IMPRESCINDÍVEIS TANTO PARA DEFINIR ÁREAS AGRICULTÁVEIS COMO PARA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Uma pesquisa inédita apontou que a maior parte das áreas em regeneração na Amazônia está em locais de difícil plantio de grãos. Ou seja: é possível recuperar a floresta em larga escala sem perder terras agricultáveis e com baixo custo. O que gera benefícios para o clima, para o país e para os próprios agricultores. Isso porque eles podem aproveitar essas áreas para adequar suas propriedades às leis ambientais e, ainda, obter novas fontes de renda.
Publicado pelo projeto Amazônia 2030, o estudo é de autoria de pesquisadores do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Eles analisaram o potencial agrícola de 7,2 milhões de hectares mapeados em 2019 onde a vegetação secundária (que nasce após o desmatamento) tinha a partir de seis anos. E o resultado foi que 5,2 milhões de hectares estão em locais classificados como “de baixa aptidão agrícola”, o que corresponde a 73% do total.
21 de mar. de 2022
GÉRARD MOSS: PERDA DE UM BATALHADOR IMPORTANTE NAS PESQUISAS SOBRE OS "RIOS VOADORES"
Rios voadores (relembrando):
No vídeo, Eneas Salati, líder das pesquisas sobre os Rios Voadores, também falecido recentemente.
https://youtu.be/GHNM7kAa4G8
17 de mar. de 2022
EXISTE CRIME AMBIENTAL HEDIONDO?! EXISTE SIM! EIS UM DELES...
Um recurso impetrado pelo Ministério Público Federal garantiu a condenação de três empresas pelo transporte e comercialização ilegal de madeira de castanheira extraída no estado de Rondônia. A 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) aceitou, por unanimidade, na última semana, o recurso do MPF, garantindo, assim, a reparação do dano ambiental causado.
As empresas Celia Ceolin – EPP e BV Indústria e Comércio de Madeiras Ltda – ME foram apontadas como responsáveis pelo fornecimento de madeira apreendida, e a Madeireira Mil Madeiras Ltda EPP, pela aquisição e transporte. Elas foram condenadas ao plantio de 10 hectares de castanheira e ao pagamento de R$ 500 mil por danos morais coletivos.
A ação remonta a junho de 2008, quando tais empresas foram autuadas no âmbito da Operação Guardiões das Montanhas, na qual fiscais do Ibama interceptaram veículo que transportava madeira serrada originária do município de Alto Paraíso, em Rondônia.
Na ocasião, além de transportar peças de madeira de castanheira, cuja exploração foi proibida em 1994, a transportadora não apresentou a guia florestal que autorizaria a venda e o transporte. Para burlar o transporte ilegal, os envolvidos utilizaram-se da tática de “lavagem de madeira”, que é quando espécies semelhantes às proibidas são extraídas de forma supostamente legal, para camuflar a lesão ao meio ambiente.
O Ministério Público Federal, através da Procuradoria da República em Rondônia, entrou com uma Ação Civil Pública contra as empresas na época, mas a 5ª Vara Federal de Rondônia julgou a ação improcedente, por entender que o dano ambiental não havia sido demonstrado. Como justificativa, a 5ª Vara argumentou que não era possível saber qual era a espécie ilegalmente transportada e a exata localização da degradação.
O MPF, então, entrou com o recurso que agora foi julgado. Em seu parecer, o Ministério refutou os argumentos da Justiça de Rondônia. “Qualquer que seja a espécie, o transporte e a venda devem ser acompanhados da respectiva guia florestal. Igualmente não influi no dano ambiental o desconhecimento do local exato da retirada da madeira”, defendeu o parecer.
Além da multa de R$ 500 mil e do plantio de castanheira, o Tribunal Regional Federal também estipulou que as empresas deverão pagar indenização por danos materiais. Se forem pegas em reincidência, elas ainda deverão pagar multa diária de R$ 50 mil.
Reproduzido de:
https://oeco.org.br/author/cristiane-prizibisczki/
15 de mar. de 2022
CRISES REPETIDAS? E NAS REGIÕES MAIS DESENVOLVIDAS?!
Reproduzido de:
https://ecoa.org.br/crise-hidrica-ou-uma-grande-crise-ambiental-construida-na-parte-mais-habitada-e-economicamente-desenvolvida-do-brasil-e-da-america-do-sul/
DESTAQUES:
No dia 27 de maio de 2021 o Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico (CSME) emitiu tardio alerta de “emergência hídrica” para 5 estados brasileiros.
– Brasil com represas retendo água, Paraguai e Argentina implorando para que o País libere água para transporte de produção agrícola.
– Governo federal tardiamente cria “sala de situação” para tratar da falta de água nas represas.
– Falta água para cidades para a navegação; geração de energia; para a agricultura e outros usos.
– Crise assola Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai e não é um fenômeno de 2021. Está escrito nos anéis das árvores: secas severas, mais generalizadas, ocorrem desde meados do século 20, alcançando a drástica situação da última década e seguindo na atual.
– As secas severas repetiram-se em 1976-77, 1996-97, 2007-2008 e de 2010 a 2021.
– “As emissões de gases de efeito estufa estão causando maiores eventos extremos e podemos prever o que continuará no tempo”.
– A principal unidade ambiental atingida é a bacia do rio da Prata – formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai.
8 de mar. de 2022
FLORESTA AMAZÔNICA E FAUNA DE RIACHOS: ESTA DEPENDE DAQUELA!
https://oeco.org.br/reportagens/desmatamento-comeca-a-afetar-a-diversidade-de-peixes-em-riachos-na-amazonia/
DESTAQUE
A substituição de floresta por pastagens e lavouras está afetando diretamente os peixes da Amazônia. Em estudo publicado na revista Neotropical Ichthyology, pesquisadores do Brasil, da Colômbia e dos Estados Unidos mostraram que um processo semelhante ao ocorrido ao longo de décadas em áreas com longa história de desmatamento, como o Estado de São Paulo, se repete agora em Rondônia, no chamado Arco do Desmatamento, onde a derrubada da mata é recente.
5 de mar. de 2022
PRIORIZANDO O AGRONEGÓCIO SEM AVALIAR CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS
Reproduzido de
https://oeco.org.br/
O uso político da guerra entre Rússia e Ucrânia feito pelo presidente Jair Bolsonaro para justificar a abertura de Terras Indígenas à exploração minerária, de forma a fazer frente a uma eventual queda na importação de fertilizantes, provocou revolta de entidades indigenistas e ambientalistas.
Em sua live semanal na noite de ontem (3), Bolsonaro disse que tem presenciado “um certo clamor” de parlamentares para que faça andar no Congresso o Projeto de Lei 191/2020, que pretende regularizar a mineração e a exploração de hidrocarbonetos no subsolo de Terras Indígenas.
2 de mar. de 2022
A GRANDE “LATA DE LIXO” DE NOSSO PLANETA: O MAR
Reproduzido de https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/navio-com-milhares-de-carros-de-luxo-afunda-no-oceano-atlantico/#:~:text=O%20navio%20Felicity%20Ace%20afundou,ilha%20do%20Faial%2C%20nos%20A%C3%A7ores.
O navio Felicity Ace afundou esta terça-feira (1) a cerca de 170 quilômetros ao sul da ilha do Faial, nos Açores. A embarcação estava sendo rebocada na sequência do incêndio que se deflagrou em 16 de fevereiro, em alto mar, e que obrigou à retirada dos 22 tripulantes.
A bordo estavam cerca de quatro mil automóveis das marcas Volkswagen, Porsche, Audi e Lamborghini, que acabaram, assim, no fundo do mar.
O navio tinha começado a ser rebocado em 25 de fevereiro, mas, segundo a Marinha portuguesa, “perdeu estabilidade” e acabou por afundar a 46 quilômetros do limite da Zona Econômica e Exclusiva de Portugal, em uma área com cerca de três mil metros de profundidade.
“No local registam-se alguns destroços e uma pequena mancha de resíduos oleosos, que está se dispersando pelos jatos de água dos rebocadores e que se encontra sendo monitorizada pela Direção de Combate à Poluição da Autoridade Marítima Nacional e pela Agência Europeia da Segurança Marítima”, refere a autoridade, que continua acompanhando a situação.
O Felicity Ace, com bandeira do Panamá, tinha partido de Emden, na Alemanha, com destino ao porto de Davisville, no estado norte-americano de Rhode Island.
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