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21 de fev. de 2023

DESASTRES: AMBIENTAIS, NATURAIS, ECOLÓGICOS… E CATÁSTROFES ANTRÓPICAS! DISTINÇÕES

DESASTRE AMBIENTAL Reserva-se esta denominação a acontecimentos que ocorram nos ecossistemas, trazendo como consequências grandes transformações que descaracterizam o ambiente como um todo. Citam-se como exemplos de desastre ambiental causados pelo homem os ocorridos em Minas Gerais, como se seguem. Mariana. No município de Mariana, MG, em 5 de novembro de 2015, duas barragens romperam, despejando cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Até início de fevereiro de 2016 foram computadas 17 pessoas mortas e duas desaparecidas. Brumadinho. As 14 milhões de toneladas de lama e rejeitos de minério liberadas com o rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro de 2019, mataram pelo menos 260 pessoas, contaminando vários trechos do rio Paraopeba, um dos principais formadores do Rio São Francisco e responsável pelo abastecimento de 2,3 milhões de pessoas, inclusive da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em 1984, em Cubatão, Santos, ocorreu um vazamento nas tubulações de combustível da Petrobrás, causando um desastre de grandes proporções com pessoas que viviam na Vila Socó, situada em manguezal. Há registro oficial de 93 vítimas fatais. DESASTRE (“DESASTRE NATURAL” e “DESASTRE ECOLÓGICO”) Bastante discutível o uso das expressões “desastre natural” e “desastre ecológico”. Geralmente não temos dúvida quando nos referimos à palavra “desastre” como sinônimo de “calamidade, infortúnio, algo ruinoso (acarretando ruína, perda ou destruição) e que causa sofrimento e prejuízo material”. O termo “desastre natural”, quando utilizado para definir eventos naturais com consequências de grande impacto sobre o ambiente onde o ser humano habita, embora de uso corrente, gera entre muitos ecólogos, uma inaceitação. A maioria dos fenômenos da Natureza (terremotos, vendavais, tufões, ciclones, erupções vulcânicas...) são reações que sempre ocorreram e provavelmente ocorrerão. O fato de que boa parte das consequências sofridas pelos seres humanos seja catastrófica, advém mais da maneira como vivemos; como por exemplo, crescimento populacional acentuado, com adensamento populacional em habitações inapropriadas para conviver com tais eventos naturais, grande proximidade de habitações e atividades humanas ao alcance das ações do mar, dos vulcões etc. Algumas de tais consequências são catastróficas graças (provavelmente) à contribuição humana, como por exemplo, os tufões e ciclones ganham mais força à medida que vão encontrando águas oceânicas mais quentes devido ao aquecimento global. O termo “desastre ecológico”, por sua vez, também gera controvérsia, principalmente quando aplicado, por exemplo, a eventos que acontecem com frequência em alguns ecossistemas, como o fogo no cerrado e a seca na caatinga. Tais eventos podem exercer pressão seletiva, sendo registrado no processo evolutivo. E talvez por isso não devesse ser chamado de “desastre”. Alguns acidentes, por suas repercussões negativas, são classificados simplesmente como “desastres”, como alguns referenciados neste glossário, como os de Bhopal, Chernobyl e o “Dust Bowl”, todos provenientes de atividades humanas inconsequentes ou irresponsáveis. Talvez fosse melhor denominá-los de catástrofes antrópicas. Da mesma maneira, quando o ser humano constrói suas habitações em locais suscetíveis a deslizamentos/escorregamentos, o termo mais apropriado quando da ocorrência desse evento seria “catástrofe antrópica”.

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