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6 de fev. de 2011
CARAMUJO GIGANTE AFRICANO MONITORANDO POLUIÇÃO DO AR, NA RÚSSIA
Conforme amplamente divulgado por várias fontes de destaque na comunicação científica (como por exemplo a SCIENTIFIC AMERICAN), noticiou-se que o caramujo gigante africano (conhecido na língua inglesa como “sub-Saharan giant snail”), o Achatina fulica, vem sendo utilizado em São Petersburgo, na Rússia, para monitorar poluição atmosférica gerada ao redor de uma grande empresa de tratamento de esgoto, que incinera resíduos.
Nos caramujos (em número de seis) foram instalados monitores cardíacos; e o plano é observar as reações desses animais enquanto respiram a fumaça, sendo os batimentos cardíacos comparados com caramujos de grupo controle. Esses animais foram escolhidos porque têm pulmões e respiram à semelhança dos seres humanos.
O principal motivo do assunto deste ensaio é a preocupação dos representantes do Greenpeace, em que um de seus líderes (Dmitry Artamonov) afirma: “Eu não sei se os caramujos adquirem câncer, mas mesmo que venham a ter, não será de imediato, e certamente não ficaremos sabendo através deles” (ou seja, a Vodokanal, a companhia que comanda o sistema de tratamento de esgotos).
Uma das fontes de informação dessa notícia (site http://www.huffingtonpost.com/2011/01/23/snails-monitor-air-pollut_n_811286.html) aponta que esta não é a primeira vez que animais têm sido usados para monitorar poluição. Aeroportos alemães usam abelhas para detectar a qualidade do ar; pelos de cães revelam contaminação por arsênio numa mina de Montana (E.U.A.); e mexilhões são usados para estimar presença de carcinogênicos na água.
A pergunta sugerida pelos autores dessas observações (Greenpeace e do site acima discriminado) é: “O que você acha do uso de animais para testar poluição”? “Isso é inovação ou crueldade”?
Será que os autores dessas observações sabem que o caramujo gigante africano é transmissor de doenças (pelo menos aqui no Brasil: Angiostrongylus cantonensis, causador de meningite; Angiostrongylus costaricensis, causador da angiostrongilose abdominal) e que por isso, eles são incinerados aos milhares? E que essa é uma medida sanitária inevitável e que tem que ser efetuada? E ainda pergunto: “Mesmo que na Rússia esses caramujos não sejam vetores de doenças, não há certo exagero nessa preocupação de questionar a utilização desses animais (inferiores, no que diz respeito ao seu sistema nervoso) para detectar poluição”? “E com tal preocupação, impedir que um sistema preventivo de controle da poluição atmosférica seja aplicado em benefício não somente do ser humano, como também de muitos outros animais terrestres”???
Ilustração desse caramujo pode ser vista na foto acima.
[OBS.: no site http://ecologyintofocus.blogspot.com/2011/02/african-snails-latest-weapon-in.html, do blog de Breno Grisi, em inglês, pode-se assistir um vídeo da Scientific American reportando sobre este assunto e que contém mais informações sobre o procedimento experimental russo]
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