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1 de jun. de 2011

AMAZONIA: IBGE TEM OS DADOS (DO POTENCIAL E DA DEGRADAÇÃO)

Para aqueles que vêem e escutam as notícias do governo, quase sempre alardeando redução da devastação da floresta amazônica, é bom dar uma olhadinha nesta matéria divulgada no site www.ambientebrasil.com.br:

Carbono armazenado no solo da Amazônia é maior que na atmosfera, diz IBGE - 01/06/2011

Local: São Paulo - SP
Fonte: Amazonia.org.br
Link: http://www.amazonia.org.br

O solo da Amazônia Legal tem, em média, um estoque de carbono de 55,7 toneladas por hectare, uma quantidade maior do que o que existe na atmosfera. A informação é parte do estudo "Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal", divulgado hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A publicação reúne informações sobre os recursos naturais da região - vegetação e cobertura da terra; relevo; solos; e rochas e recursos minerais. O estudo, entretanto, só analisa as décadas de 1970 e 1980, até dados mais recentes, datados de 2002.

Segundo o IBGE, é fundamental avaliar o estoque de carbono no solo para o balanço de gases de efeito estufa na atmosfera. Estima-se que, no Brasil, 75% das emissões de CO2 sejam oriundas de mudanças no uso da terra, seja pela erosão e a decomposição da matéria orgânica dos solos, seja pela conversão de florestas.

Em média, o solo da Amazônia Legal tem, na profundidade máxima de 50 cm, com espessura média de 30 cm, um estoque de carbono orgânico de 55,7 toneladas por hectare, sendo que essa concentração não é uniforme e varia entre 0,1 e 208,7 toneladas por hectare, com predomínio da classe de 40 a 60 t/ha.

Ao considerar a profundidade de até um metro de solo, o valor médio do estoque de carbono aumenta para 95,7 t/ha, podendo chegar ao máximo de 250,5 t/ha, com predomínio da classe de 80 a 100 t/ha.

Amazônia tem 45% da água subterrânea potável do país

O estudo também avaliou o potencial de produção de água subterrânea (potencial hídrico), analisando as rochas sedimentares da região. Essas rochas, originadas a partir da alteração, erosão, transporte e deposição de qualquer outro tipo de rocha, compõem 66,8% da área da Amazônia Legal. Elas propiciam a formação de aquíferos porosos, espécie de reservatórios subterrâneos, capazes de armazenar grandes volumes de água, em quantidade suficiente para ser utilizada como fonte de abastecimento.

Segundo estimativas do IBGE, 91% da água subterrânea do Brasil estaria em aquíferos porosos, dos quais 79,45% estariam na Amazônia Legal. Ou seja, a região responde por cerca de 45% de toda a água subterrânea do país.

As maiores áreas de aquíferos porosos encontram-se no Amazonas (1.344.201,7 km2), em Mato Grosso (677.135,1 km2) e no Pará (513.818,9 km2). O Acre e o Maranhão têm os maiores índices de participação, superiores a 90%, reflexo de um subsolo constituído quase que unicamente por rochas sedimentares. Roraima (33,8%) e Amapá (33,2%) apresentam os percentuais mais baixos, embora as extensões de aquíferos porosos em ambos os estados também sejam bastante significativas.

Petróleo

Segundo estudo, "por ser formado predominantemente por rochas sedimentares, o subsolo da Amazônia Legal também tem potencial para exploração de combustíveis fósseis, o que pode ser confirmado pelos campos de petróleo e gás de Urucu, no Amazonas. Há boas perspectivas de acumulação dessas substâncias nas rochas sedimentares das bacias costeiras do Maranhão, Pará e Amapá, além de reservas de gás natural no município de Capinzal do Norte (MA)".

Ainda nas áreas de rochas sedimentares, há também a possibilidade de serem encontradas jazidas de calcário, utilizáveis tanto na agricultura como para o fabrico de cimento; sal-gema e gipsita, fontes de gesso para a medicina e a construção civil; e anidrita, fonte de sulfato e cálcio. Apesar de possuírem menor potencial metálico, minerais desse tipo e pedras preciosas podem ser encontrados na região. Depósitos de ouro, cassiterita e diamante são comuns.

2,6 bilhões de árvores eliminadas

Sobre o tema vegetação e cobertura da terra, o IBGE constatou que quatro milhões de quilômetros quadrados da Amazônia brasileira eram originalmente recobertos por florestas e, até 2002, a área desmatada já era da ordem de 15,3% do total da vegetação. Esse número continua avançando, principalmente na região conhecida como Arco do Desmatamento.

Conforme relata o estudo, "até 2002, a região havia sofrido a eliminação de 2,6 bilhões de árvores, o que correspondia a aproximadamente 13% do total de árvores com diâmetro maior que 33 cm nas florestas. Em termos de volume, 4,7 bilhões de metros cúbicos de madeira foram eliminados pelo desmatamento nas formações florestais na Amazônia Legal até 2002".

Com o desmatamento, a floresta perdeu aproximadamente 23 bilhões de toneladas (12,7%) de biomassa, ou matéria orgânica de origem vegetal, e 6,6 bilhões de toneladas de carbono (12,7%) das formações florestais da Amazônia Legal até 2002.

Em 2002, o antropismo, ou a mudança na cobertura da terra por interferência humana, por meio de atividades de desmatamento e queimadas, atingia 15,3% da área de vegetação primária da Amazônia Legal. A pecuária se destaca como o principal uso que altera a cobertura da terra, representando 51,7% da vegetação antropizada na Amazônia Legal, enquanto a vegetação secundária (vegetação que surge naturalmente após o abandono de áreas antes usadas pelo homem) corresponde a 32,1%, e a agricultura, a 15,2%.

A íntegra do estudo "Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal" pode ser acessada pelo link: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/diagnosticos_levantamentos/default.shtm

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