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29 de mai. de 2013

UM COMPARATIVO SOBRE DESMATAMENTO NA AMAZÔNIA, SEGUNDO DUAS FONTES DE INFORMAÇÃO


Ibama apreende madeira ilegal no Mato Grosso. Foto: Ascom Ibama/MT

Em abril, na Amazônia, desmatou-se uma área que soma 140 quilômetros quadrados (km²) , um aumento de 84% em relação a abril de 2012 quando o desmatamento somou 76 quilômetros quadrados, segundo dados divulgados no sábado (18) pelo Boletim de Desmatamento (SAD) do Imazon, que faz o monitoramento independente do desmatamento na Amazônia Legal.

Os dados mensais mostram que o desmatamento continua subindo na Amazônia: de agosto de 2012, quando começou o calendário do desmatamento, até abril de 2013, a área desmatada totalizou 1.570 quilômetros quadrados, um aumento de 88% em relação ao período anterior (agosto de 2011 a abril de 2012) quando o desmatamento somou 836 quilômetros quadrados.

Um pouco mais da metade (55%) da área florestal da Amazônia Legal estava coberta de nuvens, o que significa que apenas 45% do território pode ser visualizado. Mesmo assim, foi melhor do que em abril de 2012, quando a cobertura de nuvens atingiu 74%.
[...]
A maioria do desmatamento detectado em abril de 2013 ocorreu no Mato Grosso (73%), em Rondônia (19%), Amazonas (6%), Pará (1%) e Roraima (1%).

Dos 10 municípios campeões em desmatamento em abril, 9 estão localizados no Mato Grosso. Mesmo liderando com folga o ranking de desmate em abril, o desmatamento em Mato Grosso caiu em relação ao ano passado.De agosto de 2012 a abril de 2013, Mato Grosso desmatou 680 quilômetros quadrados de floresta, contra 1217 quilômetros quadrados desmatados no período anterior (agosto de 2011 a abril de 2012).
[...]

IBAMA
Do "site" do Ibama: www.ibama.gov.br

Brasília (07/05/2013) - A degradação da Floresta Amazônica continua a apresentar tendência de queda. Em abril, o Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter) contabilizou 147 km² de alertas de desmatamento, o que representa uma diminuição de 37% em relação ao mesmo mês do ano passado. A redução foi ainda mais expressiva em março, quando foram registrados 28 km² de devastação, 53% a menos do que os 60 km² registrados no período anterior.

CONCLUSÃO: Fica difícil para nós brasileiros, uma informação confiável, mesmo considerando que ambas as fontes de informação aqui mostradas, fundamentam suas avaliações em dados obtidos do DETER-INPE.

28 de mai. de 2013

GAVIÃO-POMBO-PEQUENO: PREDADOR DA MATA ATLÂNTICA

[Reproduzido de: www.oeco.org.br]

Contemplando os habitantes dos "céus da Mata Atlântica", destacamos esta ave majestosa.

27 de maio é o dia da Mata Atlântica


Rafael Ferreira

O flagrante de um curioso Amadonastur lacernulatus. Foto: Rick Elis Simpson/Wikimedia Commons
Aves de rapina, Mata Atlântica.

Em um país com tantos biomas como o Brasil, não surpreende que abrigue tantas espécies animais que lhe são únicas. Em todos os seus ecossistemas é possível encontrar uma espécie endêmica da região, que só poderia surgir naquele ambiente. Acontece no Cerrado, nos Pampas, na Amazônia e, também, na Mata Atlântica. É o caso do gavião-pombo-pequeno (Amadonastur lacernulatus, antigamente Leucopternis lacernulata).

O gavião-pomba, como também é conhecido, está distribuído ao longo de toda a floresta atlântica, podendo ser encontrado em Alagoas, Paraíba, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. Quando não está sobrevoando as florestas da Serra do Mar e da planície litorânea, pode ser avistado numa exploração mata adentro, em florestas de baixada.

Amadonastur lacernulatus mede cerca de 43 a 52cm de comprimento, com uma envergadura de 96cm de asa a asa. A coloração de suas plumas − dorso e asas pretas; enquanto a cabeça, a nuca, a região superior do dorso e toda a parte inferior são brancas − justificam seu apelido: em voo é fácil confundi-lo com um pombo.

Caçador solitário, por vezes, admite se juntar a outros bandos de aves para capturar alimento. Sua dieta consiste de insetos, aranhas, moluscos, cobras, aves, roedores e outros pequenos mamíferos. Predador astuto e oportunista, tem o hábito de buscar e capturar animais espantados pela presença de formigas-de-correição ou pela passagem de bandos de macacos ou quatis que lhe servem de “batedores”. Também há registros de indivíduos que espreitam ou sobrevoam áreas de coleta, aguardando o momento em que alguma outra ave fosse capturada por armadilhas, para então se alimentar dela.

No entanto, toda a astúcia não salva a espécie das ameaças à sua existência. Tanto a IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), quanto o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) classificam o A. lacernulatus como Vulnerável.

A população de gaviões-pombo-pequeno sofre um sério declínio populacional em razão do desmatamento, que descaracteriza seu habitat: a Mata Atlântica, bioma do qual depende para cumprir as exigências biológicas mais básicas. O impacto nos seus territórios reduz os locais adequados para a nidificação (reprodução) e aumentam a competição por alimento e abrigo. 

[Mais informações em: http://www.avesderapinabrasil.com/leucopternis_lacernulatus.htm]

26 de mai. de 2013

AMAZÔNIA: "NÃO É PRECISO AVANÇAR SOBRE A FLORESTA" - AFIRMAÇÃO DE UM PECUARISTA

[Reproduzido de: www.planetasustentável.abril.com.br]

Rodrigo Baleia

No Parque Ambiental de Paragominas, alunos do sistema público de ensino recebem aulas de educação ambiental. O espaço, antes uma propriedade privada jogada à própria sorte, foi reformado, e sua vegetação, recuperada

PROSPERIDADE

Paragominas: o ponto da virada

A cidade de Paragominas, no leste do Pará, foi sinônimo de desmatamento desde a abertura da rodovia Belém-Brasília, na década de 1970. Hoje com 100 mil habitantes, Paragominas é tida como modelo de desenvolvimento sustentável para outras cidades da Amazônia

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Em 1990, chegou a ser o principal polo produtor de madeira do Brasil ao abrigar 400 serrarias - hoje são menos de 20. Nesse mesmo período, era também a maior produtora de bovinos do Pará. Atualmente, o rebanho de 300 mil cabeças - que sofreu redução gradual nos últimos anos - não consta nem mesmo entre os cinco maiores do estado. E as mudanças vão muito além do pasto.

O passado - e a respectiva fama - ficaram para trás. Um projeto local, criado em 2008 e chamado de Município Verde, serviu de base a um programa estadual com o mesmo nome, cunhado em 2011 pelo governo do Pará e com adesão inicial de 74 municípios. Além da parceria com ONGs, universidades e institutos de pesquisa, as principais iniciativas do projeto são reflorestamento (nos últimos três anos, o município plantou 55 milhões de árvores), pecuária e agricultura sustentáveis (investe na fertilidade do solo em vez de avançar sobre a mata), educação ambiental e manejo florestal (ação que minimiza o impacto sobre a floresta na retirada das toras com relevância econômica).
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As iniciativas ambientais no município paraense envolvem uma série de projetos públicos e privados. A mineradora Hydro, que extrai bauxite dentro da área da cidade, conta com um viveiro de mudas nativas para o reflorestamento das faixas de terra já exploradas


De forma geral, a extração de madeira e a pecuária são praticadas há pelo menos três décadas nos municípios da região. A agricultura de grãos e a extração de minério (no caso local, a bauxita) são mais recentes. Assim, a cidade paraense "já experimentou todas as atividades produtivas da Amazônia", explica Paulo Amaral, pesquisador do Imazon.

Essas práticas trouxeram consequências, embora algumas delas não estejam à mostra. Com 20 mil quilômetros quadrados de área (quase o tamanho de Sergipe), o município conta com grande remanescente florestal: 66% de seu território. Um sobrevoo em Paragominas revela toda a soberania da copa das árvores, entremeada aqui e ali por áreas desmatadas. Do alto, entretanto, o olhar superficial engana. "Não se trata de floresta intocada, mas sim de uma mata da qual foi retirada boa parte das árvores com valor comercial", explica Fábio Niedermeier, da organização não governamental The Nature Conservancy (TNC), contratada pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas para elaborar um diagnóstico ambiental das propriedades locais. Nos pontos onde não houve corte raso (destinado à pecuária), a própria floresta trata de regenerar logo os espaços criados pela derrubada de árvores de grande porte.
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O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Mauro Lúcio Costa propaga o investimento na qualidade do solo. "Não é preciso avançar sobre a floresta", garante o pecuarista


A parceria com a TNC, por si só, evidencia o perfil incomum da cidade: em uma região marcada por conflitos agrários e embates entre ambientalistas e ruralistas, a ONG ganhou salaprópria no prédio do sindicato dos produtores. Esse tipo de inovação é fruto de mudanças impulsionadas pela inviabilidade econômica anterior de Paragominas. Com a entrada do município na lista dos campeões de desmatamento na Amazônia, divulgada em janeiro de 2008 pelo Ministério do Meio Ambiente, os produtores ficaram impedidos de acessar linhas de crédito.

Naquele mesmo ano, em março, uma operação conjunta da Polícia Federal, do Ibama e da Força Nacional de Segurança Pública chegou à cidade. Chamada de Arco de Fogo, a iniciativa resultou, sobretudo, no fechamento de serrarias ilegais. A reação de Adnan Demachki, ainda hoje prefeito, foi convocar empresários e 50 entidades de classe locais para a assinatura de um pacto pelo desmatamento zero. Ainda naquele ano, em novembro, outra operação, chamada de Rastro Negro e encabeçada pela Polícia Militar e pelo Ibama, pôs fim a 120 fornos de carvão irregulares, além de apreender caminhões com toras procedentes de áreas exploradas de forma ilegal. A reação das pessoas ligadas a essas atividades foi violenta, e, em 24 de novembro, o escritório do Ibama em Paragominas foi incendiado.

"Tratou-se de um ato isolado, praticado por uma minoria", garante Demachki. A persistência nas boas práticas trouxe resultados. Problemas como a retirada ilícita de toras ainda persistem, mas em escala reduzida. A parceria com o Imazon permite, desde 2008, o monitoramento via satélite do território. Os relatórios mensais são enviados à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que, com as coordenadas geográficas em mãos, vai aos locais exatos confirmar ou não o desmatamento. A outra parceria, com a TNC, assegurou a execução do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de quase todas as propriedades da cidade, uma ferramenta legal com informações sobre o perímetro e um mapeamento de vegetação nativa e áreas abertas de cada fazenda.

24 de mai. de 2013

AVES DA AMAZÔNIA: BREVES NOTÍCIAS DE UM CONHECIMENTO AINDA EM ANDAMENTO

[Reproduzido de www.amazonia.org.br]


Novas aves colorem ainda mais a Amazônia

O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo e também o segundo maior número de espécies conhecidas de aves, só perdendo para a Colômbia (©Greenpeace/Rogério Reis/Tyba).
Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Biodiversidade – mais especificamente nesta quarta-feira, dia 22 –, um grupo de pesquisadores anunciou a descoberta de 15 novas espécies de aves na Amazônia brasileira. Em termos estatísticos, as novas espécies representam um acréscimo de quase 1% na biodiversidade nacional de aves. Por esse motivo, a novidade está sendo considerada o maior feito da ornitologia brasileira em 140 anos, trazendo uma grande contribuição para aumentar o conhecimento sobre a maior e mais biodiversa floresta tropical do mundo.
Onze das novas espécies são endêmicas do Brasil e quatro podem ser encontradas também no Peru e na Bolívia. A presença das aves ocorre sempre perto de rios como o Madeira, na Amazônia ocidental, e o Tapajós, no Pará, na porção oriental. Isso mostra que os numerosos cursos d’água que serpenteiam pela floresta são uma caudalosa fonte de biodiversidade não só dentro, mas também fora de suas águas.
As descobertas foram realizadas por três instituições nacionais de pesquisa – Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZ-USP), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), de Manaus, e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), de Belém – e pelo Museu de Ciência Natural da Universidade Estadual da Louisiania (LSUMNS), nos Estados Unidos. As novas espécies serão formalmente descritas pela primeira vez numa série de artigos científicos a serem publicados em julho num volume especial do Handbook of the birds of the world.
Habitat em perigo, espécies em risco
Das aves descobertas, a maior é uma espécie de gralha, com cerca de 35 centímetros de comprimento, que vive em meio à floresta existente entre os rios Madeira e Purus, no Amazonas. “Essa gralha está ameaçada de extinção”, diz Mario Cohn-Haft, curador da seção de ornitologia do Inpa. “Seu habitat está em perigo e podemos perder a espécie antes de ter tido tempo de estudá-la a fundo.” Sua principal região de ocorrência é uma área próxima àrodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, e uma das principais causas do desmatamento na região.
Nova espécie de arapaçu-de-bico-torto, descoberta na Floresta Nacional de Altamira, no Pará (Foto: divulgação).
Na Floresta Nacional de Altamira, outra região onde uma das espécies foi localizada, os cientistas precisaram inclusive do apoio de proteção armada. Habitat do arapaçu-de-bico-torto, a Flona se localiza próxima à rodovia BR-163, no sul do Pará, região de conflitos fundiários e de intensa degradação florestal. “A tensão num lugar assim é grande. Havia um garimpo ilegal em funcionamento na unidade. Para podermos trabalhar com segurança na reserva, tivemos de ser escoltados por soldados do Exército”, conta Aleixo, da seção de ornitologia do MPEG.
Além de abrigar a maior biodiversidade do mundo, o Brasil é o segundo país com maior número de espécies conhecidas de aves, cerca de 1.840. Segundo Luís Fábio Silveira, curador do setor de ornitologia do Museu de Zoologia da USP, apenas a Colômbia tem mais espécies, com aproximadamente 1.900.
“Ainda falta muito para a Amazônia ser considerada suficientemente bem conhecida e, assim, permitir o planejamento e a sustentabilidade das reservas de biodiversidade já existentes e também das futuras”, afirma o ornitólogo Bret Whitney, pesquisador do Museu de Ciência Natural da Universidade Estadual da Louisiania. Mas, enquanto isso, a sociedade pode contribuir com os pesquisadores ajudando a preservar a floresta tropical mais biodiversa do planeta. Assine a petição pela lei do Desmatamento Zero.




22 de mai. de 2013

ARSÊNIO: TEMOS COMO ESCAPAR!?


Antes de lermos o tema focalizado por GLOBO RURAL, vejamos alguns aspectos relacionados a este elemento químico, de símbolo As, número atômico 33, do grupo dos metaloides (ou semimetais). Estima-se que seu uso mundial maior, 70%, seja como conservante de madeira, na formulação arseniato de cobre e crômio. Sua ocorrência natural em muitos ecossistemas, em inúmeras regiões do mundo, é preocupante.

A quantidade de arsênio total em água doce não deve exceder 0,01mg/L, segundo resolução do CONAMA.

Em recente postagem neste blog, foram apresentadas várias informações sobre arsênio em  alimentos, como camarão e peixes. Veja:
E agora, na presente postagem, uma notícia sobre sua ocorrência em cultivo de arroz (ver mais adiante).

É interessante ainda observar a tese de uma doutoranda da Universidade de Lavras, sobre "Potencial de samambaias para fitorremediação de arsênio" (ver link, abaixo). Refere-se ao uso de planta acumuladora de arsênio, utilizada para remover este elemento do solo.
https://docs.google.com/viewer?url=http%3A%2F%2Frepositorio.ufla.br%2Fjspui%2Fbitstream%2F1%2F357%2F1%2FTESE%2520Potencial%2520de%2520samambaias%2520para%2520fitorremedia%25C3%25A7%25C3%25A3o%2520de%2520ars%25C3%25AAnio.pdf


Estudo detecta nível expressivo de arsênio em arroz

Em algumas de suas formas, o produto químico pode causar câncer e outras doenças

por Globo Rural On-Line
  shutterstock
Grãos de variedades diferentes de arroz contém níveis elevados de arsênio, que podem provocar danos
arroz, um dos principais grãos da dieta brasileira, se não submetido a um controle rigoroso de qualidade, pode apresentar concentrações elevadas de variações de arsênio. O alerta vem de uma pesquisa realizada na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP/Usp). “Tal concentração pode contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas, como o câncer”, explica Bruno Lemos Batista, autor do estudo.

Batista encontrou concentrações expressivas do arsênio em diversas variedades de arroz (branco, integral e parbolizado integral e branco). As concentrações eram semelhantes às encontradas por outros cientistas na China, Índia, Bangladesh e Estados Unidos, em regiões com solos que naturalmente têm arsênio.

Nas análises, foram encontrados níveis na faixa de 222 nanogramas (ng) de arsênio por grama de arroz. O tipo integral foi um dos que apresentaram maiores concentrações, pois, em geral, o arsênio pode se acumular no farelo.

Considerando a média de arsênio no arroz e que o brasileiro consome 86,5 g desse grão ao dia, a ingestão de arsênio via arroz é pouco maior que pela água em sua concentração máxima permitida para ingestão (10 microgramas [µg] de arsênio por litro de água), a partir da média de 2 litros de água diários.

O pesquisador ressalta que o estudo trata da ingestão, e não absorção, desse arsênio presente no arroz pelo intestino. Durante os experimentos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) realizou uma consulta pública para concentração máxima de 300 microgramas de arsênio por grama de arroz. 
Diversas variações
Na natureza, o arsênio existe em mais de vinte formas diferentes, algumas mais tóxicas aos seres humanos. Dependendo da forma e da quantidade ingerida este arsênio pode causar danos ao organismo como o câncer. Por outro lado, existem formas que, se ingeridas em grandes quantidades, não causam nenhum problema ao organismo humano como, por exemplo, a arsenobetaína, comumente encontrada em alimentos marinhos como o camarão. 


19 de mai. de 2013

MEU BIOMA FAVORITO: MATA ATLÂNTICA

Uma riqueza há 500 anos "objeto da cobiça e irracionalidade humana". Se você, leitor(a) não for um(a) especialista, dê uma olhadinha em algumas peculiaridades dessa maravilha da Natureza e constate a razão dessa minha "paixão".
Para aqueles que desejarem constatar o histórico de sua destruição, ao longo desses 500 anos, nada melhor do que a obra do norte-americano Warren Dean (A Ferro e Fogo. A Destruição da Mata Atlântica Brasileira). Eu disponho do original: DEAN,W. (1995) With Broadax and Firebrand. The Destruction of the Brazilian Atlantic Forest. Berkeley, University of California Press, 482p. Uma excelente retrospectiva de todos os importantes acontecimentos, com citações de diversos autores brasileiros e ampla documentação.

O curto vídeo abaixo, mostra um animal típico da Mata Atlântica e um símbolo internacional da necessidade de preservação ambiental: o mico-leão-da-cara-dourada. A filmagem foi realizada num biotério da Universidade Federal da Paraíba, campus I, em João Pessoa, situado no interior de trecho da Mata Atlântica.

Acesse o  "link" abaixo e veja uma sequência de "slides" em PowerPoint.



Algumas características importantes.

            a) Estratificação típica dos ecossistemas tropicais de floresta, com predominância do estrato arbóreo; grande densidade de plantas.
            b) A competição pela luz força as árvores a um crescimento para o alto, muito acentuado, quase sem ramificações; como consequência, grande parte das árvores, cujas copas recebem luz solar direta, tem folhas pequenas; as plantas do estrato arbustivo têm por vezes folhas grandes; algumas têm folhas pontiagudas que facilitam o escorrimento da água da chuva; a concentração de clorofila nas plantas de sombra, comunicando coloração verde intenso às folhas, é frequentemente observada.
            c) Existência de epífitas (bromélias e trepadeiras).
            d) Umidade e temperatura do ar elevadas; radiação solar quase não atingindo o solo, onde as variações de temperatura são muito pequenas.
            e) Grande diversidade de espécies vegetais, em contraste com as florestas homogêneas da Europa e da América do Norte.
            f) Espesso manto de matéria orgânica morta no solo (necromassa), formado por, pelo menos, tres camadas distintas (horizonte 01 = partes de plantas recém-caídas; 02 = detritos orgânicos em decomposição e A1 = início do horizonte mineral contendo matéria orgânica decomposta ou húmus); observar os fungos sobre os restos de plantas em decomposição.
            g) As raízes se ramificam e formam densa rede de “aprisionamento” da matéria orgânica em decomposição na superfície do solo; muitas plantas interagem com fungos micorrízicos que infectam essas raízes, absorvendo os nutrientes, antes que sejam lixiviados (carregados) pela chuva.
            h) O fato de que as raízes são superficiais, mesmo as secundárias grossas, poderia comprometer a sustentação das árvores. Observe porém que pela própria densidade de vegetação, as árvores se tocam pelas copas e assim se sustentam; além disso, muitas árvores formam raízes tabulares que auxiliam na sustentação e também atuam na respiração, pois no soloforte competição por oxigênio com os microrganismos. Estes aspectos evidenciam a necessidade de se manter a mata com sua densidade original.
            i) Mostrar que o solo é ácido (pH 4 a 5), determinando-se esta característica com o uso de papel indicador colorimétrico; isto demonstra a baixa adequação do solo para grande parte dos cultivos.
            j) Diversidade animal elevada; grande parte dos animais (macacos e aves) vive no estrato arbóreo, protegendo-se dos seus inimigos naturais e alimentando-se das frutas; a mata atlântica é muito rica em borboletas; no solo vivem vários roedores e outros mamíferos.
            k) É fácil concluir que sobre solos pobres, sujeitos à lavagem pela chuva, a mata deve ser preservada, pois representa a melhor maneira que a Natureza encontrou, após milhares de anos de evolução, para manter-se bem adaptada e com alta produtividade e eficiência ecológica; nela é evidente a importância do fluxo energético e da biogeociclagem.

15 de mai. de 2013

COMISSÃO DO SENADO APROVA PLANTIO DE CANA-DE-AÇÚCAR NO CERRADO E AMAZÔNIA LEGAL


Os meus caros leitores estão lembrados da seguinte postagem, neste blog???

28/02/2013

SENADO EM DESTAQUE


BLAIRO MAGGI ASSUME A PRESIDÊNCIA DA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE NO SENADO

O senador Blairo Maggi (PR-MT) assumiu hoje (27) a presidência da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle. Na eleição, o nome dele sofreu resistência por parte de parlamentares ligados ao movimento ambientalista, com o argumento que lhe falta perfil para comandar a comissão.
Ao tomar posse, o senador e ex-governador de Mato Grosso disse que sua atuação como produtor e as medidas que adotou para preservação ambiental em seu estado, quando governador, o credenciaram para assumir a comissão.

De fato, ele parece ser "duplamente experiente", como devastador e protetor do meio ambiente. Incoerência ?? Não sou capaz de julgar isso . Só estou comunicando o "episódio" [reproduzido de www.amazonia.org.br]

Acompanhando a manchete acima, é bom lembrar a notícia abaixo:

Maggi recebeu o prêmio Motossera de ouro em 2006 do Greenpeace por ser o brasileiro que mais contribuiu para a destruição da Floresta Amazônica. Quatro anos após, em 2010, o líderes do Greenpeace presentearam o então governador Maggi com uma caixa de bombons de cupuaçu, fruto de uma árvore originária da Amazônia brasileira. Maggi foi premiado pelo sucesso do programa MT Legal, que cadastrou 20 milhões de hectares de propriedades, cerca de 50% da área de produção de todo o Mato Grosso até o ano de 2011.
 
Portanto, não devem, meus caros leitores, achar estranho que cana-de-açúcar esteja avançando no Cerrado e na Amazônia. "Mr. Agribusiness", o motoserra de ouro Blairo Maggi, está agindo com muita rapidez!!!
 
A NOTÍCIA DE HOJE.  A Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou hoje (14) o projeto de lei que autoriza o plantio de cana-de-açúcar em áreas alteradas de Cerrado e da Amazônia Legal. O cultivo, pelo projeto, terá que respeitar os dispositivos previstos no Código Florestal aprovado em 2012 pelo Congresso.
 
Face às modificações efetuadas no Código Florestal, aprovadas em 2012, resta saber com precisão, quais são essas áreas alteradas de ambos os biomas em questão.
 
 Quanto ao fato de que tal projeto irá para a Câmara Federal, relembro esta outra postagem neste mesmo blog: 
 
08/12/2011

DEPUTADOS QUE APROVARAM NOVO CÓDIGO FLORESTAL RECEBERAM DOAÇÃO DE EMPRESAS DESMATADORAS

[Reproduzido do site R7.com, da Rede Record]

Dos 18 deputados federais que integraram a comissão especial do Código Florestal, em julho deste ano, 13 receberam juntos aproximadamente R$ 6,5 milhões doados por empresas do setor de agronegócio, pecuária e até do ramo de papel e celulose durante campanha à reeleição, de acordo com as declarações disponíveis no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
 
 ESCUTAR QUEM ENTENDE DE MEIO AMBIENTE É VITAL.  Para quem ainda estiver achando que o problema nosso na produção agrícola é "falta de área para expansão", relembro o que disseram eminentes pesquisadores brasileiros (Luiz A Martinelli, Carlos A Joly, Carlos A Nobre, Gerd Sparovek) (este último, consultado diretamente pelo governo federal naquela etapa do "veta Dilma"):

Demonstramos que o Brasil já tem uma área desprovida de vegetação natural suficientemente grande para acomodar a expansão da produção agrícola... 
 
E mais:
 
 Os maiores entraves para a produção de alimentos no Brasil não se devem a restrições supostamente impostas pelo Código Florestal, mas, sim, à enorme desigualdade na distribuição de terras, à restrição de crédito agrícola ao agricultor que produz alimentos de consumo direto, à falta de assistência técnica que o ajude a aumentar a sua produtividade, à falta de investimentos em infraestrutura para armazenamento e escoamento da produção agrícola, a restrições de financiamento e priorização do desenvolvimento e tecnologia que permita um aumento expressivo na lotação de nossas pastagens.
 
Concluindo: um sonho!  Ah! como seria bom que políticos com tamanha responsabilidade, respeitassem as informações das ciências ambientais, da mesma maneira que certamente respeitam um médico ao ouvirem dele sobre o diagnóstico e tratamento de uma sua possível doença!!!