Para aqueles que desejarem constatar o histórico de sua destruição, ao longo desses 500 anos, nada melhor do que a obra do norte-americano Warren Dean (A Ferro e Fogo. A Destruição da Mata Atlântica Brasileira). Eu disponho do original: DEAN,W. (1995) With Broadax and Firebrand. The Destruction of the Brazilian Atlantic Forest. Berkeley, University of California Press, 482p. Uma excelente retrospectiva de todos os importantes acontecimentos, com citações de diversos autores brasileiros e ampla documentação.
O curto vídeo abaixo, mostra um animal típico da Mata Atlântica e um símbolo internacional da necessidade de preservação ambiental: o mico-leão-da-cara-dourada. A filmagem foi realizada num biotério da Universidade Federal da Paraíba, campus I, em João Pessoa, situado no interior de trecho da Mata Atlântica.
Acesse o "link" abaixo e veja uma sequência de "slides" em PowerPoint.
Algumas características importantes.
a) Estratificação típica
dos ecossistemas tropicais
de floresta , com
predominância do estrato
arbóreo; grande densidade
de plantas .
b) A competição pela
luz força
as árvores a um
crescimento para
o alto , muito
acentuado, quase sem
ramificações; como consequência, grande parte
das árvores , cujas copas
recebem luz solar
direta , tem folhas
pequenas ; as plantas
do estrato arbustivo
têm por vezes
folhas grandes ;
algumas têm folhas pontiagudas que facilitam o escorrimento
da água da chuva ;
a concentração de clorofila
nas plantas de sombra ,
comunicando coloração verde intenso às folhas , é
frequentemente observada.
c) Existência de
epífitas (bromélias e trepadeiras ).
d) Umidade e temperatura
do ar elevadas; radiação
solar quase não atingindo o solo ,
onde as variações de temperatura são
muito pequenas .
e) Grande diversidade de espécies
vegetais , em
contraste com
as florestas homogêneas da Europa e da
América do Norte .
f) Espesso manto de matéria
orgânica morta
no solo (necromassa), formado por , pelo menos , tres camadas
distintas (horizonte 01 = partes de plantas
recém-caídas; 02 = detritos orgânicos em decomposição e A1 = início
do horizonte mineral
contendo matéria orgânica
já decomposta ou
húmus ); observar
os fungos sobre
os restos de plantas
em decomposição .
g) As raízes se ramificam e formam densa
rede de “aprisionamento” da matéria orgânica
em decomposição
na superfície do solo ;
muitas plantas interagem com fungos
micorrízicos que infectam essas raízes,
absorvendo os nutrientes , antes que sejam
lixiviados (carregados) pela chuva .
h) O fato de que as raízes são
superficiais , mesmo
as secundárias grossas, poderia comprometer a sustentação
das árvores. Observe porém que pela própria densidade de vegetação ,
as árvores se tocam pelas copas e assim
se sustentam; além disso, muitas árvores formam raízes tabulares
que auxiliam na sustentação
e também atuam na respiração ,
pois no solo
há forte competição por
oxigênio com
os microrganismos . Estes
aspectos evidenciam a necessidade de se manter a mata com sua densidade original .
i) Mostrar que o solo é ácido (pH 4 a 5), determinando-se esta característica com o uso de papel indicador colorimétrico; isto
demonstra a baixa adequação
do solo para grande parte
dos cultivos.
j) Diversidade animal elevada ;
grande parte
dos animais (macacos
e aves ) vive no estrato
arbóreo, protegendo-se dos seus inimigos naturais
e alimentando-se das frutas ; a mata atlântica é muito rica em borboletas ;
no solo vivem vários
roedores e outros
mamíferos .
k) É fácil concluir que sobre solos pobres , sujeitos
à lavagem pela
chuva , a mata
deve ser preservada, pois
representa a melhor maneira
que a Natureza
encontrou, após milhares
de anos de evolução ,
para manter-se bem
adaptada e com alta
produtividade e eficiência ecológica ; nela é evidente
a importância do fluxo
energético e da biogeociclagem.
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