Eis alguns dados:
1) O estado da Paraíba tem pouco mais de 58 mil km2, dos quais 40 mil eram de caatinga. Hoje, esse bioma (único no mundo) tem cerca de 36% sob risco de desertificação (segundo o relatório Programa Estadual de Combate à Desertificação - PAE/PB, 2011).
2) Exemplo dessa tragédia: em APA-Área de Preservação Ambiental, "das Onças", no Carirí Oriental paraibano, mesmo com a proibição de desmatamento em encostas com inclinação maior do que 45 graus (segundo o Novo Código Florestal Brasileiro), vêem-se quatro áreas de desmatamento. Desmata-se para se plantar palma, ou para fornecer lenha para, talvez, a principal atividade naquela região: carvoaria. Ali , prolifera a "indústria" (improvisada) da cerâmica (tijolos e telhas).
Um adendo: em minha opinião, deveria haver maior limitação de desmatamento em encostas e topos de morros, do que a atual limitação prevista no Novo Código Florestal.
3) Outro exemplo de degradação do bioma caatinga vem de Pernambuco (ainda segundo a reportagem desse jornal): 97% do gesso produzido no nosso país vem da região de confluência dos estados de Pernambuco, Paraíba e Ceará. São 42 minas de gipsita, 174 indústrias de calcinação e umas 750 indústrias de pré-moldados; gerando 13,9 mil empregos diretos e 69 mil diretos, movimentando R$1,4 bilhões/ano. Principal matriz energética (cerca de 73%): lenha da caatinga. Agravante, para a Paraíba: a exploração da lenha nessa atividade dá-se hoje num raio de 400 km, estendendo-se para o Ceará e Paraíba; mas como no Ceará há a Unidade de Conservação do Araripe, a lenha provém mais da Paraíba.
5) Ainda se convive no estado da Paraíba com uso de 50% de lenha para o setor industrial (segundo a Sudema-Superintendência de Administração do Meio Ambiente). Utiliza-se lenha em cerâmicas (96,4%), tecelagem, caulim, aviários, padarias, churrascarias e restaurantes, e em uso doméstico.
Outros dados importantes são apresentados na edição do CORREIO DA PARAÍBA (domingo, 18/01/2015).
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