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5 de mar. de 2023

PARADIGMA. DAS TEORIAS DE THOMÁS KUHN, O FILÓSOFO DA CIÊNCIA DOS NOSSOS TEMPOS, PARA AS PRÁTICAS DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

Thomas Samuel Kuhn (1922-1996) é um dos filósofos mais influentes da ciência do século XX, talvez o mais influente. Seu livro de 1962 The "Structure of Scientific Revolutions" é um dos livros acadêmicos mais citados de todos os tempos. A contribuição de Kuhn para a filosofia da ciência marcou não apenas uma ruptura com várias doutrinas positivistas importantes, mas também inaugurou um novo estilo de filosofia da ciência que a aproximou da história da ciência. Seu relato sobre o desenvolvimento da ciência sustentava que a ciência desfruta de períodos de crescimento estável pontuados por revoluções revisionárias. A esta tese, Kuhn acrescentou a controversa "tese de incomensurabilidade", que teorias de diferentes períodos sofrem de certos tipos profundos de falha de comparabilidade.[Breve apresentação extraída da STANFORD ENCYCLOPAEDIA OF FILOSOPHY]. Em termos da controversa "tese de incomensurabilidade" de Thomas Kuhn, avaliando-se nossas dificuldades nas práticas da sustentabilidade, onde poderiam estar as falhas da comparabilidade? Surge neste ponto as questões introduzidas pela recente área da ECONOMIA AMBIENTAL ou ECONOMIA DA SUSTENTABILIDADE [Trecho extraído de CAVALCANTI, C. (org.) (2009) Desenvolvimento e Natureza: estudos para uma sociedade sustentável. São Paulo, Edit. Cortez e Recife, Fundação Joaquim Nabuco, 429p] “A economia da sustentabilidade implica consideração do requisito de que os conceitos e métodos usados na ciência econômica devem levar em conta as restrições que a dimensão ambiental impõe à sociedade”. E ainda: “Do mesmo modo, a sociedade deve estar de tal modo organizada que sua troca de matéria e energia com a Natureza não viole certos postulados”. Outro ponto relacionado ao conceito de economia da sustentabilidade: “A moderna sociedade industrial se caracteriza, por sua vez, por fluxos de sentido único, em que matéria e energia de baixa entropia se convertem continuamente em matéria e energia de alta entropia, não integrados nos ciclos materiais da Natureza. Essa forma de sustentabilidade é questionável". Tradicionalmente, antes da introdução dos conceitos de agroecologia, só se utilizava terras para a agropecuária, se toda a cobertura vegetal, natural, fosse removida. Facilitaria a introdução do que se desejasse cultivar ou criar, seria mais fácil cuidar e praticar manejos, assim como colher o que se plantou. Pensava-se também que seria mais fácil e eficaz, o manejo de pragas e combate a doenças. Mas novas metodologias e técnicas foram surgindo e, aos poucos, novas terras conquistadas e até solos antes considerados imprestáveis para a agropecuária, começaram a ser tratados de maneira bastante diferentes. Então, o que falta para que esse "novo mundo" da sustentabilidade deslanche?! E se torne de aplicação geral em todos nossos agrossistemas? Cada eco e agrossistema com suas peculiaridades. Mas algo é comum a todos: conhecer, respeitar e saber tirar proveito do potencial natural de cada um. Daí, surgiram: o plantio direto, o cultivo sem eliminar totalmente a cobertura vegetal autóctone, a consorciação de lavoura-pecuária-floresta (LPF na Amazônia é bom exemplo), a mandala (forma de produção de alimentos, onde o plantio é feito de forma circular; na agricultura familiar, por exemplo)... e outras formas em que se pratique o real conceito de CONSERVAÇÃO Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (“IUCN − INTERNATIONAL UNION FOR THE CONSERVATION OF NATURE”), “conservação é o manejo dos recursos do ambiente, com o propósito de obter-se a mais alta qualidade sustentável de vida humana”. Nesta conceituação, em que pese a forte conotação “antropocêntrica” com o uso da expressão “vida humana”, entende-se que o ser humano para alcançar “a mais alta qualidade sustentável de vida”, necessite preservar todos os componentes ambientais. A vida humana depende de sua interação com os componentes estruturais da Natureza, respeitando suas funções. Como a conservação é uma interação homem-Natureza, ela implica em atitudes inteligentes na utilização dos ecossistemas terrestres e aquáticos e também de melhoria das condições ambientais sem que esses ambientes percam sua originalidade. CONCLUSÃO Está nas mãos dos tradicionais "atores decisivos da sociedade" que obter recursos sustentáveis, ou seja, ao longo da existência de incontáveis gerações é saber explorar o que a Natureza nos oferece sem priorizar o lucro sem limites! "A Natureza produz o suficiente para satisfazer todas as necessidades humanas. Mas não sua gula" (Mahatma Gandhi).

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