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14 de dez. de 2025

SALMÃO: ALIMENTO NOBRE, MAS SUA CRIAÇÃO NO CHILE…

...TEM CUSTOS DE VIDA HUMANA E PERIGOS DE EXCESSO DE ANTIBIÓTICOS! REPRODUZIDO DE: https://www.theguardian.com/global-development/2025/dec/02/chile-salmon-farms-fish-industry
Quem come salmão chileno não consegue imaginar quanto sangue humano ele carrega consigo. O país é o segundo maior produtor mundial desse peixe popular e o maior fornecedor para os EUA, mas suas fazendas são assoladas por acusações de condições de trabalho perigosas, uso excessivo de antibióticos e danos ecológicos. A casa de Julia Cárcamo López fica de frente para o mar, tão perto que ela consegue ouvir o grasnar das gaivotas através das janelas incrustadas de sal. Ela mora na pequena cidade de Maullín, na orla da Patagônia chilena, uma região onde quase todos trabalham na indústria pesqueira. Lá fora, garoa e o céu escurece enquanto ela se lembra de 1º de maio de 2019, um dos piores dias de sua vida. “Dois homens bateram na minha porta e me disseram que tinham más notícias: meu marido havia sofrido um acidente enquanto trabalhava no mar”, conta. Desde então, ela descobriu que o acidente parece ter sido causado por negligência. A autópsia comprovou que Arturo Vera, de 59 anos, mergulhador em uma fazenda de salmão no Chile, foi atingido pela hélice de uma embarcação e sofreu ferimentos na cabeça, costelas e garganta. Ele trabalhava na fazenda de peixes Taraba, em Puerto Natales, na província de Magalhães, a região mais ao sul da Patagônia chilena. Mergulhadores que trabalham na fazenda de salmão afirmam que os ferimentos fatais ocorreram em desacordo com as normas de segurança, no momento em que o motor da embarcação deveria estar desligado. A família alega ter recebido indenização judicial. As fazendas de salmão do Chile, ou salmoneras, são as segundas maiores produtoras de salmão do mundo, depois da Noruega, e o peixe é um dos principais produtos de exportação do país. Entre 1990 e 2017, o setor aumentou a produção em quase 3.000%, com mais de 750.000 toneladas exportadas para mais de 80 países. ANTIBIÓTICOS E POLUIÇĀO: No entanto, a expansão da indústria foi impulsionada, pelo menos em parte, por práticas de produção inadequadas que representam riscos à segurança humana e ao meio ambiente. O uso generalizado de produtos químicos e antibióticos polui a água, destruindo ecossistemas e ameaçando outras espécies marinhas. O consumo de animais que foram tratados com antibióticos pode levar à resistência antimicrobiana e promover a transmissão de bactérias resistentes a antibióticos para os seres humanos. Pescadores artesanais afirmam que não conseguem mais sobreviver da pesca porque muitas espécies, incluindo ouriços-do-mar e mexilhões, estão escassas devido à poluição causada pela salmonela.

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