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10 de abr. de 2023
BELAS AVES! E PARA SORTE DELAS…INDESEJÁVEIS A QUEM TENTE APREENDÊ-LAS!!!
"Essas aves contêm uma neurotoxina que podem tolerar e armazenar em suas penas", diz Knud Jønsson, pesquisador do Museu de História Natural da Dinamarca, em nota. As espécies recém-descobertas são Pachycephala schlegelii , que pertence a uma família de aves da região do Indo-Pacífico, e Aleadryas rufinucha.
A revelação da presença de veneno nesses pássaros está descrita em artigo publicado no periódico Molecular Ecology em fevereiro. A primeira vez que os pesquisadores dinamarqueses suspeitaram dessa característica foi quando descobriram que os moradores locais evitam consumi-las por serem “picantes”. E também que tocá-las produzia uma sensação incômoda.
DESTAQUE
O veneno encontrado nas aves da Nova Guiné é a batracotoxina. Essa é uma neurotoxina que, em altas concentrações pode causar cãimbras musculares e parada cardíaca quase imediatamente após o contato. Ela pode ser encontrada em altas doses em rãs venenosas douradas típicas das américas Central e do Sul [fotos abaixo].
DEFESA QUÍMICA
Produção de substâncias químicas (muitas delas são metabólitos secundários) por certos
organismos e que desempenham nestes a função de “defesa” contra possíveis predadores ou competidores.
Muitas plantas são ricas em tais substâncias, como alcaloides, terpenoides, taninos, flavonoides,
glicosídeos, cianeto, ácido oxálico etc.Entre os animais valem ser destacados: um gastrópode marinho que produz ácido sulfúrico e um “besouro bombardeiro” (Brachinus crepitans) que produz hidroquinona e peróxido de hidrogênio em seu abdômen (que se misturam em câmara de explosão sob ação da enzima peroxidase, formando a quinona, tóxica; o inseto a ejeta como um “spray” explosivo). EISNER (2003) documenta, com fotos elucidativas e curiosas, as características e atividades desse inseto.
Sapos e rãs produzem batracotoxinas, epibatidinas (de efeito 200 vezes superior à ação da morfina
e similares) e pumiliotoxinas em sua pele, extremamente venenosas ao simples toque. Índios do oeste da Colômbia esfregam as pontas de suas flechas e setas da zarabatana, na pele de rãs (Dendrobates (tinctorius) azureus e Phyllobates terribilis; ver fotos abaixo), usando-as para caçar com eficiência duradoura (de pelo menos 1 ano) (segundo artigo-reportagem de M.W. Moffett, publicado em National Geographic, 1995, Vol.187, no 5, p.98-111)
NO CASO DAS AVES...
Os pesquisadores resolveram investigar se, assim como esses anfíbios, as aves apresentavam mutações genéticas que as impedem de se autointoxicar. “Curiosamente, a resposta é sim e não. As aves têm mutações na área que regula os canais de sódio, e esperamos isso que lhes dê essa capacidade de tolerar a toxina, mas não exatamente nos mesmos lugares que as rãs", explica Kasun Bodawatta, coautor do estudo.
Embora a neurotoxina seja semelhante à das rãs venenosas, as aves desenvolveram sua resistência de outra forma. Esse é um exemplo da chamada evolução convergente, que se caracteriza quando organismos de diferentes linhas evolutivas são expostos a condições semelhantes de sobrevivência por um longo período e se adaptam de maneira semelhante.
A pesquisa pode contribuir não só para uma melhor compreensão sobre as aves da Nova Guiné, mas também como diferentes espécies adquirem resistência a toxinas e as usam como mecanismo de defesa.
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