Inimigos das florestas querem ampliar anistia a desmatadores - Reproduzido de
http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?31862
(site do World Wildlife Fund, WWF-Brasil)
"Cartão vermelho" para o ex-ministro da Agricultura Reinhold Stephanes.
Brasília (DF) - Ainda insatisfeita com os retrocessos já impostos à proteção das florestas brasileiras, a bancada ruralista pretende ampliar a anistia a quem degradou o patrimônio natural do país.
Parlamentares se mobilizam junto à comissão mista que avalia a conversão em lei da medida provisória 571/2012 para diminuir as exigências de recuperação de florestas em Áreas de Preservação Permanente (APPs) também em médias propriedades.
A articulação foi confirmada pelo deputado federal e ex-ministro da Agricultura do governo Lula, Reinhold Stephanes (PSD-PR). “Acho que é uma questão de racionalidade e deve ser aceita pelo próprio Ministério do Meio Ambiente”, afirmou Stephanes à reportagem do Instituto Socioambiental.
Na prática, os inimigos das florestas querem reduzir a faixa de recuperação da vegetação no entorno de cursos d´água para propriedades com até 10 módulos fiscais. Essa medida amplia a anistia na recuperação de APPs para quase 40% do território nacional ocupado por propriedades privadas, beneficiando imóveis com mais de 1.500 hectares na Amazônia e até 1.000 hectares na Mata Atlântica, por exemplo.
OBS.: a coloração das águas nas duas condições mostradas abaixo, são suficientes para evidenciar a importância da preservação da mata ciliar
A bancada ruralista também pretende impôr alterações ao primeiro artigo do novo Código Florestal, postergar a aplicação de multas vinculadas a não implantação de um cadastro de propriedades previsto no novo Código Florestal, entre outros pontos.
Para o especialista em Políticas Públicas do WWF-Brasil Kenzo Jucá Ferreira, a sociedade não pode aceitar a série de retrocessos à legislação que sempre protegeu as matas ciliares e os rios brasileiros. Para ele, a medida comprometerá ainda mais a sustentabilidade do desenvolvimento brasileiro, inclusive no meio rural.
Conforme Ferreira, o teor das quase 700 emendas apresentadas à MP 571/2012 e os novos movimentos ruralistas são extremamente preocupantes e provam que o Governo Federal errou ao não vetar integralmente o projeto aprovado no Congresso e não regulamentar o Código Florestal que estava em vigor.
CONCLUSÃO: os ruralistas, financiadores de campanhas políticas, "irão até as últimas" para conseguirem "retorno aos seus investimentos".
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