Contribuindo para entendermos a Natureza, respeitá-la e continuarmos vivendo!
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19 de out. de 2025
BOMBEIROS versus INCÊNDIOS FLORESTAIS: PROFISSIONAIS EM GRANDE DESVANTAGEM
REPRODUZIDO DE:
https://oeco.org.br/noticias/brasil-tinha-disponivel-menos-de-1-bombeiro-para-cada-1-000-km%C2%B2-queimados-em-2024/
DESTAQUES:
1) A área queimada no Brasil em 2024 ultrapassou 200 mil km², cifra equivalente ao estado do Paraná. Para combater estes incêndios, os país tinha disponíveis no período 71.846 bombeiros militares, o que significa uma média de 0,36 bombeiros por 1.000 km², ou seja, menos de um bombeiro para uma área equivalente a toda cidade de Belém, sede da COP30. Os números são de um relatório divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em parceria com o Corpo de Bombeiros de diferentes estados e outras instituições de pesquisa.
2) O relatório, intitulado “Fogo em Foco – 2024-2025”, mostrou que o número de bombeiros militares disponíveis para o combate foi ainda menor em alguns estados brasileiros. Este é o caso do Mato Grosso, cuja média foi 0,11, e do Pará, que teve, em média, 0,09 bombeiro para cada 1.000 km².
De acordo com a análise, entre março de 2024 e fevereiro de 2025, o Pará registrou a maior extensão de área queimada desde 2002 e Mato Grosso a quarta maior extensão no mesmo período.
3) Ainda em relação ao número de bombeiros militares disponíveis para combate ao fogo, o relatório indica que, em 2024, o Brasil teve 1,9 bombeiros para cada foco registrado, reduzido para 0,4 nos meses de pico de registros na maior parte do território nacional, entre agosto e setembro. No último ano, o INPE registrou 359 mil focos de calor, de dimensões variadas, podendo chegar a milhares de quilômetros quadrados.
4) Além dos Bombeiros, o enfrentamento a incêndios no Brasil é feito também por brigadistas, quando o fogo atinge áreas florestais. Nos últimos anos, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima tem implementado uma série de medidas de enfrentamento a este tipo de queimada.
Em 2025, foram contratados 4.385 profissionais – 2.600 do Ibama e 1.785 do iCMBio. A lista de ações também contempla o estabelecimento de uma Sala de Situação, que avalia periodicamente o risco de fogo nos diferentes biomas, e a contratação de equipamentos e aeronaves. A lista completa de ações pode ser conferida aqui.
18 de out. de 2025
O MESMO CAMINHO DE MUITOS COMPONENTES VIVOS...
...EXTINÇÃO!!!
REPRODUZIDO DE:
https://conexaoplaneta.com.br/blog/dez-especies-sao-declaradas-extintas-em-nova-atualizacao-da-lista-vermelha-da-iucn-e-60-das-aves-estao-em-declinio/
DESTAQUES:
1) A mais recente atualização da Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) foi divulgada nesta sexta-feira (10/10), durante um congresso da organização que acontece em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
Infelizmente, as notícias não são boas. A lista agora inclui 172.620 espécies de animais e plantas, das quais 48.646 estão ameaçadas de extinção.
2) Dez espécies foram declaradas oficialmente extintas, entre elas, o maçarico-de-bico-fino (Numenius tenuirostris), o musaranho-da-ilha-natal (Crocidura trichura) e um caracol-cone (Conus lugubris). Fazem parte ainda dessa categoria, de animais que nunca mais serão observados na natureza, mas apenas em coleções de museus ou livros de biologia, três mamíferos australianos, a marga (Perameles myosuros), o bandicoot-listrado-do-sudeste (Perameles notina) e o bandicoot-barrado-de-nullarbor (Perameles papillon) – que não tinham sido analisados antes pela IUCN, mas agora foram e já estão extintos.
3) Os especialistas da organização também alertam que o desmatamento está levando centenas de espécies de aves à extinção. 61% delas têm populações em declínio, em comparação a 44% em 2016. As regiões onde elas enfrentam as maiores ameaças são África Oriental, América Central e Madagascar, onde pássaros como o belíssimo e endêmico pardal-de-schlegel, em destaque acima, apresentam quedas em seus números.
15 de out. de 2025
NOSSA PRECIOSA E RARA REPRESENTANTE DA BIODIVERSIDADE DE AVES AMEAÇADA ...
...POR PLANEJAMENTO PRECÁRIO DE SUA PRESERVAÇÃO FRENTE AO PROGRESSO!
REPRODUZIDO DE:
https://oeco.org.br/reportagens/atraso-em-acordo-segue-matando-araras-em-redes-eletricas-na-bahia/
DESTAQUES:
1) Um acordo em aberto entre o MP da Bahia e a Neoenergia-Coelba prolonga as perdas de araras-azuis-de-lear na Caatinga baiana, sua única morada na natureza. Pesquisadores apontam alternativas para reduzir os choques mortais, que podem retardar a recuperação das populações da ameaçada espécie.
As descargas ocorrem quando a ave toca fios e outros equipamentos com suas grandes asas. Por isso, o aperto de mãos entre as entidades mudará mais postes e fiação para reduzir a matança no Raso da Catarina, região árida e semiárida entre municípios como Jeremoabo, Paulo Afonso e Euclides da Cunha.
2) Denúncias de cientistas e ongs sobre os choques vêm desde 2020. O acerto entre MP e concessionária que era esperado para o fim do ano passado pode ser selado ainda em 2025. A principal pedra no caminho é o tamanho da área alvo das medidas conservacionistas, diz a promotora Luciana Khoury.
Como estão em tratativas, os números não foram detalhados, mas ela resume a situação. “Nós propusemos uma área maior e a empresa entendeu que a área era grande demais”.
3) Diante do impasse, a presidente da Associação Jardins da Arara de Lear, Marlene Reis, afirma que uma solução definitiva é trocar equipamentos na região toda onde vive a espécie. “Precisamos de uma lei que obrigue padrões para as redes elétricas que protejam a biodiversidade”, avalia.
14 de out. de 2025
RELEMBRANDO UMA TENTATIVA DE EVITAR UM MAL PLANEJAMENTO URBANO ...
...ELIMINANDO UMA LEI...EM ATO TÍPICO DE OBTENÇÃO DE GANHOS FINANCEIROS POR QUEM EXPLORA CONSTRUÇÕES DE "ESPIGÕES"
EDIFICAÇÕES NA ORLA MARÍTIMA DE JOÃO PESSOA: ABORDAGEM ECOLÓGICA DO PROBLEMA (reproduzido, em parte, de artigo publicado no jornal CORREIO DA PARAÍBA, de 04 de maio de 2004: “ESPIGÕES: PROBLEMINHA E PROBLEMÕES”)
“Os maiores problemas ambientais residem na diferença entre a maneira como a Natureza trabalha e a maneira como o homem pensa” (Gregory Benson, ecólogo). Toda vez que algum movimento, política e economicamente bem articulado, é lançado na mídia, visando “melhorar” nosso ambiente urbano, “incrementar” o turismo, “trazer” o progresso (e outros jargões da moda usados por tais articulistas), eu me lembro da observação feita pelo ecólogo acima mencionado. Um desses movimentos é o da construção de espigões na orla marítima de João Pessoa. Passa-se o tempo e as idéias de “desenvolvimento”, baseadas na especulação do espaço e o lucro por elas gerado, continuam predominando.
É fácil compreender que profissionais da engenharia civil, arquitetura e técnicos de áreas afins, sejam capazes de propor medidas com a pretensão de amenizar o simples e único aspecto desvantajoso, na visão deles, gerado pelos famosos espigões: a ventilação. Fundamentam-se tais profissionais no desenho arquitetônico, uso de materiais especiais e no conhecimento sobre a “dinâmica dos ventos”, para justificarem a construção de edifícios. Este é o probleminha. Por outro lado, geógrafos, biólogos e ecólogos, e outros profissionais que pesquisam sobre o meio ambiente, fundamentados nos estudos dos fatores que influenciam sobre a vida humana (numa visão antropocêntrica) e sobre a vida vegetal e animal, como um todo (numa visão ecocêntrica), compreendem que o conceito de condições ambientais adequadas a uma boa qualidade de vida, implica num conjunto de fatores ou componentes abióticos, ou seja, que não têm vida (energia solar, água, oxigênio, vento, topogrtafia, espaço etc.) e bióticos, ou seja, que têm vida (plantas, animais e micro-organismos). A combinação, inter-relação, interdependência e ação equilibrada desses fatores, constituem as condições ambientais que permeiam a boa qualidade de vida, tais como a precipitação pluvial, o calor, a umidade do ar, a luminosidade, as correntes de vento, as variações estacionais, assim como a vegetação, o solo, o espaço, a topografia etc. A problemática da construção de espigões não pode centrar-se única e exclusivamente na questão da dinâmica dos ventos.
A literatura científica mostra que um ambiente sofre degradação quando nele ocorre um dos seguintes processos: distúrbio ou estresse. Um ambiente, natural ou urbano, pode estar apto a resistir a um distúrbio ou perturbação fortuita, como por exemplo um vento forte, uma tempestade violenta ou forte insolação. Mas o estresse, diferentemente do distúrbio, é uma pressão contínua, com tendência a ser prolongada. Agora surgem os problemões. Um ambiente urbano, com alta densidade de espigões, proporciona uma ilha de calor permanente (a água da chuva flui rapidamente pelas galerias pluviais, sem dar tempo para resfriar o ambiente, pois não há evaporação lenta, pelo fato de que o solo que desempenhava essa função foi recoberto pela pavimentação de ruas, calçadas e pátios dos edifícios). Há maior intensidade de tráfego, resultando em maiores poluições atmosférica e sonora. As ruas, há longo tempo planejadas, continuarão estreitas, sem espaço para árvores, que abafariam o ruído e absorveriam poluentes. Crianças e idosos, os extremos da faixa etária humana, sempre esquecidos nos nossos planejamentos urbanos, são os que mais sofrem. A água da chuva, que cai nos pátios dos edifícios, é na sua maioria, conduzida para a rede de esgotos, que terá esta sobrecarga, além da carga resultante do aumento da densidade de residências. A manutenção da rede de esgotos não é satisfatória. Neste ponto é bom lembrar a observação: o desenvolvimento de um povo é medido a partir da sua capacidade de manutenção dos seus serviços. A nossa capacidade continua precária. O aumento da densidade populacional humana, elevando a freqüência diária à praia, gera maior carga de resíduos orgânicos. Os micro-organismos, responsáveis pela decomposição e reciclagem da matéria orgânica no solo, cetamente não terão o tempo necessário para realizar esse processo, que se agravará pela possível ocorrência de sombras, à tarde, causadas por edifícios próximos à praia. A probabilidade de se contrair doenças em contato com a areia e a água do mar aumenta. Crianças são as mais vulneráveis.
E depois de tantos problemas, quais as soluções? No caso da orla marítima de João Pessoa, o princípio da verticalização para crescer, não é solução. Administrar a situação presente, para manter uma boa qualidade de vida, já demanda recursos e esforçoes limitantes. O incentivo à pesquisa científica, à criatividade, às inovações não-degradadoras, precisa ser estimulado e financiado. Às vezes me pergunto: afinal, por que e para que nossa sociedeade precisa de Universidade, se o que prevalece sempre é o interesse político e econômico?
Breno Grisi (professor aposentado da UFPB)
O esquema que segue mostra como duas condições de construções afetam diferentemente o ambiente urbano:
a) Em ruas estreitas, os edifícios altos aumentam sensivelmente a radiação infravermelha, responsável pela elevação da temperatura, uma vez que as estruturas verticais refletem a radiação solar na direção do pavimento das ruas, ao invés de refleti-la para o céu (os edifícios e o pavimento das ruas armazenam calor) ao contrário do que acontece numa rua ampla e arborizada.
b) Em tais ruas estreitas com edifícios altos, há dificuldade para a dispersão dos gases poluentes (óxidos de nitrogênio e carbono, que são tóxicos) e partículas sólidas; a maior parte desses poluentes provém da queima de combustíveis pelos veículos.
c) É imprescindível à amenização do impacto da radiação solar intensa e à absorção dos gases tóxicos e dos ruídos excessivos, prever espaço para árvores, sem causar problemas à rede elétrica ou à pavimentação das ruas, calçadas e muros. Esta arborização surte melhor efeito em ruas com construções com baixa altura.
11 de out. de 2025
O DIREITO DE IR E VIR. ESTÁ NA NOSSA CONSTITUIÇÃO!
REPRODUZIDO DE:
https://oeco.org.br/reportagens/macaco-aranha-e-registrado-pela-primeira-vez-em-ponte-artificial-no-brasil/
DESTAQUES:
1) A realidade na Amazônia do Arco do Desmatamento é bem diferente daquela imagem de florestas a perder de vista. Encurralada pelo ritmo acelerado da destruição, a floresta, quando ainda existe, é comumente reduzida a fragmentos isolados por pastos, plantações ou cidades. Esse é o contexto do município de Alta Floresta, no extremo norte de Mato Grosso, onde uma iniciativa tem aberto passagem – literalmente – para macacos e outros animais transitarem entre as áreas remanescentes de mata, sem o risco de acabarem atropelados em alguma das ruas da cidade. O sucesso das passagens de fauna instaladas foi coroado com a travessia inédita dos macacos-aranhas – no primeiro registro do tipo para a espécie no país.
2) "É a primeira vez que um macaco-aranha é documentado usando uma ponte artificial no Brasil”, comemora a coordenadora do Projeto Reconecta, Fernanda Abra, responsável pelo Programa Alta Floresta Não Atropela ao lado da Secretaria de Meio Ambiente do município. A iniciativa, que teve início no ano passado, já instalou sete passagens de fauna em diferentes pontos da zona urbana de Alta Floresta.
A travessia inédita do macaco-aranha-da-cara-preta (Ateles chamek) foi documentada em junho e, desde então, a espécie se tornou usuária frequente das pontes artificiais. A imagem de um dos maiores macacos amazônicos, com seus braços e pernas compridos, acompanhados de uma enorme cauda preênsil, passando tranquilo pela passarela tem emocionado não apenas a equipe do projeto, mas toda a cidade.
3) A espécie, que recentemente teve seu grau de ameaça elevado de Vulnerável para Em Perigo de Extinção na mais recente avaliação nacional, sofre principalmente com a perda e desconexão de habitat, caça e expansão da malha viária.
O macaco-aranha é apenas uma das espécies que têm se beneficiado das pontes instaladas pelo programa no município. Entre outubro de 2024 e maio deste ano já foram quase 4 mil travessias.
4) Os usuários incluem outro primata ameaçado de extinção: o zogue-zogue-de-Alta-Floresta (Plectorocebus grovesi), também conhecido como zogue-zogue-de-Mato-Grosso – que já esteve listado entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo –, cuja travessia foi registrada pela primeira vez em fevereiro deste ano. Outro ilustre frequentador das pontes é o pequeno sagui-de-schneider (Mico schneideri), descrito formalmente pela ciência apenas em 2021 e que ocorre apenas na Amazônia mato-grossense.
4) Os usuários incluem outro primata ameaçado de extinção: o zogue-zogue-de-Alta-Floresta (Plectorocebus grovesi), também conhecido como zogue-zogue-de-Mato-Grosso – que já esteve listado entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo –, cuja travessia foi registrada pela primeira vez em fevereiro deste ano. Outro ilustre frequentador das pontes é o pequeno sagui-de-schneider (Mico schneideri), descrito formalmente pela ciência apenas em 2021 e que ocorre apenas na Amazônia mato-grossense.
9 de out. de 2025
COMO FELINOS NO BRASIL REAGEM ÀS ROTAS DO "PROGRESSO"
REPRODUZIDO DE:
https://oeco.org.br/noticias/estudo-revela-como-felinos-brasileiros-reagem-as-mudancas-humanas-no-meio-ambiente/
DESTAQUES:
1) Um novo estudo guiado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP) mostrou que os felinos selvagens brasileiros não se comportam da mesma maneira diante das transformações impostas pelo ser humano no meio ambiente. A equipe analisou mais de 14 mil registros de nove espécies e descobriu que enquanto onças-pardas e jaguarundis conseguem se adaptar melhor a áreas agrícolas e estradas, espécies como o gato-maracajá e o gato-do-mato-pequeno dependem quase exclusivamente de florestas preservadas.
2) "Descobrimos que não podemos tratar todos os felinos da mesma forma. Cada espécie tem uma estratégia diferente para lidar com as mudanças na paisagem”, explicou Vanessa Bejarano Alegre, primeira autora do estudo e pesquisadora do Laboratório de Ecologia Espacial e Conservação (LEEC) da UNESP.
3) O artigo, publicado na revista Biological Conservation, combinou dados abertos de plataformas como GBIF e iNaturalist com mapas de cobertura do solo e redes rodoviárias. A abordagem revelou que o impacto humano é altamente variável entre as espécies.
Segundo o estudo, o gato-de-geoffroy (Leopardus geoffroyi), classificado como espécie generalista – um grupo que também abrange as onças-pardas (Puma concolor) e o jaguarundi (Herpailurus yagouaroundi) –, mostrou-se avesso a áreas modificadas, comportamento típico de um especialista florestal. Já todas as três espécies (gato-maracajá, gato-do-mato-pequeno e gato-do-mato-grande) consideradas dependentes de floresta foram encontradas próximas a áreas agrícolas, o que pode indicar que seus últimos refúgios estão isolados por plantações.
4) Outro ponto apresentado foi a diferença na relação com as áreas de estradas. Dados apontaram que 35,8% dos registros de gato de-geoffroy foram encontrados a menos de 10 metros de rodovias – quase um terço dos casos – e apenas 0,001% dos gatos-do-mato-pequeno toleram essa proximidade – uma diferença de mais de 3.500 vezes. Já as onças pintadas, por sua vez, mesmo sendo grandes predadores e possuindo uma capacidade de percorrer longas distâncias, evitam ao máximo as estradas – um padrão analisado pelos pesquisadores que avaliaram a presença delas apenas em horários de baixo tráfego.
7 de out. de 2025
METANOL: UM EXEMPLO DE COMO OS SERES HUMANOS TORNARAM A VIDA COMPLICADA! COM A TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE BENS DE CONSUMO...
...INDISPENSÁVEIS À VIDA?!
Este problema vem se revelando ser muito grave no Brasil; com muitos registros também em outros países: O levantamento do Médicos Sem Fronteiras aponta que, nos últimos 6 anos, entre 2019 e 2025, Indonésia, Índia e Rússia lideram o numero de ocorrências.
INFORMAÇÕES OBTIDAS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A importância do metanol reside em sua ampla utilização como matéria-prima e solvente na indústria química, para a fabricação de produtos como plásticos, tintas, solventes, adesivos e biocombustíveis, como o biodiesel. Sua produção é essencial para diversas cadeias produtivas, mas, por ser altamente tóxico, seu manuseio e comercialização são rigidamente regulados, especialmente devido ao risco de contaminação de bebidas.
Aplicações Industriais.
Matéria-prima: É um insumo fundamental para a produção de formaldeído (que por sua vez é usado em resinas e plásticos), ácido acético, e outros produtos.
Solvente: Serve como solvente industrial, dissolvendo alguns sais e sendo utilizado em reações farmacológicas e na extração de produtos animais e vegetais.
Combustível: É usado como aditivo em alguns combustíveis para melhorar a octanagem e eficiência de combustão, além de ser um precursor para o metanol verde, um combustível com menor impacto ambiental.
Produção de biodiesel: O metanol é usado na transesterificação de óleos vegetais para gerar biodiesel.
Outras aplicações: É encontrado em anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta, além de ter um papel na produção de vitaminas e hormônios.
Produção e Fontes
O metanol é produzido a partir de fontes fósseis, como gás natural e petróleo, mas também pode ser feito a partir da biomassa ou por eletrólise da água.
Riscos e Regulamentação.
Toxidade: O metanol é altamente tóxico e seu consumo por humanos pode levar a sintomas graves, como problemas de visão, coma, falência renal e morte.
Contaminação de bebidas: Casos recentes de intoxicação e morte em São Paulo estão sendo investigados e relacionam-se à adição de metanol a bebidas alcoólicas, possivelmente para baratear a produção ilegal ou higienizar garrafas.
Regulamentação: Devido à sua periculosidade, a fabricação, venda e uso do metanol são controlados por regulamentações estritas para prevenir o uso indevido.
6 de out. de 2025
JUSTIÇA DECIDINDO: ESPERO QUE SE BASEIEM EM AVALIAÇÃO FEITA POR QUEM ENTENDA O PROBLEMA!
REPRODUZIDO DE:
https://www.conjur.com.br/2025-out-04/stf-julgara-se-estados-podem-autorizar-caca-de-especies-exoticas-invasoras/
DESTAQUES:
1) Entre as espécies exóticas consideradas invasoras estão o búfalo, javali, javaporcos, tilápia, saguis e tambaquis. É possível conferi-las no Relatório Temático Sobre Espécies Exóticas Invasoras,
Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos da Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (BPBES).
2) OBS.: eis aqui um exemplo de como no Brasil prevalece o que chamo de "retórica jurídica" ou ainda "filigranas jurídicas" [Figuradamente, o termo descreve detalhes sem importância ou minúcias que não alteram o sentido principal de uma questão, ou uma descrição excessivamente detalhada, mas vazia].
"Ao julgar ação movida pelo partido Avante, o Tribunal de Justiça de São Paulo declarou inconstitucional a expressão “invasoras”, presente em diversos trechos da norma, por entender que houve extrapolação da competência estadual e violação ao princípio da separação de Poderes".
Na minha avaliação por aqui no Brasil, "poderes" estão sempre acima de "saberes".
EM RESUMO: nosso histórico de problemas causados pela introdução de espécies alienígenas, é antigo. Plantas e animais que causaram impactos indesejáveis. O preventivo teria evitado que o entusiasmo em introduzir espécies de ecossistemas de outros biomas com intenções econômicas surtisse efeitos danosos, ecológicos e econômicos.
4 de out. de 2025
ARCO DO DESMATAMENTO NOVO OU AMPLIADO: AMACRO (AMazonas ACre ROndônia)
REPRODUZIDO DE:
https://clickpetroleoegas.com.br/amacro-o-novo-arco-do-desmatamento-tem-454-mil-km%C2%B2-e-concentrou-76-de-toda-a-devastacao-no-am-ac-e-ro-2018-2022-ctl01/
DESTAQUES:
1) Região de 454 mil km² na divisa de AM, AC e RO, a AMACRO; concentrou 76% da derrubada nos três estados entre 2018 e 2022, aponta estudo.
Um novo e alarmante epicentro do desmatamento se consolidou na Amazônia brasileira. Conhecida como AMACRO, uma vasta área de 454 mil km² que abrange 32 municípios na fronteira entre Amazonas, Acre e Rondônia, tornou-se o principal foco de destruição da floresta. De acordo com um estudo detalhado divulgado pela Agência FAPESP em março de 2024, essa região foi responsável por impressionantes 76% de todo o desmatamento registrado nos três estados entre 2018 e 2022, sendo agora considerada o “novo arco do desmatamento”.
2) O que define o “novo arco do desmatamento”?
O termo AMACRO refere-se a uma zona de planejamento estratégico que, embora proposta com a ideia de desenvolvimento, acabou por sinalizar ao mercado uma nova fronteira para a expansão de commodities. Segundo o estudo da Agência FAPESP, a pressão sobre a região intensificou-se a partir de 2018, coincidindo com o planejamento da Zona de Desenvolvimento Sustentável (ZDS) Abunã-Madeira. Essa iniciativa, apelidada de “Matopiba do Norte”, funcionou como um gatilho para a corrida por terras, atraindo grileiros e pecuaristas que vislumbraram uma oportunidade de alta valorização imobiliária e expansão de seus negócios.
3) A escalada da devastação na AMACRO não é um fenômeno isolado, mas sim o resultado de uma pressão coordenada para a expansão da fronteira agropecuária. O avanço é impulsionado principalmente pela pecuária extensiva, pela especulação de terras e pela grilagem. A dinâmica revela um processo sistêmico que transforma rapidamente a paisagem florestal em pastagens, intensificando conflitos socioambientais e colocando em xeque a capacidade do Estado de proteger territórios e garantir a legalidade na região mais cobiçada do bioma.
4) A análise geoespacial confirma que essa área não foi escolhida ao acaso. Ela representa a vanguarda da conversão de floresta para uso agropecuário, um processo histórico na Amazônia. Dados do MapBiomas mostram que, entre 1985 e 2020, 99% dos 44,5 milhões de hectares desmatados no bioma foram destinados à agropecuária. Deste total, 86,3% viraram pastagens, evidenciando o papel central da pecuária. A AMACRO é, portanto, o capítulo mais recente e agressivo dessa longa história de substituição da floresta por pasto, consolidando um modelo de ocupação que avança sobre terras públicas e áreas protegidas.
5) O paradoxo econômico: um investimento de alto custo e baixo retorno?
A consolidação da AMACRO como fronteira agrícola levanta uma questão econômica fundamental: vale a pena? O modelo baseado na pecuária extensiva exige investimentos vultosos em infraestrutura, como a construção de milhares de quilômetros de cercas, para um retorno produtivo relativamente baixo. Ao mesmo tempo, destrói-se um ativo de valor incalculável. O Banco Mundial avalia a riqueza da floresta em pé em US$ 317 bilhões, enquanto o potencial econômico da bioeconomia amazônica, o uso sustentável da biodiversidade, é estimado em R$ 1,3 trilhão por ano até 2050
ARARA CANINDÉ: UM POUCO DE SUA HISTÓRIA NA CAATINGA E ALGUMAS DE SUAS PECULIARIDADES
HISTÓRIA NA CAATINGA:
https://oeco.org.br/analises/sermao-das-araras/
PECULIARIDADES:
https://www.wikiaves.com.br/wiki/arara-caninde
DESTAQUES:
1) Arara-canindé
A arara-canindé é uma ave psittaciforme da família Psittacidae.
Conhecida também como arara-de-barriga-amarela, arara-azul (Amazônia), canindé, arara-amarela e ara-arauna. É um dos psitacídeos mais espertos.
Não é considerada como sendo ameaçada, embora seja apreciada como ave de gaiola. Suas populações estão diminuindo e algumas delas já estão extintas. Em Trinidad foi realizado um processo de reintrodução bem sucedido.
2) Nome Científico.
Seu nome científico significa: do (tupi) ara = nome indígena tupi para designar várias espécies de papagaio; e do (tupi) ara = papagaio; e una = preto, escuro. ⇒ Papagaio escuro.
Características.
Mede cerca de 80 centímetros de comprimento. Grande e de cauda longa. Inconfundível e vistosa coloração azul ultramarino no dorso, e amarelo-dourado na parte inferior desde a face, ventre até o rabo, garganta com linha negra e área nua na cabeça com linha de penas negras. Os jovens têm as asas e o rabo café-acinzentado e os olhos pardos.
3) Lutinismo
3 de out. de 2025
CURIOSIDADE DO "ecologiaemfoco"...
... pensei que fosse atrair mais acessos a partir do Brasil, objetivando atrair atenção de muitos de meus ex-alunos, por abordar assuntos sobre nossos ecossistemas e temas relacionados à preservação de nossos recursos naturais, nossa rica biodiversidade, aquecimento global, poluição, educação ambiental...
Eis o quadro atual dos acessos (hoje 603.454):
30 de set. de 2025
MOSTRE-ME UM LUGAR NO PLANETA TERRA E TE DIREI EM QUAL ANIMAL ENCONTRARÁS MICROPLÁSTICOS!
REPRODUZIDO DE:
https://oeco.org.br/noticias/
DESTAQUES:
1) Pesquisadores descobriram resíduos de microplástico no estômago de macacos em uma das regiões mais bem preservadas da Amazônia brasileira. É a primeira vez que este tipo de registro é feito em um primata arborícola, ou seja, que passa sua vida na copa das árvores. A descoberta soou o alarme – mais um – sobre a necessidade urgente de conter a poluição plástica no planeta.
As vítimas do plástico foram dois guaribas-vermelhos (Aloautta juara), também chamados de bugio, nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá e Amanã, ambas no Amazonas. O achado foi feito ao acaso durante uma pesquisa liderada pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá que buscava estudar a dieta dos macacos e a presença de parasitas.
2) O alerta foi feito em uma nota científica publicada no periódico EcoHealth no dia 22 de setembro, assinado por sete pesquisadores.
A pesquisa foi feita em parceria com caçadores locais – atividade permitida para a subsistência das comunidades que vivem nas duas RDS – que, entre 2002 e 2017, doaram ao Instituto as vísceras dos animais abatidos e que seriam normalmente descartadas. Os estômagos foram então analisados em laboratório. Ao todo foram examinados os conteúdos estomacais de 47 guaribas.
3) Em dois deles, caçados durante a cheia nas florestas alagadas, foram encontrados microplásticos – resíduos menores, de 1 a 5 milímetros. A ingestão de plástico por um animal que passou sua vida inteira em cima das árvores, comendo folhas e frutos, causou surpresa nos pesquisadores.
“Termos encontrado essas partículas plásticas no estômago de guaribas é preocupante. Nós já sabemos que a poluição plástica é algo muito difícil de controlar e encontrá-la na fauna silvestre, em um ambiente conservado, como o das reservas, acaba sendo mais um alerta. Especialmente quando a gente encontra essas partículas num animal arborícola, que não vai ter tantas oportunidades de contato com qualquer resíduo que possa ficar no solo da floresta”, comenta a pesquisadora do Instituto Mamirauá, Anamélia Jesus, que liderou o estudo.
4) Historicamente, os animais aquáticos – como peixes, aves marinhas e tartarugas – são as vítimas mais comuns da ingestão de plástico. Os pesquisadores acreditam que o regime de cheia e vazante dos rios amazônicos, que variam em média 10,6 metros na região, pode ter sido o caminho pelo qual o plástico chegou aos macacos.
“Toda essa dinâmica da água pode movimentar esses resíduos que podem ter sido jogados na própria água ou se acumulado na beira de rios, e com o nível da água subindo, isso pode chegar em animais que nem imaginávamos que poderiam ser afetados pelo plástico”, aponta Anamélia.
28 de set. de 2025
MUDANÇAS NO CLIMA E NA BIODIVERSIDADE
REPRODUZIDO DE
https://ecoa.org.br/extincao-de-animais-pode-agravar-efeito-das-mudancas-climaticas-2/
OBS.: Revista Fapesp | Texto originalmente publicado em 25 de janeiro de 2016.
DESTAQUES:
1) A extinção de animais frugívoros, que se alimentam sobretudo de frutos, como antas, cutias e muriquis poderá comprometer a capacidade das florestas tropicais de absorver dióxido de carbono (CO2) da atmosfera. Isso porque a extinção desses animais capazes de dispersar sementes de frutos grandes mudaria a composição das florestas, afetando seu potencial para combater alterações climáticas.
2) A relação foi observada por um grupo de pesquisadores de várias instituições brasileiras e internacionais sob coordenação do biólogo brasileiro Mauro Galetti e sua orientanda de doutorado, Carolina Bello, ambos do Departamento de Ecologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro, interior de São Paulo. Em um artigo publicado em 18 de dezembro, na revista Science Advances, eles relacionam a composição e a abundância de espécies de árvores, bem como o tipo de dispersão de suas sementes, à padrões de dureza da madeira e altura. Essa é uma maneira de medir o quanto uma árvore pode estocar carbono.
3) Os pesquisadores estimaram a perda da capacidade de estoque de CO2 na Mata Atlântica a partir de diferentes cenários de defaunação, como é conhecida a diminuição acentuada da população de animais em um ecossistema, em geral induzida por atividades humanas como desmatamento e caça ilegal. Ao simular a extinção local de árvores que dependem da dispersão de suas sementes por grandes frugívoros na Mata Atlântica, os pesquisadores verificaram que a defaunação comprometeria significativamente a capacidade de armazenamento de CO2 pela floresta. Esses animais, há algum tempo se sabe, cumprem funções importantes em relação às plantas, seja por polinizar as flores ou por comer os frutos e dispersar as sementes, favorecendo a regeneração natural das florestas.
27 de set. de 2025
25 de set. de 2025
MAIS "LENHA NA FOGUEIRA" DA COP...
...AGORA, A COP30, QUANDO ALGUNS ACREDITAM QUE O BRASIL VAI LIDERAR O COMBATE AOS EXTREMOS CLIMÁTICOS (?!)
REPRODUZIDO DE:
https://jornal.unesp.br/2025/09/23/faltando-menos-de-50-dias-para-a-cop-30-artigo-de-docente-da-unesp-chama-a-atencao-para-descompasso-entre-ambicoes-diplomaticas-do-brasil-e-falhas-na-governanca-de-desastres-climaticos/
Faltando menos de 50 dias para a COP 30, artigo de docente da Unesp chama a atenção para descompasso entre ambições diplomáticas do Brasil e falhas na governança de desastres climáticos.
DESTAQUES:
1) Um artigo de opinião escrito pelo professor da Unesp Enner Alcântara e publicado no último dia 22 de setembro na revista Nature Waters discute como o despreparo do Brasil diante dos recentes eventos extremos hidroclimáticos – e as perdas humanas e materiais decorrentes dessa limitação – podem minar a credibilidade do país e prejudicar sua ambição de liderar o debate climático global. Essa ambição, aliás, viverá um momento decisivo por ocasião da COP30, que se iniciará em 10 de novembro em Belém, no Pará, e que tem sido objeto de sérias dificuldades organizacionais para o governo brasileiro. Alcântara estará na COP30 à convite do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), integrando uma mesa redonda sobre Sistemas de Alertas para Ameaças Múltiplas que será parte de uma sessão sobre desastres climáticos.
2) No texto, o professor do Programa de Pós-Graduação em Desastres Naturais, no câmpus de São José dos Campos, cita as tragédias ocorridas nos últimos três anos em Petrópolis (RJ), São Sebastião (SP) e Porto Alegre (RS) como exemplos de falhas do país na governança de desastres e da incapacidade política de estabelecer políticas que estimulem ações preventivas. A questão, aponta o pesquisador, não é técnica, uma vez que o Brasil dispõe de instituições e instrumentos para orientar essa gestão do risco. “O que ocorre é que esse conhecimento raramente chega ao planejamento urbano, ao licenciamento de obras e à manutenção de infraestruturas críticas”, afirma. Neste cenário, resta o investimento tardio em medidas de socorro e reconstrução após as tragédias, um padrão observado nas três tragédias mencionadas pelo docente.
3) "Sim, existe uma incoerência. O Brasil assumirá a liderança mundial no debate climático com a realização da COP30 em Belém, mas internamente continua repetindo falhas históricas de prevenção e adaptação. Isso ficou evidente em eventos recentes, como as tragédias de Petrópolis, São Sebastião e Porto Alegre, onde previsões e alertas existiam, mas não se traduziram em ações eficazes. A implicação é dupla: de um lado, perdemos vidas, infraestrutura e recursos em desastres que poderiam ter impactos menores com planejamento adequado; de outro, enfraquecemos nossa credibilidade internacional. Um país que pretende liderar a diplomacia climática precisa mostrar coerência entre discurso e prática, especialmente no cuidado com suas populações mais vulneráveis".
OBS. (DO RESPONSÁVEL POR ESTE "BLOG"):
Todos nós sabemos que "o preventivo é mais barato do que o remediativo". Daí...
24 de set. de 2025
CHIMPANZÉS INGEREM ÁLCOOL?! E POR QUÊ NÃO?...
...ELES TÊM MAIS DE 98% DO SEU GENOMA EM SIMILARIDADE COM OS SERES HUMANOS!!!
REPRODUZIDO DE "THE GUARDIAN" [https://www.theguardian.com/science/2025/sep/17/chimps-drink-beer-day-alcohol-fermented-fruit]
DESTAQUES:
1) Chimpanzés consomem o equivalente a uma cerveja por dia em álcool de frutas fermentadas.
2) Pesquisadores chegaram às primeiras estimativas da ingestão diária de álcool por chimpanzés selvagens após medir os níveis de etanol em frutas caídas que os macacos coletam do solo da floresta no Parque Nacional de Kibale, em Uganda, e no Parque Nacional de Taï, na Costa do Marfim.
Embora as frutas individuais contivessem menos de 0,5% de álcool, a ingestão diária dos chimpanzés aumentava à medida que devoravam a polpa da fruta madura. Os macacos eram particularmente apreciadores por figos, que continham alguns dos níveis mais altos de álcool registrados pela equipe.
3) Os pesquisadores acreditam que o consumo de álcool pelos chimpanzés na natureza corrobora sua hipótese do "macaco bêbado", que postula que a propensão humana à bebida tem raízes na necessidade de nossos ancestrais primatas por frutas maduras, fermentadas e ricas em energia. A atração humana pelo álcool provavelmente surgiu dessa "herança alimentar", disse Maro (autor das pesquisas). Os detalhes foram publicados na "Science Advances".
22 de set. de 2025
"BOLAS DE NETUNO": O QUE ANTIGAMENTE ERA SÓ ALGAS, AGORA CONTÊM TAMBÉM PLÁSTICOS!
REPRODUZIDO DE:
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cn4wld7d2wqo
DESTAQUES:
1) Enquanto minúsculos pedaços de plástico invadem nossos oceanos, campos naturais de algas marinhas recolhem microplásticos e os lançam de volta para as praias, na forma de "bolas de Netuno".
As bolas de Netuno (Posidonia oceanica) são emaranhados de algas marinhas redondos e compactos, encontrados principalmente no mar Mediterrâneo.
2) As Posidonia são usadas há séculos para embalagem, roupas de cama e até para o isolamento de residências.
Mas pesquisadores da Universidade de Barcelona, na Espanha, descobriram que essas bolas esponjosas estão realizando espontaneamente outra função. Elas estão retirando plástico do fundo do mar.
3) No oceano, os microplásticos (partículas de plástico de menos de 5 mm) costumam se originar de produtos como sacos plásticos, garrafas e redes de pesca. Estes fragmentos de plástico podem prejudicar nossa saúde, afetando desde os ossos e as funções cerebrais até os hormônios.
A maior parte da poluição de plástico tem origem em terra firme, mas o oceano (incluindo os prados de algas marinhas) age como escoadouro.
4) Todos os anos, 1,15 a 2,41 milhões de toneladas de plástico fluem dos rios para o mar. E, se um rio entrar no mar em um local onde houver crescimento de Posidonia, parte daquele plástico fica preso e se acumula.
5) Como as bolas chegam ao litoral.
Mares turbulentos, particularmente durante tempestades e mudanças da maré, podem deslocar as bolas de Netuno do fundo do oceano, segundo Sánchez-Vidal. Algumas bolas mergulham em águas mais profundas, enquanto outras são levadas para o litoral.
"Dizemos que é uma forma que o mar tem de devolver para nós o lixo que nunca deveria estar no leito do oceano", explica Sánchez-Vidal.
Mas a pesquisadora ressalta que as bolas de Netuno não são uma saída para o problema do plástico nos oceanos. "Nunca consideramos as bolas como uma solução, nem como uma forma de limpar o lixo do mar."
21 de set. de 2025
A EPIGENÉTICA DE MODO MAIS RESUMIDO E OBJETIVO
REPRODUZIDO DE:https://gemini.google.com/share/08c1592ffd1d
EPIGENÉTICA: O QUE É E IMPORTÂNCIA.
A epigenética é um campo da biologia que estuda as mudanças na expressão gênica, ou seja, no processo em que a informação contida em um gene é usada para criar um produto funcional (como uma proteína). Essas mudanças não alteram a sequência de DNA em si, mas afetam como o DNA é lido pelas células.
Pense no seu DNA como um livro de receitas. A epigenética não muda as palavras no livro, mas determina quais receitas serão lidas, quais serão ignoradas ou se serão lidas mais ou menos vezes. Essas "instruções" epigenéticas podem ser influenciadas por diversos fatores e podem, inclusive, ser passadas para as próximas gerações.
DESTAQUES:
1) Mecanismos Epigenéticos.
Existem vários mecanismos que atuam na epigenética. Os principais incluem:
Metilação do DNA: A adição de um grupo metil a certas partes do DNA (especificamente, a citosina). Isso geralmente desliga os genes, dificultando a sua leitura.
Modificação de Histonas: O DNA se enrola em proteínas chamadas histonas. As modificações químicas nessas histonas podem alterar o quão apertado o DNA está enrolado. Se o DNA estiver muito apertado, os genes ficam inacessíveis e inativos; se estiver mais solto, eles se tornam mais acessíveis e podem ser ativados.
RNA não codificador: Moléculas de RNA que não codificam proteínas podem influenciar a expressão gênica de diversas formas, por exemplo, inibindo a produção de proteínas.
2) O Que Influencia a Epigenética?
Diversos fatores ambientais e comportamentais podem afetar a sua epigenética, incluindo:
Dieta: A alimentação pode fornecer compostos que são essenciais para a metilação do DNA, como o folato.
Estresse: Altos níveis de estresse podem alterar a expressão de genes relacionados à resposta ao estresse.
Exposição a toxinas: Produtos químicos e poluentes podem influenciar os padrões epigenéticos.
Exercício físico: A atividade física regular pode alterar a metilação do DNA em genes associados ao metabolismo e à inflamação.
3) Por Que a Epigenética é Importante?
A epigenética ajuda a explicar por que gêmeos idênticos, que têm o mesmo DNA, podem apresentar diferenças na saúde, no desenvolvimento e até em traços de personalidade ao longo da vida. As escolhas de vida e o ambiente de cada um podem moldar seu "epigenoma", levando a essas variações.
Esse campo de estudo também tem implicações significativas para a compreensão e o tratamento de doenças como o câncer, distúrbios neurológicos e diabetes. Pesquisadores buscam maneiras de reverter ou modificar padrões epigenéticos prejudiciais para prevenir e tratar doenças.
Quer saber mais sobre como a epigenética se relaciona com alguma área específica, como a nutrição ou o envelhecimento?
Como na epigenética as instruções são repassadas para as gerações seguintes
A capacidade de transmitir informações epigenéticas para as gerações futuras é um dos aspectos mais fascinantes e complexos da epigenética, conhecida como herança epigenética transgeracional. Embora o DNA seja a principal forma de herança, as "marcas" epigenéticas que as células adquirem ao longo da vida também podem ser repassadas.
Essa transmissão não altera a sequência de DNA dos genes, mas sim a forma como eles são expressos. Funciona de maneira um pouco diferente dependendo se a herança é de curta ou longa duração.
4) Como a Herança Acontece.
A transmissão das marcas epigenéticas ocorre principalmente através das células germinativas: o óvulo e o espermatozoide. Quando um fator ambiental, como a dieta ou o estresse, causa uma modificação epigenética, essa "instrução" pode, em alguns casos, não ser apagada durante a formação das células reprodutivas.
Normalmente, o corpo passa por um processo de "reinicialização" (ou reprogramação epigenética) para apagar a maioria das marcas epigenéticas adquiridas ao longo da vida, garantindo que o embrião comece o desenvolvimento com um "epigenoma" limpo. No entanto, algumas marcas resistem a essa limpeza e são transmitidas para a próxima geração.
5) Tipos de Herança Epigenética.
A transmissão de informações epigenéticas pode ser dividida em dois tipos principais:
Herança Intergeracional: Ocorre quando uma alteração epigenética afeta a geração seguinte (F1). Por exemplo, se uma mulher grávida é exposta a uma toxina, a saúde dela (geração F0), o feto em desenvolvimento (geração F1) e as células reprodutivas do feto que darão origem aos netos (geração F2) são diretamente afetadas. Nesse caso, a alteração em F2 ainda é considerada uma consequência da exposição direta da avó.
Herança Transgeracional: É a transmissão de uma alteração epigenética para uma geração que não foi diretamente exposta ao fator original. Para que a herança seja considerada verdadeiramente transgeracional, a alteração precisa persistir por pelo menos três gerações (F3 ou mais) no caso de herança via linha materna, ou duas gerações (F2 ou mais) via linha paterna, sem qualquer exposição subsequente ao estímulo original.
6) Exemplos e Implicações.
Um dos exemplos mais estudados é o caso da Fome Holandesa de 1944-45. Pessoas que estavam no útero de suas mães durante a fome desenvolveram alterações epigenéticas que as tornaram mais suscetíveis a doenças como diabetes e obesidade na vida adulta. Além disso, evidências sugerem que essas alterações também podem ter sido transmitidas aos seus filhos.
Outros estudos em animais e humanos mostram que traumas, estresse crônico, exposição a poluentes e dieta dos pais podem influenciar a saúde, o metabolismo e até o comportamento de seus descendentes, mesmo que estes não tenham sido expostos aos mesmos fatores.
A herança epigenética transgeracional demonstra que o ambiente e as experiências de uma pessoa podem ter um impacto duradouro, não apenas em sua própria saúde, mas também na de seus filhos e netos, abrindo novas perspectivas sobre a saúde, a evolução e a forma como nos adaptamos ao mundo.
[O Gemini pode apresentar informações imprecisas, inclusive sobre pessoas. Por isso, cheque as respostas].
EPIGENÉTICA - NOVO PARADIGMA DA BIOLOGIA! GÊMEOS MONOZIGÓTICOS AO LONGO DA VIDA DESENVOLVEM ALGUMAS DIFERENÇAS…
... SOB AÇÕES DO MEIO AMBIENTE EM QUE VIVEM.
OBS.: INFORMAÇÕES OBTIDAS DO "GEMINI-GOOGLE" COM PESQUISAS EM 43 "sites".
Epigenética: O Campo da Biologia que Redefine a Hereditariedade, a Saúde e a Interação com o Ambiente
Uma Análise Abrangente dos Mecanismos, Implicações e o Futuro da Medicina Personalizada
I. Introdução: O Novo Paradigma da Biologia
1.1. Definindo a Epigenética: Além da Sequência do DNA
A epigenética representa um dos campos mais intrigantes da biologia contemporânea, desafiando a noção de que o destino de um organismo é rigidamente determinado pela sequência de seu DNA. A disciplina concentra-se no estudo de alterações químicas e estruturais que regulam a atividade dos genes sem modificar a sequência original da molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA). Tais processos funcionam como uma camada de controle que orquestra a expressão gênica, permitindo que o genoma responda de forma dinâmica aos estímulos internos e externos.
Para facilitar a compreensão deste conceito fundamental, a epigenética é frequentemente descrita por meio de analogias. Uma delas compara os mecanismos epigenéticos a "interruptores moleculares que ligam ou desligam regiões do DNA conforme necessário". Outra metáfora esclarece a diferença em relação à genética tradicional, afirmando que "a genética define o código, mas a epigenética decide como ele será lido". Essas analogias são cruciais para entender como a informação genética, que permanece fixa, pode produzir uma diversidade impressionante de resultados biológicos. Um exemplo clássico e convincente é a divergência entre gêmeos idênticos (monozigóticos). Apesar de compartilharem uma sequência de DNA virtualmente idêntica, esses indivíduos podem desenvolver características físicas e doenças distintas ao longo da vida, uma evidência irrefutável da influência dos fatores epigenéticos.
1.2. Genética vs. Epigenética: Uma Diferença Fundamental
A distinção entre genética e epigenética é essencial para a compreensão de como o ambiente interage com o genoma. A genética tradicional é o estudo da hereditariedade dos genes, o "código-fonte" que carrega as instruções para o desenvolvimento e o funcionamento do corpo. Por outro lado, a epigenética foca-se na expressão desses genes em resposta a uma miríade de estímulos externos, como dieta, estresse e exposição a toxinas. A genética, portanto, estabelece a predisposição para certas condições, enquanto a epigenética molda como essa predisposição se manifestará ao longo da vida.
A característica mais marcante das alterações epigenéticas é a sua reversibilidade, um contraste fundamental em relação às mutações genéticas, que são geralmente permanentes. Essa flexibilidade sugere que os indivíduos podem influenciar positivamente seu bem-estar através de escolhas diárias, como a adoção de hábitos saudáveis, que podem alterar o padrão de expressão de seus genes.
Essa distinção entre os dois campos transcende a biologia molecular para oferecer uma nova perspectiva sobre a antiga dicotomia entre "natureza e criação" (nature vs. nurture). A pesquisa epigenética demonstra que essa não é uma escolha binária, mas uma interação complexa e interdependente. O genoma (a "natureza") não é um destino imutável; seu funcionamento é constantemente modulado pelo ambiente e pelo estilo de vida (a "criação"). Ao revelar a conexão molecular entre genes e ambiente, a epigenética empodera os indivíduos a adotarem uma abordagem proativa em relação à sua saúde, compreendendo que suas escolhas têm a capacidade de modular a forma como seu próprio genoma é regulado.
II. Os Mecanismos Moleculares do Epigenoma
A regulação da expressão gênica em nível epigenético é mediada por um conjunto de mecanismos moleculares interconectados que atuam de forma coordenada para controlar o acesso e a leitura da informação contida no DNA. Os três pilares mais estudados da epigenética são a metilação do DNA, as modificações de histonas e o papel dos RNAs não codificantes.
2.1. A Metilação do DNA: Silenciamento Preciso
A metilação do DNA é o mecanismo epigenético mais bem caracterizado e envolve a adição de um grupo metil (CH_{3}) a uma base nitrogenada no DNA. Em eucariotos, esse processo ocorre tipicamente na posição 5 do anel de pirimidina da citosina, especialmente quando ela está adjacente a uma guanina, formando o dinucleotídeo CpG. A presença de grupos metil em regiões promotoras de genes atua como um obstáculo físico e químico. Essa modificação dificulta o acesso dos fatores de transcrição — as proteínas necessárias para iniciar a leitura do gene — à dupla hélice do DNA. O resultado é a inibição da transcrição, o que efetivamente silencia o gene. A metilação do DNA é um processo fundamental para diversos fenômenos biológicos, desde o desenvolvimento embrionário até a inativação do cromossomo X.
2.2. As Modificações de Histonas: A Linguagem da Cromatina
Além do DNA, as proteínas associadas a ele, conhecidas como histonas, também são alvos de regulação epigenética. As histonas são proteínas em torno das quais o DNA se enrola para formar a cromatina, uma estrutura que compacta o DNA dentro do núcleo celular. A densidade de empacotamento da cromatina é um fator crítico na determinação da expressão gênica. Várias modificações químicas podem ocorrer nos "rabos" das histonas, incluindo metilação, acetilação, fosforilação, ubiquitinação e sumoilação. A acetilação de histonas, por exemplo, relaxa a estrutura da cromatina, tornando-a mais "aberta" e facilitando o acesso do maquinário de transcrição ao DNA, o que promove a expressão gênica. Por outro lado, a metilação de histonas pode tanto ativar quanto reprimir genes, dependendo do resíduo de aminoácido que é modificado, mas frequentemente leva à compactação da cromatina e ao silenciamento gênico. A combinação dessas modificações cria um "código de histonas" que a célula interpreta para determinar quais genes devem ser expressos em um dado momento.
2.3. O Papel Regulatório dos RNAs Não Codificantes (ncRNAs)
A terceira categoria de mecanismos epigenéticos envolve os RNAs não codificantes (ncRNAs), moléculas de RNA que não são traduzidas em proteínas, mas desempenham um papel crucial na regulação da expressão gênica. Existem diversos tipos de ncRNAs, incluindo microRNAs (miRNAs), pequenos RNAs de interferência (siRNAs), piRNAs e RNAs longos não codificantes (lncRNAs).
Esses ncRNAs atuam em vários níveis para modular a expressão gênica. Eles podem reprimir a tradução de mRNAs, interagir com fatores de transcrição, e, de forma significativa, influenciar a metilação do DNA e as modificações de histonas. A capacidade dos ncRNAs de modular os outros dois mecanismos epigenéticos (metilação e modificação de histonas) revela que esses processos não operam em silos isolados, mas fazem parte de uma rede regulatória integrada e sofisticada. A partir dessa perspectiva, os ncRNAs podem ser vistos como reguladores mestres que orquestram a paisagem epigenética celular em resposta a uma ampla gama de sinais intracelulares e extracelulares.
Tabela 1: Principais Mecanismos Epigenéticos e Suas Funções
| Mecanismo | Ação Molecular | Efeito na Expressão Gênica | Fontes Relevantes |
|---|---|---|---|
| Metilação do DNA | Adição de um grupo metil (CH_{3}) à citosina, formando 5-metilcitosina, tipicamente em dinucleotídeos CpG. | Geralmente leva ao silenciamento gênico ao impedir a ligação de fatores de transcrição. | |
| Modificação de Histonas | Alterações químicas (ex: acetilação, metilação) em resíduos de aminoácidos nas histonas. | Pode ativar ou reprimir a expressão gênica, dependendo da modificação, alterando a estrutura da cromatina. | |
| RNAs Não Codificantes (ncRNAs) | Moléculas de RNA que não codificam proteínas. Incluem miRNAs, lncRNAs, entre outros. | Reguladores que podem reprimir a tradução de mRNA e modular a metilação do DNA e modificações de histonas. | |
III. O Epigenoma em Ação: Do Desenvolvimento à Adaptação
O epigenoma não é uma entidade estática; é um sistema dinâmico que atua em momentos-chave da vida de um organismo, desde o desenvolvimento embrionário até a resposta a estímulos ambientais. As modificações epigenéticas são a força motriz por trás da diferenciação celular e servem como a interface crítica entre a predisposição genética e a experiência de vida.
3.1. Diferenciação Celular e Desenvolvimento Embrionário
Um dos papéis mais cruciais da epigenética é na diferenciação celular. As células de um organismo multicelular, com exceção das células germinativas e do sistema imune, são geneticamente idênticas. Contudo, elas se especializam em diferentes tipos celulares — como neurônios, hepatócitos ou células epiteliais — porque grupos específicos de genes são "ligados" ou "desligados" por meio de modificações epigenéticas. No desenvolvimento embrionário, modificadores epigenéticos estabilizam a expressão gênica e garantem que os padrões de metilação do DNA e modificações de histonas sejam restabelecidos nas células após a divisão celular. Este processo garante que a identidade de cada célula seja mantida e passada para suas descendentes. A compreensão desse mecanismo é vital para a biologia do desenvolvimento e para a medicina regenerativa, pois desvenda como a diversidade funcional surge a partir de um único código genético.
3.2. A Ponte entre Genoma e Ambiente: O Poder do Estilo de Vida
A epigenética estabelece um elo tangível entre a predisposição genética de um indivíduo e as influências do ambiente em que ele vive. Fatores de estilo de vida atuam como moduladores poderosos, influenciando a expressão de genes e, consequentemente, a saúde e o comportamento.
3.2.1. Influência da Dieta e da Nutrição
A dieta é um dos fatores ambientais mais estudados por sua profunda influência no epigenoma. Nutrientes e metabólitos presentes nos alimentos atuam como substratos ou cofatores essenciais para as enzimas que adicionam ou removem marcas epigenéticas. O clássico estudo dos camundongos agouti ilustra dramaticamente essa relação. Fêmeas gestantes com uma dieta rica em doadores de metil, como folato e vitamina B12, deram à luz a filhotes marrons e saudáveis, em contraste com a prole amarela, obesa e propensa a doenças de mães com dieta deficiente. Da mesma forma, uma dieta ocidental, rica em gorduras e carboidratos refinados, tem sido associada a alterações epigenéticas prejudiciais que aumentam o risco de doenças crônicas como hipertensão e diabetes tipo 2, enquanto dietas ricas em vegetais e compostos bioativos, como a dieta mediterrânea, têm efeitos epigenéticos positivos.
3.2.2. Impacto do Estresse, de Traumas e de Toxinas
O estresse crônico e as experiências traumáticas também se traduzem em modificações epigenéticas que podem afetar a saúde física e mental. Pesquisas indicam que o estresse prolongado pode levar a alterações epigenéticas em genes que regulam a neurotransmissão e a neuroplasticidade, impactando a tomada de decisão e aumentando a sensibilidade ao estresse. Um indivíduo que vivencia uma infância marcada por abuso ou negligência, por exemplo, pode desenvolver alterações epigenéticas que o tornam mais vulnerável à ansiedade e a outros transtornos mentais na vida adulta. A exposição a toxinas e substâncias químicas ambientais também pode induzir alterações epigenéticas que aumentam o risco de doenças crônicas, incluindo o câncer.
Tabela 2: Fatores Ambientais e Seus Efeitos Epigenéticos Documentados
| Fator Ambiental | Mecanismo Epigenético Influenciado | Efeito Documentado | Fontes Relevantes |
|---|---|---|---|
| Dieta | Metilação do DNA (via doadores de metil), Modificações de histonas, Regulação de ncRNAs. | Alteração de fenótipo em camundongos (estudo agouti); Maior risco para doenças crônicas (obesidade, diabetes tipo 2) com dietas desequilibradas. | |
| Estresse Crônico | Metilação do DNA, Modificações de histonas. | Aumento da sensibilidade ao estresse; Risco elevado de transtornos de ansiedade e doenças mentais; Alterações estruturais no cérebro. | |
| Exposição a Toxinas | Alterações epigenéticas, como metilação anormal do DNA. | Aumento do risco para o desenvolvimento de doenças crônicas como o câncer. | |
| Exercício Físico | Modificações de histonas, Metilação do DNA. | Indução de modificações epigenéticas benéficas para os sistemas cardiovascular, metabólico e cognitivo. | |
IV. A Epigenética na Saúde e na Doença
A disciplina da epigenética oferece uma compreensão mais rica e complexa da etiologia das doenças, indo além das mutações genéticas para incluir as interações dinâmicas entre o genoma e o ambiente.
4.1. O Legado da Herança Epigenética Transgeracional
Um dos achados mais notáveis da epigenética é a herança epigenética transgeracional, que consiste na transmissão de marcas epigenéticas através das células germinativas (gametas), passando-as de uma geração para a outra. Ao contrário da herança genética, que é baseada na sequência do DNA, essa forma de herança transmite características adquiridas ao longo da vida, como o medo ou a obesidade, a descendentes que nunca foram expostos ao estímulo original.
Estudos em camundongos, por exemplo, demonstraram a transmissão de obesidade e resistência insulínica de pais para seus descendentes, mesmo quando a prole não foi exposta a uma dieta rica em gordura. Outro estudo clássico mostrou que camundongos condicionados a ter medo de um som por meio de choques elétricos transmitiram essa resposta de medo a seus descendentes, que manifestaram os sintomas ao ouvir o som sem nunca terem recebido o choque. Tais descobertas sugerem que as experiências ambientais de uma geração podem "preparar" as próximas gerações para um ambiente semelhante, oferecendo um mecanismo de adaptação mais rápido do que as mutações genéticas. No entanto, essa adaptabilidade pode se tornar uma vulnerabilidade se o ambiente mudar drasticamente, pois um padrão epigenético útil para a geração dos pais pode se tornar patológico para a prole. Isso amplia o escopo da saúde pública, que deve considerar não apenas a saúde atual dos indivíduos, mas o legado epigenético transmitido pelas gerações anteriores.
4.2. Epigenética e Patologia: O Epigenoma Desregulado
O desequilíbrio nos padrões epigenéticos tem sido associado a uma ampla gama de patologias, pois um epigenoma disfuncional pode levar à expressão aberrante ou ao silenciamento de genes cruciais.
4.2.1. Câncer
A relação entre epigenética e câncer é profundamente complexa e um campo de intensa investigação. Alterações epigenéticas, como a metilação anormal do DNA e modificações de histonas, podem desregular a expressão de genes essenciais, levando à ativação de oncogenes (genes que promovem o crescimento do câncer) e ao silenciamento de genes supressores de tumor (que previnem a proliferação celular descontrolada). Essas alterações podem preceder o desenvolvimento de tumores e são frequentemente observadas em diversos tipos de câncer.
4.2.2. Doenças Neurológicas e Mentais
A epigenética tem transformado a compreensão da etiologia de doenças neurológicas e mentais, como a esquizofrenia, o autismo e o Alzheimer. A incapacidade de encontrar um único gene responsável por esses transtornos sugere que eles não são causados por mutações genéticas simples, mas por uma complexa interação entre a predisposição genética e fatores ambientais. Alterações epigenéticas podem mediar essa interação, afetando a expressão de genes envolvidos na função sináptica, na plasticidade neuronal e na neurotransmissão. Desse modo, a epigenética oferece uma nova via para entender como o estresse e traumas podem influenciar o risco de desenvolver transtornos como a ansiedade e a depressão.
4.2.3. Doenças Metabólicas
Problemas de saúde como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares são frequentemente considerados puramente genéticos ou inevitáveis com o envelhecimento. Contudo, a epigenética demonstra que esses distúrbios são fortemente influenciados por fatores externos, como a dieta, o exercício físico e o estresse. Fatores de estilo de vida podem afetar a expressão de genes relacionados ao metabolismo, desencadeando ou prevenindo o desenvolvimento dessas doenças.
Tabela 3: Alterações Epigenéticas e Doenças Associadas
| Doença | Alteração Epigenética Associada | Evidências de Suporte | Fontes Relevantes |
|---|---|---|---|
| Câncer | Hipermetilação de genes supressores de tumor; Hipometilação de oncogenes; Modificações de histonas. | Inativação de genes supressores de tumor e ativação de oncogenes; Desregulação da expressão de ncRNAs que promovem o crescimento tumoral. | |
| Alzheimer | Metilação do DNA e modificações de histonas em genes neuroprotetores. | Influência de fatores externos (estilo de vida) na progressão da disfunção neurocognitiva. | |
| Esquizofrenia | Interação entre predisposição genética e exposição ambiental. | Hipótese epigenética substitui o modelo "gene para transtorno X"; Modificações epigenéticas que comprometem a neuroplasticidade. | |
| Diabetes Tipo 2 | Alterações epigenéticas em genes relacionados ao metabolismo e regulação de hormônios. | Influência de dietas desequilibradas e estilo de vida sedentário na expressão gênica. | |
V. O Futuro da Medicina: Diagnóstico e Terapia Epigenética
A compreensão do epigenoma não é apenas uma conquista teórica; ela está abrindo caminho para uma revolução na medicina, com novas ferramentas para diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças.
5.1. Inovações Diagnósticas e de Monitoramento
Uma das inovações mais promissoras é o uso de testes epigenéticos para medir a "idade biológica" de um indivíduo, que reflete o estado de saúde do corpo, em contraste com a idade cronológica, que é baseada no tempo desde o nascimento. Ferramentas como o teste epigenético TruAge medem modificações no DNA para fornecer uma visão detalhada de como o estilo de vida e o ambiente estão afetando o corpo a nível molecular. Esses testes têm o potencial de revelar a predisposição para doenças crônicas, como câncer, distúrbios metabólicos e doenças cardiovasculares, permitindo a adoção de medidas preventivas muito antes do surgimento de sintomas.
5.2. Estratégias Terapêuticas: Uma Revolução na Intervenção
O campo da "terapia epigenética" emerge com o objetivo de reverter padrões epigenéticos anormais associados a doenças. Diferente das terapias genéticas que buscam corrigir defeitos na sequência do DNA, a terapia epigenética visa restaurar a expressão gênica alterada.
Drogas e abordagens terapêuticas estão sendo desenvolvidas para essa finalidade. Por exemplo, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA já aprovou a Azacitidina e a Decitabina, agentes de metilação do DNA, para o tratamento de certas condições. A pesquisa mais recente mostra o potencial de novas drogas epigenéticas, como o tazemetostat, que foi originalmente desenvolvido para tratar o linfoma, mas se mostrou eficaz em ativar o sistema imunológico contra tumores sólidos, como o câncer de bexiga. Além disso, a terapia com células CAR-T está sendo aprimorada para mirar em proteínas-alvo que são produzidas como resultado de uma desregulação epigenética em tumores. Curiosamente, a pesquisa também sugere que a psicoterapia pode induzir modificações epigenéticas benéficas que afetam a neurobiologia de transtornos mentais, abrindo novas fronteiras para o tratamento e a prevenção.
5.3. A Promessa da Medicina Personalizada
A capacidade de diagnosticar e intervir em nível molecular antes do aparecimento de sintomas é um pilar da medicina do futuro. A epigenética move a medicina de uma abordagem reativa, focada no tratamento da doença após sua manifestação, para uma abordagem proativa e individualizada. Ao compreender como os fatores de estilo de vida moldam a expressão gênica de cada indivíduo, os profissionais de saúde podem elaborar protocolos terapêuticos e preventivos "sob medida", promovendo uma saúde mais precisa e holística. O indivíduo, por sua vez, é capacitado a se tornar um agente ativo em sua própria saúde, tomando decisões informadas que podem alterar positivamente seu próprio epigenoma.
VI. Conclusão: Uma Visão Holística da Saúde
A epigenética é mais do que uma área de pesquisa; ela representa uma mudança de paradigma na biologia e na medicina. A sua essência reside na revelação de que a vida de um organismo não é pré-programada exclusivamente pelo seu código genético, mas é uma narrativa em constante evolução, moldada pela interação contínua entre o genoma e o ambiente.
Este relatório detalhou os mecanismos moleculares que orquestram a expressão gênica — metilação do DNA, modificações de histonas e a regulação por ncRNAs — e demonstrou como eles formam uma rede de controle sofisticada e dinâmica. A análise também explorou o papel do epigenoma em processos biológicos fundamentais, como a diferenciação celular, e elucidou como fatores de estilo de vida, como dieta e estresse, se tornam mediadores de nossa saúde. Além disso, a capacidade de transmitir marcas epigenéticas através de gerações sugere um mecanismo de adaptação rápido, mas também destaca a necessidade de uma visão de saúde que transcende o indivíduo para abranger a sociedade e seu legado.
Em termos clínicos, a epigenética oferece uma nova perspectiva sobre a etiologia de doenças complexas, desde o câncer e distúrbios metabólicos até transtornos mentais, e pavimenta o caminho para a próxima geração de terapias personalizadas. A promessa da terapia epigenética, juntamente com as inovações em testes diagnósticos, sinaliza um futuro onde a medicina será cada vez mais preventiva, individualizada e proativa.
Em suma, a epigenética une a biologia molecular à saúde pública, à nutrição e à psicologia, proporcionando uma compreensão mais completa e integrada da saúde. O estudo do epigenoma nos lembra que, embora a sequência genética seja uma parte imutável da nossa identidade, temos a capacidade de moldar como essa identidade se manifesta, influenciando o curso de nossa própria biologia.
19 de set. de 2025
ABELHAS "COMPARTILHANDO" GENES COM SERES HUMANOS (?!)
REPRODUZIDO DE:
https://umsoplaneta.globo.com/google/amp/biodiversidade/noticia/2025/09/17/genes-compartilhados-entre-abelhas-e-humanos-podem-revelar-origens-antigas-do-comportamento-social.ghtml
DESTAQUES:
1) Um estudo recente publicado na revista PLOS Biology revelou que alguns mecanismos genéticos que influenciam o comportamento social em abelhas também podem estar presentes em humanos. Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, identificaram variantes genéticas em abelhas-melíferas que se associam à interação social, localizadas em genes previamente ligados a condições como o autismo em humanos.
2) A pesquisa combinou sequenciamento genético, análise de expressão gênica cerebral e observação comportamental para compreender a variação na sociabilidade das abelhas (Apis mellifera). As cientistas estudaram três colônias e marcaram os insetos com minúsculos códigos de barras, permitindo rastrear automaticamente suas interações dentro de colmeias de vidro. O sequenciamento completo do genoma de 357 abelhas identificou 18 variantes genéticas relacionadas à troca de alimentos entre os indivíduos, comportamento conhecido como “trophallaxis”.
Dentre essas variantes, destacam-se os genes neuroligin-2 e nmdar2, que compartilham sequências semelhantes a genes humanos associados ao autismo. A análise do transcriptoma cerebral revelou mais de 900 genes cuja expressão aumentava proporcionalmente à frequência das interações sociais das abelhas, reforçando a ligação entre genética e sociabilidade.
3) Os resultados sugerem que, mesmo com uma divergência evolutiva de mais de 600 milhões de anos entre humanos e abelhas, existem fundamentos moleculares antigos do comportamento social que foram conservados ao longo da evolução. "Característica central de todas as sociedades é que os membros do grupo frequentemente interagem entre si, mas variam em sua tendência a fazê-lo. Identificamos raízes moleculares da sociabilidade conservadas evolutivamente, compartilhadas entre espécies filogeneticamente distintas, incluindo humanos", destacam os autores do estudo.
4) Para Ian Traniello, líder da pesquisa, as abelhas oferecem um modelo ideal para rastrear o comportamento de toda a colônia ao longo da vida dos indivíduos. "Conseguimos monitorar o que cada abelha faz, como interage via troca de alimentos e onde passa seu tempo. Combinando isso com sequenciamento de DNA e análise de expressão cerebral, podemos investigar os fundamentos moleculares da organização social e testar se alguns desses elementos são conservados entre espécies", explica Traniello.
17 de set. de 2025
CARNES NA ALIMENTAÇÃO HUMANA: ABORDAGEM ECOLÓGICA-ECONÔMICA
REPRODUZIDO DE:
https://www.poder360.com.br/opiniao/a-bisteca-como-encarnacao-do-mal/
OBS.: INICÍO COM CONSIDERAÇÕES SOBRE CUSTOS AMBIENTAIS PROVENIENTES DA GERAÇÃO DE PROTEÍNA ANIMAL
ACESSAR:http://ecologiaemfoco.blogspot.com/2016/11/por-que-cereais-e-menos-carne-na.html
(nesta postagem, destaques para):
AGORA, A AVALIAÇÃO DO AUTOR OBJETO DESTA POSTAGEM: XICO GRAZIANO
DESTAQUES:
1) Cada ser humano coma o que desejar. Ser vegetariano ou vegano é uma decisão pessoal a ser respeitada. Agora, negar a alimentação animal em nome da salvação da humanidade significa condenar a história.
2) Na agenda ambiental, diferentemente do que supõem os críticos, estima-se uma queda acentuada na pegada de carbono oriunda da criação animal. Para um crescimento estimado de 13% na produção pecuária, espera-se que as emissões de gases de efeito-estufa se elevem em apenas 6%.
3) Desgraça é ver esse negacionismo influenciar políticas públicas, como temos visto ocorrer nas conferências ambientais promovidas pela ONU. A visão da pecuária como vilã do clima levou, por exemplo, ao corte de 40% da carne no cardápio das refeições a serem servidas na COP30, a ser realizada em Belém, no Pará.
15 de set. de 2025
ONDE PLÁSTICOS NÃO ESTIVEREM...NÃO DEVE SER PLANETA TERRA!
AMAZÔNIA É NO PLANETA TERRA, PORTANTO...
https://agenciabrasil.ebc.com.br/meio-ambiente/noticia/2025-09/fiocruz-alerta-para-contaminacao-da-amazonia-por-plasticos
DESTAQUES:
1) Um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, aponta contaminação por resíduos plásticos na Amazônia.
A pesquisa revela impactos em ambientes aquáticos e terrestres, além de potenciais danos à saúde humana, especialmente entre comunidades ribeirinhas e indígenas.
2) O artigo científico foi publicado recentemente na revista Ambio, especializada em meio ambiente e sociedade. É a primeira revisão sistemática da literatura sobre o tema no bioma amazônico.
Ao todo, foram analisados 52 estudos revisados por pares que identificaram poluição por plásticos (macro, meso, micro e nanoplástico) em fauna, flora, sedimentos e água.
3) São toneladas de lixo flutuante, descartadas por moradores de diferentes áreas urbanas, embarcações e pelas próprias comunidades, o que contribui para que os resíduos atravessem cidades e países.
Segundo o epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia, a revisão evidencia um problema maior do que o estimado.
4) “Revisamos uma gama de relatos sobre lixo e fragmentos de plástico em ambientes terrestres e aquáticos do bioma amazônico, o que indica um impacto muito maior do que a maioria das pessoas imagina”, complementa.
A bióloga Jéssica Melo, uma das autoras do artigo, destaca que a poluição plástica é uma crise global, mas ainda pouco estudada na Amazônia, mesmo sendo a maior bacia hidrográfica do planeta.
5) “A contaminação de fontes importantes de alimentos e de água representa um grande risco para a saúde de populações tradicionais. Identificamos lacunas urgentes em pesquisas, especialmente em fauna não piscícola, áreas remotas e outros países amazônicos. Destacamos a necessidade de mitigação direcionada por meio da gestão de resíduos e da educação”, diz Melo.
6) Pesquisadores do Instituto Mamirauá relatam que, no interior do Amazonas, o lixo doméstico antes era majoritariamente orgânico. Mas, hoje, os rios estão repletos de garrafas PET e embalagens plásticas.
14 de set. de 2025
DA COP 21 A COP 30…HÁ PROGRESSOS?
Reunir países com interesses os mais diversos, já pode ser considerado um grande avanço, mas...
BREVES CONSIDERAÇÕES
Quanto tempo já se passou e nosso verde-esperança, simbologia da renovação, continua pujante, no cérebro de quem (ainda) acredita nas boas intenções dos seres humanos atores decisivos das sociedades.
A COP 21, em Paris, gerou intenções que pareciam amenizar os efeitos negativos dos desmatamentos e queima de combustíveis fósseis dentro do prazo de alguns poucos anos. Nessa reunião os países em desenvolvimento reivindicaram aos desenvolvidos (que já poluíram muito e tiveram seus PIBs elevados) que financiassem os de PIB menor, proporcionando-lhes transferência de tecnologia e capacitação, para daí então participarem do seleto grupo dos preocupados em controlar a emissão dos gases causadores do aquecimento global; atingindo a meta do mínimo de interferência nas mudanças climáticas.
Mas o que se via é que cada COP mais parecia ser um preparatório para a COP seguinte. Porque sempre se tornava a falar de metas, visto que estudos publicados nas revistas "Nature Climate Change e Nature Communications" indicam que manter o aquecimento em 1,5°C talvez não seja mais suficiente para impedir o colapso de geleiras na Groenlândia e na Antártida.
Sucederam-se as COPs, numa delas enfatizando "O mercado de carbono no combate ao aquecimento global ao transformar a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) numa mercadoria, gerando créditos que representam uma tonelada de CO2 ou seu equivalente não emitida ou removida da atmosfera". Através desse sistema, que pode ser regulamentado ou voluntário, empresas e países que emitem mais podem comprar créditos de quem emite menos, incentivando investimentos em tecnologias de baixo carbono e práticas sustentáveis, como o reflorestamento.
Será que vai prevalecer o ditado acachapante "a teoria, na prática, é outra"? Aproveitando os avanços da modernidade, pedi ajuda à IA, que assim me presenteou: "A frase "a teoria na prática é outra" significa que, embora um conceito possa parecer correto e aplicável em um ambiente idealizado, sua aplicação no mundo real é muitas vezes mais complexa, afetada por fatores como o erro humano, imprevistos e a necessidade de adaptação a contextos específicos que a teoria não contemplou. Ela aponta para o dilema entre o conhecimento abstrato e a realidade concreta, evidenciando que a prática exige a reflexão sobre a teoria e a flexibilidade para ajustá-la quando necessário".
Finalizando, vários países produtores de petróleo sediaram COPs, como os Emirados Árabes Unidos (COP 28) e o Azerbaijão (COP 29) e em breve o Brasil (COP 30), que embora seja também um produtor, tem uma forte indústria ligada à energia e às suas reservas de petróleo e gás. A realização das COPs nesses países é um ponto de controvérsia, dado o seu papel histórico e atual na produção de combustíveis fósseis, que são os principais responsáveis pelas mudanças climáticas.
12 de set. de 2025
CERRADO! SEMPRE EM DESTAQUE POR SER O 2° BIOMA COM MAIOR DEGRADAÇÃO!
REPRODUZIDO DE:
https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2025/09/7246103-segundo-bioma-do-brasil-cerrado-sofreu-o-maior-desmatamento-do-pais.html
DESTAQUE:
1) Com mais de 2 milhões de quilômetros quadrados, em uma área que supera países como México, Indonésia e Mongólia, o cerrado é o segundo maior bioma da América Latina, além de possuir uma das maiores biodiversidades do mundo. Cerca de 20 milhões de brasileiros vivem na região, incluindo povos e comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e extrativistas, além de cerca de 332 mil espécies de animais e plantas. Diante disso, o dia 11 de setembro também é a data em que se recorda a importância desse bioma a nível nacional e internacional.
2) Apesar de seu enorme valor, o cerrado foi o segundo bioma mais ameaçado em relação à perda de biodiversidade em 2024. Segundo o MapBiomas, em 2024, o bioma teve a maior área desmatada do Brasil. Foram desmatados 652.197 hectares, o que representa mais da metade (52,5%) do total desmatado no país ao longo de todo ano. De acordo com o doutor em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília (UnB), Christian Della Giustina, o cerrado é considerado um hotspot — característica conferida a uma região com rica biodiversidade e alto grau de ameaça.
3) O desmatamento do bioma vem sendo explorado desde a década de 70, na Revolução Verde, como recorda o especialista. "Essa agricultura se expandiu, principalmente, nas áreas planas, das chapadas. Hoje, basicamente, o que se a gente tem de remanescente da vegetação nativa, são áreas acidentadas, que a agricultura não consegue aproveitar. Não consegue botar um trator, por causa do relevo acentuado" frisa o especialista.
10 de set. de 2025
ESPERANÇA PARA SOLUCIONAR DIFICULDADES DE RECICLAGEM DE PLÁSTICOS
REPRODUZIDO DE:
https://www.kimm.re.kr/eng/sub011001/view/id/1435
DESTAQUES:
1) A era da reciclagem de plástico sem complicações está se tornando realidade!
– Projeto de Plasma liderado pelo KIMM desenvolve a primeira tecnologia do mundo
para reciclar resíduos plásticos mistos sem separação.
2) O inconveniente de separar plásticos para reciclagem pode em breve ser coisa do passado. Uma equipe de pesquisadores coreanos desenvolveu a primeira tecnologia do mundo que pode reciclar quimicamente resíduos plásticos mistos em matérias-primas de forma altamente seletiva, sem a necessidade de triagem rigorosa ou remoção de rótulos.
3) O Instituto Coreano de Máquinas e Materiais (Presidente Seog-Hyeon Ryu, doravante denominado "KIMM"), subordinado ao Conselho Nacional de Pesquisa em Ciência e Tecnologia (NST), anunciou que seu Centro de Processo de Plasma para Reciclagem de Materiais Orgânicos (liderado pelo Dr. Young-Hoon Song), em colaboração com o Instituto Coreano de Pesquisa em Tecnologia Química (KRICT), o Instituto Coreano de Tecnologia Industrial (KITECH), o Instituto Coreano de Ciência e Tecnologia (KIST) e diversas universidades, desenvolveu com sucesso um processo inovador de conversão de plasma. Este processo transforma uma ampla variedade de resíduos plásticos diretamente em matérias-primas químicas, estabelecendo um novo marco para a indústria química e a política ambiental da Coreia.
4) O processo recentemente desenvolvido converte resíduos plásticos mistos em etileno e benzeno usando plasma, um gás altamente energizado em temperaturas extremas, com cinética de reação muito mais rápida e maior eficiência de transferência de energia em comparação à pirólise convencional.
□ A equipe de pesquisa do KIMM conseguiu desenvolver a primeira tocha de plasma de ultra-alta temperatura do mundo, alimentada inteiramente por hidrogênio. Operando a 1.000–2.000 °C, a tocha decompõe resíduos plásticos mistos em menos de 0,01 segundo. Ao controlar a temperatura e o tempo de reação, os pesquisadores alcançaram níveis de seletividade de 70–90% e rendimentos de etileno superiores a 70%. Após a purificação, mais de 99% da produção pôde ser assegurada como matéria-prima de alta pureza para a fabricação de plásticos.
4) Até agora, os resíduos plásticos têm sido tratados principalmente por meio de incineração, recuperação de energia ou formas limitadas de reciclagem mecânica e química. A taxa de reciclagem química tem se mantido abaixo de 1% devido aos altos custos e à necessidade de uma pré-triagem rigorosa. A pirólise tradicional normalmente ocorre a 450–600 °C, produzindo uma mistura de mais de uma centena de subprodutos químicos, dos quais apenas 20–30% são úteis na prática.
5) O processo de plasma desenvolvido pela equipe do programa supera essas limitações. Sua operação em temperaturas ultra-altas quebra rapidamente as estruturas poliméricas, ao mesmo tempo em que suprime a formação de carbono, utilizando 100% de combustível de hidrogênio. Como resultado, o processo não apenas garante estabilidade operacional a longo prazo, como também permite a conversão seletiva de mais de 70 a 80% dos produtos em etileno e benzeno. Notavelmente, até mesmo ceras — antes inutilizáveis na pirólise — puderam ser convertidas com mais de 80% de seletividade, aumentando a eficiência energética.
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