REPORTAGEM g1.globo.com ACESSAR:
A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) declarou em 2023 será um ano de El Niño. Em entrevista à GloboNews, o meteorologista do Inmet Mamedes Melo disse que o Brasil vai começar a sentir a influência do fenômeno nos próximos meses e não estão descartados o surgimento de novos ciclones extratropicais, como o que atingiu as regiões Sul e Sudeste nesta semana.
"A gente vai começar a sentir a partir dessa primavera os sinais mais fortes do El Niño e, consequentemente, esses fenômenos meteorológicos podem ser potencializados por ele. Nós ainda estamos em pleno inverno e eu diria que não se descarta a possibilidade de outros ciclones virem a acontecer, só que não tem como se saber ainda da intensidade deles", explica.
Mas o que é o El Niño?
O El Niño é a fase positiva do fenômeno chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS). Ou seja, quando ele está em atuação, o calor é reforçado no verão e o inverno é menos rigoroso. Isso ocorre porque ele dificulta o avanço de frentes frias no país, fazendo com que as quedas sejam mais sutis e mais breves.
O ar se torna mais seco e passa a circular para baixo, o que dificulta a formação de chuva e está associado a períodos de secas.
De acordo com o meteorologista Bruno Bainy, ele se caracteriza como temperaturas acima da média na região do Pacífico Equatorial, na região leste, invertendo a circulação normal do ar (como demonstrado no infográfico mais abaixo).
"Só que isso não fica só no oceano. Como oceano e atmosfera são sistemas que atuam em conjunto, isso acaba repercutindo também na situação geral da atmosfera e causa variabilidade climática em várias partes do mundo", explica.
"Só que isso não fica só no oceano. Como oceano e atmosfera são sistemas que atuam em conjunto, isso acaba repercutindo também na situação geral da atmosfera e causa variabilidade climática em várias partes do mundo", explica.
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