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11 de jun. de 2024

COM OS OLHOS VOLTADOS PARA A AMAZÔNIA, O CERRADO VAI SENDO ESQUECIDO

REPRODUZIDO DE: https://jornal.unesp.br/2023/10/26/o-cerrado-em-seu-momento-mais-dificil/
DESTAQUES 1) Em 2023, o Cerrado ganhou manchetes de veículos de comunicação do Brasil e de fora com o epíteto de bioma mais devastado do país. O noticiário fazia um contraponto a uma significativa melhora do desmatamento na Amazônia, traduzido em uma queda de mais de 60% nos alertas de desmatamento da floresta em julho, na comparação com o mesmo mês em 2022. Já o Cerrado apresentou um crescimento de 16% no mesmo período. Só este ano, entre janeiro e maio, foram desmatados 3.320 km2. 2)Só na região do chamado Matopiba , que compreende partes dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a elevada produção agrícola resultou no desmatamento de 494 mil hectares nos primeiros cinco meses deste ano. 3)Por trás da pecha de “celeiro do mundo” que alguns atribuem às vastas áreas no interior do Brasil de onde sai boa parte da alimentação consumida no globo, há também uma história quase sem paralelo de dano ao meio ambiente, com reflexos importantes sobre a fauna da região, e também sobre as águas que abastecem boa parte do Brasil, e até sobre o clima. 4) "Em grande parte, o conflito direto por área entre o setor produtivo e as iniciativas conservacionistas do Cerrado pode ser evitado”, afirma o ecólogo Paulo De Marco Júnior, pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG). De acordo com o cientista, autor de um estudo sobre o tema publicado em abril na revista Science, existem grandes áreas degradadas que não são usadas para produção. “A recuperação desses terrenos para a atividade produtiva, principalmente das pastagens degradadas, poderia reduzir a pressão que existe sobre as áreas naturais”, explica De Marco. 5) Números divulgados pelo projeto MapBiomas sobre a perda de vegetação no Brasil em 2022 deixa clara a urgência de uma atuação firme, e coletiva, de proteção ao Cerrado. Até porque o bioma também funciona como uma grande caixa d’água para o Brasil: nada menos do que 8 das 12 nascentes das principais bacias hidrográficas nacionais estão na região.

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