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14 de set. de 2022
QUANTO MAIS ESTRADAS NA AMAZÔNIA…
Mapeamento inédito realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) mostrou que as estradas já cortam ou estão a menos de 10 km de 41% da área florestal amazônica no Brasil. No total, o estudo identificou 3,46 milhões de km de vias na Amazônia Legal, o equivalente a 10 vezes a distância da Terra até a Lua. O estudo foi divulgado na última segunda-feira (29).
Realizado com auxílio de inteligência artificial, o trabalho mostra que, apesar de a maior parte das estradas estar localizada dentro de propriedades privadas ou assentamentos (67%), um terço fica sobre diferentes categorias de terras públicas (33%).
Dentro destas áreas, a maior parte das estradas está sobre terras ainda “não destinadas” (854 mil km). Ou seja, porções de floresta que ainda esperam destinação do poder público, podendo se tornar unidade de conservação, terra indígena ou outra categoria fundiária.
Segundo o documento do Imazon, as terras não destinadas possuem um quarto das vias mapeadas em toda a Amazônia (25%), o que provavelmente indica que tais áreas estão sendo pressionadas por crimes ambientais como extração ilegal de madeira, garimpo e grilagem.
A maior densidade de estradas está localizada, segundo os pesquisadores, no chamado “arco do desmatamento”, que abrange porções dos estados de Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, além de parte do Pará. Densidade é a quantidade de estradas (em km) por km².
Dos estados da Amazônia Legal, Tocantins e Maranhão foram os que apresentaram a maior densidade de vias.
Segundo os pesquisadores do Imazon, ao comparar os resultados encontrados agora com o trabalho de mapeamento realizado em 2016 – este ainda feito de forma manual – foi possível identificar que, atualmente, há mais vias nas regiões chamadas de “novas fronteiras do desmatamento” – sul do Amazonas, oeste do Pará e Terra do Meio, também em solo paraense.
Em relação à quilometragem total, o Mato Grosso aparece em primeiro lugar, com 1,29 milhões de km de estradas, seguido pelo Pará (715 mil km), Tocantins (490 mil km), Maranhão (412 km), Rondônia (310 mil km), Roraima (80 mil km), Amazonas (79 mil km), Acre (53 mil km) e Amapá (25 mil km).
Por Cristiane Prizibisczki
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