Mapas do Brasil mostram a situação da seca no Nordeste, as áreas em vermelho. A imagem à esquerda (abril de 2011) mostra 15% da região atingida, já a imagem à direita (abril de 2012) mostra 80%.
Aumentou para 1.134 o número de municípios do semiárido brasileiro onde foi declarada situação de emergência por causa da estiagem. Na comparação com balanço divulgado na primeira quinzena de junho, 121 localidades passaram a integrar a lista da Secretaria Nacional de Defesa Civil. Imagens do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da UFAL (Universidade Federal de Alagoas).
Este ano choveu pouco no interior do Nordeste em janeiro, fevereiro e março, meses em que seria normal haver precipitações no semiárido. “O interior não teve chuva na época tradicional e, agora, está ingressando no período de estiagem”, disse a meteorologista Márcia Seabra, do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), um dos órgãos integrantes do Comitê de Combate à Seca no Semiárido, divulgou hoje um balanço da aplicação do recurso extraordinário de R$ 2,7 bilhões liberado em abril para enfrentamento da estiagem.
A maior parte do valor – R$ 799 milhões – está sendo destinada à construção de cisternas. Do início de 2011 até junho deste ano, 123 mil unidades foram entregues a famílias do semiárido. A intenção é que o número cresça para 290 mil até dezembro. Também foram contratados 3.360 caminhões-pipa por R$ 164,4 milhões.
Dos recursos restantes, R$ 500 milhões foram destinados ao Plano Garantia Safra, de auxílio a produtores que perderam suas plantações; e R$ 200 milhões ao Bolsa Estiagem, de ajuda à população que ganha até dois salários mínimos. Por fim, R$ 60 milhões devem ser aplicados na recuperação de poços até o fim deste ano. A divulgação dos valores foi realizada durante reunião plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea) para debater os impactos da seca em 2012.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou que as cisternas e caminhões-pipas são importantes porque viabilizam a convivência dos moradores do semiárido com a estiagem. “A gente não tem aquelas velhas cenas de êxodo rural, porque as pessoas estão conseguindo conviver com essa seca”, disse.
Prejuízo com seca no Nordeste supera R$ 12 bilhões, prevê ministro da Integração Nacional. – Os meteorologistas informam que essa deverá ser uma das mais severas secas dos últimos 40 anos. Estamos atentos e, se novas medidas forem necessárias, o governo tomará – afirmou o ministro Fernando Bezerra Coelho.
O ministro destacou que o governo contratou 2,6 mil carros-pipa para atuar na região sob comando do Exército. Informou ainda que está sendo oferecido milho a preço subsidiado, para que pequenos produtores consigam alimentar seus rebanhos.
– A presidente Dilma está antecipando o pagamento do Garantia Safra e vamos começar a pagar no início de junho o Bolsa Estiagem. Estamos também começando a contratar e liberar recursos através do crédito emergencial, R$ 1 bilhão estará à disposição dos pequenos agricultores e outras atividades produtivas. Essas medidas podem ser suficientes para injetar ânimo na região" – declarou.
[O curioso, ou quase trágico, é ler notícia como esta: "O conflito entre governo federal e a ASA (Articulação do Semi-Árido) envolvendo a construção de cisternas para armazenamento de água da chuva em regiões isoladas no semiárido brasileiro parece superado. Reunião entre representantes da ministra do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, com representantes da ASA resultou na reativação da parceria por um contrato de R$ 138,7 milhões para a construção de cisternas e consultoria agroecológica no sertão nordestino, além de ter fechado um contrato de consultoria com a Fundação Banco do Brasil para gerenciar a instalação de outras 60 mil cisternas na região". POR POUCO UM PROJETO DA IMPORTÂNCIA DESTE, ESCAPOU DE SER EXTINTO]
[Lançado em 2003, o Programa 1 milhão de cisternas (P1MC) previa construí-las dentro de um prazo de 5 anos. As cisternas de placas (ver foto abaixo) eram a principal alternativa tecnológica para armazenamento da água de chuva captada nos telhados das residências no interior do Sertão nordestino até pouco tempo. Com capacidade para armazenar até 16 mil litros de água. Essas cisternas atendem as necessidade de consumo das famílias de cinco a sete pessoas no período de seca que ocorre no Nordeste. Até o momento já foram construídas 495.607 cisternas financiadas pelo MDS.]
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