[Breves considerações,
iniciais, fundamentadas em ODUM,E.P. & Barrett,G.W. (2005) Fundamentals of
Ecology. 5th Ed. Belmont, Thomson Brooks/Cole, 598p.]
Já se sabe desde sua
introdução pelo biólogo alemão Ernest Haeckel em 1869, que a palavra “ecologia”,
do grego “oikos” = casa e “logos” = estudo, refere-se ao local onde vivem os
organismos e os processos que tornam tal local habitável. Implica nesta
ciência, o estudo da existência de toda a estrutura física, química e biológica
do ambiente e da interação e interdependência dos seres vivos com todos os
elementos que constituem essa estrutura. E a palavra “economia” tem a mesma
raiz “oikos” acrescido de “nomos” = manejo, administração, gerenciamento;
referindo-se assim, à maneira como a casa é manejada. Como se vê, ecologia e
economia são disciplinas similares, que se constituem num sistema único,do qual
os seres humanos dependem para viver.
Infelizmente, muitas
pessoas colocam essas disciplinas em confronto, como se fossem adversárias. Mas
felizmente, surgiu a “economia ecológica ou ambiental” (também denominada de “economia
da sustentabilidade”) que concilia os princípios, com certas diferenças, entre
ecologia e economia, como pode ser visto no quadro que se segue.
ATRIBUTO
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ECONOMIA
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ECOLOGIA
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Escola de pensamento
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Cornucopiana
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Neo-malthusiana
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Moeda corrente
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Dinheiro
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Energia
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Forma de crescimento
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Em forma de J
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Em forma de S
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Pressão seletiva
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r-estrategista
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k-estrategista
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Abordagem tecnológica
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Alta tecnologia
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Tecnologia apropriada
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Serviços do sistema
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Providos pelo capital humano
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Providos pelo capital natural
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Uso dos recursos
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Linear (descartável)
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Circular (reciclagem)
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Regulação do sistema
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Expansão exponencial
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Capacidade de suporte
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Meta futurística
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Exploração e expansão
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Sustentabilidade e estabilidade
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Breve explanação sobre alguns dos termos acima:
a)
Escola
cornucopiana. Fundamentada na teoria do economista norte-americano Julian L.
Simon, em 1981: futurista, acreditando que o progresso (contínuo) e a provisão
material para a espécie humana podem ser obtidas pelos avanços constantes da
tecnologia. Nessa “linha de pensamento” acredita-se que o planeta Terra terá
matéria e energia suficientes para sustentar os 9,5 bilhões de seres humanos
que se preveem existir no ano de 2050. Obs.: cornucópia, termo de origem Greco-romana,
é um vaso em forma de chifre, contendo flores; simboliza a agricultura e o
comérico: em suma, a “economia”.
b)
Escola
malthusiana. Fundamentada na teoria do economista e reverendo inglês Thomas
Robert Malthus (1766-1834) que acreditava que a população humana aumentaria
numa escala geométrica e o suprimento de alimento em escala aritmética.
Ocorreriam como consequência a pobreza e a fome, além de guerra e restrições morais.
Os adeptos desta teoria não consideravam os avanços tecnológicos na agricultura
e produção de alimento em geral. Em termos ecológicos equivale dizer que o
potencial reprodutivo de um organismo (ou de uma espécie) excederia a
capacidade da Natureza em sustentar seus descendentes. E assim a biodiversidade
somente poderia ser preservada pelos mecanismos que mantêm a população desse
organismo (ou espécie) em equilíbrio, como acontece na predação.
c)
r-estrategista
e k-estrategista. Denominam-se estrategistas, as espécies que, numa situação de
equilíbrio das condições ambientais ou em condições adversas ou de
superpopulações, adotam respectivamente, mecanismos característicos que as
tornam tipicamente espécies “em equilíbrio” (estrategistas K) ou “oportunistas
e fugitivas” (estrategistas r).
d)
Capacidade
de suporte: limite em que determinado ecossistema é capaz de suportar (ou
manter) uma população ou populações, em nível de equilíbrio, isto é, no ponto
em que não há modificação significante no número de indivíduos dessa população.
e)
Estabilidade:
capacidade de um sistema ecológico em manter-se em condições relativamente
constantes em termos de sua composição, sua biomassa e produtividade, com
pequenas flutuações em torno de uma média, e que seja capaz de retornar a esta
situação a cada vez que sofrer perturbações. Neste último aspecto, fala-se também
em “resistência” de um ecossistema, que por sua vez, dependerá da “elasticidade”
(resiliência) ou taxa com que o ecossistema se recuperará dos distúrbios
que lhes são causados (naturais ou antrópicos).
Avanços tecnológicos conquistados pelo homem levaram
as sociedades à concepção, errônea, de que “cada vez mais dependemos menos da
Natureza”. Sistemas econômicos em todo o mundo, independentemente de ideologia
política, ajustaram-se a explorar recursos naturais, sem atribuir valores aos
bens e serviços providos pela Natureza. Surgiu então a “economia ecológica ou
ambiental ou da Natureza”, sendo mostrado às sociedades que a ciência econômica
convencional, que acreditava num crescimento ilimitado, precisava considerar a
base ecológica do sistema econômico; criando assim o conceito de “sustentabilidade”.
Teve início o reconhecimento da importância dos:
SERVIÇOS AMBIENTAIS
Atividades
ou funções executadas pela Natureza e que têm sido vistas recentemente, como de
benefícios imprescindíveis à vida e que podem ser submetidas a avaliações econômicas.
Como sejam: o ar que todos respiram, a regulação hídrica (o ciclo da água), o
ciclo de nutrientes, produção de alimentos, recursos genéticos (e recursos
naturais em geral), regulação da temperatura atmosférica e das águas, absorção
e degradação natural de poluentes gerados pela humanidade etc.
De acordo com a “FAO – Food and
Agriculture Organization”, os serviços ambientais podem ser sumarizados como se
seguem:
(Obs.: (1) existente numa floresta, por exemplo, sendo utilizado ou potencialmente utilizável; (2) existente, mas de utilização restrita.
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