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28 de set. de 2008

SERVIÇOS AMBIENTAIS NA ECONOMIA DA NATUREZA



ECONOMIA DA NATUREZA OU ECONOMIA AMBIENTAL:
Trata-se de um direcionamento dos estudos e investigações da ecologia e das ciências ambientais para aspectos econômicos de explotação, ou seja, de exploração dos recursos naturais, de maneira sustentável. Atualmente tem sido dada ênfase aos serviços ambientais, que a Natureza presta aos seres humanos (e suas sociedades).

SERVIÇOS AMBIENTAIS:
Atividades ou funções executadas pela Natureza e que têm sido vistas recentemente, como de benefícios imprescindíveis à vida e que podem ser submetidas a avaliações econômicas. Como sejam: o ar que todos respiram, a regulação hídrica (o ciclo da água), o ciclo de nutrientes, produção de alimentos, recursos genéticos (e recursos naturais em geral), regulação da temperatura atmosférica e das águas, absorção e degradação natural de poluentes gerados pela humanidade etc. No quadro acima, à esquerda, observam-se os Serviços Ambientais prestados à sociedade por uma mata preservada, como a Mata do Buraquinho, em João Pessoa. No quadro, os números entre parênteses significam:
(1) EXISTENTE NA MATA PODENDO SER UTILIZADO (2) EXISTENTE MAS NÃO DEVE SER UTILIZADO
—Um exemplo da importância dos valores dos serviços prestados pela Natureza ao homem:
a expansão de uma ampla rede de áreas protegidas custaria à humanidade cerca de U$4 bilhões por ano, representando assim uma “pechincha” se comparados aos U$38 trilhões atribuídos aos serviços prestados pela Natureza (este valor equivale à soma do PIB de todos os países do mundo).

—OS ECOSSISTEMAS PROVÊM UMA GRANDE VARIEDADE DE PRODUTOS E SERVIÇOS QUE GARANTEM SUSTENTABILIDADE COM BOA QUALIDADE DE VIDA.
—EXEMPLO: “Uma floresta, além de fornecer madeira/lenha, facilita ou intensifica a retenção de solo e a qualidade da água (filtrando os contaminantes da água à medida que esta flui através das raízes e do solo), controla as enchentes (regulando o movimento da água através dessa bacia hidrográfica), a polinização (proporcionada pelos polinizadores que habitam a periferia da floresta), o seqüestro do carbono (na forma de biomassa adicional), a conservação da biodiversidade (incluindo o habitat da floresta e a ampla faixa de espécies que ela abriga) e a estética da paisagem”.
EXTERNALIDADES:
—Conseqüências não intencionais da produção e que, diferentemente da economia de mercado em que o consumidor paga pelos insumos influenciando, portanto, na produção, tais externalidades não são valoradas, não se lhe atribuindo nenhum valor econômico e daí não há “feedback” (ou realimentação) da produção.
ALGUMAS CONCLUSÕES:
—Uma empresa, seja estatal ou privada, que explore um recurso, água por exemplo, e que este recurso para que possa estar disponível e de boa qualidade necessita de uma mata preservada e de um curso d’água (externalidades) deve ela aplicar parte dos seus lucros na preservação desses componentes ambientais vitais.
Um bom exercício mental: vamos pensar no caso da Mata do Buraquinho, com seus 500 hectares e sua localização urbana (em João Pessoa), como uma fonte de serviços ambientais.



5 de set. de 2008

USINA GERADORA DE ELECTRICIDADE COM "CARVÃO LIMPO" USANDO "OXYFUEL" (OXICOMBUSTÍVEL)

[Scientific American, 04/09/2008]
Os Estados Unidos produzem metade de sua eletricidade a partir da queima de carvão mineral, a qual emite para a atmosfera mais de 40% de todas as emissões de CO2 daquele país. Na Suécia, a companhia Vattenfall tem problema similar; embora a maioria da eletricidade daquele país provenha de hidrelétricas e usinas nucleares. Na antiga Alemanha Oriental essa mesma companhia sueca produz energia elétrica a partir de processos antigos de queima de carvão. Nesta usina é queimada uma das mais "sujas" formas de carvão mineral: a lignita.


Em assim sendo, a Vattenfall decidiu construir um projeto demonstrativo em que é queimado o "oxyfuel" (literalmente, oxicombustível). Trata-se da queima da lignita numa atmosfera rica em oxigênio puro e CO2, ao invés de ar normal. Estando o ambiente da queima de carvão completamente livre de nitrogênio e outros gases, produz-se nessa queima um CO2 quase puro e vapor d'água. O problema principal é que para livrar-se do nitrogênio (78% do ar que respiramos é nitrogênio) há necessidade de grande gasto da própria energia gerada. Esta tecnologia do oxicombustível já é utilizada nas indústrias do aço e alumínio, podendo ser economicamente viável para gerar energia elétrica, a depender da demanda, podendo atingir 1.000 MW produzidos pelas usinas convencionais.


O CO2, como subproduto da queima do carvão, é colocado em "containers" e bombeado para locais subterrâneos de onde há muito tempo se esteja extraindo gas metano, facilitando assim a saída do restante desse gas.


Ainda neste mes de setembro a usina, de U$100 milhões, estará entrando em operação demonstrativa. Resta saber no entanto, quão seguro será o processo de retenção do CO2 nos vazios subterrâneos.