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28 de fev. de 2013

SENADO EM DESTAQUE


BLAIRO MAGGI ASSUME A PRESIDÊNCIA DA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE NO SENADO


O senador Blairo Maggi (PR-MT) assumiu hoje (27) a presidência da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle. Na eleição, o nome dele sofreu resistência por parte de parlamentares ligados ao movimento ambientalista, com o argumento que lhe falta perfil para comandar a comissão.
Ao tomar posse, o senador e ex-governador de Mato Grosso disse que sua atuação como produtor e as medidas que adotou para preservação ambiental em seu estado, quando governador, o credenciaram para assumir a comissão.

De fato, ele parece ser "duplamente experiente", como devastador e protetor do meio ambiente. Incoerência ?? Não sou capaz de julgar isso . Só estou comunicando o "episódio" [reproduzido de www.amazonia.org.br]

Acompanhando a manchete acima, é bom lembrar a notícia abaixo:


Maggi recebeu o prêmio Motossera de ouro em 2006 do Greenpeace por ser o brasileiro que mais contribuiu para a destruição da Floresta Amazônica. Quatro anos após, em 2010, o líderes do Greenpeace presentearam o então governador Maggi com uma caixa de bombons de cupuaçu, fruto de uma árvore originária da Amazônia brasileira. Maggi foi premiado pelo sucesso do programa MT Legal, que cadastrou 20 milhões de hectares de propriedades, cerca de 50% da área de produção de todo o Mato Grosso até o ano de 2011.[2]
Desfiliou-se Partido Popular Socialista (PPS) por apoiar a reeleição do presidente Lula em troca da renegociação de dívidas dos produtores rurais brasileiros com o Banco do Brasil e a prerrogativa de indicar ou vetar nomes para alguns cargos no governo federal, entre outros entendimentos candidamente expostos pelo governador na campanha para reeleição do presidente. Atualmente é o único governador do recém-fundado Partido da República (a partir da fusão do PL e do PRONA).
Foi considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.[3]
Também em 2009, a Revista Forbes considerou o empresário como 62º entre os 67 líderes mais influentes do mundo. Entre os critérios avaliados pela revista estão o grau de influência sobre outras pessoas, capacidade de liderança, importância econômica e as áreas de atuação, que, no caso de Maggi são política, indústria, produção de alimentos e logística de transportes.
Soma dos bens declarados em 2010: R$ 152.469.922,46 (Fonte:Transparência Brasil)

24 de fev. de 2013

ÁGUA EXISTE. TECNOLOGIA TAMBÉM. É TUDO UMA QUESTÃO DE DECISÃO POLÍTICA


Custos para livrar os nordestinos da miséria da sede:  cerca de 100 mil reais. Valor irrisório, quando comparado aos 85 bilhões de reais surrupiados dos cofres públicos em 2012, pela corrupção consolidada neste país nos governos atuais. Nos últimos 10 anos foram mais de 700 bilhões !!!


EoleWater WMS1000: Turbina Eólica que recolhe a água do ar

A água potável é um bem que escasseia com o passar dos anos. As secas prolongadas fazem pensar em novas estratégias para manter o abastecimento de água potável nas torneiras. Este recurso não é infinito e o crescimento da população mundial aliado à poluição tem diminuido consideravelmente os recursos hídricos.
Existem novos equipamentos que permitem não só otimizar o consumo de água como retirar a água do ar e tornar a mesma potável. É o caso da turbina WMS1000 que produz de 800 a 1.500 litros de água potável por dia.


EoleWater é uma empresa francesa especializada na produção de turbinas eólicas e que consegue produzir energia e água recorrendo ao ar do deserto. Com o lema “Give us wind, we give you water” ["dê-nos vento, e te daremos água"], a EoleWater utiliza as novas turbinas WMS1000 para a produção hídrica nos locais mais áridos do planeta.
Este equipamento desenvolvido por Marc Parent, fundador da empresa EoleWater, tem sido testado em vários cenários áridos, inicialmente foi instalado no ar seco do deserto de Abu Dhabi, em outubro de 2011. Desde então, a produção diária de água, por unidade eólica, atinge cerca de 800 litros. Em climas menos áridos a produção pode atingir de 1.200 a 1.500 litros de água potável por dia. Estas turbinas conseguem recolher água do ar graças a um condensador de umidade especial que está alojado dentro do dispositivo.
A empresa tem unidades instaladas e em funcionamento na França e nos Emirados Árabes e foram aprovadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
O equipamento foi desenvolvido para ser também instalado de forma muito rápida. Em geral são necessários um a dois dias onde as turbinas, com potência de 30kW, ficam posicionadas entre 15 a 24 metros de altura. A sua alimentação é unicamente energia eólica, requerendo no mínimo vento com velocidade de 24 km/h. Este ativa um rotor com hélices fabricadas em fibra de vidro e resina epóxi rodando a 100 RPM (rotações por minuto).
O processo explica-se na característica do ar, este possui cerca de 25% de umidade, mesmo no deserto como o Saara. Dessa forma, utilizando o vento para gerar a electricidade, são accionadas as turbinas e as unidades de refrigeração que permitem atingir o ponto de condensação e consequente produção da água.
Uma vez que a água é recolhida, procede-se à filtragem e esta posteriormente é enviada para tanques de aço inoxidável, sendo aí armazenada. Estima-se que uma unidade eólica com a manutenção devida, possa ter uma durabilidade de cerca de 30 anos de uso diário.
A EoleWater desenvolveu outro tipo de turbinas para regiões onde o vento é incerto, esta geração de turbinas pode utilizar energia solar (turbinas WMS-30kW Solar Panel) para accionar o equipamento de condensação e filtragem.
A utilização desse sistema eólico representa um investimento ecológico na ordem dos 25 mil euros por turbina, cada uma produz cerca de 800 a 1500 litros de água potável por dia. Desta forma, o sistema desenvolvido pela EoloWater pode trazer soluções para muitas das regiões áridas do mundo, que necessitam de reservas hídricas potáveis.


23 de fev. de 2013

VAZAMENTO EM USINA NUCLEAR NOS E.U.A


Energia nuclear é segura ???

[Reproduzido de BBC News,  23 de fevereiro de 2013]

BILINGUE


INGL: US nuclear waste tanks leaking
PORT.: tanques de lixo atômico nos Estados Unidos vazando


Ingl.: Six underground storage tanks at a nuclear site in the US state of Washington are leaking, authorities say.
Port.: Seis tanques de armazenamento subterrâneo num local de energia nuclear no estado de Washington nos E.U.A. estão vazando, disseram as autoridades.


Ingl.: Governor Jay Inslee described the situation at the Hanford Nuclear Reservation as "disturbing news". But he stressed that there was no current risk to human health.
Port.: O governador Jay Inslee descreveu a situação na Reserva Nuclear Hanford como "notícia perturbadora". Mas frisou que presentemente não havia riscos à saúde humana.

Ingl.: Nearly 200 ageing containers hold millions of litres of radioactive waste left from decades of plutonium production for nuclear weapons.
Port.: Aproximadamente 200 contêineres envelhecendo milhões de litros de resíduos radioativos foram lá deixados das décadas de produção de plutônio para as bombas nucleares.


Ingl.: "There is no immediate or near-term health risk associated with these newly discovered leaks, which are more than five miles (8km) from the Columbia River," Mr Inslee said in a statement.
Port.: "Não há risco à saúde,  imediato ou em curto prazo associado com estes recém descobertos vazamentos, os quais estão a mais de 8 km do rio Columbia", afirmou Mr. Inslee.

Ingl.: "But nonetheless this is disturbing news for all Washingtonians," he added.
Port.: "No entanto, esta é uma notícia perturbadora para todos os Washintonianos", acrescentou ele.

Ingl.: Last week, a leak was reported in one of the storage tanks. Officials said it was leaking at a rate of up 300 gallons (1,136 litres) per year.
Port.: Na semana passada, um vazamento foi reportado a uma taxa de até 1136 litros por ano.

[...]


Ingl.: The site produced the plutonium for the bomb that was dropped on the Japanese city of Nagasaki. Production at Hanford continued until 1989.
Port.: No local foi produzido plutônio para a bomba que foi jogada sobre a cidade japonesa de Nagasaki. A produção em Hanford continuou até 1989.

[...]


22 de fev. de 2013

AUMENTO DE CÂNCER NA CHINA DEVIDO À POLUIÇÃO


As ‘vilas do câncer’ na China
[Reproduzido de VEJA,  revista eletrônica]



[Notícia original da BBC pode ser lida em]:

http://www.bbc.co.uk/news/world-asia-china-21545868


Após anos de especulação sobre os reais impactos da poluição na China sobre a saúde da população, o Ministério do Meio Ambiente da China parece ter reconhecido, pela primeira vez, que a poluição em regiões próximas a fábricas e a cursos d’água contaminados está associada ao aumento da incidência de câncer. Nos últimos 30 anos, a taxa da doença no país aumentou 80%, com 2,7 milhões de mortes por ano, segundo o relatório publicado em 2012. As informações são da BBC.

Em 2009, o jornalista Deng Fei publicou um mapa no qual identificava mais de 100 localidades da China em que a taxa de câncer na população havia aumentado muito durante os anos anteriores. Por estarem próximas a muitas fábricas e a rios poluídos, essas regiões, conhecidas como ‘cancer village’, ou vilas do câncer, sofrem com um nível muito elevado de poluição. Depois disso, uma série de dados sobre essas regiões foram divulgados e alguns estudos sugerem que, hoje, existam 459 vilas do câncer.

Em um novo relatório, o Ministério do Meio Ambiente afirmou que a produção e o consumo de substâncias químicas tóxicas que são proibidas em vários países desenvolvidos ainda ocorrem na China. Segundo o ministério, tais substâncias são responsáveis por agravar a condição do ar e da água do país, representando um forte risco à saúde da população. “Há ainda casos sérios de problemas sociais e de saúde, como o surgimento de vilas do câncer em certas regiões”, afirma o relatório.

Poluição — Em janeiro, a China emitiu um alerta de saúde devido à densa e prejudicial camada de poluição cobria doze províncias do país. Em Pequim, a camada de sujeira no ar foi uma das piores registradas em uma década, segundo dados da imprensa local.


21 de fev. de 2013

DESMATAMENTO NA AMAZONIA

[Reproduzido de:]

Boletim do Desmatamento (SAD) Janeiro 2013

Martins, H., Fonseca, A., Souza Jr., C., Sales, M., & Veríssimo, A. 2012. Boletim Transparência Florestal da Amazônia Legal (janeiro de 2013) (p. 12). Belém: Imazon.
Ações do documento
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Boletim do Desmatamento (SAD) Janeiro 2013
Em janeiro de 2013, 61% da área florestal da Amazônia Legal estava coberta por nuvens, em especial nos estados do Amapá e Pará que apresentaram 93% e 80% de cobertura de nuvens, respectivamente. Isso comprometeu a detecção do desmatamento e da degradação florestal para esse mês através das imagens MODIS utilizadas pelo SAD. Nessas condições foram detectados somente 35 quilômetros quadrados de desmatamento em janeiro de 2013 na Amazônia Legal. Isso representou um aumento de 6% em relação a janeiro de 2012 quando o desmatamento somou 33 quilômetros quadrados e a cobertura de nuvens foi de 88%.
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2012 a janeiro de 2013 totalizou 1.305 quilômetros quadrados. Houve  aumento de 118% em relação ao período anterior (agosto de 2011  a janeiro de 2012) quando o desmatamento somou 600 quilômetros quadrados.
Em janeiro de 2013, grande parte do desmatamento (63%) ocorreu no Mato Grosso, seguido pelo Amazonas (12%), Pará (9%), Roraima (9%) e Rondônia (7%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 69 quilômetros quadrados em janeiro de 2013. Em relação a janeiro de 2012, quando a degradação florestal somou 54 quilômetros quadrados, houve um aumento de 28%.
A degradação florestal acumulada no período (agosto 2012 a janeiro 2013) atingiu 1041 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto de 2011 a janeiro de 2012), quando a degradação somou 1433 quilômetros quadrados, houve redução de 27%.
Em janeiro de 2013, o desmatamento detectado pelo SAD comprometeu 1 milhão de  toneladas de CO2 equivalente.  No acumulado do período (agosto 2012 a janeiro de 2013) as emissões de CO2 equivalentes comprometidas com o desmatamento totalizaram  68,5 milhões de toneladas, o que representa  um aumento de 71% em relação ao período anterior (agosto de 2012 a janeiro de 2012).

PARÁ: DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E POBREZA


[Reproduzido de www.amazonia.org.br]

Pobreza reina na área mais protegida do Pará

Com 74% de seu território preservado e protegido, a região da Calha Norte traz poucas alternativas de renda para a população
Se o desmatamento gera pobreza nas cidades e comunidades ao seu entorno, tampouco a conservação da floresta por si só tem conseguido garantir um quadro econômico melhor. A região mais preservada e protegida do Pará é também uma das mais pobres do Estado. É o que mostra um levantamento do instituto de pesquisa Imazon divulgado hoje e obtido com exclusividade pelo Estado. O trabalho identificou que os indicadores socioeconômicos da Calha Norte são inferiores aos da média do Estado e mostra que é preciso avançar muito em soluções que possibilitem um desenvolvimento sustentável aliado à floresta para que ela possa permanecer preservada.
A região, localizada ao norte do Estado, à margem esquerda do Rio Amazonas, tem 27 milhões de hectares e abriga cerca de 321 mil pessoas.  Remota, cortada por rios com vários trechos não navegáveis, acabou ficando fora do alcance do desenvolvimento e do arco do desmate. Até 2011, só 5% desse território havia sido desmatado, contra uma média de 20% do resto do Estado.
Caso raro no Brasil, foi protegida pelos governos federal e estadual de modo preventivo. Hoje, 74% da área é composta por áreas protegidas (unidades de conservação e terras indígenas). Mas a proteção e a riqueza de biodiversidade ainda não se traduziram em melhores condições de vida para a população.
Em geral, o próprio Pará se encontra em situação mais precária que os outros Estados. O PIB per capita médio, de R$ 7.993 em 2008, de acordo com os últimos dados do IBGE, o deixava na 22.ª posição no ranking nacional. Menor do que a média para toda a Amazônia Legal (R$ 11.200). Já municípios da Calha Norte apresentaram média de R$ 6.155.
Os indicadores sociais também são ruins, segundo o levantamento. Por exemplo: somente 11% dos domicílios da região têm saneamento adequado (IBGE, 2010). A média do Pará era de 19% e a da Amazônia Legal, 24%. O Índice Firjam de Desenvolvimento Municipal reforça o retrato. Numa classificação que vai de 0 (baixo estágio de desenvolvimento) a 1 (alto estágio), os municípios da Calha Norte ficaram, em média, com nota 0,533. As médias do Pará (0,628) e da Amazônia Legal (0,658) os colocam em desenvolvimento moderado.
[Restante da postagem em]:

19 de fev. de 2013

PAUSA PARA UMA DELICIOSA "VISÃO AUDITIVA" DA NATUREZA

"Minhas canções são cheias de imagens da Natureza". Assim se apresentava John Denver.

John Denver - 31 dezembro 1943 a 12 outubro 1997 (faleceu aos 53 anos, em desastre de avião, pilotado por ele ). "Take me Home", "Country Roads" são outras duas de suas canções que o tornaram conhecido no gênero "Country Music".

https://www.youtube.com/watch?v=ybeke7_d1zE&feature=youtube_gdata_player

16 de fev. de 2013

[Reproduzido de www.amazonia.org.br]

Para assistir depoimento de pessoas do local, acessar:

http://vimeo.com/59143188


Monocultivo de soja invade região do Araguaia, no Mato Grosso

Plantações mecanizadas substituem pastos da pecuária e transformam a região.  Com financiamento público, produção é marcada por uso intenso de agrotóxicos
Aos poucos, a região do Araguaia, no nordeste do Mato Grosso, vai sendo toda ocupada pela soja.  São plantações mecanizadas e marcadas pelo uso intensivo de veneno se espalhando por áreas onde antes eram pastos e mata nativa nos municípios de Cana Brava do Norte, Confresa, Luciara, Porto Alegre do Norte, Santa Cruz do Xingu, Santa Teresinha e Vila Rica.  A expansão foi impulsionada por financiamentos públicos e abertura de estradas e intensificou-se de tal maneira em 2012 que mesmo terrenos de Bom Jesus do Araguaia, considerados inapropriados para esse tipo de lavoura, por serem baixos demais e sujeitos a alagamentos, estão sendo aterrados e cultivados.  As lavouras começam na beira da estrada, quase no asfalto, e ocupam planícies inteiras.

Plantação de soja próxima a São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Fotos: Daniel Santini
Toda terra é cobiçada pelos fazendeiros e as plantações chegam aos limites e cercam vilas, cidades, aldeias e terras indígenas. O gado, antes comum na região, passou a ser criado confinado, em pastos cada vez menores, com uso de hormônios que também objetivam aumento de produtividade. “Em Santa Teresinha estão pensando em cortar até as seringueiras para dar lugar à soja”, afirma Cláudia Araújo, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Porto Alegre do Norte.
A tentativa de fazer a terra render cada vez mais se dá pela utilização de grande volume de agrotóxicos e pelo uso hiperintensivo do solo. Além da safra normal, os produtores aceleram a produção para obter mais colheitas na chamada “safrinha”. Como na época de chuvas os grãos podem apodrecer, muitos utilizam os dessecadores, como são conhecidos os agentes químicos capazes de fazer um campo todo verde amarelar e ficar seco em questão de dias.
Preocupados com os impactos do uso de veneno, moradores de diferentes comunidades da região protocolaram nesta semana um pedido de investigação no Ministério Público Estadual. “Para nós ribeirinhos é uma preocupação grande, o veneno está afetando os rios. Temos visto não só peixes pequenos morrendo, mas até botos, tartarugas, pirarucus e tucunarés”, diz Marionildo Alves da Silva, presidente do sindicato. “A região é plana. Na época da seca, muitos rios ficam parados, a água não se renova e o que temos visto é a morte de peixes. Nunca vimos nada assim. Os aviões pulverizam tudo, até as cabeceiras dos rios”, diz Jorge Ribeiro dos Santos, outro dos moradores que manifestaram a preocupação. “Sou nascido na beira do Araguaia e nunca vi acontecer dessa forma”, completa Agemiro Ferreira dos Santos.
A denúncia coletiva foi feita em encontro durante o seminário “1970-2012: a Luta pela Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil”, realizado em São Félix do Araguaia, no Mato Grosso. Os depoimentos foram registrados em vídeo pela Repórter Brasil.
Financiamento público
A expansão da soja recebe amplo incentivo do governo federal. Na última safra, de julho de 2011 a junho de 2012, foram disponibilizados praticamente R$ 4 bilhões (R$ 3,998 bilhões) para custeio, investimento e comercialização da soja na região Centro-Oeste. Os fazendeiros do Mato Grosso estão entre os principais beneficiados pelos financiamentos públicos. No ano passado, o estado foi o terceiro que mais recebeu recursos em programas de financiamento do Banco Nacional para Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Só de crédito rural, os fazendeiros mato-grossenses tiveram acesso a mais de R$ 1 bilhão, para soja e outras culturas. Na frente entre todos os estados, só os do Paraná, que receberam R$ 2 bilhões, e os de Minas Gerais, com R$ 1,2 bilhão. Os dados foram divulgados no final de 2012 pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (clique aqui para baixar documento PDF com todas as informações).
Os gastos públicos para viabilizar tal expansão não se limitam à concessão de crédito direto. Além de financiamentos, o governo investe também na infraestrutura para escoamento da produção crescente de grãos, marcada pelas exportações. A estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é que o Brasil se torne o principal exportador de óleo, grão e farelo de soja este ano, aumentando em mais de 50% a produção e ultrapassando os Estados Unidos. Milhões são gastos com abertura de portos e expansão dos existentes, e com a construção e manutenção de estradas. Nas rotas da região os caminhões não param. A carga pesada danifica o asfalto e favorece o aparecimento de crateras nas pistas, forçando o poder público a gastar constantemente com reparos.
“Nunca foi assim, nunca viajamos tanto pelo Araguaia”, conta Maurício Pereira Júlio, motorista da empresa Júlio Simões, que fabrica colheitadeiras mecânicas que chegam a pesar 17 toneladas e valer R$ 700 mil. “Desde novembro, a gente vai e volta, até para locais que a gente nunca ia.”

Caminhão com colheitadeira gigante de 17 toneladas atravessa região da Terra Indígena Marãiwatsédé, no Mato Grosso
Por Daniel Santini
Fonte: Repórter Brasil

13 de fev. de 2013

ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS DA AMAZÔNIA SUSCETÍVEIS À POLUIÇÃO


[Reproduzido de www.amazonia.org.br]


Estudo aponta que ecossistemas de água doce da Amazônia são vulneráveis à degradação ambiental

Segundo especialistas, conservação florestal deve incluir o manejo de bacias hidrográficas
Um estudo publicado na revista científica Conservation Letters esta semana constatou que os ecossistemas de água doce na Amazônia são altamente vulneráveis à degradação ambiental. Ecossistemas de rios, lagos e pantanal—que abrangem aproximadamente um quinto da área da bacia amazônica–estão sendo cada vez mais degradados pelo desmatamento, poluição, construção de barragens e hidrovias, e sobre-exploração de espécies vegetais e animais.
O estudo foi conduzido pelo Dr. Leandro Castello, pesquisador associado do Woods Hole Research Center (WHRC), em colaboração com cientistas de diversas instituições nos Estados Unidos e no Brasil, entre eles o Institut de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade da Califórnia em Santa Barbara (UCSB), e The Nature Conservancy (TNC).
Danos aos ecossistemas de água doce da Amazônia têm grande impacto a muitos amazônidas, que historicamente têm sido tão dependentes de bens e serviços dos ecossistemas de água doce que chegaram a ser chamados dos “povos da água”. O atual consumo médio per capita de peixe na Amazônia Brasileira é de 94 kg / ano pelas populações ribeirinhas, que é quase seis vezes a média mundial. O aumento da pressão da pesca diminuiu o tamanho das espécies exploradas, em parte devido ao esgotamento progressivo de espécies de grande porte e alto valor. Um século atrás, o comprimento médio máximo das principais espécies colhidas na bacia era de mais ou menos 206 centímetros, hoje ele é de aproximadamente 79 cm.
A ciência e as políticas públicas ambientais na Amazônia têm se concentrado em grande parte nas florestas, e sua biodiversidade e carbono. Três décadas de esforços têm gerado uma compreensão da ecologia da floresta, e levado ao estabelecimento de uma rede de áreas protegidas, em grande parte destinadas a preservar as florestas e sua biodiversidade. Pouca atenção, porém, tem sido dada aos ecossistemas de água doce, que através do ciclo hidrológico são interligados a outros ecossistemas locais e mais distantes, sendo altamente sensíveis a uma ampla gama de impactos humanos.
“Apesar de algumas proteções terrestres que são sofisticadas para os padrões globais, este artigo mostra as principais lacunas na proteção de sistemas e espécies de água doce na Amazônia”, comentou Robin Abell, biólogo Sênior em Conservação de Água doce da World Wildlife Fund. A bacia do Rio Madeira, por exemplo, está ameaçada pela exploração do petróleo, desmatamento e construção de represas em suas cabeceiras, apesar de áreas protegidas cobrirem 26% da área da bacia. “As pressões detalhadas pelos autores precisam ser tratadas agora, antes que as oportunidades de conservação sejam perdidas”, advertiu Abell. “A restauração pode ser muito mais cara do que a proteção.”

A principal ameaça aos ecossistemas de água doce da Amazônia é a alteração em larga escala da hidrologia natural da bacia. “Há um total de 154 usinas hidrelétricas em operação, 21 em construção, e planos de construir 277 barragens adicionais no futuro. Há também milhares de pequenas barragens localizadas em pequenos córregos para fornecer água para o gado”, observou a co-autora Marcia Macedo, do WHRC. “Esses projetos de infraestrutura, em conjunto com o desmatamento induzido por alterações regionais das chuvas, poderiam mudar fundamentalmente a hidrologia de sistemas de água doce da Amazônia”, acrescentou. O estudo sugere que, se não controlada, estas alterações hidrológicas poderiam interromper migrações de peixes e os rendimentos associados à pesca, ameaçando a subsistência ribeirinha e segurança alimentar.
[A publicação completa pode ser vista em:  amazonia.org.br/2013/02/estudo-aponta-que-ecossistemas-de-%c3%a1gua-doce-da-amaz%c3%b4nia-s%c3%a3o-vulner%c3%a1veis-%c3%a0-degrada%c3%a7%c3%a3o-ambiental/]

11 de fev. de 2013

"É UM MENINO"! A MACACA PARTEIRA AJUDA NO PARTO

[Reproduzido de www.newscientist.com, de 08/fevereiro/2013]
BILINGUE

INGLÊS:'It's a boy!' Monkey midwife delivers baby

PORTUGUÊS: "É um menino"! A macaca parteira faz dar à luz o bebê

Ingl.: Humans aren't built for giving birth. Babies' heads are big to accommodate their big brains, but the mother's hips are small because they walk upright. As a result, birth takes hours and is extremely painful – and midwives almost always help out.
Port.: Seres humanos não foram estruturados para dar à luz. A cabeça dos bebês são muito grandes para acomodar seus grandes cérebros, mas os quadris das mães são pequenos porque elas caminham eretas. Como resultado, o nascimento leva horas e é extremamente dolorido - e as parteiras quase sempre ajudam a sair.
Ingl.: Other animals may find birth difficult, particularly if the babies have been gestating for a long time and have grown large. Nevertheless, most mammals have it easier than humans. Monkeys give birth in less than ten minutes.
Port.: Outros animais podem achar o nascimento difícil, particularmente se os bebês têm estado em gestação por um longo tempo e tenham crescido muito. No entanto, a maioria dos mamíferos os têm [os bebês] mais facilmente do que os seres humanos. Macacos dão à luz em menos de dez minutos.
Ingl.: So it is a surprise that female black snub-nosed monkeys may be assisted by "midwives" when they give birth. This behaviour has only been seen once in this species, but it suggests that it's not just human mothers that need help giving birth. 
Port.: Assim sendo é surpreendente que fêmeas de macaco-preto-do-nariz-arrebitado possam ser assistidas por "parteiras" quando dão à luz. Este comportamento tem sido observado somente uma vez nesta espécie, mas sugere que não são somente mães humanas que necessitam de ajuda para dar à luz.
[...] 

Media


[Endêmico da China, província de Yunnan e no Tibet. Espécie ameaçada de extinção]
Ingl.: A female monkey gave birth to her first infant within fifteen minutes late one morning. While sitting in a rhododendron tree, she began twisting her body and calling faintly. After 10 minutes she started screaming, and then another female climbed up the tree. She was an experienced mother, and sat beside the labouring female while the crown of the infant's head appeared. Once the head was fully exposed, the "midwife" pulled the baby out with both hands and ripped open the birth membranes. 
Port.: Uma macaca deu à luz ao seu primeiro bebê quinze minutos atrasados, certa manhã. Enquanto sentada numa árvore de rododendro, ela começou a contorcer seu corpo e clamar fracamente. Após 10 minutos ela começou a gritar e então uma outra fêmea escalou a árvore. Era uma mãe experiente e sentou-se ao lado da fêmea em trabalho de parto enquanto o topo da cabeça do bebê aparecia. Uma vez a cabeça estar completamente exposta, a "parteira" puxou o bebê para fora com ambas as mãos e rompeu a bolsa.
Ingl.: Within a minute, the mother had reclaimed the infant from the midwife, severed the umbilical cord, and begun eating the placenta. A few minutes later, the midwife went back down to the forest floor to forage. 
Port.: Em um minuto, a mãe tomou o bebê das mãos da parteira, cortou o cordão umbilical, e começou a comer a placenta. Poucos minutos depois a parteira desceu para o chão da floresta para se alimentar.
[Todo o artigo pode ser lido em:
 http://www.newscientist.com/article/dn23149-zoologger-its-a-boy-monkey-midwife-delivers-baby.html] 

[E para quem desejar reler sobre os 98,7 por cento de semelhanças entre os  genomas  humano e do chimpanzé bonobo, é só acessar a postagem neste blog de 16/06/2012. "Ler com muita atenção"]