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17 de dez. de 2019

ÓLEO NAS PRAIAS DO NORDESTE: MAIS UMA POSSÍVEL ORIGEM

Estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a origem do derramamento de petróleo no litoral brasileiro estaria a milhares de quilômetros da costa do País. Mais precisamente as avaliações indicam que o óleo teria se deslocado da região sul do mar da África, em abril, até chegar à costa brasileira, em setembro.
Essa hipótese refuta completamente a linha mais recente de investigações divulgadas pela Marinha e pela Polícia Federal, que apontaram, como principal suspeito pela tragédia, o navio Bouboulina, da empresa grega Delta Tankers. No início de novembro, o Ministério da Defesa, a Marinha e a PF declararam que, por meio de geointeligência, haviam identificado uma imagem de satélite do dia 29 de julho relacionada a uma mancha de óleo a 733,2 quilômetros da costa brasileira, na região leste do Estado da Paraíba. De um dia para o outro, essa mancha teria aparecido, na região por onde o navio passava.
A Delta Tankers negou qualquer tipo de incidente com a embarcação e se prontificou a auxiliar nas investigações. Nesta semana, a Marinha evitou falar sobre o assunto em audiência na CPI do Óleo, instalada na Câmara dos Deputados.

A nova hipótese de que o local de origem seria o mar na região sul da África é detalhada por Ronald Buss de Souza, pesquisador do Inpe que atua no Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) da crise do óleo. Oceanógrafo, Souza é chefe de gabinete e diretor substituto do Inpe. Segundo o especialista, modelos estatísticos que levam em consideração situações tecnicamente reconhecidas sobre as correntes marítimas, vento e ondas indicam que o óleo, que efetivamente chegou ao litoral de forma submersa, teria como origem a região sul da África. O pesquisador, no entanto, não detalhou se seria um acidente com embarcações ou um vazamento.

Fim
O Inpe considera ainda que, apesar de não terem surgido novas manchas no litoral brasileiro, há o risco de que parte do óleo ainda possa estar estocada no fundo do mar, presa a sedimentos. "A gente tem uma hipótese principal de que esse derrame aconteceu a partir de abril deste ano, e as manchas só chegaram ao País, em subsuperfície, de maneira difícil de ser detectada através de imagem de satélite, em setembro", comentou Ronald Buss de Souza, que participou da reunião da CPI do Óleo, na quarta-feira.

A Marinha tem reafirmado que o óleo seria uma mistura de petróleo com origem em poços da Venezuela. Passados mais de cem dias desde a primeira ocorrência do derramamento no litoral da Paraíba, em 30 de agosto, uma faixa de 3,6 mil quilômetros do litoral já foi atingida pelo óleo. São 942 localidades de 129 municípios nas Regiões Nordeste e Sudeste. O levantamento das ações feitas por Marinha, Ibama e demais órgãos que atuam na retirada do petróleo cru aponta que 5 mil toneladas de óleo já foram coletadas. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.


16 de dez. de 2019

COP 25-MADRID 2019 - RESULTADO PRINCIPAL: SERÁ DECIDIDO NA COP26-ESCÓCIA 2020 (!!!)

NÃO É EXAGERO AFIRMAR QUE CADA UMA DESSAS REUNIÕES RESULTA, APENAS, COMO PREPARATÓRIA PARA A PRÓXIMA REUNIÃO 

Reproduzido de: Deutsche Welle 

COP25 chega a acordo final com poucos avanços

Entre impasses e atrasos, países prometem metas climáticas mais ambiciosas em 2020. Brasil quase bloqueia aprovação do documento ao se opor a artigos. Chefe da ONU e ambientalistas criticam resultado da cúpula.
Os países reunidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP25) finalmente chegaram a um consenso sobre um acordo final neste domingo (15/12), após estenderem a cúpula em Madri por 40 horas além do prazo oficial.
Quase 200 países participaram da conferência da ONU na capital espanhola, iniciada há duas semanas, em meio a pedidos urgentes da ciência e da sociedade civil para que sejam intensificadas e aceleradas as ações mundiais contra o aquecimento global.
O documento, intitulado "Chile-Madri, hora de agir", foi admitido após um tenso debate com o Brasil, que inicialmente se recusou a reconhecer o papel que os oceanos e o uso da terra desempenham nas mudanças climáticas.
O acordo final da COP25 estabelece que os países terão de apresentar em 2020 compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões a fim de enfrentar a emergência climática e cumprir as metas estabelecidas junto ao Acordo de Paris sobre o clima, de 2015. 
Segundo o texto, o conhecimento científico será "o eixo principal" a orientar as decisões climáticas dos países para aumentar a sua ambição, que deve ser constantemente atualizada de acordo com os avanços da ciência.
O documento inclui ainda "a imposição" de que a transição para um mundo sem emissões tem de ser justa e promover a criação de empregos.
Um dos principais objetivos da COP25, a discussão sobre um quadro regulatório para um sistema de mercado de carbono – sob o qual países que emitiram menos podem vender créditos de CO2 a países mais emissores – acabou ficando de fora do documento. O tema será debatido separadamente.
A conferência visava finalizar um conjunto de medidas para a implementação do Acordo de Paris, cuja meta é limitar o aumento da temperatura global a 2 ºC em relação aos níveis da era pré-industrial, esforçando-se, porém, para não passar de 1,5 ºC até o fim do século.
Neste mês, a ONU afirmou que limitar o aquecimento global a 1,5 ºC exigiria uma queda nas emissões globais de carbono de mais de 7% ao ano até 2030. Enquanto isso, cientistas alertam que a janela para impedir que o clima da Terra atinja pontos irreversíveis está se fechando rapidamente.
Impasse com o Brasil
Após horas de negociações sobre um acordo político final, que atrasou em dois dias o fim da cúpula em Madri, a presidente da COP25 e ministra do Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt, submeteu à votação neste domingo o documento.
Representantes de várias delegações pediram a palavra para algumas objeções. Suíça fez isso justificando que não teve conhecimento do acordo com antecedência; Egito e Malásia disseram ter tido dificuldades para acessar o documento no site da conferência.
Em seguida, o Brasil se pronunciou para manifestar sua relutância em aprovar um texto que incluía referências em dois parágrafos (30 e 31) ao papel dos oceanos e do uso da terra no clima global – respaldado por vários relatórios científicos nos últimos meses.
A intervenção brasileira – cuja delegação é encabeçada pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles – gerou uma cascata de declarações de rejeição e reivindicação da importância dos oceanos e da terra no clima, segundo informou a agência espanhola Efe.
Intervieram contra a proposta do Brasil de eliminar esses parágrafos os representantes da Indonésia, Costa Rica, Tuvalu, Belize, Austrália, Nova Zelândia, Ilhas Marshall, União Europeia (UE), Egito, Canadá, Argentina, Butão, Suíça e Rússia, que pediram à delegação brasileira que desistisse dessa solicitação a fim de desbloquear o documento.
A presidente da COP25 chegou a pedir duas vezes ao Brasil para que desbloqueasse o acordo. "Isso é algo muito importante, e eu agradeceria se vocês pudessem aprovar esse documento", afirmou Schmidt.
Em uma primeira intervenção, a delegação brasileira disse que não poderia aceitar esses parágrafos porque "minavam" o equilíbrio do resto do texto, que descreveu como "muito valioso". Diante da insistência da chilena, o Brasil recuou e comunicou formalmente que aceitava o acordo na íntegra, o que foi recebido com aplausos no plenário da conferência.
Após a divulgação do documento, o ministro Salles publicou um vídeo no Twitter em que critica a "visão protecionista, de fechamento do mercado", que segundo ele prevaleceu nesta COP25.
"COP25 não deu em nada. Países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem. Protecionismo e hipocrisia andaram de mãos dadas o tempo todo", escreveu o brasileiro na postagem.
Críticas ao acordo
Ativistas ambientais e Estados menores, bem como o secretário-geral da ONU, António Guterres, também não ficaram satisfeitos com o acordo negociado em Madri ao longo dessas duas semanas, lançando duras críticas ao texto neste domingo.
"Estou decepcionado com os resultados da COP25", afirmou Guterres. "A comunidade internacional perdeu uma importante oportunidade de mostrar maior ambição em mitigação, adaptação e financiamento para enfrentar a crise climática."
Após um ano de catástrofes relacionadas ao clima, incluindo tempestades, inundações e incêndios florestais, bem como greves semanais de milhões de jovens, esperava-se que os governos enviassem um sinal claro de sua disposição em enfrentar a crise climática.
"Essas conversas refletem quão desconectados os líderes dos países estão da urgência da ciência e das demandas de seus cidadãos nas ruas", declarou Helen Mountford, vice-presidente para Clima e Economia do think tank World Resources Institute. "Eles precisarão acordar em 2020."
Segundo os críticos, o documento final da cúpula em Madri não passa de uma declaração modesta que falhou em fazer um apelo claro e inequívoco aos países para que aumentem suas metas de redução de emissões no próximo ano.
"A COP25 demonstrou a falta de ambição coletiva dos maiores emissores do mundo", afirmou Li Shuo, especialista em clima e energia do Greenpeace na China.
Carlos Fuller, representante da Aliança dos Pequenos Estados Insulares, que devem ser duramente atingidos pelas mudanças climáticas e o consequente aumento do nível do mar, disse que tais nações apelaram por metas mais rígidas, mas acabaram sendo deixadas de lado enquanto países maiores dominaram as negociações.
"Somos parte desse processo ou não?", questionou Fuller neste domingo, em conversa com repórteres. No sábado, ele já havia criticado o andamento das negociações. "Todas as referências à ciência ficaram mais fracas, todas as referências à melhoria da ambição desapareceram. Parece que preferimos olhar para trás a olhar para o futuro", declarou.
Com os atrasos para aprovar a declaração final, a COP25 tornou-se a edição mais longa das cúpulas do clima realizadas pela ONU. O evento, que ocorre em Madri devido à desistência do Chile de sediá-lo devido aos protestos contra o governo de Sebastián Piñera, superou a COP17, que se prolongou por 36 horas além do previsto em 2011.
EK/efe/afp/lusa/rtr

12 de dez. de 2019

DESMATAMENTOS ILEGAIS CONTINUAM NA AMAZÔNIA: CASO DE MATO GROSSO


Reproduzido de:


Um relatório técnico produzido pelo Instituto Centro de Vida (ICV) aponta que, entre agosto de 2018 e julho de 2019, 85% dos desmates mapeados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe) em Mato Grosso foram ilegais.
Para o instituto, a combinação de desmatamento ilegal e impunidade segue sendo o principal motor da devastação no estado, onde, ao todo, foram derrubados 1.685 km² de florestas.
O número representa 17% do total registrado em toda a Amazônia (o segundo maior percentual, atrás apenas do Pará) e um aumento de 13% em relação ao período anterior. Segundo o relatório, o resultado sinaliza que o ritmo de destruição da floresta no estado ‘continua alarmante’.
Com a maior taxa de desmatamento dos últimos onze anos, em 2019 houve mais que o dobro da área desmatada em 2012, que foi de 757 km².
Isso também significa que é o quinto ano consecutivo que o estado mantém taxas superiores a 1.480 km²/ano, se distanciando das metas de redução do desmatamento assumidas em 2015, durante a Conferência do Clima em Paris.
A situação é potencializada pelas falhas na fiscalização, que não consegue conter o desmatamento ilegal nem mesmo em áreas já incluídas no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
De acordo com o ICV, 56% de todo desmatamento (959 km²) ocorreu justamente em propriedades rurais com cadastro já realizado pelo menos uma vez, ou seja, com localização, limites e proprietários conhecidos do Poder Público.
Nesse grupo, mais da metade das derrubadas se concentrou em imóveis rurais grandes (acima de 1.500 hectares), seguidos dos imóveis médios, que possuem entre 400 e 1.500 hectares (28%). Os polígonos foram superiores a 50 hectares em 82% dos casos de desmatamento em imóveis privados.
“Metade de todo desmatamento em áreas cadastradas ocorreu, portanto, em grandes imóveis rurais e em polígonos maiores que 50 hectares, ou seja, facilmente detectável pelos sistemas de monitoramento via imagens de satélite”, aponta o relatório do ICV.
E ainda, ao separar o desmatamento autorizado e analisar somente o ilegal, o estudo identificou que 74% de toda a ilegalidade aconteceu em apenas 1.065 imóveis rurais, o que representa pouco mais de 1% do total de imóveis cadastrados.
“Ou seja, são poucos os imóveis rurais que descumprem a legislação florestal e colocam em risco a legalidade e sustentabilidade da produção agropecuária de Mato Grosso.”.
[…]

10 de dez. de 2019

DOENÇA FÚNGICA AMEAÇA EXTINGUIR MORCEGOS NOS ESTADOS UNIDOS

Reproduzido do USGS (United States Geological Survey)

Na foto: um morcego amarelo?! Claro que não! É um indivíduo coberto por grãos de pólen!

Infelizmente, a síndrome do nariz branco (em inglês WNS= White Nose Syndrome), uma doença fúngica fatal de morcegos hibernantes, matou mais de seis milhões de morcegos desde 2006, e pode muito bem levar à extinção de certas espécies de morcegos. Morcegos também são suscetíveis a serem mortos ou feridos por turbinas eólicas.

"As pessoas muitas vezes perguntam por que devemos nos preocupar com morcegos, e as evidências sugerem fortemente que os morcegos estão nos poupando muito dinheiro devorando insetos que comem ou danificam nossas culturas", disse Paul Cryan, um ecólogo especialista em  morcegos, do USGS, Serviço Geológico dos EUA. "É obviamente benéfico que morcegos insetívoros estejam patrulhando os céus à noite acima de nossos campos e florestas, e esses morcegos merecem ajuda."

Ao contrário do temido morcego vampiro tipicamente associado ao Halloween, morcegos comedores de insetos realizam serviços valiosos para os seres humanos. Pesquisa feita por Cryan e seus colegas mostra que morcegos comedores de insetos, através de seus serviços gratuitos de controle de pragas, economizam bilhões de dólares na indústria agrícola a cada ano. Um único morcego marrom pequeno, que tem um corpo não maior do que o polegar de um ser humano adulto, pode comer de quatro a oito gramas (o peso de cerca de uma uva ou duas) de insetos a cada noite.

As populações de morcegos dos EUA vêm diminuindo a um ritmo alarmante desde a descoberta da WNS em 2006 no estado de Nova York. Até à data, a doença foi encontrada em 33 estados e sete províncias canadenses e já matou mais de seis milhões de morcegos. O Nordeste, onde o declínio da população de morcegos ultrapassou 80%, é a região mais afetada nos EUA.

Em março de 2016, cientistas do USGS confirmaram a WNS em um morcego do estado de Washington, a cerca de 1.300 milhas da detecção mais ocidental, em Nebraska. O fungo que causa WNS foi posteriormente encontrado em outros morcegos de Washington e em guano de morcego, ou fezes.

A foto acima mostra um morcego marrom, em hibernação, com o nariz infectado pelo fungo (Pseudogymnoascus destructans).

Mais informações, na reportagem original, em
https://www.usgs.gov/news/trick-or-treat-frightening-threats-bats-0

7 de dez. de 2019

MAIS CALOR E MAIS POLUIÇÃO GERAM MENOS OXIGÊNIO NOS OCEANOS

Reproduzido de BBC News

Climate change: Oceans running out of oxygen as temperatures rise https://www.bbc.co.uk/news/science-environment-50690995

Destaques:

Essa é a conclusão do maior estudo deste tipo, realizado pelo grupo de conservação IUCN.
Enquanto o escoamento de nutrientes tem sido conhecido há décadas, os pesquisadores dizem que a mudança climática está tornando a falta de oxigênio pior.
Cerca de 700 locais oceânicos estão agora sofrendo de baixo oxigênio, em comparação com 45 na década de 1960.
Pesquisadores dizem que o esgotamento está ameaçando espécies, incluindo atum, marlim e tubarões.
A ameaça aos oceanos do “run-off” (escorrimento)  de nutriente, dos produtos químicos tais como o nitrogênio e o fósforo das explorações agrícolas e da indústria tem sido conhecida por muito tempo por impactar os níveis de oxigênio nas águas do mar e ainda permanece o fator preliminar, especial mais perto das costas.
No entanto, nos últimos anos, a ameaça das alterações climáticas aumentou.
À medida que mais dióxido de carbono é liberado aumentando o efeito estufa, grande parte do calor é absorvido pelos oceanos. Por sua vez, esta água mais quente pode conter menos oxigênio. Os cientistas estimam que entre 1960 e 2010, a quantidade de gás dissolvido nos oceanos diminuiu em 2%. Isso pode não parecer muito, pois é uma média global, mas em alguns locais tropicais a perda pode variar até 40%.
Mesmo pequenas mudanças podem afetar a vida marinha de forma significativa. Assim, as águas com menos oxigênio favorecem espécies como águas-vivas, mas não tão boas para espécies maiores e de natação rápida, como o atum.

[…]

29 de nov. de 2019

QUEIMADAS DE FLORESTAS, EM GERAL, CONTRIBUEM PARA O DERRETIMENTO DE GELEIRAS

Reproduzido da BBC - News




Equipe de pesquisa da Universidade do Rio de Janeiro encontrou evidências de que neve e gelo estavam sendo escurecidos pela queima de florestas e de combustíveis fósseis, acelerando a taxa de derretimento, ameaçando suprimentos de água e consequentemente, de alimentos.
O derretimento das geleiras tropicais fornece água para milhões de pessoas na região.
Os cientistas modelaram o movimento e o efeito das partículas de fumaça dos incêndios nas geleiras andinas e verificaram suas conclusões contra imagens de satélite.
E dizem que o impacto será sentido em todo o continente.
O Dr. Newton de Magalhães Neto, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, da equipe de pesquisa, disse: “Desmatamento e incêndios na Amazônia - eventos que ocorrem principalmente na Bolívia, Peru e Brasil - não podem ser considerados uma questão regional”.

O Dr. Newton de Magalhães Neto disse: “Uma vez depositado na geleira, o carbono negro escurece a superfície do gelo, o que reduz sua capacidade de refletir a radiação solar - ou a luz solar”.
Essa superfície escurecida absorve então mais da energia do sol, que amplifica o derretimento.
Embora os resultados foram significativos, os pesquisadores disseram que não os viram como uma grande surpresa: o mesmo processo tem sido visto em outras partes do mundo.
“A Groenlândia recebe grandes quantidades de carbono negro provenientes da queima de combustíveis fósseis da América do Norte e das indústrias europeias”, disse o Dr. Newton de Magalhães Neto. E o carbono negro da queima de combustíveis fósseis e biomassa em todo o hemisfério norte acelerou o derretimento das geleiras no Ártico.

25 de nov. de 2019

AQUECIMENTO GLOBAL COM ONDAS DE FRIO??

Reproduzido de BBC News Brasil

Em janeiro deste ano, por conta de uma onda de frio intensa que atingiu o Meio-Oeste dos Estados Unidos, Trump tuitou a pergunta: "Se o mundo está ficando mais quente, por que, então, está fazendo tanto frio nos EUA"?


Alexandre Köberle, pesquisador do Grantham Institute na Universidade Imperial College London, uma das mais prestigiosas do Reino Unido, afirma:
“O clima é um panorama mais prolongado e completo dos padrões de tempo. Ele se refere às condições que prevalecem em uma região ou em toda a Terra, e pode ser estudado com uma análise das tendências históricas“.
Sendo assim, quando falam em clima, os cientistas estão se referindo à situação do planeta todo, ao longo do tempo. Ou seja, mesmo que esteja fazendo mais frio que a média em uma região específica, o mundo como um todo está, na média, mais quente - é isso que apontam centenas de estudos feitos por cientistas no mundo todo ao longo de décadas.
Esse aquecimento da temperatura média da Terra - que cientistas creditam aos gases de efeitos estufa produzidos por ação humana - provoca eventos climáticos extremos, desde inundações na África até seca no Brasil, passando por invernos muito mais rigorosos na América do Norte. 
"Ou seja, estamos falando de grandes flutuações. E esses eventos climáticos tendem a ficar cada vez mais frequentes e exagerados", explica Köberle.
A Nasa também explica que devemos esperar tempos frios mesmo que as temperaturas do planeta estejam aumentando de forma geral.
"O caminho até um mundo mais quente terá muitos episódios de tempos extremamente quentes e extremamente frios", diz o site da agência.
Isso porque as mudanças climáticas alteram a forma como correntes marítimas, correntes de vento e outros fenômenos meteorológicos funcionam ao redor do mundo, gerando eventos meteorológicos extremos - tanto de frio quanto de calor.
O aquecimento do Ártico, por exemplo, pode fazer com que as correntes de vento polar gelado se desloquem para o sul, causando ondas de frios em lugares onde elas não costumavam ocorrer.
Esse aquecimento, dizem, leva o oceano, livre de gelo, a liberar mais calor. Isso, em contrapartida, enfraquece a circulação de ar frio sobre o Ártico e permite que ele escape para o sul.
"Quando o Ártico está quente, tanto temperaturas frias como fortes nevascas são mais frequentes comparadas com quando o Ártico está frio", disse um estudo publicado na revista científica Natures Communications no ano passado.
"Também descobrimos que, durante o período de aquecimento acelerado, quando o calor do Ártico chega à troposfera superior e parte inferior da estratosfera entre o meio e o final do inverno, o tempo severo de inverno tem se intensificado."
O deslocamento para o sul de ar gelado polar, conhecido como vórtice polar, já vinha sendo noticiado por estudos anteriores. "Em vez de circular sobre o hemisfério norte em uma trajetória regular e previsível, esse vento de alta altitude ziguezagueia sobre os Estados Unidos, o Atlântico e a Europa", diz um estudo publicado em Phys.Org em 2013.
Além disso, como lembra à BBC News Brasil Martin Beniston, ex-diretor do Instituto de Ciências Ambientais da Universidade de Genebra, na Suíça, e um dos maiores especialistas sobre clima no mundo, desde os anos 80, os dias com recorde de temperatura máxima têm sido muito mais frequentes do que os dias com recorde de temperatura mínima.

20 de nov. de 2019

INCÊNDIOS NAS FLORESTAS: EM DISTINTAS REGIÕES DA TERRA

   

Na Amazônia


Na costa leste daAustrália






                                              No sul da Califórnia












Com os recentes incêndios assolando, principalmente, três muito distantes entre si, regiões do planeta, Amazônia no Brasil, sul da Califórnia nos Estados Unidos e costa leste da Austrália (além dos ocorridos em Portugal e Espanha) este tema merece ser frequentemente contemplado, pelo menos num esforço para entendermos o porquê de tais tragédias repetitivas!
Em postagem neste blog, fiz uma ligação entre os incêndios florestais, principalmente na Califórnia e Portugal, com a engenharia de segurança do trabalho; podendo ser vista em:

https://ecologiaemfoco.blogspot.com/search?q=Inc%C3%AAndios+florestais

Mudanças climáticas e ações antrópicas: em sinergismo.
Podemos dizer, sem fugir ao sentido real ecológico de sinergismo como ação conjunta de dois fatores ou processos gerando um terceiro fator ou processo, que tanto os extremos climáticos recentes como a maneira como os seres humanos vêm lidando com os recursos naturais, têm contribuído com a maior parte dos cataclismos ambientais em evidência em diversas regiões da Terra.
Em tempos de aquecimento global, não é difícil  admitir que o clima é fator decisivo para tornar grandes extensões de florestas, vulneráveis ao fogo. Acrescentem-se outros fatores de origem antrópica, como uso e conservação do solo, posse da terra, expansão agropecuária, cultivos homogêneos, manejo e tratos culturais e outros... Cada país e região com suas especificidades. Na maioria predominam ações inconsequentes, sem preocupações preventivas visando evitar ou amenizar o que se sabe que vai acontecer.
Vidas silvestres (plantas, animais, microbiota) e vidas humanas perdem-se como se fossem um mal inevitável. Algumas pessoas chegam a dizer: “as enchentes são piores”! Estas também estão incluídas nas consequências dos extremos climáticos.

No caso dos incêndios na Califórnia, o Serviço de Geologia dos Estados Unidos apresenta um vídeo ilustrando a problemática de tais incêndios, a partir de projeto que contempla o manejo e conservação dos habitats naturais (ecossistemas), analisando tanto os fatores humanos como os naturais. Em reportagem do jornal inglês The Guardian destaca-se:
“O futuro do fogo extremo já chegou"; especialistas afirmam que "os crescentes incêndios não são uma aberração: eles são uma nova realidade".

No caso da Austrália eis o que diz o “Geoscience Australia”, órgão governamental:

“ Bushfires are an intrinsic part of Australia's environment. Natural ecosystems have evolved with fire, and the landscape, along with its biological diversity, has been shaped by both historic and recent fires. Many of Australia's native plants are fire prone and very combustible, while numerous species depend on fire to regenerate. Indigenous Australians have long used fire as a land management tool and it continues to be used to clear land for agricultural purposes and to protect properties from intense, uncontrolled fires”.

Em resumo. As queimadas são intrínsecas aos ambientes da Austrália. Os ecossistemas e a biodiversidade evoluíram acompanhando incêndios históricos e recentes. Muitas plantas nativas são suscetíveis e muito comburentes, enquanto muitas espécies dependem do fogo para regenerar. Os australianos nativos há muito tempo usam o fogo como ferramenta de manejo para limpar a terra para cultivar e (importante destacar) para proteger as propriedades de incêndios intensos e sem controle!
Uma condição, em grande parte, similar a dos nossos cerrados! E em parte, similar à da Amazônia. Os ecossistemas na transição (ou ecótonos) de floresta amazônica e cerrados no estado de Mato Grosso são vulneráveis a tais condições acima descritas.

Áreas fragmentadas na Amazônia, em condições de seca, são mais suscetíveis a incêndios.
As previsões de modelos climáticos para o futuro da Amazônia já são ruins, indicando a ocorrência de fenômenos extremos, de secas e cheias, mais intensos e frequentes. Num artigo publicado na revista científica americana Proceedings of the National Academy of Science pesquisadores demonstraram que incêndios florestais em áreas fragmentadas, em anos de secas extremas, podem degradar permanentemente a floresta.
O estudo foi liderado pelo engenheiro florestal brasileiro Paulo Brando, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e apresenta resultados de experimentos realizados ao longo de oito anos. Uma área no Alto Xingu, sudeste da Amazônia, foi submetida repetidamente a queimadas, para se conhecer como a mata reagia aos incêndios. Os pesquisadores já haviam concluído que a floresta era muito resistente ao fogo. Mas após um ano de seca acima da média, eles descobriram que os efeitos das queimadas eram piores do que eles estavam imaginando.

17 de nov. de 2019

AQUECIMENTO GLOBAL: CONSEQUÊNCIAS DESASTROSAS, DO VÍRUS DA DENGUE ÀS DESTRUIÇÕES PELA ELEVAÇÃO DAS ÁGUAS DOS OCEANOS




Simulações desenvolvidas com modelos processados por supercomputador (o simulador terrestre) e registros de fatos observados em muitos locais de nosso planeta, possibilitam projeções catastróficas para o próximo século; indo da proliferação dos mosquitos vetores da dengue em regiões onde jamais se pensou que eles proliferassem às ocorrências mais frequentes de furacões (tufões, ciclones, até em regiões fora dos trópicos, onde sempre ocorreram) e às invasões das águas de oceanos em ilhas e nas costas de continentes, pelo derretimento de geleiras (da Groenlândia e outras regiões) e do permafrost.
Acrescentem-se ainda os incêndios florestais, como os agora frequentes no oeste dos Estados Unidos e na Austrália; e as secas, como na África do Sul e outros continentes.
Acessar:
https://youtu.be/mdsmT_uyBKY

13 de nov. de 2019

COMER MAIS CARNE! TEM ATÉ FESTIVAL!!!


Uma “tendência” na vida moderna? 
O Mahatma Gandhi tinha razão” A Terra produz o suficiente para satisfazer as necessidades de todos os seres humanos. Mas não sua gula”!



Sucesso nos últimos dois anos na agenda gastronômica de São Paulo, a Angus Beef Week chega também a outras duas capitais brasileiras em 2019: Porto Alegre e Curitiba. De 15 a 24 de novembro, alguns dos mais aclamados restaurantes brasileiros abrirão suas portas aos clientes com menus especiais à base de carne Angus Certificada a preços promocionais.


VANTAGENS E DESVANTAGENS DE CONSUMO DAS CARNES VERMELHAS

Acessar:

Instituto do Câncer:   https://www.inca.gov.br/alimentacao/carnes-vermelhas

Artigo de revisão, relacionando consumo de carnes a câncer colorretal:

CUSTOS AMBIENTAIS NO CONSUMO DE CARNES

"Vivemos em uma época perigosa. O homem domina a Natureza antes que tenha aprendido a dominar a si mesmo". (Albert Schweitzer)


 Vejamos por exemplo, quanta água é gasta em diversos tipos de cultivos e na criação de animais diversos (quadro abaixo).




Vejam o quadro que se segue. Vamos tomar como exemplo carne de carneiro (no topo) que demanda muito mais calorias (grãos e forragem) para produzir proteína (em sua carne) do que a carne de frango (em baixo no quadro) que demanda bem menos calorias para produzir a mesma quantidade de proteína.


4 de nov. de 2019

POR QUÊ AS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA SERÃO, PROVAVELMENTE, MAIORES EM 2019???

Um “presente” para o novo governo?

Reproduzido de:

https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2019/09/25/para-especialistas-incendios-na-amazonia-sao-causados-por-desmatamento-ilegal

Especialistas dizem que incêndios na Amazônia são causados por desmatamento ilegal

  
Augusto Castro | 25/09/2019, 19h06
A maior parte dos incêndios na Floresta Amazônica tem origem no desmatamento ilegal, usado principalmente para abrir áreas para a agricultura e para a pecuária. Além disso, a maioria do desmatamento ilegal ocorre em áreas públicas. Essa foi uma das informações apresentadas por especialistas na audiência pública interativa promovida pela Comissão Mista de Mudanças Climáticas (CMMC).
Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), afirmou que vem aumentando nos últimos anos o roubo de áreas públicas na região amazônica, sempre com desmatamento.
— Há um aumento muito grande de roubo de floresta pública, de áreas públicas na Amazônia hoje para especulação de terras. Talvez esse seja um dos grandes elementos que impulsionam mais recentemente o desmatamento. Uma parte significativa do desmatamento é por ação de ilegalidades, de grupos criminosos que usurpam o bem público que são as florestas públicas. Isso é roubo de patrimônio público, patrimônio de todos os brasileiros — disse Moutinho.
Ele informou que as terras privadas na Amazônia, em sua maioria áreas agrícolas e de pastagens, correspondem a 21% da área total da floresta e são responsáveis por 35% do desmatamento. Já as terras indígenas têm 25% da área da floresta e respondem por apenas 1% do desmatamento.
Moutinho também afirmou que o Brasil tem todas as condições humanas e técnicas de controlar e reduzir o desmatamento, como teria ocorrido entre 2005 e 2012. Segundo ele, existem atualmente de 15 a 20 milhões de hectares já degradados e abandonados na Floresta Amazônica. Se essa área for recuperada e usada para produção agrícola, pontuou o pesquisador, “não será mais necessário derrubar mais floresta para expandir a produção”.
— O futuro do agronegócio, que é o pilar fundamental da economia desse país, depende da manutenção das florestas em pé, principalmente da Amazônia, que é o irrigador gigante do agronegócio brasileiro — explicou.
Moutinho disse ainda que a grande maioria dos incêndios e queimadas na Amazônia é provocada pela ação intencional do ser humano.
— É extremamente preocupante dos pontos de vista econômico, agrícola e ambiental a continuidade desse processo de desmatamento da floresta — disse o pesquisador.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Alves Borges Azevedo, explicou que o monitoramento da Amazônia é feito com o uso de diversos satélites, cujas imagens são analisadas em um centro de monitoramento. Em seguida, os dados são repassados para o setor de fiscalização. Ele disse que há vários grupos de combate ao desmatamento na região, geralmente grupos de 9 a 12 pessoas que sempre trabalham com apoio das polícias ou da Força Nacional.
Representando a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema), Alexandre Gontijo Bahia afirmou que sua categoria é pautada pela legislação ambiental brasileira e por dados técnico-científicos.
Ele afirmou que a Floresta Amazônica realmente não é o “pulmão do mundo”, mas pode ser considerada “uma espécie de coração planetário”.
— Estudos científicos mostram que a Amazônia funciona como uma grande usina de bombeamento hídrico, regional e mundial. É uma espécie de coração planetário, que bombeia água para outras regiões do planeta, em especial a América do Sul inteira. A produção agrícola brasileira depende da floresta. Ela produz água para todo o país sem nenhum custo. É importante dar atenção aos alertas da ciência, ouvir a ciência é fundamental — afirmou o especialista.
Por sua vez, Darcton Policarpo Damião, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), informou que a entidade existe há 58 anos e trabalha com meio ambiente, clima, engenharia espacial e outras áreas. Ele disse que atualmente o instituto usa diversos satélites para acompanhar e monitorar desmatamentos e queimadas na região amazônica.
A audiência pública foi conduzida pelo presidente da CMMC, senador Zequinha Marinho (PSC-PA). Para ele, é urgente e necessária a regularização fundiária na região para facilitar a fiscalização.
Também participaram do debate o deputado federal Leônidas Cristino (PDT-CE) e o senador Jaques Wagner (PT-BA).
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

29 de jul. de 2019

24 de jun. de 2019

BRASIL: POSIÇÃO VERGONHOSA NO RANKING DO SANEAMENTO






A edição 2018 do Ranking ABES da Universalização do Saneamento foi ampliada e abrange 100% do território nacional, contemplando todos os municípios brasileiros que forneceram ao SNIS1 – Sistema Nacional de Informações de Saneamento as informações para o cálculo de cada um dos cinco indicadores. Com esta mudança, o ranking passa a apresentar informações de quase 2 mil municípios, o que representa 34% deles e 67% da população do país. Todas as 27 capitais estão nesta publicação, que relaciona o saneamento à saúde, fazendo uma correlação entre a pontuação total alcançada pelos municípios e a taxa de internação por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado.

Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES lança neste mês de junho a edição 2018 do Ranking ABES da Universalização do Saneamento (clique aqui para ver o estudo).
Compõem o ranking 1894 municípios do Brasil, 88% deles de baixo e médio porte.
Somente 80 municípios entre todos os avaliados estão na categoria máxima Rumo à universalização. Destes, os de grande porte são apenas 29 municípios, todos nas regiões Sudeste e SulOutros 201 estão na categoria Compromisso com a universalização e a maioria está nas categorias Primeiros Passos para a universalização e Empenho para a universalização, somando 1613 municípios (veja detalhamento abaixo e no estudo anexo).   
A região com maior representatividade no ranking é a Sudeste, com 67% dos municípios e 86,14% da população. A menor é a região Norte com 9,3% dos municípios e 43,86% da população.
Para entender o Ranking
O Ranking ABES da Universalização é um instrumento de avaliação do setor no Brasil que apresenta o percentual da população das cidades brasileiras com acesso aos serviços de abastecimento de água, coleta de esgoto, tratamento de esgoto, coleta de resíduos sólidos e o quanto desses resíduos recebem destinação adequada. Dessa maneira, permite identificar o quão próximos os municípios estão da universalização do saneamento.
Nesta edição, o ranking passa a abranger 100% do território nacional, contemplando todos os municípios brasileiros que forneceram ao SNIS1 – Sistema Nacional de Informações de Saneamento as informações para o cálculo de cada um dos cinco indicadores. Com esta mudança, o ranking passa a apresentar informações de quase 2 mil municípios, o que representa 34% deles e 67% da população do país. Todas as 27 capitais estão nesta publicação.
Esta edição conta ainda com uma nova categoria: Empenho para a universalização, criada com o intuito de melhor reconhecer os municípios em diferentes estágios quanto a universalização. Ela surge como um desmembramento da primeira categoria (Primeiros passos para a universalização). Mais de 70% dos municípios ranqueados estão nesta nova categoria.
E para tornar mais equilibrada a comparação entre os municípios, o estudo passa a ser apresentado em dois grandes grupos, segundo o porte dos municípios: Pequeno e médio portes (até 100 mil habitantes) e grande porte (acima de 100 mil).
Os dados de saneamento foram obtidos do SNIS com referência ao ano de 2016, por conta da defasagem de dois anos entre a coleta dos dados e a divulgação pelo Ministério das Cidades, e os dados de saúde foram obtidos do DATASUS2 do Ministério da Saúde, com o mesmo ano de referência.
Os municípios que apresentaram as informações para o cálculo dos indicadores que compõem o ranking foram classificados em quatro categorias de acordo com a pontuação total obtida pela soma do desempenho de cada indicador. A pontuação máxima possível é de 500 pontos, atingida quando o município alcança 100% em todos os cinco indicadores:
– Rumo à universalização – acima de 489
– Compromisso com a universalização – de 450 – 489
– Empenho para a universalização – de 200 – 449 (nova categoria)
– Primeiros passos para a universalização – abaixo de 200
A outra classificação aplicada refere-se ao porte do município. A partir desta edição, o
ranking passa a apresentar os resultados em dois grandes blocos que classificam os municípios segundo o porte populacional, conforme classificação do IBGE:
– Baixo e médio portes – até 100 mil habitantes;
– Grande porte – acima de 100 mil.
A maior parte das capitais está na categoria Empenho para a universalização (70,4%). Apenas uma capital atingiu a pontuação para ser classificada em Rumo à universalização – Curitiba (PR), que na última edição do ranking já estava nessa categoria. Por outro lado, a capital menor pontuada foi Porto Velho (RO), classificada na categoria Primeiros passos para a universalização.
Somente 80 municípios entre todos os avaliados estão na categoria máxima Rumo à Universalização. Entre os de grande porte são apenas 29 municípios, todos nas regiões Sudeste e Sul.
Se considerarmos o quesito abastecimento de água, um grupo de 59 municípios atingiu a pontuação máxima. Entre os municípios de pequeno e médio portes que atingiram a pontuação máxima, 95% (39) são do Sudeste. Apenas Tamandaré (PE) e Ibiporã (PR) alcançaram essa pontuação nas regiões Nordeste e Sul, respectivamente.
No grupo de municípios de grande porte, 60% (11) deles são do Sudeste, dos quais 9 são apenas do estado de São Paulo. O Sul figura com 4 cidades, entre elas duas capitais: Porto Alegre e Curitiba. No Nordeste, João Pessoa (PB) e Vitória da Conquista (BA) atingiram a pontuação máxima. Já no Centro-oeste, a única cidade a obter essa pontuação foi Catalão em Goiás.
Pontos a destacar:
  • 1894 municípios figuram nesta edição do ranking;
  • Cerca de 88% deles são de pequeno e médio portes;
  • Apenas 80 municípios atingiram a pontuação para serem classificados na categoria mais alta – Rumo à universalização;
  • Mais de 70% dos municípios ranqueados estão na terceira categoria: Empenho para a universalização;
  • Em Primeiros passos para a universalização, dentre os municípios de grande porte chama a atenção a falta de destinação adequada dos resíduos sólidos à quase 100% dos municípios desta categoria: apenas 0,11% dos resíduos produzidos por esses municípios recebem destinação adequada;
  • A correlação entre saneamento e saúde, assim como na edição passada, ficou evidente: de forma geral, quanto maior o acesso ao saneamento, menor a incidência de internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado – DRSAI;
  • 66% dos municípios do país não entraram no ranking. A maior causa foi a falta dos serviços de esgoto: mais da metade dos municípios não apresentaram dados de coleta e/ou tratamento.

Saneamento e saúde
Por fim, o levantamento traz ainda uma correlação entre a pontuação total alcançada pelos municípios e a taxa de internação por doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado, em função da intrínseca relação entre saneamento e saúde.
A falta de saneamento adequado e a falta de higiene, segundo a UNICEF5, é responsável por aproximadamente 88% das mortes por diarreia, segunda maior causa de mortes em crianças menores de 5 anos de idade. A Organização Mundial da Saúde6 traz diagnóstico similar, mostrando que 94% dos casos de diarreia no mundo são devidos à falta de acesso à água de qualidade e ao saneamento precário.
Em função da intrínseca relação entre políticas de saneamento e condições de saúde, já em sua primeira edição o Ranking apresentou uma correlação entre as Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI), com todos os municípios que entraram nesta edição.
“A sociedade brasileira precisa entender que saneamento é saúde. Somente com este entendimento a população poderá identificar políticos que estejam comprometidos com esta questão e cobrar das autoridades a melhoria dos serviços. O saneamento tem impacto direto na vida de todas as pessoas e precisa ser PRIORIDADE na agenda dos governantes, dos legisladores e da sociedade em geral”, ressalta Roberval Tavares de Souza, presidente nacional da ABES.