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20 de nov. de 2019

INCÊNDIOS NAS FLORESTAS: EM DISTINTAS REGIÕES DA TERRA

   

Na Amazônia


Na costa leste daAustrália






                                              No sul da Califórnia












Com os recentes incêndios assolando, principalmente, três muito distantes entre si, regiões do planeta, Amazônia no Brasil, sul da Califórnia nos Estados Unidos e costa leste da Austrália (além dos ocorridos em Portugal e Espanha) este tema merece ser frequentemente contemplado, pelo menos num esforço para entendermos o porquê de tais tragédias repetitivas!
Em postagem neste blog, fiz uma ligação entre os incêndios florestais, principalmente na Califórnia e Portugal, com a engenharia de segurança do trabalho; podendo ser vista em:

https://ecologiaemfoco.blogspot.com/search?q=Inc%C3%AAndios+florestais

Mudanças climáticas e ações antrópicas: em sinergismo.
Podemos dizer, sem fugir ao sentido real ecológico de sinergismo como ação conjunta de dois fatores ou processos gerando um terceiro fator ou processo, que tanto os extremos climáticos recentes como a maneira como os seres humanos vêm lidando com os recursos naturais, têm contribuído com a maior parte dos cataclismos ambientais em evidência em diversas regiões da Terra.
Em tempos de aquecimento global, não é difícil  admitir que o clima é fator decisivo para tornar grandes extensões de florestas, vulneráveis ao fogo. Acrescentem-se outros fatores de origem antrópica, como uso e conservação do solo, posse da terra, expansão agropecuária, cultivos homogêneos, manejo e tratos culturais e outros... Cada país e região com suas especificidades. Na maioria predominam ações inconsequentes, sem preocupações preventivas visando evitar ou amenizar o que se sabe que vai acontecer.
Vidas silvestres (plantas, animais, microbiota) e vidas humanas perdem-se como se fossem um mal inevitável. Algumas pessoas chegam a dizer: “as enchentes são piores”! Estas também estão incluídas nas consequências dos extremos climáticos.

No caso dos incêndios na Califórnia, o Serviço de Geologia dos Estados Unidos apresenta um vídeo ilustrando a problemática de tais incêndios, a partir de projeto que contempla o manejo e conservação dos habitats naturais (ecossistemas), analisando tanto os fatores humanos como os naturais. Em reportagem do jornal inglês The Guardian destaca-se:
“O futuro do fogo extremo já chegou"; especialistas afirmam que "os crescentes incêndios não são uma aberração: eles são uma nova realidade".

No caso da Austrália eis o que diz o “Geoscience Australia”, órgão governamental:

“ Bushfires are an intrinsic part of Australia's environment. Natural ecosystems have evolved with fire, and the landscape, along with its biological diversity, has been shaped by both historic and recent fires. Many of Australia's native plants are fire prone and very combustible, while numerous species depend on fire to regenerate. Indigenous Australians have long used fire as a land management tool and it continues to be used to clear land for agricultural purposes and to protect properties from intense, uncontrolled fires”.

Em resumo. As queimadas são intrínsecas aos ambientes da Austrália. Os ecossistemas e a biodiversidade evoluíram acompanhando incêndios históricos e recentes. Muitas plantas nativas são suscetíveis e muito comburentes, enquanto muitas espécies dependem do fogo para regenerar. Os australianos nativos há muito tempo usam o fogo como ferramenta de manejo para limpar a terra para cultivar e (importante destacar) para proteger as propriedades de incêndios intensos e sem controle!
Uma condição, em grande parte, similar a dos nossos cerrados! E em parte, similar à da Amazônia. Os ecossistemas na transição (ou ecótonos) de floresta amazônica e cerrados no estado de Mato Grosso são vulneráveis a tais condições acima descritas.

Áreas fragmentadas na Amazônia, em condições de seca, são mais suscetíveis a incêndios.
As previsões de modelos climáticos para o futuro da Amazônia já são ruins, indicando a ocorrência de fenômenos extremos, de secas e cheias, mais intensos e frequentes. Num artigo publicado na revista científica americana Proceedings of the National Academy of Science pesquisadores demonstraram que incêndios florestais em áreas fragmentadas, em anos de secas extremas, podem degradar permanentemente a floresta.
O estudo foi liderado pelo engenheiro florestal brasileiro Paulo Brando, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e apresenta resultados de experimentos realizados ao longo de oito anos. Uma área no Alto Xingu, sudeste da Amazônia, foi submetida repetidamente a queimadas, para se conhecer como a mata reagia aos incêndios. Os pesquisadores já haviam concluído que a floresta era muito resistente ao fogo. Mas após um ano de seca acima da média, eles descobriram que os efeitos das queimadas eram piores do que eles estavam imaginando.

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