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24 de mai. de 2010

FLUORETAÇÃO DE ÁGUAS DE ABASTECIMENTO - Capítulo I


[Contribuição do Engenheiro Sanitarista, MSc
Sérgio Rolim Mendonça
Consultor aposentado da OPAS/OMS
Professor Emérito da UFPB]

Tabela 1 Status de decaimento, falta e dentes obturados (DFDO) em crianças de 12 anos por país (Fonte: WHO Oral Health Country/Área Profile Programme Department of Noncommunicable Diseases Surveillance/Oral Health WHO Collaborating Centre, Malmo University, Sweden, http://www.whocollab.od.mah.se/euro.html )






Tabela 2 – Lista de 14 ganhadores de Prêmio Nobel que não concordam ou têm reservas em relação à fluoretação de águas para abastecimento público (Fonte: Fifty reasons to oppose fluoridation, Paul H. Connett, Medical Veritas, 1 (2004) 70-80, Saint Lawrence University, Nova Iorque.* Fluoruros y Salud, P. Adler et al, OMS, Genebra, 1972)

INTRODUÇÃO
A fluoretação das águas de abastecimento com a adição de compostos contendo flúor para produzir concentração final da ordem de 1 mg/L foi um esforço para prevenção do decaimento dos dentes nas crianças. Esta tentativa teve início nos Estados Unidos no começo da década de quarenta do século XX.
Entretanto, nos países que não se entusiasmaram pela aplicação de flúor nas águas de abastecimento, foi verificado muitos anos depois que os dentes dos habitantes desses países continuavam tão bons quanto os dos países que usavam flúor na água. A Tabela 1 apresenta essa comparação.
(Ver acima: Tabela 1 – Status de decaimento, falta e dentes obturados (DFDO) em crianças de 12 anos por país)
DOENÇAS RELACIONADAS COM INGESTÃO POR EXCESSO DE FLÚOR
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)*, os principais efeitos tóxicos na saúde devido a grandes doses de flúor são: efeitos crônicos sobre o órgão do esmalte, sistema ósseo, rins, tiróides e intoxicação geral e visceral. Além disso, o flúor é um veneno cumulativo. Em média, somente 50% do flúor que ingerimos cada dia é excretado através dos rins. Em alguns estudos, quando altas doses de flúor (média de 26 mg/L) foram usadas para tratar pacientes com osteoporose em um esforço para fortalecer seus ossos e reduzir taxa de fraturas, particularmente fraturas de bacia, na realidade, a incidência de fraturas aumentou.
Além disso, os produtos químicos usados nos Estados Unidos para fluoretar águas de abastecimento não possuem nenhuma classificação farmacêutica. São originários de sistemas úmidos de depuração (operação de retirada de partículas ou gases poluentes do ar contaminado) da indústria de fertilizantes superfosfato. Estes produtos químicos (90% dos quais são sódio fluorosilicato e ácido fluorosilícico) são classificados como resíduos perigosos contaminados com várias impurezas. Testes recentes efetuados pela National Sanitation Foundation sugerem que os níveis de arsênio nesses compostos químicos são relativamente altos (até 1ppb depois de diluição para ser adicionado em abastecimento público de água) e portanto, de preocupação potencial.
(Ver acima, a Tabela 2, que apresenta relação de cientistas que se opõem à adição de flúor nas águas de abastecimento público).
[Próxima postagem: Capítulo II-Legislação brasileira, sobre o assunto)

26 de abr. de 2010

ECONOMIA AMBIENTAL: SUBSÍDIOS ENERGÉTICOS EM ECO E AGROSSISTEMAS












A fonte e a qualidade da energia envolvida no processo produtivo de um ecossistema (ou sistema ecológico natural: florestas, oceanos, lagos...) ou de um agrossistema (ou sistema introduzido e mantido pelo homem: agricultura, pecuária, aqüicultura...), são fatores determinantes da biodiversidade, assim como também dos padrões de processos funcionais que ali existem (cadeia alimentar, ciclagem dos nutrientes, ciclo hidrológico...) e, no final, da qualidade de vida ambiental que pode ser usufruída pelos seres humanos.
Embora a maior preocupação das sociedades humanas seja principalmente os custos envolvidos na quantidade de “matéria” que somos capazes de obter dum eco ou agrossistema (quantos metros cúbicos de madeira, quantas toneladas de feijão, arroz, batata, milho... carne bovina, peixe etc.), há que se considerar em todos esses sistemas agroecológicos de produção um denominador comum, básico, fundamental: ENERGIA. Na Natureza dispomos de quatro tipos básicos de ambientes inteiramente dependentes deste importante fator ecológico:
I - Ecossistemas potencializados por energia solar, sem qualquer outro tipo de subsídio energético. Exemplos: oceanos, florestas (geralmente de altitude, relativamente isoladas), pastagens naturais, grandes lagos (geralmente profundos). A capacidade de suporte desses ecossistemas, ou seja, a produção necessária para manter populações humanas, é limitada. Mas sua biodiversidade evoluiu adaptando-se a tais limites e assim esses ecossistemas prestam “serviços ambientais” imprescindíveis à humanidade.
II - Ecossistemas potencializados por energia solar, mas subsidiados por outras energias naturais. Exemplos: ecossistemas costeiros, como estuários, recifes de corais, lagunas costeiras... e algumas florestas pluviais. Os estuários e os recifes de corais, por exemplo, são potencializados por outras fontes de energia natural: movimento das marés, correntes marinhas e ventos. Com isso são muito dinâmicos, recebem nutrientes de outros locais, tornando-se altamente produtivos.
III - Agrossistemas potencializados por energia solar e subsidiados por energia gerada pelo homem. Exemplos: agricultura (cultivos em terra: alimento, fibras, lenha...) e aqüicultura (criação em viveiros: camarões, peixes, ostras...). Grande insumo energético (fertilizantes, melhoramento genético, controle de pragas, mecanização, irrigação...).
IV - Tecnossistemas urbano-industriais potencializados por combustíveis processados pelo homem (fósseis, de origem nuclear ou mesmo de origem orgânica...) e por outras formas de energia obtidas pelo homem (hidro e termoelétricas...). São sistemas que consomem produtos vindos de fora (alimento, água etc.) e que talvez estejam prestes a incluir a captação de energia da Natureza (solar, eólica...), além da hidro e termoelétricas e nuclear já em extenso e intenso uso.
Nesses quatro tipos de sistemas ecológicos há forte participação do “capital natural”, destacando-se o “capital humano” no tipo IV. Donde podemos concluir que “ainda dependemos muito da Natureza, para viver”).
Confrontando os tipos de ambientes acima descritos com os quatro princípios básicos da sustentabilidade (produção; biogeociclagem; biodiversidade; controle populacional), podemos concluir que: nossa capacidade de observação e racionalidade de uso e conservação dos recursos acima citados determinará se estaremos aptos a alcançar o tão almejado desenvolvimento sustentável. E tudo será inútil se não atentarmos para o último dos quatro princípios da sustentabilidade: CONTROLE POPULACIONAL (vejam as fotos aqui inclusas).

1 de mar. de 2010

DESASTRE...CATÁSTROFE... de acordo com o GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA

DESASTRE (“DESASTRE NATURAL” e “DESASTRE ECOLÓGICO”)
Transcrito do GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA E CIÊNCIAS AMBIENTAIS (3ª.ed., revisada em fevereiro de 2010).
Bastante discutível o uso das expressões “desastre natural” e “desastre ecológico”. Geralmente não temos dúvida quando nos referimos à palavra “desastre” como sinônimo de “calamidade, infortúnio, algo ruinoso (acarretando ruína, perda ou destruição) e que causa sofrimento e prejuízo material”. O termo “desastre natural”, quando utilizado para definir eventos naturais com conseqüências de grande impacto sobre o ambiente onde o ser humano habita, embora de uso corrente, gera entre muitos ecólogos, uma inaceitação. A maioria dos fenômenos da Natureza (terremotos, vendavais, tufões, ciclones, erupções vulcânicas...) são reações que sempre ocorreram e provavelmente ocorrerão. O fato de que boa parte das conseqüências sofridas pelos seres humanos seja catastrófica, advém mais da maneira como vivemos; como por exemplo, com adensamento populacional em habitações inapropriadas para conviver com tais eventos naturais, grande proximidade de habitações e atividades humanas ao alcance das ações do mar, dos vulcões etc. Algumas de tais conseqüências são catastróficas graças (provavelmente) à contribuição humana, como por exemplo, os tufões e ciclones ganham mais força à medida que vão encontrando águas oceânicas mais quentes devido ao aquecimento global.
O termo “desastre ecológico”, por sua vez, também gera controvérsia, principalmente quando aplicado, por exemplo, a eventos que acontecem com freqüência em alguns ecossistemas, como o fogo no cerrado e a seca na caatinga. Tais eventos podem exercer pressão seletiva, sendo registrado no processo evolutivo. E talvez por isso não devesse ser chamado de “desastre”. Alguns acidentes, por suas repercussões negativas, são classificados simplesmente como “desastres”, como alguns referenciados neste glossário, como os de Bhopal, Chernobyl e o “Dust Bowl”, todos provenientes de atividades humanas inconseqüentes ou irresponsáveis. Talvez fosse melhor denominá-los de catástrofes antrópicas. Da mesma maneira, quando o ser humano constrói suas habitações em locais suscetíveis a deslizamentos/escorregamentos, o termo mais apropriado quando da ocorrência desse evento seria “catástrofe antrópica”.
(Ver CATÁSTROFE; DISTÚRBIO; ESTRESSE; e GENOCÍDIO versus CATACLISMOS)