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19 de set. de 2018

“PERMAFROST” E O AQUECIMENTO GLOBAL: NOVAS REVELAÇÕES


Vejamos, inicialmente, como o ecossistema do “permafrost” é conceituado no GLOSSÁRIO DE ECOLOGIA (disponível em pdf neste blog):

“PERMAFROST”
Solo com água, quase permanentemente congelada, estando sob a forma líquida em período
muito curto do ano, típico da região ártica, sobre o qual ocorre a tundra.
Observações sobre a preservação do “permafrost” diante das evidências atuais do aquecimento
global vêm mostrando que os 3,35 m superiores do solo da tundra onde ocorre o “permafrost” vem
apresentando buracos devido ao derretimento do gelo nele contido. Estima-se que dos 10.359.000 km2
cobertos por “permafrost” somente 1.035.00 km2
Ártico estejam carregando para o mar 7% mais água doce do que carregavam em 1930. A maior
preocupação, no entanto, reside no fato de que grandes quantidades de metano e dióxido de carbono serão
emanadas para a atmosfera, em consequência do derretimento do gelo, uma vez que entre 20% e 60% do
carbono dos solos do mundo estão ali retidos.
As mudanças climáticas não vêm sozinhas. Uma consequência leva a outra, que leva a outra, em um efeito em cascata que, no final, tornam o problema bem pior que o inicial. Alguns são conhecidos pela ciência, como, por exemplo, se uma espécie de planta ou animal morre devido à alterações em seu habitat, a decomposição libera metano e carbono na atmosfera e, em larga escala, intensifica o processo.
Algumas delas, no entanto, ainda são um mistério - e conforme avançam as pesquisas sobre o aquecimento global, cresce a urgência para a adoção de medidas mais drásticas para impedir que a temperatura do planeta continue subindo. Dessa vez é um grupo de pesquisadores de instituições canadenses que trazem as más notícias.
Uma das principais preocupações dos cientistas está no extremo norte da Terra. O gelo começou a derreter até em alguns dos cantos mais frios do planeta, com uma reação de impactos que atinge todo o planeta.
O derretimento do permafrost, solo que passa longos períodos congelado, em alguns lugares desde a última Era Glacial, esconde uma camada espessa de sedimento contendo grandes quantidades de metano na forma de hidratos de metano sólidos. Estes têm uma estrutura de cristal em forma de gaiola na qual as moléculas de metano são cercadas por gelo.
A liberação da pressão, sem o peso do gelo, permite que os hidratos se desintegrem e se transformem em metano gasoso, que borbulha através da coluna de água em plumas intensas e é liberado para a atmosfera. Embora o metano permaneça na atmosfera por cerca de uma década (ao contrário do CO2, que pode durar séculos), ele captura calor 23 vezes mais eficientemente por molécula do que o dióxido de carbono.
De acordo com o estudo canadense, publicado Geophysical Research Letters, há mais um efeito nefasto do derretimento do permafrost. Em pesquisas deste tipo de solo no oeste do Canadá, onde o permafrost contém minerais de sulfeto, o derretimento faz com que se misture com a água, e na reação, vira ácido sulfúrico.
Conforme essa água ácida escorre, acaba erodindo as rochas e liberando na atmosfera dióxido de carbono que estava aprisionado nelas. De acordo com os pesquisadores, no entanto, é impossível dizer quanto está sendo liberado.  Há poucos estudos sobre a  composição química do permafrost ou sobre a distribuição de sulfetos no ártico.
"Podemos controlar muitas fontes de CO2 para a atmosfera, causadas por atividades humanas, como combustíveis fósseis e mudanças no uso da terra", disse o autor Scott Zolkos, da Universidade de Alberta, à New Scientist. “Mas uma vez que o permafrost começa a descongelar e liberar CO2 e metano, isso está além do nosso controle. Não é como se pudéssemos colocar uma manta térmica gigante no Ártico.”

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