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20 de jan. de 2012

PEIXE QUE MUDA DE SEXO, CONFORME A “CONVENIÊNCIA”



ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA (II)

Não é bem... conforme a “conveniência”!. Mas sim, conforme a necessidade de sobrevivência!!! Esta é mais uma estratégia de sobrevivência, no reino animal.
[Reproduzido de New Scientist, 06/janeiro/2012]


Este peixe (Cirrhitichthys falco)(ver foto) tem por habitat as águas em torno da ilha Kuchino-Erabu, no sul do Japão. Em inglês esta espécie é conhecida como “hawkfish” (tradução literal: peixe-falcão). Pesquisadores da Universidade de Hiroshima observaram que esta espécie vive em recifes, estando o macho dominante no meio de um harém com várias fêmeas.

Quando o número de fêmeas excede aquele que o macho dominante “pode dar conta”, uma das fêmeas de maior tamanho transforma-se em macho e passa a agir como tal, “dando conta de metade do harém”. E se este “novo macho” por acaso perder fêmeas para um outro harém, “ele volta a ser ela”, ou seja, ao invés de perder energia competindo com o macho dominante, é melhor voltar ao sexo anterior. E volta, inclusive, a se reproduzir como fêmea. Este é um tipo de habilidade, digamos, de “mudança bidirecional de sexo” que maximiza o valor reprodutivo dessa espécie. É bem melhor do que desperdiçar energia (ou a vida) com uma possível batalha perdida, contra o macho dominante.
Em geral, segundo afirmam especialistas em peixes, as espécies hermafroditas estão geneticamente aparelhadas para favorecer a função de macho ou de fêmea (às vezes simultaneamente), mas esta espécie evoluiu no sentido de selecionar o sexo fundamentando-se no caráter comportamental. Geralmente se conhece gene afetando comportamento, mas neste caso é o contrário. Quando um macho é eliminado, uma fêmea pode tomar o seu lugar porque esta situação estimulou mudanças físicas na fêmea, que passará a produzir testosterona ao invés de estrogênio. A testosterona agirá sobre as células germinativas, precursoras das células reprodutivas. Em algumas espécies, os indivíduos transformados em fêmeas, estão aptos a desovar, em uma ou duas semanas.
Ecólogos afirmam que conheciam alguns peixes que podem trocar de sexo em ambas as direções; mas que ainda não tinham visto uma espécie cuja fêmea se transformasse em macho e que depois de voltar a ser fêmea fosse capaz de desovar, como ocorre com esta espécie (Cirrhitichthys falco) do Japão.

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