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11 de jan. de 2012

PROGRAMA DE RISCOS DE DESMORONAMENTOS









“Landslide Hazards Program”. Esta é a denominação, em inglês, de um programa do governo dos Estados Unidos para monitorar as áreas de risco de desmoronamentos, deslizamentos e movimentos outros de terra. No site do “USGS ─ United States Geological Survey” [Levantamento Geológico dos Estados Unidos], que é www.usgs.gov, acessando esse programa, poderemos ver que lá essa situação é levada muito a sério. Principalmente porque esse fenômeno ocorre nos 50 Estados do território americano, causando entre U$1 e 2 bilhões em danos e uma média de 25 fatalidades, anualmente. Nos Estados Unidos os desmoronamentos ocorrem não somente em conexão com chuvas intensas, mas também em conexão com abalos sísmicos, vulcanismo e incêndios florestais.

O principal objetivo do Programa de Riscos de Desmoronamentos é reduzir em longo prazo, as perdas geradas por tais catástrofes, procurando melhorar a compreensão sobre as causas das falhas geológicas e sugerir estratégias de mitigação desse problema. Esse programa vem atuando desde meados dos anos de 1970, fundamentando os conhecimentos em pesquisas, respostas às emergências e desastres e gerando relatórios científicos e outras informações para a comunidade de geólogos, engenheiros componentes do governo, incluindo planejadores urbanos e tomadores de decisão de entidades governamentais, pesquisadores acadêmicos e para a iniciativa privada, e o público em geral [tudo isso especificado no referido site do USGS].
Em resumo: salvar vidas e economizar dólares é o propósito maior do Programa.

Principais perguntas feitas acerca de desmoronamentos e que esse Programa procura responder:
a) Onde e quando ocorrerão desmoronamentos?
b) Quais suas proporções?
c) Quão rápidos acontecerão e quão distantes eles se estenderão?
d) Que áreas eles afetarão ou danificarão?
e) Quão frequentes os desmoronamentos ocorrerão numa certa localidade?

Indicadores de desmoronamentos. Vejamos abaixo algumas indicações de que algo de errado está para acontecer em locais de risco de desmoronamento (segundo o Programa acima citado):
1. Olhos d’água, escoamentos ou solos saturados em áreas que normalmente não se apresentavam dessa maneira.
2. Novas rachaduras ou protuberâncias incomuns no terreno, ruas, passeios ou calçadas.
3. Solo se afastando de fundações.
4. Estruturas auxiliares como coberturas e pátios inclinando-se e/ou movendo-se em relação ao prédio ou casa principal.
5. Inclinação ou rachaduras de pisos de concreto e fundações.
6. Encanamentos e outros dispositivos subterrâneos quebrados (rompidos).
7. Postes/linhas telefônicas, árvores, muros ou cercas, inclinando-se.
8. Cerca em desalinhamento.
9. Leito de estrada afundando ou com deslocamento.
10. Rápido aumento dos níveis de água de riacho/córrego, possivelmente acompanhado pelo aumento de turbidez (conteúdo de solo).
11. Diminuição súbita de níveis de água de riacho/córrego, embora ainda esteja chovendo ou parou de chover recentemente.
12. Portas e janelas emperrando, espaços visíveis indicando forras e esquadrias fora do prumo.
13. Um fraco som que aumenta de volume é perceptível, conforme se aproxima o deslizamento de terra [talvez, tarde demais para se livrar de uma catástrofe].
14. Sons incomuns, tais como árvores estalando ou pedregulhos se batendo, podem indicar detritos em movimento.

Além de todos esses aspectos envolvidos no Programa, impressionou-me particularmente o monitoramento efetuado sistematicamente por geólogos, geofísicos, pedólogos... de áreas consideradas de alto risco. São feitas inúmeras medições de conteúdo e pressão/tensão de água no solo, porosidade/pressão nos poros e outros parâmetros físicos, em alguns locais até quase 3m de profundidade.

O QUE TEMOS QUE FAZER (?). É praticamente impossível na maioria das nossas cidades, nas quais invadimos os sopés de morros e margens de rios em busca de espaços para a expansão urbana, devolvermos tais ambientes à Natureza. A condição desejável poderia ser aquela mostrada em esquema ilustrativo, na postagem anterior deste blog. E em assim sendo, as cortinas atirantadas (ver imagem acima, a superior) e os solos grampeados são paliativos que nenhuma prefeitura se omitirá em construir, apesar de caros; contanto que o governo, usualmente o federal, lhe proporcione recursos para tais obras de engenharia, seguras, em sua maioria.


A outra foto acima sugere (a meu ver) duas alternativas de soluções para os rios assoreados, considerando que não temos uma política ambiental, nem tampouco educação ambiental objetiva, com resultados práticos positivos: 1) Presença permanente de máquinas desse tipo dragando os rios, principalmente aqueles com percursos urbanos/suburbanos; ou 2) “Habituarmo-nos” a ver tais máquinas nos períodos de pós-enchentes removendo escombros e cadáveres humanos!!!

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