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22 de out. de 2012

DITADO POPULAR NEFASTO, QUE POR AQUI SE ETERNIZA

Warren Dean foi um historiador americano especializado em transições, da sociedade agrária para a industrial , do trabalho escravo para a mão-de-obra livre , da explosão econômica para a falência...
E assim, deixou-nos um livro sobre a destruição da Mata Atlântica que repercutirá nas nossas mentes de brasileiros conscientes, pelo tempo que esta pátria amada, idolatrada salve-salve existir. Título original : "With broadax and firebrand". Tradução: "A  ferro e fogo".
A capa é ilustrada, no exemplar original que li, por uma pintura de Félix-Emile Taunay intitulada  Floresta Reduzida a Carvão, de 1830.

Além do preciso conteúdo histórico desse livro, com um grande número de citações bibliográficas, incluindo muitos autores brasileiros, impressionou-me uma frase escrita em português, no frontispício da obra, cujo efeito considero ser "funesto" :
QUEM VIER DEPOIS, QUE SE ARRANJE. O autor nem se arriscou a traduzí-la para o inglês. Talvez com receio de não encontrar a expressão em inglês que pudesse ser perfeitamente entendida por seus patrícios e co-patrícios de língua. Ou mesmo, quem sabe!? por achar que somente por aqui tal expressão tenha algum sentido. E realmente tem um sentido histórico que afirmo ser "perverso"! E que, quando praticado intencionalmente pelos gananciosos que detêm o poder econômico, como são os casos daqueles que esgotaram o manganês do Amapá e estão a caminho de fazer o mesmo com o nióbio (ver as últimas postagens neste blog), o adjetivo mais brando que ora encontro para denominá-los é IRRESPONSÁVEIS.

Warren Dean faleceu, num desastre de automóvel no Chile, pouco antes de ver seu livro publicado . Se estivesse vivo, certamente teria mais informações de destruição da Mata Atlântica, desta vez relativa às margens dos rios. Por iniciativa de algo ainda não instalado no Congresso Nacional da sua época, o "lobby" dos ruralistas, os rios sofrem dupla ameaça: poderão ter suas vegetações ribeirinhas reduzidas e as restantes poderão ser substituídas por "fruteiras"; ou , pra ser honesto , por quê não usar a palavra certa? "Cultivos".

Corremos o risco de nos distrairmos com a condenação da quadrilha dos "mensaleiros" e a bancada ruralista aproveitar-se dessa distração   e conseguir angariar adeptos de seus intentos no Congresso.

Fiquemos alertas então!

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