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16 de set. de 2024

“O HOMEM PÕE… A NATUREZA DISPÕE”. PERMANENTE DILEMA QUANTO À ALIMENTAÇ

De início, alguns conceitos em Ecologia. CADEIA ALIMENTAR Série de organismos de um ecossistema, através dos quais a energia alimentar proveniente dos produtores, que são as plantas clorofiladas, é transferida de um organismo para outro, numa sequencia de organismos que ingerem e que são ingeridos. A cadeia alimentar é, em geral, constituída pelos seguintes níveis tróficos: produtores primários (organismos autotróficos); consumidores (organismos heterotróficos) de primeira ordem ou herbívoros, que devoram os produtores primários [ver “CASCATA TRÓFICA”]; em seguida vêm os consumidores de segunda ordem ou carnívoros de primeira ordem, que se alimentam dos herbívoros; seguem-se os consumidores de terceira ordem ou carnívoros de segunda ordem, que devoram os consumidores de segunda ordem; e assim por diante. Alguns autores dividem a cadeia alimentar em dois tipos principais: a) Cadeia alimentar de pastejo (na qual se fundamenta o ecossistema marinho). b) Cadeia alimentar de detritos (na qual se fundamenta o ecossistema terrestre). Um exemplo de uma cadeia alimentar simples seria: Capim > gafanhoto > sapo > cobra > carcará.Outra simples: pastagem, boi, ser humano. “CASCATA TRÓFICA” Este termo, utilizado por RICKLEFS, R.E. (2007. The economy of nature. Data analysis update. 5th ed. New York, W.H.Freeman & Co., 550p ), é a tradução literal do inglês “trophic cascade”. Esse autor começa referindo-se a um trabalho original dos ecólogos N. Hairston, F. Smith e L.Slobodkin, da Universidade de Michigan (EUA) que em 1960 sugeriram que “a Terra é verde porque os carnívoros reprimem as atividades dos herbívoros, que se consumissem livremente, exterminariam a maioria da vegetação”. Este fenômeno de “cascata trófica”, diz respeito aos efeitos indiretos das interações consumidor-recurso disponível, ao longo dos diferentes níveis tróficos da comunidade. E ainda: quando o nível mais alto da cadeia trófica é o determinante do tamanho dos demais níveis que lhe estão abaixo, diz-se ocorrer um “controle de cima para baixo”; e quando é o alimento o determinante, diz-se ocorrer um “controle de baixo para cima”. ALIMENTOS DOS SERES HUMANOS. Ao longo da história dos seres humanos, tudo que existia na Natureza e que lhe pudesse servir de alimento, nada escapava de sua inteligência e força para dele se apossar! No início ingerindo "in natura" e depois da descoberta do fogo, da mesma maneira que hoje fazemos, principalmente com as carnes, assando, cozinhando. Surgindo aí os cultivos de plantas e a criação de animais. CARNES OU PLANTAS (CEREAIS). Meio ambiente e doenças. A ligação com a questão da qualidade ambiental começa com as alterações que causamos à cadeia alimentar, cuja causa principal é inicialmente o aumento da demanda por alimento, principalmente laticínios e carne bovina (devido ao crescimento populacional humano, no pós-guerra) seguido pela modernidade (alimentos industrializados são de uso prático). Com isso, podemos observar que até as vacas e as galinhas foram obrigadas a consumir “junk food”; isso mesmo! Vacas e galinhas foram obrigadas a consumir alimentos desequilibrados nas proporções naturais de ômega-6 (em excesso) e ômega-3 (reduzido). Uma “necessidade”, quando passaram da criação de soltas no pasto, para confinadas; ou seja, as pastagens naturais e forragens foram substituídas por milho, soja, trigo, farinha de ossos... em rações. VEGETARIANOS, VEGANOS, COMEDORES DE CARNES. Muitas implicações decorrem da escolha por uma dessas modalidades (digamos assim) para nos mantermos sadios (obviamente, vivos por maior tempo possível, de acordo com o atributo da população humana relativo a sua longevidade). Sob o aspecto da disponibilidade de nutrientes (por exemplo: proteínas, vitaminas do complexo B...) as carnes se constituem em fontes que garantem sua disponibilidade para nós, seres humanos. Mas aqui, valem estas duas sábias observações:
E em termos ecológicos, estes dados abaixo:
CENAS (ABAIXO) DE ALTERNATIVAS QUE NÃO GOSTARÍAMOS QUE VENHAM A ACONTECER
COCLUSÔES: 1) EQUILÍBRIO DINÂMICO OU HOMEOSTASE, É A PALAVRA-CHAVE DA PERPETUIDADE DOS ECOSSISTEMAS! 2) SENSATEZ E PRIORIDADE PARA ALIMMENTAÇÃO NATURAL E EQUILIBRADA SÃO AS PALAVRAS-CHAVE DOS SERES HUMANOS!

15 de set. de 2024

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL. POR QUÊ NÃO AVANÇA?!

Participei ativamente, tentando implantar esse tema, de importância cada vez mais evidente, principalmente na vida urbana, onde as cidades crescem mas pouco se desenvolvem em vários setores essenciais a uma boa qualidade de vida. Eu diria as cidades "incham"! Desenvolvimento é algo bem mais além de crescimento. Dentre muitos aspectos possíveis causadores de tais atrasos e que certamente outros profissionais de áreas correlatas à minha, ecologia, poderiam acrescentar, arrisco-me a mencionar algumas (frutos de minhas observações)e que ora elenco, de modo resumido. 1) Autoridades do poder executivo, das três instâncias de governo, precisam entender (e agir) que direcionar recursos para efetivamente desenvolver programas de EA (Educação Ambiental) é investimento! 2) Preparar profissionais da educação para implementar EA em todas as escolas, desde o grau infantil até as universidades, é de fundamental importância. Vivi tal experiência nesses dois extremos. 3) Concomitantemente, as prefeituras devem se esforçar para introduzir em suas ações, a coleta seletiva do lixo, cujo resultado final gera empregos e dividendos para a comunidade.
"Nós temos mais de 3 mil lixões. E o lixão posto a céu aberto, ele principalmente, através do chorume, contamina o lençol freático, contamina os igarapés, os rios, fazendo com que isso acarrete uma série de doenças na área de saúde e realmente prejudique o meio ambiente”, alerta. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) do Ministério do Meio Ambiente prevê que municípios com até 50 mil habitantes possam garantir a destinação correta dos resíduos sólidos, atendendo a Lei 14.026/2020, que atualizou o Marco do Saneamento (Lei 11.445/2007). Mas, sem condições de cumprirem as regras, o prazo para o cumprimento dessa meta foi estendido para 2024 e se encerra no dia 2 de agosto. Estamos em setembro/2024 e a situação continua para ser resolvida. 4) A ilustração abaixo ainda é apenas teoria:
5) Quanto aos problemas gerados pelos plásticos, antes de indicar uma boa fonte de informações, eis um destaque: "Os plásticos têm sido amplamente utilizados em embalagens, indústria automobilística, construção civil, eletrônicos, produtos médicos, utensílios domésticos, têxteis, entre muitas outras aplicações. No entanto, a durabilidade do plástico é uma das suas características problemáticas, uma vez que sua degradação natural pode levar séculos". Acessar: https://semil.sp.gov.br/educacaoambiental/prateleira-ambiental/plastico/

11 de set. de 2024

SERES HUMANOS NÃO SOMENTE DESTROEM ECOSSISTEMAS: SÃO BÁRBAROS QUE MATAM CRIANÇAS!

"Os gastos militares globais cresceram 7%, chegando a 2,43 trilhões de dólares em 2023". Muito difícil ignorar um dado como esse e esperar que problemas relacionados à degradação de ecossistemas sejam interrompidos. Incluindo também a redução do aquecimento global. É também difícil entender como nós seres humanos desejamos ter futuro promissor se a base de nosso futuro, as crianças, são trucidadas impiedosamente!!! BARBARISMO "GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE" Sou do tempo em que esta era a mensagem do Dia da Confraternização Universal - 1º de janeiro! "Eu vou sugerir que o barbarismo seja considerado como uma característica humana permanente e universal, a qual se torna mais ou menos pronunciada de acordo com o jogo das circunstâncias." — Simone Weil (filósofa francesa). Eis alguns exemplos de tal barbarismo com mortes de crianças! 1. UCRÂNIA. Segundo dados oficiais da ONU, pelo menos 600 crianças foram mortas em ataques desde a escalada da guerra em 2022 e mais de 1,3 mil crianças ficaram feridas (29 de abr. de 2024). 2. GAZA. Mais de 13.800 crianças foram mortas na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e Hamas, segundo a Diretora Executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell (18 de abr. de 2024). 3. Todos os dados acima são de abril/2024. 4. Um novo estudo do Fundo das Nações Unidas para Infância, Unicef, revela que entre 2005 e 2020 foram verificadas mais de 266 mil violações graves cometidas contra crianças em mais de 30 situações de conflito na África, Ásia, Oriente Médio e América Latina. 5. Embora alto, o Unicef acredita que esse número seja apenas uma fração das violações que tenham de fato ocorrido, pois restrições de acesso e segurança, vergonha, dor e medo, que as crianças e familiares sofrem muitas vezes dificultam a denúncia, dos crimes contra crianças em áreas de conflito armado.

7 de set. de 2024

A MAIOR ÁREA ALAGADA DO MUNDO! POR QUANTO TEMPO MAIS?!

REPRODUZIDO DE: https://jornal.usp.br/radio-usp/avanco-da-degradacao-mostra-que-fim-do-pantanal-como-bioma-se-aproxima/ DESTAQUES 1) Esta semana, a ministra Marina Silva, em audiência no Senado, disse que poderemos perder o Pantanal até o final do século, segundo pesquisas científicas. Ela afirmou que, a cada ano, a cobertura vegetal da região diminui devido ao desmatamento e às queimadas, o que prejudica seriamente a bacia hidrográfica. Durante a audiência, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima disse ainda que é preciso aumentar cada vez mais os esforços e recursos para lidar com as consequências das mudanças climáticas. Pedro Luiz Côrtes, do Instituto de Energia e Ambiente da USP, comenta: ”Os indicadores são cada vez mais evidentes de que uma crise muito séria já se estabeleceu no Pantanal. Nós estamos perdendo realmente o Pantanal a olhos vistos”. 2) Pior do que o esperado! Côrtes, na verdade, discorda da ministra. Mas não para aliviar a situação: o professor acredita que Marina Silva foi otimista e que, na sua visão, o Pantanal poderia acabar muito antes. “Baseado em um levantamento do MapBiomas, que mostra a redução da superfície de água no Pantanal, desde 1985 até o ano passado, eu digo que a ministra foi comedida nas suas observações. Porque, pelo avanço da degradação, da redução da quantidade de água no Pantanal, eu digo que na metade deste século ou por volta de 2060, já não tenhamos mais o Pantanal como um bioma.” A característica marcante do Pantanal, de ser uma planície alagável, intercalando períodos de cheia com de seca, está em risco de acabar. Mesmo na seca, o bioma ainda mantém seus espelhos d’água, mas que diminuem de maneira acelerada. “A redução da quantidade de água é muito significativa nos últimos 40 anos e se acentuou neste século”, diz Côrtes.
3) Causas. Essa redução é causada por motivos como o desmatamento da Amazônia, que tem reduzido as chuvas que ajudam a irrigar o Pantanal, e do Cerrado, o que compromete o abastecimento de rios e nascentes importantes. O caso da Amazônia é o fenômeno dos rios voadores, em que a umidade da floresta atravessa o Brasil de Norte a Sul e precipita ao longo do caminho. Com menos área florestada, porém, diminui também o potencial desse ciclo hídrico.

2 de set. de 2024

DESRTIFICAÇÃO DA CAATINGA: ALGUNS FATOS E FATORES

OBS.: há alguns anos realizamos trabalho em caatinga no cariri paraibano, mostrando a relação do pastejo na caatinga e a preservação da microbiota do solo: LUNA, R.G. de; COUTINHO, H.D.M. & GRISI, B.M. (2008) Evaluation of pasture soil productivity in the semi-arid zone of Brazil by microbial analyses. Brazilian Journal of Microbiology, 39:409-413. Destaco agora este seguinte trabalho de pesquisa, com enfoque similar. https://www.poder360.com.br/meio-ambiente/desertificacao-da-caatinga-reduz-funcionalidade-do-solo/
DESTAQUES: 1) Foram analisadas 54 amostras de terra obtidas em temporadas de seca e de chuva, em 3 diferentes territórios do Núcleo de Desertificação de Irauçuba, no norte do Ceará, sendo que cada um deles conta com áreas de vegetação nativa, degradada e restaurada. A redução de mais de 50% na funcionalidade do solo foi calculada por meio de diversas análises físicas, biológicas e químicas em áreas degradadas pela ação humana. Do ponto de vista físico, observou-se um solo bastante comprometido, principalmente pela compactação causada pelo pisoteio dos animais. 2) "Esse fenômeno reduz a porosidade, impedindo a infiltração de água e, consequentemente, acaba acelerando o processo de erosão do solo”, afirma Antonio Yan Viana Lima, doutorando na Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da USP, pesquisador do RCGI e 1º autor do artigo.